Capitulo 7
CAPITULO VII
‘Sexto dia: sexta-feira’
“Ele ainda está resistindo, mesmo depois de usar todas as técnicas e estratégias que sugerimos? Não se preocupe. Como acontece com as diversas variedades de peixe, alguns homens são mais difíceis de fisgar do que outros. Se você acha que ele realmente vale o esforço, sua persistência será recompensada no final.”
‘Fisgue seu Homem’
Harry acordou cedo, com a mente fervilhando de ideias. Saindo de debaixo do lençol, a primeira coisa que fez foi pegar o telefone e colocar seu plano em prática.
Na noite anterior, tivera trabalho para se livrar de Dominique, principalmente por haver chegado de volta ao estande logo depois dela. Sem tempo para elaborar um álibi, usou uma desculpa que ouvira dela própria diversas vezes.
-Você está com o quê? — perguntara ela, indignada.
-Estou com dor de cabeça — explicara Harry, esfregando a têmpora com a ponta dos dedos.
Mesmo correndo o risco de se tornar uma piada entre os rapazes, a desculpa foi um sucesso. Dominique aceitou Steve como substituto para acompanhá-la pela noite de Las Vegas.
Depois do banho tratou de dar mais alguns telefonemas, e se vestiu.
Mal havia colocado o blazer quando ouviu uma batida na porta.
Olhando para o relógio ao abri-la, falou:
-Bem na hora...
-É mesmo? — perguntou Dominique, aproximando-se depressa e passando os braços em torno do pescoço dele.— E eu nem mesmo sabia que já era esperada, querido. A dor de cabeça passou?
Harry retirou os braços dela de cima de si, forçando uma distância entre eles.
-Não acha que está esquecendo alguma coisa?
-Oh, aquela exposição sem graça? Tenho certeza de que a equipe poderá sobreviver sem você mais alguns instantes. Hermione é muito competente e eficiente, e tenho certeza que cuidará de tudo na sua ausência.
E se Hermione, que estava do outro lado daquela fina porta trancada, ouvisse a voz de Dominique, seria o fim do futuro que Harry tanto planejara.
-Estou falando de seu pequeno e sórdido bilhete. Caso tenha se esquecido, ele estabelece que, se eu não quisesse me casar com você, nós nunca mais nos veríamos.
-Ora... Você não considerou aquilo de forma literal, não é? — falou Dominique, passando a mão pela lapela da roupa dele, de maneira provocante.
Harry segurou-lhe o pulso, afastando a mão dela.
-Oh... Considerei sim. E era exatamente isso que esperava que eu fizesse, não era? Sei que só apareceu aqui por não ter notícias minhas, e por haver deduzido que havia exagerado na pressão.
-O que está tentando me dizer, Harry? Que não quer se casar comigo? — perguntou Dominique, levando as mãos sinuosamente aos quadris e à cintura. — Que já não deseja mais este corpo?
Uma segunda batida à porta se fez ouvir.
—É isso mesmo que estou dizendo — respondeu Harry, atravessando o quarto para abrir a porta.
Daquela vez era o serviço de serviço de quarto, que esperava anteriormente. O atendente empurrou o luxuoso carrinho para dentro, recebeu a gorjeta e partiu.
Havia um belo vaso com flores e várias bandejas cobertas. Além de dois jogos de copos, louças e talheres.
-Entendo — murmurou friamente Dominique, ao notar aquele detalhe. — Não é difícil deduzir quem tomou proveito da situação. Imagino que Hermione esteja apaixonada por você há anos. Provavelmente, essa era a única chance que tinha de tentar consegui-lo para si mesma. Você vai magoá-la muito, Harry, mas o que me importa?
-Exato... O isso lhe importa? No momento, acho que já passou da hora de você partir, Dominique. Aproveite sua visita e, antes de partir, tente encontrar outro otário em algum dos cassinos.
Caminhando lenta e sensualmente na direção da saída, Dominique fez questão de demonstrar o que ele estava dispensando, mas Harry fechou a porta em silêncio, mal esperando que ela passasse.
Embora se tratasse de uma mulher linda, era fria e interesseira. Demorou muito tempo, dois anos, antes que ele percebesse com quem estava lidando.
Empurrando o carrinho na direção da porta de conexão entre os quartos, Harry aplicou duas leves batidas e chamou:
—Hermione, abra. O desjejum está esfriando.
—Desjejum? — repetiu ela, sonolenta. — Um minuto, sim?
A ansiedade o estava consumindo durante a curta espera.
Quando ouviu o som da chave sendo virada, uma onda de nervosismo o invadiu.
—Pensei ter ouvido a voz de Dominique — disse Hermione, abrindo a porta.
Harry ficou paralisado um instante, admirando o robe de seda e renda transparente que ela tentava manter fechado com a mão, sobre um minúsculo baby-doll. Aquela visão fez disparar seus hormônios.
-Dominique? Oh... Passou apenas para dizer adeus — explicou, levando o carrinho para o lado da mesa.
-Ela já está partindo? — indagou Hermione, andando sonolenta na direção do toalete. — Dê-me só um minutinho para me vestir...
—Não se incomode. O desjejum vai esfriar...
Parando à meia distância do banheiro, ela se voltou para encará-lo e em seguida foi até a mesa, sentando-se.
-Sabe — disse Harry, destampando as travessas diante dela. — Sempre imaginei que você dormisse com uma enorme camiseta de time de beisebol...
-Oh, não. Acho que já uso isso tempo demais, praticando esportes — explicou Hermione, voltando a tentar fechar o teimoso decote do robe, que insistia em revelar aquela ínfima roupa de dormir. — Esse tipo de roupa que estou usando é minha fraqueza secreta.
Mentalmente, Harry considerou que aquela era uma de suas vulnerabilidades também. Seria delicioso tirar aquilo dela, bem devagar...
Mas era preciso dar um passo por vez.
Levando a mão ao bolso, Harry pegou uma pequena caixa forrada de veludo e a segurou entre os dedos. Por sorte, a maioria dos grandes hotéis de Las Vegas tinha uma joalheria, como descobrira na noite anterior.
Muito útil para ganhadores de grandes somas, que quisessem comemorar. Ou para homens aflitos, em busca de um anel do noivado.
—Será que mandaram sal? — indagou ela, levando uma fatia de bacon até a boca.
—Sal — respondeu ele, entregando-lhe o saleiro. — E talvez queira isso aqui também.
Ao falar, colocou diante dela a pequena caixa de veludo azul.
—O que é isso?
-Algo que espero vê-la usar hoje — murmurou Harry.
Franzindo o cenho, Hermione abriu o delicado fecho da caixinha.
-Harry!
-Gostou?
—É lindo! Mas acho que é uma jóia muito cara para ser usada como proteção contra bêbados do mesmo tipo dos de ontem — declarou ela, fechando a caixa e empurrando-a para o centro da mesa. — Além disso, não creio que Dominique apreciaria que eu usasse o anel de noivado dela.
-Creio que não tenha observado direito essa jóia, ou saberia que ela jamais usaria algo assim.
-Por que não? — perguntou Hermione.
-Sem querer insultá-la, meu amor, mas o diamante é pequeno demais para despertar o interesse dela.
-Pequeno? Para mim parece gigantesco.
—Ora... Deve ser porque o comprei pensando em você.
Os olhos dela pareceram se iluminar, mas, pelo que se seguiu, sutilezas como aquela não seriam compreendidas.
—Oh, obrigada... Mas ainda acho que é uma jóia muito cara para um falso noivado. Se eu passar por algum magazine, posso encontrar uma boa imitação por menos de vinte dólares. Isso será o suficiente para espantar qualquer...
Harry pegou a caixinha, abriu-a, retirou a jóia de dentro e ficou de pé.
—Você vai usar este anel hoje, e não aceito que haja outra alternativa.
Hermione ficou em silêncio enquanto o observou colocar-lhe o anel no dedo anular direito. Então ele se sentou e voltou ao desjejum.
-Mas Domini...
-E não ouse mencionar o nome dela outra vez, e muito menos falar em usar um anel falso. Sei quem é a mulher com quem quero me casar, e esse diamante serve nela perfeitamente — esbravejou Harry, mal conseguindo ocultar o sorriso nervoso.
-Mas você disse que não agradaria Domini... Bem... Sou eu que o estou usando, e...
-Isso mesmo. E não pense em tirá-lo. Pelo menos não antes de começar a tocar a marcha nupcial.
-Uma marcha nupcial? — repetiu ela, quase engasgando. — Como assim?
Harry deixou o garfo sobre o prato e segurou as mãos dela nas suas, fitando-a diretamente nos olhos.
-Estou pedindo que se case comigo, Hermione. É tão difícil assim acreditar?
-Sim — respondeu ela, hesitando. — É sim.
-Está me dizendo que não quer se casar comigo? – perguntou Harry, incrédulo.
-Não. Só não posso crer que queira mesmo se casar comigo.
Harry ficou olhando para ela por um tempo que pareceu ser uma eternidade. Hermione reteve o fôlego, mal conseguindo respirar. Aquilo parecia ser um sonho, pois jamais imaginara que tal evento pudesse acontecer.
Estava se sentindo como se fosse a única mulher do mundo. Era assim que Harry parecia vê-la naquele momento. Não poderia ser real.
Poderia?
—Pelo que me contou — disse ele, em tom grave — entendo que já se apaixonou uma vez, Hermione. Diga-me por quem foi.
A voz dela mais pareceu um sussurro ao responder.
—Por você.
—Por mim... — disse Harry, sorrindo com ternura. — Também me apaixonei há muito tempo. Nunca consegui superar... E o seu caso?
—Também não — respondeu ela, de olhos fechados.
—Mas você sabia que estava amando. Eu só percebia que todas as mulheres com quem saía eram apenas parceiras temporárias, e não companheiras para toda uma vida. Só a pouco tempo percebi que a amava. Apaixonei-me naquele dia em que tentou saltar sobre a ravina Robson e não conseguiu.
Os lábios dele pousaram sobre a minúscula cicatriz em forma de meia-lua na testa dela, antes de prosseguir.
—Foi sua constante insistência em me fazer pensar sobre meus sentimentos, e sobre Dominique, que me despertou. Sabe de uma coisa? Nunca consegui imaginar a vida ao lado de outra pessoa que não fosse você, Hermione. Nunca. E então? Aceita ser minha esposa?
Antes que houvesse tempo para uma resposta, Harry a beijou com ternura e ardor, deixando claro que estava abrindo seu coração.
—Harry? — murmurou Hermione, assim que separaram os lábios e ela se soltou, afastando-se dois passos. — Isso é tão inesperado...
Ele ficou paralisado como uma estátua, com os olhos arregalados.
—Sabe que estou sendo sincero, Hermione. Eu amo você.
—Sim, claro — concordou ela, abrindo o robe e deixando-o cair ao chão. —Você é meu herói... meu protetor... meu melhor amigo... meu amor. Eu adoraria ser sua esposa, mas...
A coragem que a levara a ousar o impossível por causa dele a estava levando a um novo limite.
Com movimentos suaves e sensuais, ela tirou a parte superior do baby-doll, e desamarrou a inferior, deixando-a escorregar lenta e graciosamente por suas pernas perfeitas, até cair ao chão.
—Poderia ser meu amante? — pediu Hermione, estendendo-lhe a mão.
Harry se aproximou e a beijou com paixão e ardor, enquanto ela o ajudava a retirar o paletó e a gravata. Instantes depois ele estava sem roupas, carregando-a para a cama.
Hermione mal podia acreditar que estava nua, sentindo o corpo dele sobre o seu. Sonhara com aquilo por quase toda a vida, desde a adolescência. Jamais imaginara que tal desejo pudesse se realizar.
Começaram a trocar carícias íntimas, e ondas de frisson passaram a dominá-los. Movimentos provocantes e toques ousados feitos em perfeita harmonia os induziram a um nível de prazer inimaginável.
Para Hermione, sentir aquelas mãos fortes e quentes sobre sua pele nua era como um sonho... Nunca imaginara que fosse senti-lo tão seu. O olhar que recebeu dele no momento em que sua virgindade ficou evidente foi um presente do destino. Um novo Harry pareceu surgir, como que envolvido em um transe de dedicação e carinho, cujo objetivo era satisfazer completamente a ambos.
Quando seus-corpos se fundiram, o calor ritmado daquele frenesi prazeroso foi se ampliando cada vez mais. Beijos apaixonados e confissões sussurradas foram tornando mais intensas as ondas de êxtase, até que o clímax os dominou por completo.
Quando Hermione pensou que havia conhecido o máximo de prazer possível, Harry reiniciou tudo, proporcionando uma nova dança de sensualidade, levando-a a reavaliar o que pensara poucos instantes antes sobre qual seria o limite da satisfação.
Naquele dia a exposição começaria sem eles.
—Sabe, acho que deveríamos nos casar aqui mesmo em Las Vegas, antes de voltarmos para casa — sugeriu Harry, segurando-a nos braços, depois de um longo exercício de prazer.
—Aqui? — surpreendeu-se Hermione.
—Ei... Você sabe melhor do que ninguém que sou mestre em adiar compromissos... Podemos até fazer outra cerimônia em casa, para os amigos e para a família. Mas não quero me arriscar a ter de contar para nossos filhos que fomos adiando nosso casamento até eles entrarem na faculdade.
—Filhos... — murmurou ela, sorrindo com ar sonhador ao pensar na possibilidade, antes de retomar o assunto em questão. — Mas não acho certo nos casarmos longe de tudo e de todos os que amamos.
Harry a beijou com suavidade antes de explicar.
—Sabia que iria se sentir assim, então telefonei para as pessoas mais importantes: seus pais, os meus, Josh e Sally. Fiz isso ontem à noite, pedindo que viessem no próximo vôo. Devem estar desembarcando amanhã pela manhã.
Ela arregalou os olhos.
—Harry! Como pôde chamá-los ontem? E se eu dissesse não?
—Ora. Foi por isso mesmo que os chamei. Era a única forma de ter uma equipe de apoio para convencê-la.
—Isso seria um golpe baixo... Mas desnecessário — concluiu ela, sorrindo. — Vou ter de consultar o livro para saber como castigá-lo por me considerar tão fácil de convencer...
—Livro?
—Hum... — murmurou Hermione, mordendo o lábio inferior.
—Que livro? — insistiu ele, desconfiado.
—Bem... Sally me emprestou um livro sobre... Bem, acho que é mais fácil mostrá-lo a você.
Ela se virou para o lado e pegou o pesado volume de dentro da bolsa, que estava sobre a mesinha-de-cabeceira.
—‘Fisgue seu Homem’? — leu Harry, com ar de divertimento.
—E funcionou, não é mesmo?
—Claro que sim — confirmou ele, ainda sorrindo.
—Não vai ficar magoado comigo?
—Magoado? Ainda bem que você fez algo para abrir meus olhos sobre o que sentia a seu respeito. Afinal, eu já a amava muito antes deste livro ser escrito, só não sabia disso.
—Sim. O que aconteceu conosco não foi por causa do livro — murmurou Hermione, com contentamento. — Tudo o que ele fez foi me mostrar que preciso ser eu mesma.
—Concordo. Como seria possível obter amor de um homem "fisgado"?
—Hum, falando em amor... — sussurrou ela.
Hermione começou a acariciá-lo outra vez, voltando a despertá-lo para o desejo... E o ciclo voltou a se repetir.
- Eu te amo — falou Harry —, e também amo fazer amor com você...
—Hum... — sussurrou ela, delirando de prazer. — Também te amo... E vou te amar eternamente... em todos momentos de nossas vidas...
FIM
Obs:Oiiii pessoal!!!Mais uma fic minha que chega ao fim!!!snif...snif...snif... Espero que vocês tenham curtido ela como eu curti ao adaptá-la.Já tenho mais uma adaptação em mente e logo logo eu posto, ok?Bjux e obrigada a todos que comentaram!!!!Adoro vocês!!!!Ah, antes que eu me esqueça, obrigada também a todos que me desejaram sorte e rezaram por mim em virtude da minha 'terrivel' prova de Estatística!!!hehehe....VALEU GALERA!!!!!
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