Capitulo 2
CAPITULO II
‘Segundo dia: Segunda feira’
O amor se parece muito com a guerra. 'Este livro será seu guia para uma estratégia vencedora. Comece por abalar o equilíbrio e a tranquilidade dele. Faça algo inesperado."
‘Fisgue seu Homem’
Chamar o creme dental antibacteriano de Virgin Fresh fora uma brincadeira que começara quando o produto ainda era uma ideia muito vaga, durante uma reunião informal de executivos do departamento de desenvolvimento de produtos. O encontro acontecera depois do final do expediente, em um estabelecimento que ficava a um quarteirão do complexo central da Bailey & Salazar.
Durante os meses que se seguiram, a ideia amadurecera e se tornara realidade, espalhando o apelido inicial por toda a empresa. Afinal, o nome se encaixava perfeitamente em um produto que era capaz de manter a boca de uma pessoa livre de germes e bactérias o dia todo. Funcionava melhor do que líquido para gargarejo, pastilhas contra mau hálito ou gomas de mascar medicinais.
Era tão bom que, segundo o chefe do departamento de vendas, o setor da Bailey & Salazar que fabricava escovas dentais estava esperando uma queda abrupta nas vendas, uma vez que escovações múltiplas diárias se tornariam algo do passado.
Embora os entusiastas do novo creme dental tenham vencido a batalha contra o departamento de fabricação de escovas, o produto precisava de um nome oficial. A tarefa foi encaminhada ao departamento de publicidade, que era onde Hermione trabalhava. Como resultado, Virgin Fresh foi rapidamente rebatizado de Fresh All Day.
O problema era que todos haviam se referido ao produto como Virgin por tanto tempo, que o apelido virara hábito. Quando Hermione estacionou seu carro no pátio da Bailey & Salazar, alguns minutos antes das oito horas, todos seus pensamentos estavam focados no projeto. Trabalhara na promoção do novo creme dental por meses.
Sendo a artista gráfica do projeto, trabalhou em todas as etapas, desde a elaboração básica até os prazos de anúncios na televisão. Viu-se envolvida com analistas de direitos autorais, fotógrafos, produtores de vídeo, consultores gráficos, especialistas em consumo geral e regional, pesquisadores de opinião e principalmente com seu apressado chefe, que tinha tanta dificuldade quanto Harry em lembrar o nome correto do produto.
Tal tipo de falha de memória levou a empresa a colocar um cartaz enorme, de mais de dois metros e meio de altura e quase quinze de comprimento, bem ao lado do estacionamento dos funcionários. A mensagem ficara clara: "Lembrem-se do nome do produto, ou então..."
Ao sair do elevador no andar do departamento de publicidade, Hermione não era a única que parecia tensa com a proximidade do início da campanha oficial de lançamento do creme dental. Todos pareciam obcecados com o gigantesco projeto.
Passara parte da manhã acertando detalhes sobre os materiais promocionais, verificando passagens aéreas e reservas para toda a equipe que viajaria com ela. Isso sem falar de uma lista quase infinita de tarefas de última hora.
O departamento inteiro parecia um pandemônio quando finalmente decidiram parar para tomar café. Nesse momento, Harry abriu a porta e entrou, sorridente:
— E então? Todos prontos para a viagem de lançamento do nosso Virgin Fresh?
Uma chuva de bolinhas de papel caiu sobre ele, que virou alvo dos arremessos de toda a equipe.
— O que foi que eu disse? — indagou Harry, ao voltar a falar, olhando desconcertado para Hermione.
E pelo que se podia ver, ele estava com uma aparência completamente diferente do dia anterior. Os cabelos estavam penteados para trás, perfeitamente ajeitados, e com um brilho impressionante. Com o rosto bem barbeado, podia-se ver a covinha no meio do queixo. O terno cinza e a gravata eram peças de impecável acabamento, combinando com a camisa branca de seda. Hermione estava certa de que, se abaixasse o olhar, veria um par de sapados pretos perfeitamente engraxados e polidos.
Em vez disso, porém, ela se reclinou para trás, apoiando as costas no encosto da cadeira, enquanto pegava uma amostra da embalagem do creme dental e o mostrava para Harry.
— O que diz aqui, meu caro?
— Hum... Entendi. Errei de novo — admitiu ele.
— Ouvi rumores de que a diretoria está considerando a possibilidade de colocar uma máquina de tortura de estilo medieval no saguão, para punir os funcionários que insistem em esquecer o nome dos produtos.
— Neste caso, espero que continue gostando de mim quando eu estiver um tanto mais alto do que sou hoje — brincou ele. — Já decidiu onde quer que eu a leve para almoçar?
— Tudo em que pensei hoje foi relativo à viagem e à campanha. Há tanto a ser feito que não creio que terei tempo de sair para comer.
— Mas você precisa dar uma parada. Temos aquele... problema... para discutir.
— Creio que possa resolver isso sem mim.
— Nem pensar! — protestou ele.
— Sim, sim. Sei que seria uma mudança radical em seus hábitos, mas se quisesse poderia fazê-lo.
— De jeito nenhum. Não desta vez... Pensei no assunto até antes de adormecer, na esperança de amanhecer com uma resposta em minha mente. Mas tudo que consegui foi ter pesadelos a noite toda.
— Com Dominique encurralando-o com um anel de noivado gigante? — ironizou ela.
— Pior ainda. Havia tubos de creme dental com enormes dentes brancos, sorrindo o tempo todo, para onde quer que eu olhasse.
— Eles o seguiam?
— Na verdade dançavam rumba, e, no lugar da tampa, havia mulheres.Vestidas com roupas parecidas com as da Carmem Miranda.
— Interessante.
— Imaginei que diria isso.
— Parece que está apavorado com a ideia de falhar em obter os resultados esperados no lançamento de Fresh All Day — concluiu Hermione.
— O que é isso? Sessão de análise de sonhos? — protestou Harry.
— Espere aí... Não sou eu quem está tendo pesadelos com creme dental.
— Mas não foi você quem comeu o terceiro cachorro-quente apimentado depois das dez, ontem à noite. Bem que achei que deveria ter recusado a oferta de sua mãe... O lanche que servem após o jantar na casa de seus pais é sempre letal daquele jeito?
— Só quando Josh está lá. Mamãe acha que ele está emagrecendo.
— É mesmo. Seu irmão está mesmo um pouco mais magro... com menos de cem quilos — satirizou ele.
— Bem, voltando ao assunto, acho que não precisa de mim para se decidir sobre... bem... aquele assunto.
— Não faça isso parecer uma doença infecciosa. Só preciso de um conselho amigo.
— Então, espera que eu segure sua mãozinha enquanto pondera sobre o que deve fazer? — perguntou Hermione, com sarcasmo.
— Mais ou menos isso, minha amiga.
— Não seria melhor ter Dominique segurando-lhe a mão? Conte-lhe sobre seus sentimentos. Diga...
O telefone da mesa dela tocou, interrompendo-a.
— O sr. Potter está aí? — perguntou a secretária de vendas, assim que Hermione atendeu. — Estou precisando localizá-lo. Há uma reunião de emergência no andar da diretoria.
—Eu o avisarei — respondeu ela, antes de desligar o aparelho e se voltar para Harry. — O destino o chama. Andar da diretoria, agora mesmo. Meu palpite é que acabaram de instalar a máquina de tortura.
—Tentarei ser valente — respondeu ele, levantando-se depressa. — E também estarei de volta à uma da tarde, para levá-la para almoçar.
—Harry...
— Uma da tarde, Mione. Não me abandone, está bem?
Olhando-o partir, só lhe restava suspirar e pensar consigo mesma: "Como se fosse possível dar-lhe as costas...".
Como sempre, Hermione estava pronta para partir quando Harry passou para apanhá-la, pouco depois da uma hora.
—Temos trinta minutos, e nem um minuto a mais. Isso é tudo de que posso dispor — insistiu ela.
—Não brinque. Estamos saindo para discutir negócios, está lembrada? — Harry entreabriu a porta da sala do chefe dela e falou: — Estou levando Hermione para almoçar, para que ela me coloque a par das alterações de última hora sobre a viagem para Las Vegas. Alguma objeção?
Sem esperar mais que um segundo pela resposta, conduziu-a rapidamente para fora do escritório.
—Mas...
—E então? O que prefere? Comida tradicional, francesa, chinesa ou italiana?
—Só vou ficar fora meia hora — afirmou Hermione, sem dar margem para argumentação, inclinando-se para apertar o botão de chamada do elevador. — Por isso vamos apenas atravessar o parque e comer algo nas barracas de lanche.
—Não creio que possa suportar outro cachorro-quente...
—Para ser sincera, estava pensando em comer um pastel.
—Só isso?
—E um copo bem grande de chá gelado.
—Sabia que é um desperdício não aproveitar uma oportunidade como a de hoje de ter uma refeição caríssima paga pela firma?
O elevador chegou e eles entraram. Ao vê-la apertar o botão do térreo, Harry percebeu que estavam sozinhos ali dentro, mas mesmo assim não se afastara dela.
Estava mais sensível a Hermione do que jamais estivera antes.
"Hum... Agora isso está ficando ainda mais interessante", pensou, sem fazer o menor esforço para se afastar. Então notou que a iluminação do elevador causava belos reflexos brilhantes sobre a cabeça dela.
—Desde quando está usando os cabelos desse jeito?
Hermione o olhou com ar desgostoso antes de responder:
—Há dois anos.
—Bem... Na época, comentei que ficou muito bom?
—Não.
—Pois ficou muito bonito.
—Obrigada.
Ficaram em silêncio enquanto o elevador descia lentamente em direção ao térreo.
—Seu perfume é delicioso.
—Não estou usando nenhum. Deve ser o sabonete.
—Bastante perfumado...
—Sim, é o melhor da Bailey & Salazar.
—Lavanda?
—Lilás. Você nunca soube diferenciar o perfume dessas flores — lembrou ela.
—É verdade.
O elevador atingiu o térreo e as portas se abriram, revelando uma horda de ávidos trabalhadores aguardando para entrar e voltar a seus departamentos. Harry colocou a mão nas costas dela de forma possessiva, conduzindo-a entre a multidão. Assim que houve espaço suficiente, Hermione se afastou de seu toque.
—Tem certeza de que quer mesmo comer pastel? — indagou ele, assim que deixaram o saguão e ficaram expostos ao sol intenso do horário do almoço. — Está quente demais aqui fora.
—Então tire o paletó — sugeriu ela, atravessando a rua. — Não me diga que está amolecendo, sr. Potter.
—De jeito nenhum!
Ao responder, Harry afrouxou a gravata e tirou o paletó, segurando-o sobre o ombro.
—Hum... Não sei não. Creio que já foi mais durão — brincou Hermione, sorrindo ao olhar para trás e encará-lo.
—Bem, onde está o tal pasteleiro?
—Perto da fonte.
—Há uma fonte nesse parque? Não é possível. Tem apenas um quarteirão!
—Ora, ora... Agora está mesmo pensando como um grande executivo — murmurou ela, com ar de decepção.
O movimento fez os cachos de seus cabelos balançarem sob o brilho do sol.
Harry sentiu uma necessidade quase incontrolável de se aproximar dela e tocar-lhe a pele perfumada. Aquele impulso o impressionou, fazendo-o ficar momentaneamente paralisado. O que estava acontecendo? Aquela era sua velha amiga Hermione. Precisaria disfarçar, impedindo-a de notar a onda de desejo que o dominara.
—E então? Para que lado vamos?
—Siga-me — instruiu ela.
—Claro.
O que seria um prazer, pois teria outra oportunidade de observar o andar sensual de Hermione. Aquele que ele notara apenas no dia anterior.
— Lá está — anunciou ela, indicando uma barraquinha limpa e moderna, com um toldo colorido na frente.
Ficava ao lado da fonte, cuja estátua central portava um jarro que derramava água clara e cristalina constantemente. Abençoado pela sombra das árvores que cobriam toda a área, o local sugeria ser fresco e agradável. E também muito convidativo.
Se bem que Hermione também estava lhe parecendo estranhamente convidativa.
"Controle-se, Potter", pensou ele, censurando-se. "Lembre-se de que está na companhia da irmã de seu grande amigo, Josh. Além disso, trata-se de sua melhor amiga, desde a infância. Ela nunca foi a mulher de seus sonhos. Esse papel é de Dominique". Pelo menos deveria ser. E aquela atração que estava sentindo por Hermione não o estava ajudando a se concentrar no problema que deveria discutir ali.
Um senhor de idade mais avançada estava sentado sob a barraca, e se levantou ao vê-los se aproximar.
—Olá, Henry — cumprimentou ela. — Quero um pastel...
—Um pastel especial, com molho — disse Harry ao vendedor, interrompendo-a e encarando-a em seguida. — Viu só? Ainda me lembro.
—Oh... Henry sabe qual é o pastel que sempre peço, e como temperá-lo — respondeu Hermione, com ar casual, voltando-se então para o velho senhor. — E um copo grande de chá gelado, sim?
—Quero o mesmo que ela — murmurou Harry.
—Está bem — concordou o pasteleiro.
—Se eu precisar de uma lavagem estomacal mais tarde, espero que informe à equipe do hospital que a culpa pelo meu mal-estar é toda sua e de sua família, sim, Hermione? — resmungou ele, com um meio sorriso.
—Fique tranquilo, sr. Potter. Há grandes chances de que sobreviva a um mero pastel.
Apressando-se em pagar ao homem pela estranha refeição, Harry a acompanhou até um banco sob uma grande árvore, onde ambos se sentaram.
Assim que começaram a comer Hermione começou a falar, de forma bastante objetiva.
—E então? Por que não quer se casar?
—Não disse que não queria — corrigiu Harry, dando uma grande mordida em seu pastel, tentando ganhar tempo para pensar.
—Entendo... Nesse caso, está apenas inseguro sobre se casar com Dominique?
—Sim. Não... — Ele estava observando o caimento perfeito do conjunto de crepe creme e da blusa turquesa sobre o corpo dela, observando como aquele lenço de seda amarrado ao pescoço a fazia parecer ainda mais elegante. — Você está muito bonita hoje. Já mencionei isso?
—Não mude de assunto, pois o tempo está passando. E então? Como se sente a respeito de Dominique?
—No momento? Nem um pouco contente.
—E antes de receber a carta?
—Bem... Esse não é exatamente o tipo de assunto que um homem deva comentar com uma mulher.
—Não pense em mim como tal, já que nunca fez isso antes. Por que começar agora?
"Boa pergunta", pensou Harry.
—Vou considerar que vocês estavam ficando muito íntimos quando Dominique apresentou seu ultimato — prosseguiu Hermione. — Isso me dá a impressão de que não parece lógico sentir tamanha aversão pela ideia de passar mais tempo ao lado dela.
—Mais tempo? Quer dizer... a vida toda?
—Algo assim. E então? O que acha?
—Não é tão fácil assim. Na verdade... — Harry fez uma pausa e mudou de expressão, olhando-a de cima a baixo — Sabe de uma coisa? Acho que deveria ter guardado essa roupa para a exposição, em Las Vegas. Ela tem quase as mesmas cores usadas na caixa do Virgin Fresh.
—Esse não é o nome do... Ora, esqueça. Não há esperança no seu caso — declarou Hermione, voltando a prestar atenção no restante do pastel.
—Bem, pelo menos fui sincero. Acho que está mesmo muito bonita.
—Ora...
Harry preferiu considerar aquilo como uma manifestação de agradecimento.
— Estou tentando me lembrar se a vi em algum traje que não fosse calça jeans. Você tem alguma saia, ou vestido?
Hermione franziu o cenho.
— Claro que tenho. Mas vamos voltar ao assunto. O que posso dizer é que fiquei com a impressão de que sua dúvida se baseia em... O que está olhando?
Ele se inclinou um pouco na direção dela, estreitando o olhar, como se quisesse observar algo no rosto dela.
—Hum... Você ainda tem a cicatriz — murmurou Harry, observando-a levar o dedo inconscientemente à pequena marca em forma de meia-lua que tinha na testa. — Estava imaginando se havia desaparecido com o tempo. Tivemos momentos ótimos quando éramos crianças, lembra-se?
—Fale apenas por você, meu caro — respondeu Hermione, olhando-o com ar de descaso. — Você e meu irmão se especializaram em me perturbar, acima de qualquer coisa.
—Fizemos isso? Está falando sobre o baile de formatura do ginásio?
—Entre outras coisas. O baile é apenas um exemplo.
—Estávamos apenas tentando protegê-la — explicou ele. — Sabíamos o que aqueles rapazes pensavam e o que estavam procurando. Você era completamente inocente, e...
—E meus dois guarda-costas se incumbiram de garantir que eu permanecesse assim, mesmo sem me perguntar qual era minha opção. Fiquei tão envergonhada que teria coragem de estrangular os dois ao mesmo tempo.
—Ainda acho que você merecia algo melhor do que um brutamontes com a mesma inteligência de um macaco de laboratório — defendeu-se Harry.
—Tive sorte de aquele garoto ter me convidado para sair. Não era fácil aparecer alguém com coragem suficiente para fazê-lo, considerando que meu próprio irmão e meu suposto melhor amigo haviam traçado uma espécie de linha invisível em torno de mim, intimidando qualquer um que ousasse se aproximar.
—Mas isso já foi esquecido há muito tempo, não é?
—Quem disse que esqueci? — protestou Hermione. — Foi a pior noite da minha vida. Pelo menos minha situação melhorou quando fui para o colegial e consegui escapar de vocês.
"Escapar?", repetiu Harry, em pensamento. Teriam sido tão maus assim? Qual o problema de ser protetor em relação a alguém a quem se quer bem? Só queriam evitar que ela se magoasse.
—Não creio que eu deva me surpreender por não termos nos aproximado nem um pouco da solução do seu problema. Acho que terá de resolvê-lo por conta própria.
De qual problema estaria ela falando? O de ele estar se sentindo atraído por sua melhor amiga ou o de precisar dar uma resposta a Dominique? De uma forma ou de outra, o último estava perdendo importância diante do primeiro.
—Que fazer, não?
—Faltam apenas cinco dias para você responder ao ultimato de casamento — lembrou-o Hermione.
—Não vou tomar decisão nenhuma enquanto não me ajudar.
—Então vou ter de agir como se fosse um par de esporas...
— Sabe que sou mestre em deixar tudo para o último instante.
Ela o fitou diretamente nos olhos, com ar pensativo. Harry teve de conter outro impulso de beijá-la. O que estaria acontecendo com ele afinal?
— Certo — murmurou Hermione, suspirando em seguida. — Vou tentar pressioná-lo mais um pouco, mas não agora. O departamento de publicidade está uma verdadeira loucura. Podemos conversar amanhã, durante o vôo para Las Vegas. Cuidarei para que nos sentemos juntos.
— Mas é muito tempo para se esperar — reclamou ele. — Vamos conversar durante o jantar, hoje à noite. Um longo e tranquilo jantar.
— Harry! Não está entendendo? Vou trabalhar até tarde e...
—Oito horas? Pego você no seu apartamento. Ah, pode usar um vestido? Pretendo levá-la a um lugar um pouco mais refinado do que um parque urbano.
—Mas...
Ele estava olhando para baixo e a interrompeu:
—E sapatos de salto alto. Creio que tenha um par, não?
—O que deu em você? — indagou Hermione, com os olhos arregalados.
—Pânico, querida — declarou Harry, com sinceridade. — O mais puro e genuíno pânico.
Só não disse a razão de estar realmente assustado, mas decidiu que iria descobrir naquela noite, ao longo do jantar.
Minutos depois Hermione sentou-se atrás de sua mesa de trabalho, tentando pensar sobre o que poderia estar acontecendo com Harry. Estava mais do que acostumada com o hábito antigo e imutável que seu amigo desenvolvera, sempre adiando para o último instante todo e qualquer feito ou decisão.
Tal característica se manifestara na infância, e se tornara sua marca registrada. Era incrível que tudo o que ele fazia fosse tão bem-sucedido, considerando-se tal hábito. Mas a competência e a inteligência dele sempre superaram a falta de habilidade em administrar prazos.
Contudo, mesmo conhecendo todos os hábitos e manias de Harry, não conseguia entender o que estava acontecendo. Era óbvio que ele não estava disposto a falar sobre compromisso sério, simplesmente por nunca haver pensado no assunto. Não até Dominique apresentar aquele ultimato. Ao convidá-la para morar com ele, pensara apenas na comodidade e no conforto da situação, não em casamento.
Portanto, o que intrigava Hermione não era a insistência em adiar a discussão, mas tudo o que estava acontecendo. O que o levara a comentar a beleza de seus cabelos, se ele nem sequer notara a mudança de corte, dois anos antes? E os elogios a respeito do perfume e das roupas? Por que pediu que ela usasse um vestido naquela noite?
Haviam jantado juntos muitas vezes ao longo dos anos, mas sempre fizeram uma refeição simples na lanchonete. Ela não tinha a menor intenção de se arrumar toda para ir beber cerveja e comer sanduíches com ele, ouvindo-o adiar a decisão de se casar, até o último instante.
E isso certamente aconteceria.
Se houvesse um prazo, até domingo, seis horas da tarde, Harry tomaria a decisão às cinco e cinquenta e nove.
Quando voltou a atenção ao trabalho em sua mesa, olhou para as duas listas de tarefas que traçara para si mesma na tarde anterior, observando que não acabara de cumprir nem mesmo a primeira.
De repente, uma lufada de ar carregada de perfume chamou sua atenção, momentos antes de uma voz feminina, vinda de trás, chamá-la pelo nome.
— Olá, minha cara Hermione. Podemos conversar?
Antes de se virar para atender, Hermione fez uma careta.
Já não era ruim o bastante ter de ouvir Harry falar de seus problemas? Agora a namorada dele, saída diretamente da divisão de atendimento ao consumidor da Bailey & Salazar, também viera incomodá-la?
Seria difícil ouvir Dominique declarar o que sentia por Harry, considerando-se que, para todos os observadores, tratava-se apenas de uma caçadora de dote. Estava interessada no que ele se tornaria na empresa, e não em algo que sentisse por Harry.
Esforçando-se para sorrir, virou-se e falou com a futura noiva do homem a quem amava em segredo.
— Olá, Dominique. Faz tempo que não nos vemos. A que devo o... prazer de sua visita?
Com movimentos felinos e estudados, a morena fatal contornou a mesa e sentou-se na cadeira ao lado da mesa de Hermione, garantindo que, ao cruzar as pernas, a saia curta deixasse a curiosidade e o interesse dos homens do departamento em um estado de contido alvoroço.
—Bem — começou Dominique, pausando para um breve e pouco convincente suspiro. — Tenho uma pequenina confissão a fazer, e preciso de sua ajuda.
—Oh — murmurou Hermione, contendo-se.
—De mulher para mulher, necessito de sua cooperação. Ninguém conhece Harry como você, Hermione. E, considerando que almoçaram juntos hoje, tenho certeza de que sabe sobre minha... sugestão.
Sugestão? Para ele a pequena carta parecera mais um comunicado de execução sumária. O mais impressionante era que nenhum dos dois envolvidos estava tratando aquilo como uma simples proposta de casamento. Hermione chegou a pensar se apenas ela conseguia ter uma visão mais romântica sobre o assunto.
—Considerando que Harry sempre se abre com você, estou certa de que será a primeira a ficar sabendo sobre o que se passa na mente dele — continuou Dominique. — Eu apreciaria muito se o ajudasse a chegar à decisão mais acertada.
"De jeito nenhum!", pensou Hermione. Se o casamento acontecesse, seria por decisão pessoal e exclusiva dele mesmo. Mas, no momento, sentia-se compelida a parecer tranquila diante da outra.
—Tenho a impressão de que não sei do que você está falando, Dominique.
A morena fatal franziu o cenho.
—Eu estava certa de que Harry a levara para almoçar com o intuito de colocá-la a par da decisão que terá de tomar. O que mais poderia ter sido?
—Por que não negócios? — sugeriu Hermione. — Partiremos para a exposição amanhã e, sendo chefe da equipe de vendas, ele precisa estar completamente ciente dos detalhes e inovações da campanha publicitária. Estamos tão próximos do lançamento de Fresh ALI Day que tenho a impressão de que tudo mais perdeu a importância.
—Mas isso é muito mais importante do que o lançamento de um novo creme dental! — afirmou Dominique, começando a parecer irritada.
—Tente dizer isso ao pessoal da diretoria — murmurou Hermione, ao curvar-se sobre um punhado de papéis, fingindo ler um relatório.
—Pensei que tinham almoçado juntos para falar sobre um certo assunto que diz respeito a mim.
—Bem, pois só falamos de técnicas de venda de creme dental. Ah, poderia tirar sua bolsa daí um momento? Ela está sobre a página dois deste relatório aqui...
Imóvel, e com os olhos demonstrando frieza, Dominique abaixou o tom de voz para uma entonação aparentemente letal.
— Se Harry não falou nada ainda, estou certa de que o fará muito em breve.
Hermione não estava disposta a ouvir a morena fatal declarar o amor que sentia pelo futuro noivo, mas incomodou muito o fato de ela nem sequer mencionar a existência de algum tipo de sentimento entre eles, parecendo julgar isso desnecessário em um casamento.
—Ah, é mesmo?
—Propus uma união séria a ele, e dei-lhe um prazo para obter uma resposta. Não vejo por que ele precisaria demorar para se decidir, mas mesmo assim o fiz. Estava pensando se você poderia...
—Dar um "empurrãozinho"?
—Ora, eu chamaria apenas de orientação, Hermione, querida — respondeu Dominique, com um sorriso falso. — Sei que Harry respeita suas opiniões, e creio que concorde comigo sobre quão irritante é a mania dele de adiar toda e qualquer decisão.
Um momento antes, ela até haveria concordado. Mas depois de ver toda aquela frieza, estava considerando que o hábito de adiar decisões era um grande dom para a auto-preservação de Harry.
—Não posso dizer que tenha notado Harry adiar decisões — arguiu, com elaborada tranquilidade. — Mas, por outro lado, nunca o observei do ponto de vista de uma mulher apaixonada. É o seu caso, não? Você o ama?
—Mas que pergunta boba. Claro que sim. Tenho muito carinho por ele.
"Carinho?", pensou ela, lamentando. "Como você é tolo, Harry. Dois anos com uma mulher, e tudo o que conseguiu foi fazê-la sentir carinho por você".
— E tenho certeza de que vai concordar comigo, quando digo que Harry é uma excelente matéria-prima, esperando ser moldada.
Moldá-lo? Só poderia ser brincadeira! Mesmo sendo capaz de fazer qualquer um perder a paciência com suas manias, ele não precisava mudar em nada para fazer uma mulher feliz. Pelo contrário. Se mudasse, aí sim haveria algo errado.
—O difícil seria decidir por onde começar. São tantas áreas que precisam de aprimoramento... — garantiu Dominique, sorrindo com ar maldoso enquanto olhava as próprias unhas manicuradas.
—Tais como? — indagou Hermione, engolindo em seco, para não dizer o que estava pensando daquelas afirmações ridículas.
—Bem... O entusiasmo deprimente que ele demonstra por esportes de mau gosto é um bom exemplo. Ou a tendência que possui de atrair pessoas muito pouco respeitáveis para ter como amigos.
Para a mente diminuta da morena fatal, era claro que Hermione e seu irmão deveriam encabeçar a lista.
—E, é claro, terei de dar um jeito na falta de visão dele no que diz respeito ao futuro — arrematou Dominique.
—Falta de visão? Mas ele está prestes a se tornar o mais jovem vice-presidente da companhia!
—Sim, mas por que parar aí? Por que não se tornar presidente, ou membro da diretoria? Harry precisa aprender a voltar seu talento para a política, que é onde reside o verdadeiro poder.
—Mas...
—Oh, e não precisa me lembrar sobre as tolices que ele diz sobre odiar política. Harry é um político nato. Já notou a habilidade dele em induzir qualquer um a atender seus pedidos? Ora, é claro que sabe disso muito bem, não é mesmo, querida? Soube que já foi induzida a fazer dezenas de coisas desagradáveis por causa dele e de seu irmão. Deve ter sido uma infância horrorosa.
Começando a perceber que estava prestes a perder a paciência, Hermione decidiu ser objetiva, tentando assim liquidar logo o assunto.
—O que quer exatamente que eu diga a Harry, Dominique?
—Ora, apenas que tome a decisão correta, é claro. Fará isso, não é mesmo, Hermione?
Ao dizer aquilo, a morena sensual se levantou, com um chamativo descruzar de pernas, e sorriu com pretenso ar de superioridade.
— Pode estar certa de que o farei. E posso lhe garantir que ele realmente fará o que é certo.
Enquanto observava Dominique deixar o escritório de publicidade, Hermione decidiu que se Harry decidisse se casar com aquela mulher, iria impedi-lo de qualquer maneira, mesmo que precisasse colocá-lo para dormir por um mês, à base de clorofórmio. Pelo bem dele próprio.
Nesse meio tempo, ao verificar a lista de tarefas, percebeu como tudo aquilo parecia sem importância diante das novas prioridades que haviam surgido. Por exemplo, teria de pedir um vestido emprestado a Sally, já que não tinha nenhum, e também deveria comprar um par de sapatos de salto alto. Isso sem falar em arrumar tempo para ler o tal livro de auto-ajuda.
Sabia que, se Harry jamais a enxergara como mulher, não seria ‘Fisgue seu Homem’ que faria isso acontecer, mas poderia haver alguma pista útil em como fazê-lo distrair-se um pouco. Talvez assim ele despertasse e percebesse a besteira que faria se aceitasse a proposta de Dominique.
Tudo o que teria a fazer era ler depressa e então se transformar em uma exuberante mulher fatal, desde que fosse antes dás oito da noite.
Ao pensar nisso, Hermione suspirou desanimada. Jamais conseguiria fazer tal loucura funcionar.
Como era de se esperar, Harry não chegou ao apartamento dela no horário marcado, mas sim às quinze para as nove horas. Depois de ficar quarenta e cinco minutos esperando, foi impossível ela recebê-lo com um sorriso alegre.
Mas a forma como ele foi recebido não pareceu afetá-lo tanto quanto a visão das pernas bem torneadas de Hermione, levemente expostas pelo vestido justo que lhe chegava até pouco abaixo do meio das coxas.
Era uma surpresa após outra. Desde quando ela ficara tão curvilínea? E aquelas pernas? Como não notara nada daquilo acontecendo ao longo dos anos? Não era possível ignorar uma forma tão bela, ainda mais acompanhada de um rosto angelical e de lindos olhos castanhos.
—Uma pessoa pode até morrer de fome, esperando-o para jantar — resmungou ela, pegando a bolsa e a echarpe preta, quase transparente, antes de sair para o corredor.
—Eu apenas quis ser gentil. Você estava tão segura de que não conseguiria acabar o serviço a tempo, que pensei em dar-lhe mais um pouco de tempo para se arrumar.
—Se sua intenção fosse a de ser gentil, teria telefonado, em lugar de me deixar esperando.
Caminhando com ele, guiou-o até o estacionamento. O carro esporte conversível de Harry parecia totalmente deslocado em meio aos outros veículos mais simples, comuns ao condomínio. E dava a impressão de ser um brinquedo, parado ao lado da caminhonete com tração nas quatro rodas que pertencia a Hermione.
Diminuindo o passo para deixá-la ir à frente, ele voltou a dar uma boa olhada naquele andar sensual. Alta e delicada como sempre fora, e com aquele vestido e sapatos de salto alto, Hermione era uma visão irresistível. Isso o fez entender melhor porque sempre fora protetor em relação a ela. Porém, jamais notara que poderia se tratar de um sentimento permeado por algo mais do que amizade.
O perfume do sabonete favorito de Hermione estava deixando para trás um rastro de sedução, abalando seu bom senso.
—Ligar para avisar sobre meu atraso? Acho que nos conhecemos a tempo suficiente para que soubesse que não deveria me esperar no horário marcado.
—Acho mesmo que fui uma tola — murmurou Hermione, com ar de sarcasmo. — Pensei que seu desespero fosse grande o suficiente para levá-lo até a cumprir o horário marcado.
—Quem é que está desesperado? Ainda tenho muito tempo.
—Cinco dias e algumas horas, mas quem é que está contando?
—Não eu — garantiu Harry, abrindo a porta do carro para ela. — Importa-se de deixarmos a capota do carro abaixada? Está uma noite linda, e não gostaria de desperdiçá-la.
— De desperdiçar a noite ou a oportunidade de exibir o luxo do seu conversível? Bem, não faz mal. Pensei nisso antes e vim preparada, pois conheço-o muito bem.
Ele ficou olhando-a prender a delicada echarpe preta sobre os cabelos, amarrando-a atrás da nuca. Estava tão compenetrado em observá-la que bateu a canela no escapamento, ao contornar a traseira do carro para chegar ao assento do motorista.
—Lindo vestido. Como é que nunca a vi nele antes?
—Porque o único lugar onde nos vemos fora do trabalho é na casa da mamãe ou na lanchonete do Fletch, depois do trabalho ou dos jogos de domingo. Consegue me imaginar usando uma roupa dessas lá?
Na verdade, Harry conseguia pensar nisso, sim. E também na reação dos colegas que frequentavam o local. Seria um colapso de inspirações fantasiosas.
— Hum... Acho que é mesmo mais sensato continuar usando uma daquelas suas calças jeans e a camiseta do time da companhia.
Por mais que uma ou outra calça fossem justas e acompanhassem a forma daquele corpo maravilhoso, as camisetas eram invariavelmente gigantescas para ela, cobrindo-a desde o pescoço até o começo das coxas.
Depois de descobrir a elegância sensual de Hermione, Harry teve a curiosidade de saber quantos homens já a teriam visto com aquele vestido. E quantos haveriam tido sorte o bastante para vê-la sem ele.
—Não estou estragando nenhum plano de sair com outro rapaz, não é?
—Acho que é um pouco tarde para se preocupar com isso, não? Mas eu não tinha nenhum compromisso.
—Tem certeza?
Seria bem próprio de Hermione cancelar um encontro, como fizera na época da faculdade, para ajudá-lo com uma pesquisa na biblioteca. O que teria acontecido com aquele garoto? Teria ele voltado a ligar para Hermione?
—Pode acreditar... Não há nenhum rapaz se lamentando por não ter minha companhia esta noite.
—Por que não? Qual o problema com ele?
—Não há nenhum "ele". Só isso.
—O que quer dizer com isso? Tem de haver alguém.
—Já disse que não existe ninguém — insistiu Hermione.
—Como é possível? Você é uma mulher lindíssima!
—Ah! — surpreendeu-se ela.
—Sem contar que é adorável e carinhosa.
—Claro, claro...
—Não seja sarcástica. Estou falando sério.
Ao acabar de falar, Harry desviou de um veículo mais lento, ultrapassando-o, mas evitou a saída para a rodovia interestadual. Por mais que gostasse de transitar por aquela estrada, o ruído do vento o impediria de conversar com Hermione, que era mais importante do que um prazer momentâneo.
—Está com que idade agora? Vinte e quatro? — indagou ele.
—Foi exatamente a quantidade de velas que mamãe colocou no bolo na última festa. E Dominique, quantos anos tem?
—Bem... Agora que perguntou, descobri que não sei.
—Isso não me surpreende. De qualquer maneira, aposto que ela mente sobre a idade que tem.
—Isso é óbvio — respondeu ele, olhando-a por sobre o ombro. — Mas sou cavalheiro demais para perguntar a idade dela.
—Não foi o que demonstrou perguntando a minha — replicou Hermione, indignada. — Muito obrigada pela consideração, sr. Potter.
—Levando-se em conta que eu a conheço por toda a vida, e que posso fazer apenas um cálculo simples subtraindo os três anos de diferença que separam nossas idades, a questão foi retórica.
— Sim, sim. Sei também que acha que pode sair de qualquer encrenca com sua habilidade de conversar bem, mas guarde esse dom para usar com os outros, sim? Comigo, não.
Qualquer outro homem teria considerado isso um final de noite prematuro, mas Harry sabia que não era bem assim. Pelo menos não com relação a ele. Passado o momento de irritação, tudo voltaria ao normal. Jamais seriam capazes de dar as costas um ao outro, e ambos sabiam disso.
O mais difícil era conseguir parar de observá-la. Mesmo sob a echarpe, era possível ver os cachos dos cabelos de Hermione balançando ao vento. Teria de continuar contendo o impulso de tocá-la e de acariciá-la.
—O que há com você, afinal? — indagou Hermione, flagrando-o a observá-la.
—Só estou achando difícil de acreditar que não haja um namorado seu, em algum lugar, espetando alfinetes em um bonequinho vodu com a minha aparência.
—Considerando que não sou tola o suficiente para me envolver com tipos que mexam com vodu, não é tão difícil assim de acreditar. Aliás, pelo que me lembro, não saímos esta noite para falar sobre minha vida amorosa. A sua é que está atrapalhada.
— Certo. Se não é adepto de vodu, o rapaz deve ter, no mínimo, contratado um pistoleiro para me acertar.
—Sim, claro. E pistoleiros não cobram pouco — retorquiu Hermione, impaciente. —Agora vamos falar sério. Pensei muito sobre tudo o que conversamos, e concluí que tudo o tem a fazer é considerar o que sente por Dominique e...
—Quanto ao jantar — interrompeu Harry —, pensei em comida italiana, mas talvez algo árabe a agrade mais. O que prefere, querida?
Ela franziu o cenho antes de dizer:
—Prefiro que pare de mudar de assunto.
—Vejo que é mesmo muito obstinada em cumprir tarefas, srta. Granger. Se eu prometer que depois discutiremos o ultimato de Dominique, aceita que pelo menos jantemos primeiro?
—Vai considerar seus sentimentos na situação? — indagou ela, olhando-o com ceticismo.
Harry se sentiu grato por ela não colocar o nome de sua quase esquecida namorada no final do pedido. Afinal, havia tópicos mais importantes a serem explorados.
—Não me parece uma atitude razoável para ser tomada por um cavalheiro, diante de uma dama — brincou ele.
—Harry Potter! Está querendo me deixar louca? A ideia desse jantar foi sua. Não sou eu quem está com problemas pessoais. Se não...
—Está bem, está bem. Juro que vou me comportar —prometeu ele, levantando a mão direita. — Buscarei as respostas nas profundezas de meus sentimentos — dramatizou.
—Honestamente?
—Eu juro! — repetiu ele.
Obs:Oi pessoal!!!!Desculpem a demora para atualizar as fics, mas é normal se ter problemas com a net!hehehe....Bom, espero que tenham curtido o capitulo e entre sábado e domingo tem mais atualização!!!Ah, antes que eu me esqueça eu queria agradecer a Fernanda Destro por ter dedicado à mim a última atualização da fic dela "Casamento de Amigos". Aconselho a todos que leiam, por que a história é maravilhosa!!!Bjux e OBRIGADA todos por acompanharem minhas fics!!!!Adoro vocês!!!!
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