Prólogo
Eu estava tranquilamente caminhando pelo amontoado de pessoas que se aglomeravam à minha frente naquele extenso corredor. (Sim, eu estou falando do local onde trabalho), quando aquela pessoa, que posso classificar como inconveniente (Na verdade: CHATA, IRRITANTE, ENJOATIVA, etc..) da Rachel apareceu, com seus óculos de armação de joaninha e um sorriso ladino nos lábios. Pensei "E lá vamos nós novamente...". Sorriu pra mim de maneira provocativa, para um hipogrifo, e sensual, se você for um testrálio. Suspirei.
_Bom dia Rachel - falei formalmente. Afinal estamos em um ambiente de trabalho. "E mesmo que não estivéssemos..." minha mente completou venenosa.
_Bom dia, meu Chuchu. - ela falou manhosamente. Eu já disse o quanto detesto essa mulher?
_Não, Rachel. Eu não sou o seu...er.. Chuchu. - corrigi num sorriso falso, olhando para os lados. Cadê alguém quando você precisa?
_Mas foi ontem a noite. - NÃO! Antes que você pense besteira! Eu JAMAIS em toda minha vida, bruxa ou trouxa, dormiria com essa mulher!
_Foi só uma segurada na porta do elevador! - falei meio exasperado. Acho que a assustei porque ela me olhou de um jeito... ofendido?
_Desculpe se sou tão insignificante assim para você, Dylan Malfoy! - ela esganiçou no meio de um dos corredores do Profeta. É. Eu trabalho aqui. Sou Redator.
Você deve estar se perguntando "E o que eu tenho com isso?", bom, na verdade, você não tem nada. Absolutamente NADA a ver com essa história. Mas vai dizer que você não ficou intrigado quando leu a matéria sobre "O casal mais rico e popular dos últimos tempos"? Pois é, caro amigo. Você ficou a par dos bastidores de TODO o relacionamento de Virgínia e Draco Malfoy, e pode agradecer a mim por isso. Bom, mas voltando ao assunto "Rachel e sua mania de pensar que tem algo comigo"...
_Não é isso... é só quê.. - falei meio desesperado. O corredor estava cheio, lembram?
_Não é o quê? - ela falou batendo com o dedo indicador no meu peito. E cara! Isso DÓI !!! Como meu pai nunca reclamou antes? - Não sou tão boa assim para você?
_Pelo amor de merlin, quer ficar quieta?! - eu falei a pegando pelo braço e a arrastando para dentro da primeira porta que vi. Ótimo! Uma sala de reuniões vazia. - O que deu em você? - perguntei diretamente.
_Estou com desvios psicológicos. - ela falou estranhamente calma.
_PERCEBE-SE! - falei num tom elevado. Sabe o que ela fez? Riu. Isso. Riu. De mim. DA MINHA CARA. Fiquei bolado. - Olha aqui Rachel, se você está ficando doida acho melhor se internar no St. Mungus.
_... estresse em alto grau, leve alteração psicológica pode causar mudanças de comportamento... - ela falou vagarosamente, encarando-me como se eu fosse um inseto. Do nada, ela se aproximou de mim e beijou-me. No rosto. E pra meu maior espanto disse - Obrigada. Minha matéria está concluída.
_Quê? hein? Como? - não entendi nada.
_Bom, ... - ela respirou fundo. Sabe aquelas suspiradas do tipo "Vou fazer uma revelação e você vai querer me MATAR por causa disso"? Então, foi essa suspirada mesmo. - estava responsável por uma matéria sobre estresse no ambiente de trabalho. Então, como estava sem idéias, e te vi parado no corredor há duas semanas parecendo um hipogrifo raivoso por causa de um tremendo FORA. Achei que você seria a cobaia perfeita. - ela falou de maneira extremamente rápida.
Fiquei atônito.
Boquiaberto.
PUTO!!
BEEEEEEEEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMMMMMMMMM PUTO, sabe.
Tentei controlar meus ânimos, afinal ela estava assustada com a minha cara -que não devia estar das mais saudáveis, entende?- e suspirei.
Respirei.
Fundo.
FUNDOOOOO.
BEEEEEEEEEM FUNDO MEEEEEEEEEESMO!!!
E disse, calmamente:
_VOCÊ É LOUCA OU O QUÊ???
Ok. Não tão calmamente assim visto que Rachel deu um pulo para trás e bateu de costas na porta. Acho que a assustei, mas ela se recompôs rápido. Ponto pra ela. Eu ainda estava com raiva. Pô, fui feito de palhaço. Era uma cobaia, uma experiência... me senti com dez anos sendo obrigado pelo meu Tio Fred a participar das suas doidas invenções. Mas, voltando à Rachel...
_CALMA, MALFOY! - ela falou alto - tá querendo me matar por acaso?
_Até gostaria, mas passar o resto da minha brilhante vida - sarcasmo - em Azkaban...eu não acho muito legal. - mais sarcasmo.
_Bom pra mim. - ela falou ajeitando-se e abrindo a porta - seria ótimo se você melhorasse essa cara e esse humor se quiser algo com a nova colunista.
_O que sabe sobre ela? - pedi feito um cachorrinho manso. Cadê a raiva de minutos atrás? - Rachel. - chamei, mas ela fez questão de me ignorar - Rachel, pelo amor de Morgana, RACHEL ME ESPERA! - me vi gritando no corredor onde várias cabeças se viravam para ver um ruivo lindo (EU) correndo atrás da morena que ia me SALVAR. - Me escuta. - peguei no braço dela fazendo-a virar-se.
_Me solta, tá me machucando. - e devia estar mesmo. Eu malho sabe, com meu pai. Na academia que tem lá em casa... enfim...
_Desculpa. - eu pedi sincero. Ela me olhou com assombro.
_Não ouvi direito. -ela desdenhou. Filha da...
_Ok, Rachel. Desculpa. Ok? Desculpa. Desculpa e desculpa. - falei em tom aborrecido. Alguém aí já viu algum Malfoy pedindo desculpas? Hein?
_Tá certo, tá certo. Eu vou tentar te ajudar com a Le Blanc. -ela falou rindo da minha cara, mas nem liguei. Ela tinha virado minha melhor amiga agora. - mas com uma condição. - AMIGA DA ONÇA.
_Qualquer coisa. - eu devo estar pirando.
_Qualquer coisa mesmo? - ela perguntou de olhos arregalados. Fiquei pálido. Mulheres são seres terrivelmente assustadores às vezes, sabe.
_É. - eu engoli seco.
_Ok. Um dia eu te digo o que você terá que fazer. - e saiu andando. Assim, do nada. Me deixou ali com cara de pufoso molhado.
Ainda estava perdido em pensamentos sobre COMO de fato a Rachel poderia me ajudar, quando uma voz zombeteira se fez presente. Era ele. O mais-incrivelmente-pentelho SER da face da Terra: Luke Weasley Malfoy, 17 anos, Sonserina com orgulho. Meu novo "estagiário". E... meu irmão mais novo. Fala sério! Alguém MERECE irmão mais novo pegando no pé no TRABALHO? Se fosse em casa, beleza, mas no TRABALHO?? Eu taquei poção no chapéu de Merlin! Só pode.
_E aí? Fisgou a Wilson? - ele falou zombeteiro.
_O que você está fazendo aqui? - desviei da pergunta.
_Sempre responde uma pergunta com outra pergunta? - ele perguntou. Pra me irritar, ÓBVIO.
_E isso te incomoda? - eu provoquei.
_Ok. Chega. Entendi Dylan. - ele falou jogando as mãos para o alto. Ri. Já disse que adoro meu irmão?
_Ela vai me ajudar com um... - pausei estrategicamente. Luke DETESTA isso.
_Com o quê? - ele falou impaciente. Bingo.
_Com um projeto. - falei displicente fazendo-o caminhar em direção à minha sala. - então, veio mais cedo porquê?
_Ah, nada de mais. - deu de ombros.
_Mamãe de novo? - perguntei mais alerta. Sabia como Virgínia Malfoy podia ser quando queria o BEM dos filhos. (Como BEM lê-se: futuro profissional. "Afinal de contas vocês não vão viver como vagabundos só porque tem dinheiro, né?" ela sempre dizia.)
_Na verdade, foi o pai. - ele falou suspirando pesado. Afundou na cadeira à minha frente. Tive pena. Papai era BEM mais exigente conosco.
_A história de ser um Malfoy digno de novo? - arrisquei.
_É. E dessa vez, teve a Norah pra ajudar. - ele falou irritado. - Sinceramente, ela só fica do lado do pai pra me irritar.
_E o que mamãe disse? -perguntei num fio de voz.
_Que meu pai devia se acalmar. E que eu estava atrasado pro meu "estágio" com você.
_Acho que ela tentou te proteger.
_Eu tenho certeza. - ele disse rindo pra mim. Sorri também. Cúmplices. Como sempre. - Então, vai me dizer quem é o projeto da vez?
_Quem? Ah, não. Não é ninguém não. - disfarcei. Mal. Muito mal. Não sei mentir direito. - é só um projeto bobo aí...
_Dylan, desembucha. O que houve? - ele perguntou me analisando. Detestava quando ele fazia isso, porque me lembrava mamãe. Não escondia nada dela quando fazia esse mesmo olhar.
_Cara, lembra que há duas semans eu praticamente derrubei a porta do quarto de raiva? - perguntei, e ele acenou que se lembrava - pois bem, não era raiva. Era...ah, sei lá. Estava mais para uma mistura de incrédulo com puto, sabe qual é?
_Mas, o que aconteceu afinal?
_Leveiumforadeumagarotalindademorrer. - falei nervosamente. E quando isso acontece as palavras se embolam e ninguém entende.
_Quê? - viu só. Ninguém entende mesmo.
_Levei um FORA - note a elevação de voz - de uma garota linda de morrer. - repeti observando suas reações.
Primeiro ele arregalou os olhos.
Abriu a boca.
Fechou.
Abriu.
Fechou novamente.
Abriu...
E...
Riu.
Muito.
Bastante.
A BEÇA...
Já tava ficando irritado de novo, quando ele conseguiu se acalmar e me dizer...
_Tá falando que você mandou uma porta de carraca caríssima abaixo por causa de uma... garota? - ele me falou com desdém. - tá de sacanagem!
_Luke, se você tem amor à sua vida, melhor parar de rir da minha cara. - falei sério. Ele se calou. No mesmo instante. Bom menino.
_Desculpa aí, mas é que ... bom, não vejo motivo pra nenhuma garota te dar um fora assim. Você sempre teve a mulher que quis. - sorri de canto de boca, e corei nas bochechas. (Sim isso acontece de vez em quando) - me fala quem é essa garota.
_Bom. - suspirei, sentando-me novamente. Luke me encarava confuso.
_Mentira? - ele falou incrédulo.
_Ã-ham. - acenei com a cabeça.
_Mentira!! - ele repetiu num tom mais alto, levantando-se.
_Sério.
_Tá de onda comigo? - ele perguntou com histeria andando pela sala. Ele sempre foi assim, histérico. Como os Weasley.
_Luke, quer parar de ser idiota. - falei rindo. Ele sentou-se de novo.
_Conta. - falou sério. - Tudo. Como foi que isso aconteceu?
_Cara, foi no primeiro dia dela aqui. Foi assim...
*************MINI FLASHBACK***********
_Dylan Weasley Malfoy, prazer. - falei galanteador.
_O prazer é todo seu. - ela me respondeu seca, encarando-me com um olhar de ódio. Não entendi nada. O que eu tinha feito pra ela?
_Desculpe, mas... tá tudo bem com você? - perguntei educado.
_Estava... até você aparecer. - ela falou virando-se para sair da sala.
_Espera. - segurei-a pelo braço. Tenho mania de fazer isso. - eu te fiz alguma coisa?
_Nasceu, talvez? -ela falou sarcástica. Fiquei bolado.
_Ô garota, o que foi que eu te fiz hein? Te dei um fora na escola? - perguntei rindo. Ela ficou ofendida, percebi porque seus olhos ficaram num tom azul mais escuro e uma mecha rosa apareceu em seus cabelos loiro-platinados.
_Você lembraria se o tivesse feito? - soltou-se e foi embora.
Não sei porque não respondi. Me senti meio... mal... com aquela resposta. Não esperava aquilo. Achei que pelo jeito "estouradinho" ela ia sentar a mão na cara. Aquelas eram palavras que ficariam para sempre gravadas na minha memória. Meu primeiro fora. Eu, que era considerado o maior conquistador nos meus tempos de escola, tinha levado um fora. É. As coisas mudam, mas nem por isso eu vou desistir do meu objetivo. "Não vou desistir de você, querida. Pode apostar." foi o que pensei antes de virar as costas para onde ela tinha sumido no corredor e voltar para minha sala.
********FIM DO MINI FLASHBACK**********
_Então ela já te conhecia...- Luke constatou astuto. Bom Sonserino ele.
_Bingo!! A pergunta é: de onde? - eu falei meio frustrado. - não consigo me lembrar dela da escola.
_Sabe o sobrenome dela? Isso ajuda né? - ele me falou simples. Ta aí. Não tinha reparado nisso antes. - aposto como você não reparou nisso antes.
_É você tá certo. - eu falei a contra-gosto - o nome é Le Blanc. Julienne Le Blanc.
_NOSSA!!! Você esta ferrado, então. -Luke falou num tom urgente - ela não vai te querer nem pintado de ouro, irmãozão.
_Ah é? E porquê? - perguntei irritado. Como o fedelho sabia mais dela do que eu?
_A Norah me disse, que quando a gente entrou na escola, você tava no sétimo ano, lembra? - assenti com a cabeça- então... ela me falou que uma vez, quando foi procurar uma planta lá nas estufas. Não sei o que ela foi fazer lá sozinha, já falei pra não andar por aquele castelo porque é perigoso, mas ela nunca me escuta mesmo e...
_Tá. Termina de falar o que você sabe da Julie.
_Ok, ok...Julie então... - ele riu. Desgraçado. - bom, Norah falou que encontrou uma menina bem aborrecida por lá. A garota era mais velha que ela. Devia estar no sexto ano, parece. E falou em tom de aviso "É bom que você saiba ruivinha: seu irmão não é decente. Pra ninguém." Norah ficou assustada e veio correndo me contar, achando que eu tinha feito alguma travessura com a garota. Mas eu nem sabia quem era.
_Acha que é a Julie?
_Bom, Norah tinha me dito que a menina era baixinha, gordinha e esquisita. - ele falou pensando - acho que não se encaixa no perfil né?
_Com certeza não - falei com um sorriso safado nos lábios.- deve ser alguma amiga dela, provavelmente.
_Bom, vou tentar descobrir alguma coisa. Ela parece gostar de mim. - ele falou, completando rapidamente - da minha companhia. Para o trabalho. - ele falou meio desesperado e eu ri.
_Tá bem, não tô com medo de você roubar a minha garota. - falei pomposo.
_Acha que eu não sou capaz disso é? - o loiro fedelho me desafiando? É isso?
_Acho que você preza sua vida. - respondi rapidamente o fazendo sorrir.
_Ela realmente mexeu com você... - ele comentou calmamente - tá bem, não falo mais nada. - ele falou vendo meu olhar assassino. - vou lá 'colher informações'. - falou rindo.
_Espera! - falei rapidamente - e a Norah, cadê?
_No Boticário com a Tia Luna. Ela preferiu estagiar por lá. Disse que é mais "a cara dela". - ele comentou seco.
_Tá, e a Lia?
_Não te contei? Ela foi para França. Mamãe disse que ela precisava se distrair com a Tia Fleur. Acho que ela gostou da idéia de fazer compras na capital mundial da moda, sabe... -ele falou rindo e me fez rir também. - mas ela volta na próxima semana. As aulas recomeçam daqui a pouco. Temos que nos organizar ainda.
_Aulas? Academia de Aurores? - perguntei confuso.
_Para ela. Norah passou para o Projeto "Salvem as Mimbulus-qualquer-coisa" e vai para o Forte deles estudar o desenvolvimento dessas plantas em estufas. Eu, fico pro aqui mesmo. Gosto mais de escrever.
_Quem diria. O levado Luke Malfoy sossegadinho atrás de uma escrivaninha. - eu provoquei.
_Até parece. - ele falou rindo - vou ser da área de Investigação. Você vai ver.
_Boa sorte, vai ter que aturar a Rachel. -falei sentando-me displicente na cadeira. Luke arregalou os olhos e depois me fez um sinal nada educado com o dedo.
Fiquei rindo até que as palavras do meu irmão me vieram à mente: "Tá ferrado. Ela não vai te querer nem pintado de ouro." Eu não me importava com ninguém. Exceto minha mãe. Então... porque tava me sentindo assim em relação à essa tal de Julienne? Ela era bonita. Linda, na verdade. E era autêntica. E difícil. Já a vi negar vários olhares e cantadas aqui dentro. Mas porque ela conseguia ser uma flor com o Luke e um verdadeiro cacto comgio? Não entendia aquela mulher, nem o que me ligava a ela. Mas decidi que eu iria descobrir. "O que um Malfoy quer, um malfoy tem." lembrei-me do meu "lema de família" e rindo, levantei-me em direção a porta. Aquele dia na redação prometia...
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N/A: Oi Chuchus da minha vida!!!!!!!!!! *plagiando a Rachel*
Td bem com vcs??
Sei que demorei a postar, mas sabe como é a vida né gente. Uma correria só...
Enfim... Espero que tenham gostado.
Nos próximos caps vai aparecer mais um poquinho da Julie, ok? Não se preocupem.
Façam uma autora feliz: C O M E N T E M !!!!
Bjusssssssssssssssss
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