Diário de Merlin - Pt. 2

Diário de Merlin - Pt. 2



Boníssima noite, pedaço de pergaminho amarelado (me recuso terminantemente a chamá-lo diário, uma vez que, além de ser um nome estranhíssimo para um amigo, eu não escreverei aqui todos os dias, como acabei de provar ao ficar dois dias sem usar uma pena)! Desculpe-me a ausência um tanto quanto longa, mas lhe garanto que tive meus motivos.
Ontem tive de preparar todos os ritos fúnebres para a senhora minha tia. Ela, por ser católica e "trouxa" (um título estranho e grosseiro pelo qual minha mãe chamava os não-mágicos), foi enterrada em um cemitério aqui perto, atrás da capela. Às vezes eu acho o catolicismo uma coisa tão... enfadonha...
Bem, continuando, passei a noite sozinho em meu quarto. Não que fizesse diferença alguma, mas confesso que os cachorros vizinhos uivando me arrepiaram a espinha vez ou outra.
Acordei bem disposto hoje de manhã. Os pássaros cantavam como fazem toda manhã de Primavera. O barulho me incomodou, no começo, mas já me acostumei e até gosto deles hoje em dia.
Foi durante a tarde de hoje, dia terceiro do nono mês, que as coisas começaram a ficar estranhas: recebi uma visita. Um homenzinho estranho, de vestes e modos estranhos (hálito pior ainda). Minhas roupas bem cerzidas de camponês ficaram parecendo farrapos perto da elegância que ele ostentava com sua longa capa escarlate e suas botas de couro de algum animal estranho. Ele disse que era "diretor".
De acordo com as palavras dele, a "Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts" era uma escola mui tradicional que vinha, há uma média de duzentos ou trezentos anos, educando a nova geração dos bruxos e bruxas da Bretanha. Era estranho que ele soubesse meu nome, assim como tudo o mais a meu respeito. O meu talento em magia, disse ele, era algo surpreendente evoluído e precisava de orientação imediatamente.
Sem mais, ele me entregou um envelope pardo endereçado a mim com tinta verde-esmeralda e, logo em seguida, tirou a cartola e desapareceu.
Li a carta. É estranha, confesso. Porém me interessei por essa tal escola. Já ouvi minha mãe falando nela e num tal de Sytetin* ou algo do tipo. Decidi: vou até lá. Afinal, não vai me custar mais do que um ano, e anos são o que eu mais terei daqui para frente.
Mas que a carta era estranha, isso era.
Bom, vou-me agora. Até a próxima, cara folha de pergaminho.




* Slytherin – Fundador da casa de mesmo nome.

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