A Rebelião de Hogwarts
N/A: Gosto desse capítulo. Embora eu tivesse esperança de estendê-lo para o seqüestro de Luna no Natal, achei necessário explorar somente o primeiro mês e meio de rebelião. Isso significa que muito do que eu queria mostrar terá que esperar até os próximos capítulos.
Para todos os fãs do Draco, ele tem extrema importância nesse capítulo, então espero que vocês gostem.
Essa é minha versão do que acho que aconteceu nos bastidores, em Hogwarts, durante as Relíquias da Morte. Você pode não concordar ou pode me louvar, mas gostaria de ouvir seja uma ou a outra. Então, se você tiver o tempo, relaxe, passe a história para um amigo, deixe um comentário se você estiver afim, e leia o 14º capítulo de “Nas Palavras de Gina Molly Potter”.
- Parte I -
Talvez fosse o fato de que eu sentia como se eu tivesse algo para provar. Talvez fosse o fato de que todos os professores e partes do castelo fizeram de prioridade nos manter a salvo. Talvez fosse o fato de que Harry mantinha um olho em mim, via Mapa do Maroto. Talvez fosse o fato de que, na surdina, Severo Snape estava fazendo seu melhor para nos proteger.
Qualquer que fosse a razão, nunca consegui ignorar a sensação de que alguém estava cuidando de mim.
Quando Neville, Luna e eu entramos no corredor do trem, todos os membros da Armada de Dumbledore, exceto por Zacarias Smith, estavam presentes, embora ninguém realmente se importasse que Smith não tivesse conseguido chegar. Membros estavam esperando em três compartimentos, divididos em que Casas. Rapidamente discutimos entre nós três o que íamos dizer e então, cada um entrou em um compartimento.
Entrei no compartimento da Lufa-lufa onde Ana, Susana e Ernesto sentaram esperando por mim. Todos ergueram os olhos, nervosos, quando entrei, mas logo perderam aquela expressão facial quando perceberam que era eu.
“Não acho que precisemos nos preocupar no trem”, falei, enquanto fechava a porta às minhas costas, “Mas só por precaução...”, puxei minha varinha do bolso e apontei para o corredor, murmurando o feitiço Muffliato para afastar bisbilhoteiros. Voltando-me para o trio de lufa-lufinos, cumprimentei cada um com seu nome e uma boas-vindas.
“Alertei vocês”, informei, explicando o que Hermione tinha me dito na noite em que eu apertei os números de série, “Pensamos que precisaríamos de uma reforma esse ano. Já que Hermione é trouxa, não poderá voltar. Já que Harry é um Indesejado, isso o coloca fora de cogitação. Já que Rony está doente, não pôde vir. Se todos vocês concordarem, Neville, Luna e eu os estaremos substituindo como líderes”
“Liderados pela namorada de Harry Potter?”, Ernesto perguntou, olhando para seus companheiros de casa, “Não acho que exista substituto melhor aqui”, Ana e Susana concordaram.
Desviei meus olhos e vi a paisagem passando pela janela. Não esperava ter que lhe dar com aquilo tão cedo, “Nós terminamos”, falei.
“O quê?”, Ana berrou, “Mas você sabe onde ele está? Ele está por aí planejando derrotar Você-Sabe-Quem?”
Eu, sinceramente, não sabia onde ele estava naquele particular momento, “O que quer que Harry esteja fazendo, eu não sei. Ele nunca me contou nada”, falei com apenas um pouco de amargura.
“Ele está com Hermione?”, Ernesto perguntou.
“Espera aí”, Susana retrucou, “Não pode ser uma coincidência que os três tenham repentinamente desaparecido. Gina, eles estão todos planejando...?”
Interrompi-a, indicando que ela poderia estar certa, mas não era sábio dizer qualquer outra coisa, “Até onde sabemos, e até onde qualquer Comensal da Morte sabe, Rony está doente, Harry está fugindo e Hermione está escondida”
Eles aquiesceram, repentinamente entendendo a situação, talvez até mesmo percebendo porque Harry terminara comigo. Olhei para o outro lado do corredor e vi Neville falando com seus companheiros grifinórios. Ele tinha uma expressão diferente no rosto. Ele estava agindo como um verdadeiro líder.
“O maior problema”, comecei, voltando-me para a minha platéia, “é o que vamos fazer sobre a Armada de Dumbledore, porque não será a Umbridge com quem iremos nos dar. Serão os Carrows e o Snape, Comensais da Morte, e tenho certeza que eles não serão piedosos como Umbridge era”
“Ela não era piedosa”, Ernesto disse, erguendo a mão onde palavras estavam cicatrizadas.
“Comparada aos Carrows, ela parecerá com um mini-pufe”, falei, lembrando das histórias e informações que os gêmeos passaram para mim, “E, então, tem o Snape. Não acho que eu tenha que lembrar...”, minha mente voltou para meu antigo Diretor deitado, quebrado, no chão. Afastei os pensamentos.
“O que está fazendo, Gina?”, Ana perguntou, “Parece que você está tentando fazer com que nós desistamos da AD”
Sacudi a cabeça, “Estou apenas tentando fazer vocês entenderem”, respondi, “Isso será perigoso. Não será como da última vez. Não é uma brincadeira. Se vai fazer parte disso, pode se machucar. Se vai se comprometer, não faça de leve. Eu não poderia suportar nenhuma morte”
Eles ficaram em silêncio, deixando as palavras surtirem efeito. Depois de vários segundos em silêncio, Ernesto se pronunciou, “Você terminou?”, perguntou, “Sabemos os riscos, Gina, e vamos continuar com isso”, os outros lufa-lufinos concordaram.
Estava resolvido, então. Podíamos contar com aqueles três. Contei a eles o que estava acontecendo com a AD fora do colégio. Discutimos como não seria inteligente ter reuniões toda semana, mas nos encontrar só quando fosse extremamente necessário. Nos comunicaríamos via moedas e oralmente. Nosso primeiro objetivo, decidimos, era proteger todos os primeiro-anistas.
Armada de Dumbledore estava de volta.
- Parte II -
Sentada ao lado de Neville, na mesa da Grifinória, assisti os primeiro-anistas formarem uma fila para serem selecionados. Isso me entristeceu, porque eu lembrava muito pouco da minha seleção. O chapéu que fora colocado em cima do tripé, começou a cantar animadamente:
“Mil anos passaram
Um milênio passou
Os quatro fundadores vieram e sonharam
E o Colégio de Hogwarts nasceu.
O bom Grifinória pegou os corajoso
Sonserina queria os melhores.
Doce Corvinal pegou os sábios
E Lufa-Lufa o resto.
Aconselho-os aqui e agora
Que os Fundadores erraram
Separados, com certeza, cairão
Mas juntos são fortes
Mistérios não revelados,
Segredos são descobertos,
Futuros estão logo à frente,
Destinos estão traçados.
Mas é o meu dever selecioná-los,
Então, seus destinos estão em minhas mãos,
E embora eu os separe agora
Devem permanecer unidos”
Um silêncio estranho seguiu a canção de Seleção. A cabeça de Snape estava apoiada contra a mão e ele parecia entediado. Os Carrows pareciam lívidos e eu não me surpreenderia se eles tentassem queimar o chapéu bem ali.
Alguém começou a aplaudir. Lancei um olhar na direção da mesa da Corvinal, esperando ver Luna fazendo barulho; ao invés, eram as mãos de Terêncio que batiam uma contra a outra com força. Miguel e Antônio se juntaram a ele, seguidos por mim, e depois todos os membros da AD. Logo, todas as mesas, menos a Sonserina, estava aplaudindo.
McGonagall deu um leve sorriso e chamou o primeiro estudante, “Barton, Angerona!”, ela empurrou a pequena garota no banco de três pés e colocou o chapéu sobre sua cabeça.
Ela sentou com uma determinação tímida em seu rosto. Depois de alguns segundos, o chapéu gritou, “Grifinória!”. Parecendo satisfeita consigo mesma, ela pulou do tripé e começou a correr em direção à mesa, esquecendo que ainda estava usando o chapéu. Com o rosto roso, ela correu de volta e entregou o Chapéu Seletor para McGonagall enquanto a multidão ria.
Gesticulei para que a menina se sentasse ao meu lado e ela pareceu cautelosa. Hesitante, ela se colocou entre Neville e eu, querendo ansiosamente saber quem mais se juntaria a nós.
Um por um, os novos alunos foram selecionados. Enquanto cada garota e garota caminhavam para suas respectivas mesas, os membros da AD gesticulava para que eles se aproximassem. O último estudante, Simon Samson, foi selecionada para a Corvinal e Miguel lhe ofereceu um assento.
Assim que a Seleção terminou, Snape se colocou de pé. Os sonserinos imediatamente se levantaram e aplaudiram o novo Diretor. Olhando intensamente na direção deles, notei que Draco se intimidou por alguns segundos antes de acompanhar seus companheiros na ovação. Nenhuma outra mesa se levantou. O rosto de Snape endureceu, talvez para esconder a óbvia satisfação, e ergueu a mão para silenciá-los.
“É mais um ano em Hogwarts”, Snape disse, sua voz baixa ecoando pelo teto do Salão Principal, “Muitas mudanças aconteceram no curto espaço de dois meses...”
“Assassino!”, Terêncio berrou e um ofego escapou dos lábios de todos.
“Uma delas sendo que insubordinações não serão toleradas, então eu peço que se sente, Boot, ou você será apresentado aos nossos novos Disciplinadores”, Snape falou, friamente, seu cabelos acinzentados se movendo enquanto ele falava.
Um homem e uma mulher, baixos e disformes de aparência, levantaram-se perante o silêncio geral.
“Assim como seus deveres disciplinares, Amico e Aleto Carrow estarão assumindo a posição de professores de Defesa Contra a Arte das Trevas e Estudo dos Trouxas, respectivamente. Vocês são obrigados a fazer essas matérias esse ano letivo”
Os olhos de Snape varreram a multidão e imaginei-o pegando o cérebro de cada pessoa, procurando por fraquezas, procurando por um modo de nos explorar. Seus olhos pararam sobre mim por um breve segundo e, depois, ele disse, “Todos vocês sabem as regras. Se assegurem para que eu não tenha que lembrá-los”
- Parte III -
Saindo do Salão Principal, mais tarde, caminhei com Angerona e disse que seu nome era bonito. Ela ficou mais séria e me agradeceu, mas não estabeleceu contato visual. “O que foi?”, perguntei.
“Mamãe me disse para não confiar em ninguém”, Angerona disse. Demorei-me um segundo observando seu suave cabelo da cor de nozes que estava preso, mas que com certeza chegava ao fim de suas costas quando estava solto. Seus olhos eram da mesma cor dos cabelos. Dê-lhe alguns anos, e ela estaria roubando o coração de todos os rapazes.
“Ela é das espertas, então”, respondi, “Mas prometo que sou do tipo de bruxa na qual se pode confiar”, ergui minha mão. Ela pegou-a imediatamente e sacudiu-a, enquanto eu dizia, “Meu nome é Gina Weasley”
Seus olhos se arregalaram e ela ofegou, “Você é a Gina Weasley?”, exclamou, “Eu deveria saber. Kátia me falou tanto sobre você”
“Kátia Bell?”
“Ela é minha prima”, Angerona disse, seus olhos encontrando meu cabelo, “Eu estava tão nervosa que esqueci por quem procurar. Kátia disse que se eu te encontrasse, você cuidaria de mim”
Sorri, sentindo-me bem com o fato de Kátia pensar tão bem de mim, “Ela está certa”, respondi, “Aqui é um lugar assustador esse ano e estarei feliz em ajudar”
“É verdade?”, perguntou, “Você é... você é a namorada do Harry Potter?”
“Costumava ser”, falei, sentindo meu estômago se revirar. Mas ele está aí fora fazendo Merlim sabe o quê e eu estou aqui me perguntando se ele está morto... “Vamos, Ang, deixe-me lhe mostrar a Grifinória”
Corajosamente, entrei na sala de Estudo de Trouxas no dia seguinte. Eu tinha acabado de ter uma aula com o irmão de Aleto. Amico tinha falado carinhosamente sobre a Magia das Trevas, explicando que nós aprenderíamos muitas maldições úteis e que até teríamos a chance de praticá-las. Estremeci, imaginando a cena.
Já que Hermione tinha levado todos os livros sobre Horcruxes, tinha considerado encontrar com o Comensal da Morte depois da aula e perguntar sobre os malignos objetos. Eu queria desesperadamente saber contra o que Harry lutava, mas não podia estragar sua missão. Apesar do bruxo das trevas não parecer muito esperto, não podia arriscar.
Eu não estava ansiosa pelas aulas diárias de Aleto Carrows. Enquanto agarrava meu lugar próximo da frente, os Sonserinos entraram, aparentando dominar o lugar. Sentia falta de ter o Colin ao meu lado, durante as aulas.
Aleto estava esperando por nós, seu nome pintado cuidadosamente na lousa. Ela usava vestes de mangas longas, escondendo a nefasta Marca Negra que estava em seu braço. Ela sorriu, enquanto cumprimentava os filhos de Comensais da Morte que conhecia. Fez uma careta para mim. Fiz uma careta de volta.
“Bem-vindos ao Estudo dos Trouxas”, ela falou, enquanto os últimos sexto-anistas se sentavam, “Hoje não precisarão anotar nada. Hoje só ouvirão. Luzes!”, ela apontou a varinha em volta da sala e todas as tochas se extinguiram e as janelas foram fechadas para bloquear a entrada da luz solar.
Ela rumou para o fundo da sala e bateu no projetor com sua varinha, trazendo a maquina à vida, jogando a primeira figura contra a frente da sala. Era Hogwarts, mostrando a silhueta de quatro pessoas de aparência poderosa.
“No ano 990, quatro dos maiores magos e bruxas do nosso tempo fundaram o grande colégio de Hogwarts. Godrico Grifinória, apesar das boas intenções, permitiu que Nascidos Trouxas entrassem no colégio e fossem ensinados. Ele também achava que conviver com a população Trouxa era a maneira correta de viver. Salazar Sonserina discordava de Godrico Grifinória e eles seguiram caminhos diferentes”
Ela bateu com a varinha novamente e a imagem mudou, mostrando um retrato do fundador da Sonserina, “Salazar achava que seria uma decadência para o nosso estilo de vida deixá-los descobrir nossos segredos. Ele estava certo?”
Outro tapa e a figura mudou, revelando uma pessoa sendo queimada, amarrada à um tronco. “Em 1401, o governo Trouxa da Inglaterra passaram o primeiro Ato de Bruxaria. Bruxos e bruxas similares, pensando que estariam à salvo se escondessem sua varinha e sua magia, foram capturados e mortos mesmo assim”
Ergui minha mão para protestar, mas ela berrou para que eu não fizesse perguntas até que ela tivesse terminado.
Outra imagem veio à vida e o fogo consumia uma mulher que berrava. Virei a cabeça para bloquear a visão e Aleto continuou, “Muitos dos nossos conseguiam fazer magia sem varinha e se proteger, mas muitos não conseguiam...”
O berro da mulher ecoava pelas paredes e ela mudou de foto. Olhei em volta, para as caras de confusão dos meus colegas de classe. Os sonserinos encaravam intensamente a nova figura, onde brilhava o número 60.000. Isso, certamente, não era o que eles estavam esperando.
“No espaço de 200 anos, isso é o quanto dos nossos foram mortos na Europa”
Mudou de novo. Alguns homens e mulheres estavam pendurados frouxamente pelos pescoços. Senti meu estômago se revirar.
“1.692”, Aleto disse, “Tituba, membro de uma das primeiras famílias a viajar para o Novo Mundo, curou a filha de um ministro de um acidente potencialmente fatal. A garota contou ao pai e os Julgamentos de Magia de Salem começaram. A família inteira de Tituba foi executada”
Ergui a mão novamente para protestar, mas ela me ignorou.
Lentamente, imagem após imagem brilharam na frente da sala, mostrando enforcamentos, queimas, decapitações e todas as possíveis formas de execução e tortura, “A Inquisição Espanhola, o Julgamento de Bruxaria de Basque, Wurzurg, Ramsele, North Berwick!”, Aleto disse, cada uma das palavras aumento o volume de sua voz.
“Nossa raça foi obrigada a se esconder pelas superstições de mente fechada dos trouxas”, Aleto falou, “Nós, que éramos mais fortes, fomos quase que completamente extintos por causa dos ideais de Godrico Grifinória e seus semelhantes. Nós, que somos mais poderosos, passamos por fracos ao conceder conviver com uma espécie inferior”
“Mas isso não é verdade”, falei fora de hora, “História da Magia diz...”
Aleto apontou sua varinha para mim e parei de falar, “Jovem”, sibilou, “é claro que acredita em tudo que lê. Essa é a propaganda baixa de Godrico Grifinória. Sempre tentando defender os trouxas”
Sacudi a cabeça, percebendo que estava discutindo uma causa perdida, “Mas isso foi há muito tempo atrás. O mundo mudou”, falei.
Ela tocou o projetor novamente e uma cena colorida apareceu na parede. Uma garotinha negra sorria para a câmera e acenava, “Essa garotinha foi morta sete meses atrás no Kenya”, Aleto disse, “Alguns trouxas a viram fazendo mágica não-intencional”
Ela se moveu para a frente da sala, devolvendo a chama às tochas e reabrindo as janelas. Ela olhou para Ethan Taylor, “Você...”, apontou para ele, “Como sua vida foi afetada pelos trouxas?”
Ethan deu de ombros, mas percebi que as palavras estavam começando a afeta-lo. Lentamente, ele respondeu, “Minha avó tentou ajudar um grupo de trouxas antes de eu nascer. Eles a mataram... com uma... arma... acho que é assim que eles a chamam”
Harper se pronunciou, “Meu irmão caçula tentou enfeitiçar um grupo de garotos no parquinho ano passado por brigar com ele. O Ministério ameaçou proibi-lo de vir para Hogwarts esse ano”
Um por um, cada sonserino contou uma história envolvendo algum acontecimento horroroso envolvendo os trouxas. Ouvi em choque, tentando compreender o que estava acontecendo. Assisti muitos dos grifinórios à minha volta parecer confusos, como se tudo que estava sendo falado estivesse fazendo sentido.
“Você tem alguma história sobre trouxas?”, Aleto guinchou, aproximando-se da minha mesa e sacudi a cabeça, “Você é uma sangue puro. Certamente tem sentimentos definidos em relação aos trouxas roubando nossa magia”
“Eu tenho o sentimento definido”, respondi, “Minha melhor amiga é nascida trouxa. É a bruxa mais talentosa que eu conheço e não consigo entender como você pode clamar que alguém como ela roubou aquelas habilidades”
Aleto assentiu, parecendo preparada para minha resposta. Se tivesse feito sua lição de casa, sabia sobre mim, sobre minha família e sobre nossos ideais, “Espere do lado de fora da sala, Weasley”
- Parte IV -
Juntando minhas coisas, sai alegremente da sala. Estava cansada de todas as mentiras e coisas nojentas que ela estava falando. Saindo pela porta, inclinei-me contra a parede e esperei pelo fim da aula, pensando em tudo que tinha acabado de ouvir.
Era genial na verdade, o que eles estavam fazendo. Se começassem lentamente, poderiam nos guiar a acreditar que os trouxas eram inferiores e não precisavam ter preconceitos com a gente. Era lavagem cerebral, dando uma pequena dúvida em nossos ideais e tirando vantagem disso. Já podia ver as expressões de consideração de alguns dos meus colegas de classe.
A classe foi dispensada mais tarde e quando Ethan passou por mim com um amigo, ouvi-o dizer, “Odeio dizer, mas acho que ela tem razão”, queria segui-lo e colocar um pouco de bom-senso em sua cabeça.
Antes que eu pudesse agir, uma mão foi colocada em meu ombro e estremeci, olhando para trás e vendo a Comensal da Morte fêmea me encarando, “Siga-me”, ela disse.
Ela guiou-me pelos corredores até o escritório de Snape. A frente, vi seu irmão já subindo as escadas para o escritório do Diretor e nós o alcançamos antes que a porta fechasse na gente.
“Já encrencada, Weasley?”, Snape perguntou, seus olhos escuros se tornando pensativos enquanto ele se sentava atrás da mesa que não merecia. Não se ergueu para me cumprimentar.
Não tinha idéia do porquê eu estava lá, mas senti a vontade de implorar ao quadro de Dumbledore por ajuda. Analisando as longas fileiras de quadros, encontrei um vazio com o seu nome, mas se ele estivesse lá alguma vez que fosse, ele estava ausente naquele momento, para meu desapontamento.
Aleto e Amico sentaram-se um de cada lado meu. Procurei por uma cadeira para mim, mas não tinha nenhuma. Parecia que eu era forçada a ficar de pé.
“Por que estou aqui?”, perguntei.
Snape não disse nada, mas gesticulou para que um dos Carrows se pronunciasse. Amico voltou-se para mim e disse, “Queremos saber onde Harry Potter está”
Fiz uma careta, mais uma vez em perigo quer ele fosse meu namorado ou não. Sacudi a cabeça e disse, “Por que eu saberia?”
“Você não é a namorada do Potter?”, Aleto perguntou.
“Não sei de onde você está pegando sua informação”, falei, permitindo que meus olhos encontrassem os de Snape por um segundo, “Mas terminamos há muito tempo atrás. Acho que já tive essa conversa com Yaxley”
“Está mentindo!”, Amico berrou, puxando sua varinha das roupas e posicionando-a sobre minha têmpora, “Talvez você devesse começar a dizer a verdade”
Não recuei. Encarei diretamente Snape, amaldiçoando-o mentalmente por toda a dor que me causara. Repentinamente, senti algo lentamente tocar minha mente, um intruso e rapidamente passando pelos meus pensamentos estava o beijo que Harry e eu compartilhamos no seu aniversário. Se Snape estava usando Legilimência em mim, saberia que eu não estava sendo completamente honesta. Tentei ao máximo imaginar uma parede de tijolos, não conseguindo pensar em outra maneira de expulsá-lo.
“Não há necessidade de torturá-la hoje”, Snape disse, a segunda coisa que tinha dito desde que pisara em seu escritório, “Está nos contando a verdade”
Meus olhos mapearam a sala do Diretor, mas foram distraídos por um brilho às costas dele. Abafando um ofego, encarei a redoma de vidro. Guardada em uma caixa limpa estava a Espada de Grifinória, a mesma espada com a qual Harry havia matado o basilisco, a mesma espada que Dumbledore tinha deixado para Harry, a mesma espada que o Ministro tinha se negado a entregar.
Aleto soltou um som de desaprovação, “Severo, se pudemos usá-la...”
“Talvez não seja o meu julgamento que você está questionando”, Snape falou, “Se duvida de mim, então você duvida do Lorde das Trevas...”
Mas enquanto eu encarava a espada, parei de escutar. Sabia o que nós precisávamos fazer.
Depois do interrogatório e conversa no escritório de Snape, encontrei Neville e Luna no Salão Comunal da Grifinória. As bochechas de Neville tinham uma ferida profunda e Luna estava passando medicamentos no ferimento. Neville tinha se colocado contra Aleto no Estudo de Trouxas, perguntando-lhe quanto sangue trouxa ela tinha.
“Brilhante”, pensei, “Idiotice total, mas brilhante”
“O que eles queriam de você?”, Luna me perguntou.
Expliquei a eles o que os Carrows queriam e o que tinham me pedido. Expliquei como achei que teria sido usado como isca, mas Snape disse que eu estava falando a verdade. Então, cheguei à parte pela qual estava mais animada, “Vi a Espada de Grifinória”, falei, “Acho que encontramos nossa primeira missão”
- Parte V -
“Você quer roubar a espada?”, Neville falou, incrédulo, “É suicídio”
Ergui meus braços como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Dumbledore queria que Harry a tivesse”, retruquei, “E nós somos a sua armada. Qual é o melhor maneira de nos fazemos provar, se não cumprindo os desejos de Dumbledore?”
“É uma idéia maravilhosa”, Luna disse, “Mas como chegaremos ao escritório do Snape?”
Neville olhou incrédulo de Luna para mim. Sacudiu a cabeça e clamou, “Não podemos...”, falou, tentando encontrar motivos, “Uma coisa é nos opor aos Carrows. Uma coisa é nos negar a machucar uns aos outros. Mas isso...?”
“Talvez a espada possa matar Você-Sabe-Quem”, Luna disse. Escorregou sua mão para a palma de Neville a apertou-a, “Sabe que estamos certas, Neville”
Quer a ação fosse platônica ou não, repentinamente senti-me muito sozinha, mas a ação teve um profundo efeito sob o grifinório.
Neville fechou os olhos e ponderou. Depois de alguns segundos, ele os reabriu, “Vamos dar um passo de cada vez”, falou, “Vamos pegar a senha e seguir daí. Se não pegarmos a senha...”
“Desistiremos”, respondi. Mas eu não estava afim de desistir dessa missão. Se ninguém mais fosse ajudar, faria sozinha. Não dormi naquela noite, tentando encontrar a melhor solução possível para adquirir a senha.
Fazia menos de uma semana que as aulas começaram e eu já tinha decidido que aquele lugar não podia ser nada melhor do que o que meu irmão, minha melhor amiga e amor da minha vida estavam encarando. Até agora, não tinha ouvido nada sobre o paradeiro deles desde que eles estiveram no Largo Grimmauld. Se aquilo era tudo o que eles estavam fazendo, se escondendo, e eu estava lá brigando com Comensais da Morte, eu teria alguns traseiros para chutar mais tarde.
Quando o correio coruja chegou naquela manhã, recebi uma carta de Fred que simplesmente continha, “Querida Gina. Esperamos que esteja tudo bem. Ficou sabendo sobre a Dedos-de-Mel? Talvez você descubra na sua primeira viagem para Hogsmeade. Com amor, Fred”.
Aquele era o tipo de bilhete que eles prometeram me mandar se soubessem de algo que eu deveria saber. Prometeram dar o nome do lugar onde encontrá-los. Se aquilo era alguma indicação, os gêmeos estariam se encontrando comigo na passagem secreta para a Dedos-de-Mel assim que as aulas acabassem.
Quando as aulas acabaram, rapidamente me cobri com a capa e segui em direção à passagem que tinha usado uma vez com Harry. Pronunciei o feitiço adequado e cutuquei a bruxa no lugar certo e a porta se abriu. Assim que entrei, a porta se fechou às minhas costas. Segui pela passagem até ver a distinta silhueta dos meus irmãos parados ali, com as varinhas acesas.
“Olá, garotos”, falei, puxando a capa e me revelando.
Perplexos, eles tinham suas varinhas apontadas para mim e Jorge perguntou, “O que nós te demos de aniversário?”
“Espelhos de Duas Faces”, falei, “Mas não tive a chance de testá-los ainda”
Eles abaixaram a varinha e, rapidamente, abracei-os. Embora mal tivesse passado uma semana, sentia terrivelmente a falta deles. Informei-os do pesadelo que era Hogwarts e eles foram simpáticos. Pedi a eles que não contassem a história para Mamãe e Papai, porque eu tinha uma missão da qual eu tinha que cuidar primeiro e eu não precisava ser tirada do colégio já.
“Que tipo de missão?”, Fred perguntou, curioso.
Hesitei, mas sabia que eles tinham sempre sido honestos e diretos comigo, mesmo que escondessem essas mesmas coisas de Rony e do resto da família. “Vamos tirar a Espada de Grifinória do Snape”, falei.
“Irado”, eles replicaram em uníssono.
“Sei que é perigoso”, admiti, percebendo a preocupação por trás de sua admiração, “Mas não posso simplesmente me sentar, sabendo que está no escritório dele, quando Dumbledore queria que Harry a tivesse. Alguma idéia de como achar a senha?”
“Vocês poderiam tentar pedir ajuda ao castelo”, Fred sugeriu, “Os retratos, os fantasmas”
“Os elfos domésticos”, Jorge retrucou, “Aquele Dobby irá à loucura se você disse que é para ajudar Harry Potter”
Considerei todas as sugestões deles. Certamente era melhor do que ficar escondida embaixo da capa de invisibilidade do lado de fora do escritório de Snape, torcendo que Snape fosse esquecer a porta automaticamente aberta para ele ou esperar por algum professor que passasse e berrasse a senha para a gárgula. Eu apenas faria isso como último recurso, se tudo o mais falhasse.
“Quais são as últimas novidades sobre o mundo lá fora?”, perguntei, torcendo para que eles tivessem algo sobre o Trio fora a longa estadia deles na casa dos Black.
“Para começar”, Fred falou, “Ted Tonks fugirá em breve. Ele acha que ficará mais seguro sozinho, já que é uma só pessoa. Temos tentado encoraja-lo a ir para a casa segura, mas ele se nega a ser um peso”
“Embora nós devamos começar a procurar por uma segunda casa segura”, Jorge disse, “Nossa primeira está ficando cheia e nós precisamos de magia do nível do Ministério para fazê-la maior. Infelizmente, duvido que o Ministério vá cooperar no estado em que está”
“E quanto ao papai?”
“Querido velho não tem a habilidade de fazer uma casa inteira maior”, Fred informou, “Talvez um carro voador, mas não uma casa”
“A boa notícia é que estamos construindo nossas defesas mais fortes do que nunca lá fora”, Jorge disse, “Kátia, Olívio, Alicia, Angelina e Cho estão prontos para agir assim que precisarmos deles. A Ordem, na verdade, mandou-os como representantes para recrutar diferentes raças de criaturas mágicas para a causa”
“Como que tipo de criatura?”, perguntei.
“Elfos, Anões, Gremlins, Fadas, Ninfas, Faunos, Centauros”, Fred listou, “Eles disseram que tiveram pouca sorte em encontrar grande tribos. Parece que todos eles foram se esconder”
“Eles encontraram os Centauros”, Jorge lembrou-o, “Orgulhosos e teimosos, aqueles lá. Azar”
Pensei nos centauros da Floresta Proibida e em como Harry tinha falado deles. Recordei-me de Firenze, que não podia mais ensinar em Hogwarts, e em como ele não podia retornar para a Floresta graças às suas crenças. Perguntei-me por onde ele estaria.
“E quanto ao Trio?”, perguntei.
Fred e Jorge começaram a dar um sorriso maior do que os tinha visto sorrir o verão inteiro. As notícias deviam ser boas ou divertidas. Olhei de um para o outro, esperando que começassem a falar logo, mas eles pareciam gostar da ansiedade.
“Papai acha que eles invadiram o Ministério”, Fred finalmente disse.
“Eles o quê?”, berrei.
“Todas as evidências apontam para isso”, Jorge explicou, “Três funcionários do Ministério clamando terem sido atacados. Aparentemente, Umbridge tinha o olho de Moody vigiando sua sala, porque ela clama que ele está desaparecido, o que praticamente alertou à porcaria do local todo que haviam intrusos”
“Um pequeno grupo de Nascidos Trouxas foi libertado”, Fred prosseguiu, “Umbridge e Yaxley foram atacados, mas não houve danos. Uma pena, não acha?”
“Mas não podia ter sido qualquer outra pessoa?”, perguntei, “Muitas pessoas devem odiar Umbridge e Yaxley”
“Mas nem todos tem um veado como Patrono, não é?”, Jorge replicou, “Se os rumores estiverem corretos, os Indesejáveis entraram bem na toca da fera, proclamaram alto e claro que estavam lá e fugiram. Eles praticamente pregaram a maior peça do século”
“Papai acha que falou com um deles”, Fred disse, “Um Comensal da Morte com o nome de Runcorn alertou-o de que ele estava sendo vigiado. Papai falou que não fez muito sentido na hora, mas ele estava certo, depois de toda a comoção que se estabeleceu que era um deles usando a Poção Polissuco.
“Mas por que eles invadiram?”, perguntei, “Não era um número muito grande de Nascidos Trouxas. Não machucaram permanentemente nenhum dos inimigos. Por que arriscariam tanto para fazer tão pouco?”
“Consulte-me”, Jorge disse, olhando para seu relógio, “Mas é hora de irmos. Vamos nos encontrar com Ted uma vez mais para tentar convencê-lo”
Com um estalo, eles desapareceram e fui deixada sozinha na escuridão para pensar sobre a ação o Trio. “Por que eles arriscariam tanta exposição por tão pouco?”, pensei. Eu odiava Yaxley e Umbridge tanto quanto eles, mas toda aquela missão parecia como um suicídio. Tenho certeza de que eles tiveram sorte de sair de lá vivos.
Saindo do túnel e no meu caminho de volta para o Salão Comunal, parei do lado de fora do escritório de Snape. Se eu tivesse sorte, talvez alguém fosse aparecer e falar a senha. Depois de alguns minutos, percebi que não teria tal sorte. Além do mais, apostava que a maior parte das pessoas estava no jantar de qualquer forma. Quando entrei em outro corredor, parei novamente, grata por não poder ser vista.
Pansy Parkinson agarrou o braço de Draco e impediu-o de se afastar dela, “Draco, fale comigo!”, berrou.
- Parte VI -
Os olhos de Draco estavam distantes e seu cabelo loiro refletia a luz das tochas contra as paredes. “O que você quer que eu diga, Pansy?”, perguntou, suavemente.
“O que você tem feito?”, Pansy questionou, “Não ouvi de você o verão inteiro, Draco. E você tem me evitado. Crabbe e Goyle disseram que você os tem evitado também”
“Não tenho evitado você”, Draco rebateu, sua voz fria.
Pansy riu alto, o som ecoando pelo corredor aparentemente vazio. “Talvez Crabbe esteja certo. Talvez você tenha perdido a coragem”
Draco olhou para ela, mas não disse nada. De debaixo da minha capa, encarei, curiosa, o sonserino que tinha quase assassinado Alvo Dumbledore. Ele tinha tentado fazê-lo todo o semestre anterior, sem sucesso. Mesmo com o Diretor encurralado e desarmado, ele foi incapaz de fazê-lo.
Pansy deve ter pensado na mesma coisa, “Estou começando a pensar que você é todo lábia”, desdenhou, “Gabando-se o ano anterior todo sobre como o Lorde das Trevas tinha uma missão especial para você. Aposto que os rumores são verdadeiros, então. Você não conseguiu matar Dumbledore”
“Teria conseguido”, Draco disse, mas era claro que sua voz estava falhando, “mas Snape teve que interferir. Ele pegou minha glória”
“Está mentindo!”, Pansy disse, “Aposto como você queria pegar aquela proteção que Dumbledore te ofereceu. Você queria trair o Lorde das Trevas”
Draco se pronunciou rápido dessa vez, aumentando sua voz, “Você já foi ordenada para cometer um assassinato, Pansy?”, perguntou, cuspe saindo de sua boca, “Não, acho que não. Se você acha que é tão fácil, pegue sua varinha e vá matar alguém agora. Na verdade, por que você não atrai o Potter para cá ao matar a sua preciosa namorada?”
Instintivamente, agarrei minha varinha.
“Pensando melhor”, falou, puxando a sua varinha de suas vestes e jogando-a nas mãos dela, “se acha que é tão fácil, mate-me agora. Me derrube com a minha própria varinha”, ele virou a varinha para que ficasse apontada para o seu peitoral.
Pansy recuou e empurrou a varinha de volta para as mãos de Draco.
“Minha família não é nada para ele”, Draco falou suavemente, “Ele trouxe aquele sujo do Greyback para a minha casa, que prefere me comer a me proteger. Ele envergonha meu pai ao destruir sua varinha. Não dá a mínima para a minha mãe. E eu devo ficar feliz sobre isso?”
“Segure sua língua, Draco”, ela sibilou.
“O que você vai fazer, Pansy?”, Draco perguntou, rindo da sua situação, “Me entregar? Contar ao Lorde das Trevas que eu não consigo matar ninguém?”, acho que vi seus olhos brilhando com lágrimas.
“Farei o que tiver que fazer”, desdenhou, virando-se dele e caminhando pelo corredor. Sem se virar, ela disse, “É melhor você começar a repensar suas prioridades”
Quando Pansy ficou fora da visão, Draco grunhiu alto e chutou a parede. Xingou várias vezes e finalmente apenas ficou parado ali, segurando sua varinha com tanta força que os nós dos seus dedos estavam brancos. Seu típico ar de desdém arrogante tinha se transformado em puro ódio, mas não era pela garota que tinha acabado de sair da sua vida, era por ele mesmo.
O primeiro encontro da AD foi feito no último dia da semana. Nos encontramos com muita cautela na Sala Precisa, mas não para praticar feitiços, mas para algo que significava muito mais. Conversamos muito sobre os Carrows e a horrível influência que eles tinham. As aulas de Amico tinham se tornado menos sobre defender e mais sobre usar magia negra. Aleto tinha, com sucesso, transformado a aula de Estudo dos Trouxas em uma aula-de-ódio às pessoas não-mágicas.
Os Primeiro-Anistas que tínhamos colocado oficialmente sob as nossas asas estavam se dando bem, já que tinham mentores, embora nós ousássemos não os introduzir à AD imediatamente. Angerona era uma adorável garota de onze anos que me lembrava muito de mim mesma. Ela era intensa e determinada para se fazer valer. Ela até mesmo tinha expressado o desejo de se opor aos Carrows, mas não queria ser punida.
Quando Neville introduziu a idéia do roubo da Espada, todos apoiaram plenamente. Todos eles sentiram que era nosso dever buscar a Espada feita por duendes para Harry. Neville designou a cada um deles uma porção de objetos no castelo para perguntar sobre a senha.
“Nós realmente poderíamos usar de mais ajuda”, Miguel disse, “Somos só quatorze cobrindo todos os retratos do castelo”
Neville pensou sobre isso por um segundo e disse, “Não é uma má idéia, mas não sei em quem podemos confiar. E não é só uma questão de traição”
“Não podemos simplesmente sair por aí divulgando a idéia”, Ernesto replicou.
“E os Primeiro-Anistas?”, Parvati perguntou.
“Não”, Neville disse, “Não podemos pedir algo assim para eles”, ele olhou para todos nós e concordamos, “O que nós precisamos é de uma maneira para as pessoas saberem que estamos aqui sem que, necessariamente, as busquemos”
“Pichação”, respondi, rapidamente. Os gêmeos ficariam orgulhosos.
A idéia ficou popular. Os garotos do grupo todos pegaram a função de espalhar as mensagens pelos corredores. Quando todos os outros membros saíram, estavam falando sobre que tipo de mensagem iam usar.
Eu nunca tinha entrado na cozinha, embora tivesse ouvido várias histórias de Fred e Jorge. Nenhuma senha era necessária, eles falaram, tudo o que você tinha que precisa era fazer cócegas na pêra e seu mundo se abriria pára um tratamento culinário. Comida não estava na minha cabeça daquela vez. Eu precisava da senha e quem melhor para pedir do que as criaturas que eram, freqüentemente, subestimados pelos bruxos.
Viajando pelos corredores no meu caminho até lá, passei por várias mensagens pichadas feitas de maneira maravilhosa pelos garotos. “Armada de Dumbledore ainda está recrutando”, “Alvo Dumbledore: o Real Diretor”, “Snape precisa lavar o cabelo”. Eles mudaram um pouco o foco da mensagem, mas o efeito ainda seria o mesmo.
Parei na frente do quadro da gigante cesta de frutas e encarei-o, curiosa. Bati.
Depois de alguns segundos, Dobby, com um estalo alto, aparatou na minha frente e cumprimentou-me com um alto ‘olá’. “Dobby está feliz em ver a Ginna Wheezy! Ela quer algo para comer?”
“Não, Dobby, mas obrigada”, falei, “Tem outra coisa que preciso te pedir”
“É uma honra, é, sim”, Dobby falou, animado, suas orelhas indo para cima e para baixo.
“Preciso da senha para o escritório do Snape”, falei, lentamente, “Você pode consegui-la para mim?”
Dobby sacudiu a cabeça violentamente e puxou as orelhas, “Dobby é um elfo livre”, falou, “Mas Dobby prometeu proteger você e os outros estudantes. Dobby não pode ajudá-la a se colocar em perigo”
“Acalme-se”, falei, agarrando suas mãos e erguendo-o, para que ele não pudesse se machucar. Quando ele parou de se debater, coloquei-o no chão novamente. Frustrada com minha falta de sucesso, perguntei, “Quem o fez prometer que nos protegeria?”
Crack.
- Parte VII -
Outro elfo-doméstico apareceu e precisei de alguns segundos para reconhecê-lo. Era o Monstro, vestido em suas roupas esfarrapadas e parecendo velho como sempre. Eu tinha quase esquecido que ele trabalhava aqui durante o ano letivo. Eu não queria ter que lhe dar com o pequeno monstro mal educado. Prestes a me afastar do meu caso sem sucesso, notei o medalhão em volta do pescoço do elfo.
Rapidamente, sem perceber, eu tinha agarrado Monstro e estava berrando com ele, “Onde pegou esse medalhão, Monstro?”, berrei, “Você roubou-o do Harry, seu pequeno trasgo ingrato!”
“Monstro não roubou nada!”
Dobby estava pulando em volta, puxando minha manga e grunhindo, “Wheezy! Não! Monstro mudou! Monstro só tem falado coisas boas sobre Harry Potter!”
Parei de chacoalhar o velho elfo doméstico e observei-o, agitada, “É verdade?”, perguntei.
Monstro aquiesceu. “Mestre Harry tem sido muito bondoso com Monstro”, ele crocitou. Quando o coloquei no chão novamente, ele agarrou o medalhão e continuou, “Mestre Harry deu o amuleto do senhor Régulo para mim, mesmo eu tenho falhado...”, ele sucumbiu à largas lágrimas e começou a bater os pés.
“Medalhão de Régulo?”, repeti, enquanto minha mente processava a informação. “Régulo Black... RB... Poderia ser?”. “Monstro”, falei, vendo o elfo se acalmar quando disse seu nome, “O Régulo pegou algo de Vol... Lorde das Trevas?”
Monstro aquiesceu. “Ele me mandou destruir o medalhão, mas não consegui fazê-lo”, chorou, as lágrimas molhando-o, “Mundongo Flecther roubou-o. Disse que deu-o para uma senhora. Mestre Harry me prometeu que terminaria o trabalho”
“Que senhora?”
“Umbridge”
Ofeguei, com um tipo doente de contentamento. Tudo fazia sentido agora. Mesmo enquanto processava as palavras de Monstro, puxei do meu banco de memória o medalhão que tínhamos encontrado enquanto limpávamos a casa dos Black. Nenhum de nós conseguiu abri-lo, então o descartamos como lixo. Mundongo deve tê-lo roubado junto com os outros objetos da família e vendeu-o para Umbridge. Esse é o motivo porque eles invadiram o Ministério e esse é o motivo porque eles acertaram aquela tola velha senhora.
Comecei a ter pensamentos loucos. O medalhão era um horcruxe e se eles a tivessem destruído, isso significava que a Guerra acabaria em breve? Poderia existir outros objetos malignos que mantivessem Voldemort vivo? Harry finalmente voltaria para a minha vida?
“As notícias fazem a senhorita Weezy feliz?”, Dobby perguntou.
Pensei a respeito e aquiesci, hesitante, “Certamente esclarece muita coisa. Eu só queria que Harry se importasse o suficiente para me deixar saber”, falei. As palavras tinham um gosto amargo enquanto eu as falava, não acreditando completamente no que eu tinha acabado de fazer.
“Mas o mestre Harry se importa com você”, Monstro disse, “Monstro queria dizer que é uma honra finalmente conhecer a Wheezy que significa tanto para o senhor”
Desisti de corrigi-lo sobre como nós já nos conhecíamos, mas não podia culpá-lo por não se lembrar. Antes, ele era um elfo completamente diferente, enojado e mentalmente instável. Parecia que o medalhão tinha um efeito profundo na pequena criatura. Sorri ao que ele disse, esquecendo a amargura temporariamente, “O Harry falou sobre mim?”, perguntei.
“Não o mestre”, Monstro disse, “O mestre guarda muitas coisas para si. Monstro ouve os amigos do mestre falarem sobre como ele se sente. Monstro até mesmo ouve os pensamentos do mestre ás vezes. Elfos domésticos não têm permissão de ouvir os pensamentos dos seus mestres, mas sou muito velho e nem sempre consigo controlar”
Isso fez com que eu me sentisse bem melhor em relação à situação. Finalmente tinha algumas respostas para umas das muitas perguntas que eu tinha me perguntado, mas apresentava muitas outras perguntas mais agora. Se eles tinham destruído o medalhão, por que ainda não voltaram? A única explicação lógica era que tinha mais horcruxes.
Meu ânimo foi imediatamente abalado à medida que os membros da AD se aproximaram ao passar dos dias seguintes para me informar de seu progresso. Cada pessoa tinha a mesma ou similar história. As imagens, retratos, armaduras, gárgulas e fantasmas tinham se recusado a ajudar, porque prometeram manter os estudantes fora de perigo.
Sem a senha, não conseguiríamos pegar a Espada.
Com o nosso fracasso em conseguir a senha de qualquer um dos componentes do castelo, considerei confrontar um dos professores, mas se os quadros e os elfos domésticos estavam sob promessa de nos proteger, nenhum professor nos colocaria propositalmente em perigo. Na verdade, McGonagall tinha nos alertado para proceder com a AD com extrema cautela e não hesitou em dizer que achou que a pichação não foi uma idéia muito inteligente.
A resposta dos alunos foi encontrada não com entusiasmo, mas com desapontamento. Muitos nos procuraram para parabenizar nosso valor, mas muitos tinham medo pelas suas vidas para participar. Isso me deixava brava e falei muitas palavras rudes com meus colegas, muitos dos quais não as mereceram. Parecia que os únicos que queriam participar eram os Primeiro-Anistas que havíamos decididos monitorar.
“Kátia falou muito bem da AD”, Angerona disse, enquanto passávamos na frente de uma das mensagens vândalas. Filch estava trabalhando vigorosamente para borrar as palavras, mas eu sabia que ele não teria sorte para remover isso sem a magia propícia. “Outro presente de Fred e Jorge”. Angerona olhou para mim, pensativa, e disse, “Quero ajudar, Gina”
“Desculpe, Ang, mas sinto-me responsável por você”, falei, “Decidimos que não poderíamos pedir a você ou qualquer outro Primeiro-anista...”
“Harry era um Primeiro-Anista quando lutou com Você-Sabe-Quem e venceu”, Angerona observou e lembrando muito a mim mesma quando era mais nova, “E você não está me pedindo para ajudar. Eu ofereci. Não era esse o objetivo da mensagem?”
Ela era uma coisinha inteligente. Tínhamos todos nós sido tão perceptivos naquela idade? Hermione, com certeza, mas eu certamente não era. Eu tinha sido possuída pela memória de um bruxo das trevas e não tinha sido muito atenta às coisas.
“Você tem estado distraída”, Angerona observou, “Está tudo bem?”
Na minha cabeça, listei todos os motivos porque eu estava me sentindo daquele jeito, a última sendo o não acesso à senha que eu precisava. Antes que eu pudesse responder, Amico agarrou-me rudemente pelo braço, “Siga-me, Weasley”, soltei meu braço como se seu toque fosse venenoso, mas segui-o em direção à torre principal.
Do lado de fora da deprimente parada final, Amico explicou que pressentiu que eu precisava de uma prática extra com as Imperdoáveis que deveríamos estar praticando para a aula de Artes das Trevas. “E sem gracinhas”, ordenou, “Tive que punir um Sétimo-Anista por se negar a fazer. Quando voltar, quero que o arteiro aí dentro deseje nunca ter ouvido na palavra desobediência”
Claro, eu não estava prestes a usar a maldição da tortura em ninguém, não importa quais as conseqüências de recusar seriam. Abrindo a grande porta de madeira, a última pessoa que pensei que veria era um sonserino loiro acorrentado a uma cadeira.
- Parte VIII -
Os olhos frios de Draco se ergueram enquanto as tochas jogavam sombras sobre seu pálido rosto. Seus olhos se encontraram com os meus e seus lábios se moveram, como se ele quisesse falar algo, mas se segurou.
Sorri audaciosa, puxei minha varinha e vi o garoto se encolher por apenas uma fração de segundos. Caminhei lentamente até ele e coloquei a ponta da minha varinha contra a sua testa, bem entre seus olhos.
“Por tudo o que você me fez passar...”, sussurrei, duramente, “por tudo o que você fez o Harry passar...”, pressionei com mais força e ele não estremeceu dessa vez, “Eu teria todo o direito de torturá-lo e não me arrepender. Pode até ser que eu volte para a Grifinória como uma heroína”
“Então faça, Weasley”, sibilou, preparando-se.
Coloquei minha varinha contra os cadeados e cantei, “Allohomora!”. Os cadeados e correntes caíram dos seus punhos e de seu corpo, tilintando alto no chão. “Você me vale mais em seu melhor estado mental, Malfoy”
Ele ficou ali sentado, massageando os pulsos, enquanto me encarava, confuso. Guardei minha varinha no meu bolso. Pode não ter sido a ação mais inteligente, me desarmando, mas ele não estava com sua varinha. Senti-me perigosamente segura.
“Por que está em detenção?”, perguntei.
“Não importa”, murmurou, “Mas meu pai...”
“Pelo que entendi, seu pai perdeu o precioso status sob o reino do seu precioso Lorde das Trevas. Duvido que Lúcio tenha qualquer influência sob qualquer decisão que esteja sendo feita”
A carranca de Draco se suavizou enquanto eu dizia as palavras que atingiram o coração que eu não tinha certeza de que ele tinha, “Como você sabe disso?”, questionou.
Ignorei seu inquisição, “Junho passado, você deveria ter assassinado Alvo Dumbledore...”
“Eu teria, mas Snape...”
“Malfoy, cala a boca”, rosnei, “Você não está enganando ninguém. Dumbledore te ofereceu santuário e você ia aceitar, não ia?”
Os olhos de Draco se fixaram em mim, tentando descobrir meus motivos. “E daí se eu tivesse?”, perguntou, “Ele está morto agora. Não importa o que eu ia fazer, importa?”
“Importa mais agora do que nunca”, falei, “Ajude-nos e, quando o momento chegar, poderemos ajudar você”
“E se eu recusar, você vai me torturar?”
Sacudi a cabeça. “Então, nós esquecemos que tivemos essa conversa. Voltarei à minha resistência de Hogwarts. Você pode voltar para a sua miserável existência, torcendo para que Greyback não arranque seu pescoço com uma mordida”
Ele estremeceu. Suas mãos descansavam em seu colo e ele realmente sucumbiu a movê-las, nervosamente. Por um segundo, pensei que ele estava prestes a pular do banco e me atacar. Ao invés disso, ele sussurrou, “Não vou me juntar ao seu clubinho ridículo ou pintar mensagem alguma nas paredes”
Dei um meio-sorriso, apreciando o fato de ter o controle. “Não, eu não esperaria isso de você. Tudo o que quero de você é conhecimento, Malfoy. Você tem orelhas aonde eu não tenho. Se ouvir qualquer novidade sobre a minha família, meus amigos ou Harry, agradeceria se as passasse para mim”
“Como você propõe que eu faça isso sem me comprometer ou à minha família?”
“Você é um sonserino”, lembrei-o, “Tenho certeza que pensará em um jeito, enquanto continuar mantendo as aparências”
Sacudiu a cabeça, incrédulo, “Conhecimento”, repetiu, “Tenho certeza de que você está esperando que isso seja espalhado pelo castelo”
Assenti. “Já tenho uma pergunta simples para você. Você sabe alguma senha nesse castelo que não seja a usada para o Salão Comunal?”
Ele me olhou com curiosidade. Claro, ele poderia mentir para mim e eu nunca saberia, mas eu não teria chegado tão longe nessa conversa se ele não estivesse, ao mínimo, considerando minha oferta. Finalmente, ele sacudiu a cabeça e disse, “Não”.
Silêncio entre nós. Estaria ele me enganando? Olhei para aqueles olhos sem esperanças e vi a verdade. Ele estava sendo honesto.
“Diga-me, Weasley”, Draco disse, “Como seus amigos se sentem em relação ao nosso pequeno acordo?”
“Eles não sabem”, respondi. Enfiei a mão no meu bolso e tirei um galeão de lá. Joguei-o para ele, “Se você precisar de ajuda, é assim que entrará em contato comigo. E, Draco...”
Ele ergueu os olhos rapidamente ao uso de seu primeiro nome.
“Quando Carrows voltar, aja como se eu tivesse te torturado”
Um desdém passou pelo seu rosto, enquanto ele esfregava a moeda em sua mão. Enquanto eu girava para ir embora, acho que vi um brilho de esperança em seus olhos desesperançados. Talvez eu tenha salvado uma alma naquela noite.
Sem sorte alguma em encontrar a senha, entrei em obsessão. Qualquer tempo livre que eu tinha nas duas semanas seguintes eram devotados a andar do lado de fora da entrada do escritório de Snape por baixo da capa de invisibilidade, mas enquanto eu estava lá, ninguém entrava.
Comecei a deixar de comer e perder noites de sono na esperança de ouvi-la. Esperaria horas noite adentro apenas para adormecer contra a parede. Luna sempre me encontraria de manhã e me guiaria de volta para o meu quarto. Pelos últimos dois dias antes que eu descobrisse a senha, eu tinha até mesmo cabulado todas as minhas aulas.
Neville e Luna estavam furiosos comigo por não tê-los consultado sobre o meu acordo com Draco. Depois de discussões acaloradas, convenci-os de que era benéfico, mas não antes de fazer a Luna chorar e Neville se negar a se sentar no mesmo recinto que eu. Por um bom motivo, Neville e Luna estavam extremamente preocupados comigo.
Ainda assim, no meu mundo, a única coisa que importava era a Espada. Graças à falta de sono e comida, estava constantemente tremendo e mal conseguia segurar minha varinha firmemente quando a usava. Para resumir, eu estava mal emocional e fisicamente. Eu estava flutuando perigosamente próxima de um surto.
Encontrei-me no banheiro perto do fim de Setembro, lavando meu rosto para esfriar minha pele, quando perdi o equilíbrio. Desorientada, praticamente cai em cima de Angerona.
“Gina!”, ela berrou, “O que está acontecendo?”
“... senha...”, falei, com dificuldade.
“O quê?”, ela chorou, “Sobre o que você está falando?”
“... senha...”, repeti, “... Escritório do Snape...”
“Quando foi a última vez que você dormiu?”
Não respondi. Ela me levou para Madame Pomfrey e me ajudou a me deitar. Ela me alimentou com pequenas porções de comida à ordem de Pomfrey. Com comida no estômago, percebi quão faminta eu estava. Ela umedeceu minha testa com um pano na tentativa de quebrar a febre que eu tinha desenvolvido.
Acordei horas depois. Angerona não deve ter saído do meu lado. Sentia-me melhor do que antes, mas ainda estava muito fraca. Abraçando-a, agradeci à garota por me levar até lá. Suportando meu peso, sentei-me e disse que tinha trabalho a fazer.
Ela em empurrou de volta para cama. “Autumn”, ela disse, para a minha expressão confusa, “Ouvi um dos Carrows usar para entrar no escritório de Snape”
- Parte IX -
A palavra me deixou sóbria imediatamente. Revitalizou-me e deu-me um motivo para continuar forçando o assunto. A esperança se espalhou pelas minhas veias. Agarrei minha moeda da AD e mandei a mensagem urgente para todos os membros. Para a reclamação de Pomfrey e Angerona, escapei delas e encontrei a Armada na Sala Precisa.
Rapidamente, formamos um plano.
Luna, Neville e eu rastejamos, lentamente, escada acima. Nossas varinhas estavam a postos, prontas para qualquer coisa. Os espelhos estavam em nossas mãos e nossos ouvidos atentos à qualquer som de aviso dos nossos vigias. Pisando no escritório vazio, vários quadros falaram, ultrajados.
“Senhorita Weasley? Senhorita Lovegood? Senhor Longbottom?”, disse uma voz familiar de um quadro que estava vazio tantas semanas atrás. Dumbledore prosseguiu, “A julgar pelas suas vestes, teria que chutar que professor Snape não lhes deu permissão para estarem aqui”
Minha amargura tinha sido construída consistentemente durante as últimas semanas. Olhando para meu falecido diretor, senti raiva dos seu comentário casual em relação ao seu assassino. Certamente ele sabia que dividia o recinto com o estúpido homem que o matara. Com uma atração aparentemente além do meu controle, caminhei em direção ao quadro.
“Não é hora para conversa, Gina”, Neville sibilou, passando por mim. Apesar de suas palavras de cautela, ele se inclinou contra a mesa de Snape e esperou por mim. Luna seguiu-o e imitou-o.
Não consegui desviar meus olhos dos olhos azuis escondidos por trás do óculos de meia-lua. Esse era o homem que tinha todas as perguntas para as respostas que eu vinha me perguntando, “Onde está o Harry?”, perguntei, sabendo muito bem que aquele não era o momento, mas ao mesmo tempo, não me importando, “Para onde você o mandou?”
“O que eu disse antes não mudou desde que morri”, Dumbledore respondeu, mas seus olhos não brilharam. Talvez olhos não possam brilhar quando são imitações da vida.
“Então, eu só saberei quando ele vencer ou morrer?”, perguntei, um pouco mais alto que antes, “Ou segredos ainda serão mantidos de mim?”
“Minha querida, você não compreende...”
Interrompi-o e berrei, sem qualquer discrição, “EU AMO ELE!”, alguns outros diretores abriram os olhos graças ao barulho, “Eu deveria saber o que ele está fazendo”, lágrimas estavam começando a se formar, mas as interceptei. Enraivecida, limpei-as e me amaldiçoei por ser tão fraca.
“Gina, por favor...”, Neville disse, às minhas costas.
“Senhor Longbottom, deixe a garotar dizer o que pensa”, Dumbledore disse, “Sentimentos que são deixados guardados no interior, apenas crescem com mais força. Tenho certeza que ela tem estado com uma terrível necessidade de se expressar dessa maneira há muito tempo...”
“Mas, professor...”
Dumbledore ergueu a mão e o calou. Mesmo em sua existência bidimensional, não tinha perdido sua influência. Ele sempre mantivera uma calma percepção dos eventos à sua volta e sua imutável personalidade me enfureceu e perdi minha calma.
“O que é uma horcruxe?”, perguntei, alto.
Dumbledore não parecia nem um pouco surpreso. Ele me encarou admirado, concentrado, como fizera tantas vezes quando estivera vivo. Talvez isso tivesse se tornado hábito de sua Legilimência, mas leitura de mente não poderia ser feita por uma figura.
“Você sempre soube mais do que as pessoas achavam”, Dumbledore disse, suavemente, “Só desejei protegê-la. Se soubesse a verdade, só consigo imaginar o que ela faria com você e como você procuraria por Harry. Seu lugar é aqui, entre os alunos e o mal que controla esse colégio”
“Você não tinha como saber”, falei, “Nem mesmo você pode prever o futuro. Se pudesse, não teria morrido...”, senti que não havia necessidade em aprofundar no assunto. O resto estava implícito. “Harry não estaria por aí... Voldemort não teria o controle... Eu não precisaria ficar entre os alunos e o mal...”
“Meu tempo era limitado”, Dumbledore retrucou, “Assim como era a falta de influência de Voldemort nesse colégio. Sim, seu lugar é aqui. O de Harry é lá fora, cumprindo sua missão”
“Ele tem o medalhão”, falei, e Dumbledore parecia satisfeito, “Então, por que ele não voltou? Por que ele não o destruiu e voltou para nós... para mim?”
Por uma fração de segundos, seus olhos se moveram. Rapidamente acompanhei sua visão desviada e encontrei a Espada de Grifinória. E foi aí que outro pedaço do quebra-cabeça se encaixou. A razão pela qual eles não voltaram era porque eles não tinham como destruir o medalhão. “Veneno de basilisco”, lembrei da Hermione dizendo, e a Espada, de um jeito ou de outro, tinha mantido o veneno do basilisco quando Harry perfurou o monstro na Câmara.
“O que vocês estão esperando?”, a voz de Anthony emanou do bolso de Neville, “Snape está voltando agora mesmo”
“É para isso que eles precisam da Espada, não é?”, perguntei. A arma era a chave para a vitória de Harry e seu retorno seguro para mim. Se eu não tinha um motivo propício para roubá-la antes, a partir daquele momento, eu tinha.
Luna apontou sua varinha para a redoma e berrou, “Reducto!”. O vidro se despedaçou, “Ah, que bom”, falou, sorrindo, “Foi mais fácil do que esperava”
Ignorando os pedidos de Dumbledore, agarrei o punhal da Espada em meio aos estilhaços de vidro, ignorando as rápidas fisgadas de dor na minha mão, onde os vidros entravam e puxei a Espada de onde estava confinada. Segui Luna e Neville descendo as escadas.
Assim que alcançamos a saída, a porta se abriu e Snape parou lá, com alguns de nossos espelhos de duas faces em suas mãos. Com desdém, ele os jogou no chão e passou por cima deles enquanto se aproximava, os objetos estalando sob sua bota. “Digam-me”, rosnou, “Depois que vocês roubarem a Espada do meu escritório, como estavam planejando entregá-la ao ilustríssimo senhor Potter?”
- Parte X -
Lentamente, recuamos alguns degraus. Neville e Luna ergueram suas varinhas na direção do diretor. Apoiando-os mais afastada, agarrei a espada fortemente com as minhas mãos. Elevei a lâmina numa maneira ameaçadora por cima da cabeça dos meus protetores.
Snape riu, zombeteiro. “Vão me matar?”, seu lábio superior se curvou e sua varinha estava apontada diretamente para nós, “Vão em frente”, se aproximou, fazendo-nos recuar um pouco mais. “Mas tenham certeza de que estarão preocupados para as conseqüências. Assassinato, não importa o quão justificável ou planejado, não deve ser cometido levianamente”
“E você cometeu levianamente quando matou um homem desarmado?”, Neville berrou, enquanto subíamos mais um degrau.
“Você foi um covarde!”, Luna deu um berro histérico, embora sua voz estivesse trêmula.
“Não me chame de COVARDE!”, Snape gritou.
A essa altura, nós estávamos no topo da escada e dentro do escritório. Tropeçando para trás diante da força de suas palavras, perdi a força sobre a Espada e ela caiu no chão, retinindo.
“Severo”, Dumbledore disse. Que bem ele faria agora? Ele só poderia miseravelmente falar em nossa defesa, “Imploro para que tenha compaixão”
“Não me fale como dirigir essa escola, Velhote!”, Snape berrou com o quadro e imaginei essa cena, ou uma semelhante à essa, acontecendo antes. Snape voltou-se para nós, “Tenho toda a autoridade e direito de matar vocês três agora mesmo, mas sangue bruxo espalhado é um desperdício”, falou, “Hagrid tem um trabalho a ser feito na Floresta amanhã à noite. Servirão a detenção com o meio-gigante a semana inteira”
Luna e Neville tiveram que, literalmente, me arrastar para fora do escritório. Mergulhei em direção ao chão, tentando pegar a Espada, mas eles conseguiram me segurar. Berrando todas as obscenidades que conhecia, eles me puxaram para longe de Snape, enquanto eu berrava e chutava. Minha voz ecoava pelo corredor, enquanto eu soltava, histérica, “TEMOS QUE VOLTAR! PRECISAMOS DA ESPADA! NÃO!”
Uma raiva incontrolável me tomou. Chutando os vasos e jogando para longe tudo pequeno o suficiente em que eu conseguia colocar as mãos, descontei a minha fúria. Estávamos tão próximos da vitória e nos tinha sido tirada tão facilmente. Peguei o espelho que eu tinha em minhas mãos e arremessei-o, despedaçando-o contra a parede do Salão Principal graças ao impacto.
Eu não agüentava mais. Respirando rapidamente, sentei no sofá, levemente me balançando para frente e para trás e murmurando coisas incoerentes entre minhas respirações. A falta de sono e alimentação propícia tinham mostrado seu efeito sobre meu corpo e minha mente. Meu coração doía de solidão. Eu tinha tentado tanto ser forte por Harry e tinha falhado; tinha alcançado meu limite.
Não me lembro de Luna sentando ao meu lado, mas ela estava lá, acariciando o meu cabelo e prometendo coisas que eu não achava que aconteceriam. Quando ela falou, falou suavemente, “Snape encontrou todos no corredor com os espelhos. Não foram punidos. Nós... nós tivemos sorte”
Eu não me importava, naquele momento, com como eu seria punida. Nada podia ser tão ruim quanto o que eu estava sentindo. Ponha a maldição da tortura em mim, não me importo. Luna continuou a acariciar meu cabelo enquanto eu tremia incontrolavelmente.
“Gina”, Luna disse, “Se você soubesse o futuro e Harry fosse morrer, o que você faria?”
A pergunta era estranha, mas eu sabia a minha resposta, “Faria a mesma coisa que Harry faria por mim”, sussurrei, “Faria qualquer coisa que pudesse para impedir”
“E se essa fosse a única maneira de impedir Você-Sabe-Quem?”
Meu corpo endureceu, enquanto eu deixava que as palavras surtissem efeito. “Harry tem que morrer...?”
“Não sei”, Luna disse, “Mas se fosse o caso, o que você acha que Harry faria?”
Engoli em seco, sabendo exatamente o que o amor da minha vida faria se a situação fosse aquela. Se Harry tivesse que sacrificar a si mesmo para salvar o mundo, ele poderia hesitar, mas aceitaria. Se isso significasse que as pessoas que ele ama iam ser poupadas, ele faria...
Talvez esse fosse o motivo. Talvez, meu conhecimento do destino de Harry poderia comprometer a vitória que era tão desesperadamente necessária naquele mundo. Para resumir, eu estava sendo egoísta...
Enquanto Luna me consolava, chorei em seu ombro, notando que tinha havido outro ano em que eu chorara tanto. Com cada lágrima, liberava os sentimentos de ressentimento e amargura. Eles se dissolveram em minhas roupas e no cabelo de Luna, libertando-me da raiva que eu sentia. Enquanto a noite prosseguia, não me lembro de ter adormecido.
- Parte XI -
Voltei relativamente ao normal. Meus hábitos alimentares e horários de sono tinham voltado a ser saudáveis. Ainda sentia horrivelmente a falta deles, mas tinha encontrado um novo nível de compreensão que eu tinha perdido desde que Yaxley quebrou algo dentro de mim, no casamento.
Nós três caminhamos em direção aos jardins na noite seguinte para nossa detenção com Hagrid. Nós estávamos de bom humor, já que não esperávamos nada além de uma caminhada pela floresta.
“Quero dizer que sinto muito pelo modo que tenho agido nesse último mês”, falei, enquanto saíamos do castelo e entramos na leve luz do crepúsculo que se aproximava, “Tenho sido uma verdadeira idiota”
“Eu não gostei muito de você”, Luna disse, francamente, “Mas acreditava em você e sabia que melhoraria”
“É bom ter a nossa Gina de volta”, Neville replicou, segurando minha mão e apertando-a com firmeza, “Sentimos sua falta”
“Senti minha falta também”, rebati, grata por ter amigos tão compreensíveis, “E desculpem não tê-los consultado sobre o Malfoy”
“Estive pensando sobre isso e acho que fez a coisa certa”, Neville falou, “Mas eu não vou interagir com o Malfoy. Isso vai ficar por sua conta”
“Mas, Gina”, Luna se pronunciou, seus olhos mostrando medo, “E se você se apaixonar pelo Draco?”
Houve um estranho silêncio, enquanto eu parava abruptamente e encarava Luna, perplexa. Sem aviso, comecei a gargalhar alto, logo seguida por Neville. Luna inclinou a cabeça levemente para o lado, não entendendo o que ela dissera para causa tanta histeria, “Valeu, Luna”, falei, entre lágrimas de riso, “Eu precisava disso”
Quando encontramos Hagrid, ele nos cumprimentou com um ‘olá’ e tentou parecer insatisfeito com a nossa presença. “Vocês, crianças, vão acabar se matando”, murmurou, enquanto colocava uma corrente em torno do pescoço de Canino, “No que estavam pensando, invadindo o escritório de Snape daquela maneira, roubando aquela Espada?”
“Só estávamos tentando cumprir o último pedido de Dumbledore”, Neville respondeu, “Sentimos muito se o preocupamos”
“É claro que fiquei preocupado com vocês!”, Hagrid retorquiu, “Mas também estou extremamente orgulhoso de todos vocês, se opondo ao Snape e aos Carrows. Mas não poderão tentar fazer aquele truque de novo. Snape não manterá aquela Espada agora que vocês quase a tomaram”
Hagrid nos guiou pelo lado de sua cabana, que tinha sido reconstruída desde que o fogo a consumiu no último ano letivo. Com seu guarda-chuva rosa em uma mão e a coleira de Canino na outra, ele nos levou para a floresta.
“Imagino que Snape deve ter pensado que nós odiaríamos ir com você para a Floresta”, Luna disse, “Mas eu acho sua companhia agradável”
“É estranho”, retruquei, “Snape tem estado aqui há anos. É de se esperar que ele saberia o quanto nós gostamos de Hagrid. É quase como...”, pausei, pensando nas ações de Snape em relação ao Largo Grimmauld e o interrogatório dos Carrows sobre mim semanas atrás. Adicione o incidente com a Espada e que lá tinham três coisas que Snape fez para nos proteger, “... sei lá... nos protegendo?”
“Ele assassinou Dumbledore, Gina”, Neville disse, baixinho.
Aquiesci, sentindo um aperto no meu coração. Mordi meu lábio, pensativa, pensando que algo não estava se encaixando.
“Além do mais”, Hagrid interferiu, “Não será um piquenique aqui”, olhou nervosamente para as árvores e as sombras. Canino farejou o ar e ganiu, “As criaturas perigosas da Floresta não podem entrar no território do colégio por causa dos feitiços protetores”, cortou o ar com seu guarda-chuva, “Estamos removendo-os por um curto período de tempo essa noite”
“O quê?”, nós três exclamamos.
“Depois da aventura de vocês ano passado, eles querem dementadores patrulhando os terrenos e corredores para que não se repita”, estremeceu como se um dementador já tivesse se aproximado dele, “Não acho que só meu Patrono vá fazer muito contra aquelas malditas coisas”
“O problema será deles”, Neville retrucou, sacando sua varinha, “Todos os membros da AD podem produzir um Patrono”, deu um tapinha no cotovelo do grandalhão, “Não se preocupe, Hagrid. Teremos, ao menos, duas pessoas aqui todas as noites para te ajudar”
Cada um de nós conjurou seu Patrono para provar ao Hagrid que estávamos falando sério e para nos proteger enquanto estávamos prestes a deixar as apavorantes criaturas entrarem nos terrenos de Hogwarts.
Encontrei os gêmeos pela última vez na noite seguinte na passagem secreta. Imediatamente depois do jantar e antes que os dementadores tivessem sua entrada permitida, agarrei minha capa e segui meu caminho em direção a eles.
Abracei meus irmãos por um longo tempo e depois informei-os sobre as últimas cinco semanas. Eles pareciam orgulhosos da sua irmã caçula, dizendo que nós estávamos nos tornando os melhores pregadores de peça que esse colégio já tinha visto. Quando contei a eles sobre os espelhos e pedi por um reabastecimento, eles falaram que não podiam.
Eles estavam se escondendo e tinham começado um programa de rádio. Eles explicaram o conceito básico que Lino tinha mencionado no casamento e quem estaria envolvido. Eles o chamavam de Vigília Potter e falaram que eles me fariam adivinhar a primeira senha, mas em vista do meu recente dilema com senhas, eles alegremente me contaram que meu nome era a primeira.
Eles não tinham nenhuma novidade sobre o Trio, mas me informaram que Tonks estava grávida de dois meses. Berrei, animada, por aquela notícia. Abraçando-os como despedida, eles falaram que tentariam voltar com mais suplementos.
Saindo da passagem, minha capa ficou presa e me descobriu. Apressando-me para vesti-la novamente, virei-me e fiquei cara a cara com Draco Malfoy.
Ele se abaixou e recolheu a minha capa do chão, “Ora, Weasley”, percorreu o material com as mãos, “Vejo que Potter te deixou algo para que você se lembre dele”
Segurei minha língua, torcendo para que ele visse que eu não estava procurando por uma briga, torcendo para que ele se lembrasse do nosso acordo.
“DRACO?”, veio a voz de Amico, “VOCÊ A ENCONTROU?”
- Parte XII -
Draco xingou e jogou a capa de volta para mim. Consegui vesti-la bem no momento que Amico virava o corredor.
“Encontrou a garota?”, Amico perguntou.
O tempo parou. Eu devo ter demorado muito com os gêmeos e deve ter passado da hora. Logo os dementadores estariam nos corredores. De alguma forma, eles sabiam que eu não estava na cama. Eu sabia que devia ter usado minha capa antes de sair da torre. Aguardei, ansiosa, para ouvir o que Draco diria.
“Não”, mentiu.
“Então, com quem estava falando?”, Amico perguntou.
“Achei que a tinha visto”, ele disse, “Mas deve ter sido outra pessoa”
Sai andando nas pontas dos pés pelo casal, enquanto Amico estudava o rosto de Draco em busca de qualquer indicação de que ele estava mentindo. Por trás de Amico, parei e olhei na direção do sonserino loiro.
“Professor Carrows”, ele disse, seus olhos movendo-se ansiosamente, na esperança de que eu ainda estivesse ouvindo, “Você precisará de alguma ajuda para cuidar das passagens secretas?”
“Aleto e eu não precisamos da ajuda dos alunos com isso”, Amico respondeu, “A magia negra que usaremos nas entradas não são conhecidas por Sétimo-Anistas”
“Meus amigos e eu usamos as passagens ás vezes”, Draco disse, “Devemos parar?”
“A não ser que queira morrer, Draco, siga em frente e continue usando-as”, Amico sorriu, “Mas eu odiaria desperdiçar um feitiço tão maravilhoso em um sonserino. Vamos torcer por um Weasley ou um Longbottom”
“Ou um Potter?”
Amico gargalhou alto, “Se ele passar pelo Encanto de Caterwauling na vila, então, sim, nosso feitiço tomará conta dele sem dificuldade alguma”, gesticulou para que Draco o seguisse, “Agora, continuemos nossa procura, Draco”
Os Carrows não eram os Comensais da Morte mais inteligentes. Nós éramos sutis com nossas rebeliões no primeiro mês do ano letivo, focando principalmente em adquirer a Espada. Recusávamos a participar da propaganda anti-Trouxas e nos recusávamos a torturar nossos colegas.
Depois do incidente com a Espada, eles entenderam rapidamente que não éramos apenas revoltados ao acaso e que não éramos indivíduos sem senso de unidade. Nós éramos um grupo, unido, nos opondo entre eles e os estudantes. Uma vez que perceberam isso, aumentaram seus esforços para nos impedir. Desnecessário dizer, aumentamos nossos esforços para impedi-los em resposta.
Eles deixaram os dementadores entrar, nós mandamos nossos Patronos para responder a isso. Eles nos mandam para detenção para torturar estudantes, nós os soltamos. Eles nos mandavam para ser torturados, nós, praticamente, pedíamos por mais.
O estranho mistério de Snape não desapareceu. Tornou-se aparente qual punição era designada pelo diretor e qual era pelos Carrows. Enquanto Snape revigorou o decreto de Umbridge proibindo clubes, organizações ou times, os Carrows, eles mesmos, nos torturavam em detenções. Quando fui pega por Snape conjurando meu Patrono, ele me baniu de Hogwarts. Quando os Carrows me pegaram, eu fui chicoteada. Ainda tenho as cicatrizes nas minhas costas.
Setembro acabou e Outubro se lançou sobre nós.
Aproximando o meio de Outubro, sentei com Neville durante o jantar. Seu rosto não estava completamente curado das detenções anteriores e duvido que algum dia chegará a ser o mesmo. Você não poderia saber ao sentar com ele. Ele ainda estava cheio de esperança e otimismo, mesmo quando outros membros da AD pareciam perdidos.
Era incrível como nós ainda conseguíamos falar sobre coisas normais, mesmo com a Rebelião de Hogwarts acontecendo. Conversamos sobre o teste de Transfiguração que se aproximava e nos perguntávamos se McGonagall pegaria leve com a gente.
Enquanto eu me inclinava sobre a mesa, minha varinha caiu do meu bolso e girou para alguns metros de distância. Levantei-me para recuperá-la e, enquanto eu me abaixava para pegá-la, alguém pisou na minha mão. Erguendo os olhos, vi Draco Malfoy esborrachado no chão e Crabbe e Goyle o assistiam se colocar de pé novamente.
Ninguém tinha visto a não ser por alguns Primeiro-Anistas sentados próximos e eles não ousavam rir de um sonserino. Os olhos de Draco foram da mesa que o assistiu e, então, volto para mim. Ele passou a mão pelas vestes e desenhou, “O que está fazendo, Weasley?”, perguntou, “Sentiu falta do chão onde tem que dormir quando está em casa?”
Crabbe e Goyle riram e revirei os olhos. Suas palavras não tinham mais efeito em mim, já que eu sabia que elas eram só para manter as aparências, “Cala a boca, Malfoy”, falei, clichê.
“Ouvi dizer que os Seqüestradores encontraram alguém que se parecia horrivelmente com o seu irmão”, Draco falou enquanto eu dava as costas para ele, “Pensei que ele estava em casa, morrendo”
Congelei. “Eles capturaram Rony?”. Voltei-me para ele, com os olhos assustados e suplicantes.
“É uma pena que ele tenha fugido”, Draco disse, “Teria amado ler aquela manchete”, ele ergue a varinha e escreveu no ar, “Amigo Coelho de Harry Potter Capturado”.
Corri na sua direção, varinha em punhos e empurrei-o contra a parede. Pressionei a varinha contra a sua têmpora e ele estremeceu. Suavemente, eu sussurrei, “Obrigada, Malfoy”, e soltei-o.
Ele sacou a varinha de seu bolso e apontou-a para mim, enquanto eu me virava, meu cabelo vermelho dançando às minhas costas. Embora nunca se deva dar as costas para um inimigo, sabia que esse sonserino em particular não estava prestes a me torturar, especialmente porque o professor Flitwick entrou em cena e perguntou ao Draco o que estava acontecendo.
Sentei ao lado de Neville com uma expressão convencida.
“O que foi aquilo?”, sussurrou.
“Seqüestradores quase pegaram o Rony”, sussurrei em resposta.
Minhas mãos escreviam furiosamente na página de um diário, enquanto um escritor desconhecido respondia para mim. Rapidamente, testemunhei os eventos do meu primeiro ano, dançando numa neblina.
Na câmara, assisti Tom sair do diário e rir da minha estupidez ao confiar nele, “Você não tem medo de mim?”, sibilou.
Ao invés de Harry vencer, dessa vez o basilisco o matava. Ele estava deitado no chão do recinto cavernoso, aos meus pés. Eu não era mais Gina Weasley. Eu era Tom Riddle. Eu era Voldemort. Eu era...
“Sinto tanto a sua falta, Gina”
Sentei-me na minha cama, acordando de meu pesadelo com uma fina camada de suor e lágrimas. Agarrei minha varinha e acendi cada vela e torcha no quarto. O vento do meio de Outubro assoviava do lado de fora.
“Harry?”, chamei, para o quarto.
Nenhuma resposta.
Eu poderia jurar que tinha sido acordada por sua voz. Estava bem ao meu lado, sussurrando em meu ouvido, como se ele estivesse falando isso enquanto parava ao lado da minha cama. Estremeci, porque sabia que aquilo não fazia parte do meu sonho. Para minha decepção, não consegui encontrar quem eu procurava.
Mas de alguma maneira, Harry estava pensando em mim, perguntando-se se eu estava bem, usando a lembrança do meu amor para lhe dar esperança. Fechei os olhos e me concentrei, torcendo que eu pudesse prover, naquela noite, algum conforto para o homem que eu amava.
Apaguei as luzes e sussurrei para a escuridão, “Eu também sinto a sua falta, Harry”, e torci que ele pudesse ouvir.
N/A: Quando escrevi o décimo segundo capítulo, fiz Gina bastante compreensiva em relação à decisão de Harry. Nesse capítulo, Gina começa a duvidar de seu julgamento e passa por um momento difícil. Imagine que seu melhor amigo, seu irmão e o amor da sua vida estão em uma missão que pode matá-los. Sua família está em constante perigo. Seu namorado termina com você para te manter em segurança, mas essa idéia foi deixada em frangalhos assim que você pisou no colégio. Acho que isso é mais do que suficiente para levar alguém a um surto...
Pode ser que vocês não gostem muito que eu tenha feito o Draco “bom”. Se você leu Relíquias da Morte, estou apenas seguindo o desenvolvimento do personagem. Na Mansão dos Malfoy, é óbvio quem Hermione é (talvez não o Harry), mas Draco ainda assim se nega a reconhecê-la. Quando chegamos a cena da Sala Precisa, pode parecer que Draco está CONTRA Harry, mas suas ações me lembrar mais as de Snape. Ele se recusa a machucar qualquer pessoa (aquilo foi tudo Crabbe e Goyle). Estou convencido de que Draco estava cansado de tudo aquilo. Não acho que o fato de ele estar ajudando na Rebelião o faça ‘bom’, acho que o torna mais sonserino. Ao ajudar da menor maneira possível, ele assegura que ele e sua família estejam à salvo se Voldy perder. Me aprofundarei mais sobre isso nos próximos capítulos.
Jessica M. Adams - Aqui está o novo capítulo! Espero que goste dele, achei bem mais bem ‘pensado’ do que o anterior! :D
Tatiane Evans - Hahuahaiuha. A parte que o Harry mente para o Krum é uma das que eu mais gosto do livro. XD O que achou da Gina em Hogwarts? Você deixou um comentário em OI! Que bonitinha! Aqui está o novo capítulo!! ;)
Nathayane - Estou muito feliz que você tenha gostado da fic! Aqui está o novo capítulo! Gostou? ;D
Carolz - Aqui está o capítulo! Desculpe a demora! :) O que achou?
Lola Potter - Aqui está o novo capítulo!! O que achou das coisas pela qual a Gina passou?
Penny Lane - Aqui está o novo capítulo e, sim, está mais sombrio, mas eu acho que é interessante a gente ver o que aconteceu em Hogwarts. Não acha?
Fl4v1nh4 - O último capítulo foi genial, mas, na minha opinião, não chega aos pés desse! Gostou?
Guta Weasley Potter - Guta! :D Vai acompanhar por aqui? Acabei de responder a sua review no ff.net :)
Janaina Potter - Eu abandonei ‘Duas Semanas’, mas postarei uma nova HG em breve! ;) Aqui está o novo capítulo!! Gostou??
Gina_ - Que bom que você gostou!! Aqui está o novo capítulo!!
Hellzita - Eu também acho que o Harry só pode ficar com a Gina. Eles são perfeitos! Aqui está o novo capítulo! Gostou?
NATALIA REIS - Aqui está o novo capítulo!! Gostou?? :}
N/T: Desculpem a demora, gente! Aqui está o capítulo!
AVISO: EU SEI QUE ‘AUTUMN’, EM INGLÊS, SIGNIFICA ‘OUTONO’, MAS COMO NO CAPÍTULO ANTERIOR, EU NÃO TRADUZI O NOME DO MEIO DA LÍLIAN, RESOLVI NÃO TRADUZIR A SENHA. :)
Aguardo pelo comentário de vocês! :D
Um beijo gigantesco,
Gii
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