O término.



Capítulo 95 (ou 44).
O término.

A comemoração de Minerva durou no mínimo dois dias pois logo em seguida veio novamente uma carga de deveres em cima dos alunos que Rony brincou dizendo que os alunos entrariam em um colapso no tipo de suicídio se as coisas continuassem assim.

Harry cumprindo todos os deveres ao lado da namorada armava secretamente uma maneira de ir sábado com Rony até Hogsmeade sem que ela percebesse, para comprar duas alianças e entregar na terça-feira da próxima semana que estariam completando seis meses maravilhosos de namoro.

Hermione pelo menos não sabia de nada, e nunca pegara alguma conversinha baixa de Harry e Rony, inclusive esta parecia não lembrar que em breve estariam completando seis meses de namoro.

- Minerva começa restaurando Gringotes, medidas de segurança mais avançada – leu Hermione durante o café da manhã de sexta feira - Hmm, nada interessante - fechou o jornal e deixou de lado – Cho saiu na coluna social, sabem, seu avô ganhou algum prêmio sobre serviços prestados ao Ministério da Magia, mas nada muito interessante é citado.

- O que vocês acham que ele pode estar escondendo? – perguntou Rony intrigando levando o copo de leite aos lábios.

- Ah, é óbvio que não sabemos, Rony, são muitas coisas, poderia estar escondendo uma vassoura qualquer ou até mesmo a Pedra Filosofal.

Rony amarrou a cara para amiga depois dessa tirada mas isso não durou muito tempo pois durante a aula de Herbologia tiveram que pedir ajuda um ao outro.

- Francamente Rony você está colocando o pus no lugar errado, será que é tão difícil entender isso? – ela puxou a tigelinha de suas mãos e meteu na planta.

- E você está sentando em cima da minha beckelina - murmurou chateado.

- Ah, desculpa Rony – ela pareceu envergonhada ao puxar a pastilha amassada e deu ao garoto – Eu realmente não vi.

- Tudo bem... – resmungou mesmo de cara fechada misturando alguns produtos em seu vaso.

- Sr. Weasley, cuidado! Ela vai expirar um... – não teve tempo de continuar a planta explodiu lançando uma fumaça roxa, ele tampou o nariz e cambaleou lentamente.

- Tudo bem de me avisar mais cedo da próxima vez?- perguntou chateado abanando o cheiro forte com as mãos para dissolver pelo ar.

- Hmpf!- bufou a professora virando as costas e olhando o trabalho dos outros colegas.

- A professora tinha avisado, Rony – começou Hermione com seus sermões – Você que anda desligado e não prestou atenção no que ela dizia. Tcs... tcs...

Rony não conseguiu segurar um olhar de chateação para a amiga fazendo um enorme esforço para não mandá-la calar a boca.

- Ai, ai, cansei - disse Hermione dez minutos mais tarde sentando à mesa da Grifinória em frente ao seu prato.

- Nós todos estamos cansados! – reprimiu Harry apoiando a cara na mão - Amanhã temos visita em Hogsmeade.

- Não acredito que os professores vão deixar os alunos irem depois de todos aqueles ataques! – resmungou a garota mexendo na sopa.

- Eles não têm motivo para prenderem os alunos – disse Rony rápido – Vocês sabem as fadas mortais de Carolina acabaram, agora só temos quatro aliadas para vencer, Umbridge, Narcissa, Sibila e... – ele engoliu em seco – A pior de todas elas, Carolina Chyito.

~~

Luna passou a noite inteira lendo praticamente, a cada capítulo que consumia do livro desejava ler mais e mais, e passara quase a madrugada toda lendo através da luz do abajur.

No dia seguinte quase não acordou disposta a nada, tendo uma breve recaída durante a aula de Leonardo na Sala de Defesa contra as Artes das Trevas.

- O livro é demais, Gina – elogiou Luna ao lado da garota enquanto pegavam lugares no fundo – Você não tem noção, a autora Lyra é muito boa, recomendo até mesmo pra você.

Nos treinamentos não conseguiu desviar dos feitiços de Gina o que fez atingir em cheio o seu peitoral e acabou sendo jogada na parede.

- Sra. Weasley, o que aconteceu? – perguntou Madame Pomfrey alguns minutos mais tarde.

Draco estava pousado na última maca e não parecia acordar tão cedo.

- Ela parece cansada, não sei se teve uma boa noite de sono - cortou rapidamente virando o olhar.

- Ai, Gina, sua bisca – brincou Luna dando uma tapinha em seu ombro – Da próxima vez eu te dou um soco.

- Sra. Lovegood você vai passar essa tarde aqui, tudo bem? – informou Madame Pomfrey lavando as mãos em uma pia feita de concha branca e uma torneira saia no meio.

- Ok, ok, Gina, poderia me fazer um favor de traz...

- Ok, ok, é só me falar a senha da Corvinal.

- Língua de sapo - e se jogou no travesseiro feliz por passar uma noite tão agradável na presença da história mais perfeita de todos os livros que alguém procurasse na biblioteca.

~~

- Isso são horas de ficar lembrando ao Harry o que ele deverá fazer para viver em paz? – perguntou Hermione quando o namorado agachou até o chão para apanhar o garfo - Francamente, Rony, você precisar ter senso lógico, é meio óbvio que as pessoas não gostam de comentar sobre isso durante o almoço.

- Ah, Hermione, dá um tempo – respondeu chateado erguendo a mão em um gesto obsceno.

- Rony! – gritou horrorizada reprimindo com o olhar esse tipo de atitude, em seguida olhou para os calouros que olhavam eles discutindo – Olha, as criancinhas estão olhando pra gente, seu estúpido – ela agarrou o material, super envergonhada e saiu andando do Salão Principal, aborrecida.

Harry demorou mais do que o normal para pegar o garfo, sabendo que eles estavam discutindo achou melhor atrasar durante essa tarefa.

- Ah, vocês brigaram de novo? - perguntou vendo Hermione fazer a curva para sair do Salão Principal carregando sua mochila em mãos – Ótimo – disse empolgado esfregando as mãos – Amanhã cedo vamos sair, sem falta?

- Mas e ela...? – indicou Hermione com a cabeça.

- Você não ouviu? Ela está ocupada demais para ir! Oportunidade perfeita, não podia ter condições melhores – respondeu satisfeito.

~~

Gina foi tomar banho, trocar de roupa e fazer alguns afazeres antes de pedir a capa de invisibilidade ao Harry para sair até a Torre da Corvinal onde teria que ir apanhar o livro de Luna bem guardado embaixo do travesseiro. Ao deparar com a enorme sala hospitaleira sentiu algo súbito no peitoral, era realmente mais belo que o da Grifinória e muito espaçoso, alguns livros encaixados na estante ao lado da lareira com um fogo bem vivo.

Subiu para o quarto das meninas que ficava no mesmo lugar da Torre da Grifinória. Com cuidado para não esbarrar em ninguém, ela atingiu seu objetivo e olhou para cama, tentando verificar se ninguém estava olhando-a, ela puxou o livro e o fitou demoradamente, abraçou o objeto como se fosse algo precioso e saiu caminhando pelo quarto tentando não esbarrar em ninguém. Teve uma pequena dificuldade em descer as escadarias para não esbarrar com Padma Patil, a garota parecia preocupada.

Ao pular o vão entre a passagem e o chão, Gina começou a correr para finalmente poder se livrar da capa e foi o que fez ao virar o corredor e constatar que estava absolutamente vazio.

Consultou o relógio e viu que não era um bom horário para ficar andando lentamente pelos corredores, apertou o passo para Ala Hospitalar e viu Luna esperando com a cabeça apoiada nas mãos.

- Você demorou... – reclamou chateada se sentando.

- Demorei mas aqui está o seu livro – Gina que estava com a capa no ombro, esticou o braço e mostrou a capa azul – Sem nenhum arranhão.

- Obrigada, Gi – Luna puxou o pescoço da amiga e deu um beijinho rápido na bochecha que ficou corada – Foi muito legal da sua parte se arriscar para pegar meu livro.

- Ah, que isso – disse envergonha coçando a nuca – Eu só fiz o que realmente uma amiga faria pela outra.

- É, eu também faria isso por você – disse ela folheando o livro buscando a página que havia parado durante a noite.

Gina deu uma risadinha ao imaginar Luna atravessando o Salão Comunal da Grifinória, primeiro que ela nunca pediria um favor desses para a amiga sabendo que seria demasiada loucura soltar a lourinha ali.

- Bom, eu já vou, você pode ler seu livro em paz – acenou virando as costas.

- Obrigada Gi, você é uma amiga perfeita – agradeceu Luna novamente acenando.

Gina que estava com a mão na maçaneta olhou por cima do ombro os cabelos louros e lisos de Luna caíam lentamente pelo rosto quase impedindo a sua visão, então ela os meteu atrás da orelha e continuou curvada lendo. Gina sentiu pena de deixar a amiga sozinha ali mas até que ela ia se sentir bem, gostava de passar momentos assim.

- Você também, Lu, uma amiga perfeita – acenou mesmo sem saber que Luna não estava ouvindo.

~~

Harry acordou Rony às travesseiradas uma vez que o amigo ruivo tinha mania de fazer isso aos sábados.

- Hoje é o meu dia de te acordar – brincou Harry.

- Ah, só mais cinco minutos...

- Cinco minutos vírgula – disse puxando o braço do amigo para longe do colchão – Você vai levantar agora mesmo, já até me troquei.

- Ahh - resmungou Rony esfregando os olhos – São sete horas ainda!

- Eu sei, precisamos ir bem cedo para que Hermione não suspeite de nada, me entende – ele empurrou o amigo para dentro do banheiro – Vamos logo, não temos muito tempo.

- Tudo bem, tudo bem – resmungou fechando a porta do banheiro.

Harry olhou pela janela e sentiu o estômago embrulhar como se estivessem preparando psicologicamente para um jogo de quadribol. Ficou a noite inteira imaginando como seria comprar alianças para Hermione, o que ela ia achar da idéia... Estava muito ansioso.

Assim que Rony saiu do banheiro, Harry começou a tirar as roupas do amigo às pressas e foi encaixando as vestes, meias, sapatos, quando notou que Rony estava totalmente desajeitado, tentou não se importar e empurrou os ombros do amigo para fora do quarto, ficou feliz em julgar o salão cheio mesmo sem a presença de Hermione (era melhor não vê-la, pois evitaria perguntas embaraçosas), quando chegaram no Salão Principal para tomarem o café, Harry avistou de longe e puxou Rony pelo capuz.

- Vamos tomar café lá.

- Ah, mas estou com fome – resmungou olhando chateado para as comidas pousadas na mesa da Lufa-Lufa elas pareciam estar chamando o garoto.

- A gente come lá, agüenta aí Rony, é só por hoje – e em seguida estavam atravessando o jardim em direção ao portão que separava Hogwarts de Hogsmeade.

Invadiram as ruas completamente vazias e foram direção aos Três Vassouras.

- Você deve amar mesmo a Hermione – reclamou Rony olhando para a comida que estava sendo servida no restaurante.

- Não reclama, Rony - ele olhou para o pão que segurava nas mãos - E a comida não é tão ruim assim, vale a pena o esforço.

- Por que você não faz a mesma surpresa para o Vítor?

Rony coçou a cabeça e pareceu pensar melhor na idéia.

- Sabe que você tem idéias muito inteligente? – brincou Rony sorrindo.

- É claro, não é? Eu penso em tudo – disse orgulhoso dando palmadinhas fracas no peitoral.

Meia hora mais tarde estavam novamente pelas ruas olhando as vitrines, então em uma loja não muito longe do correio vendia as tais alianças, então entraram e um sino tocou, a dona era uma mulher gordinha chegou agitando uma revista.

- Bom dia, o que desejam?

- Viemos comprar alianças, eu duas – e apontou o amigo com a cabeça – E ele duas.

- Hm, temos vários tipos, olha – ela puxou uma caixinha debaixo do balcão de vidro e foi mostrando os vários tipo e preços, escolheram uma que brilhava intensamente e acabaram pagando um pouquinho a mais das demais, até porque ela se ajustava no dedo conforme fosse o seu tamanho.

- Vocês vão querer escrever o nome? – perguntou aos dois.

- Eu vou – acrescentou Harry com rispidez.

- Eu não – disse Rony um pouco chateado, seria constrangedor dizer “Escreve na minha aliança Ronald e na outra Vítor” e por um segundo Harry fitou o amigo com intensidade, que dó...

- O que você deseja escrever na sua? – perguntou ela com as alianças guardadas no pacotinho quadrado.

- Harry e Hermione.

Em seguida a varinha se agitou no ar e de uma forma itálica os nomes ficaram gravados na aliança, com um coração ao meio e os nomes entrelaçados.

- Boa sorte - acenou a mulher da loja quando eles estavam saindo.

- Obrigado – agradeceram acenando por cima do ombro – Nos vemos brevemente para comprar alianças douradas – brincou fazendo-a rir.

Harry e Rony saíram pelas ruas contentes pelos presentes que haviam comprado.

- Ele vai adorar.

- Hermione também!

~~

Gina adentrou a enfermaria no dia seguinte com cuidado, Luna estava deitada na cama, dormindo, provavelmente tinha ficado até altas horas lendo o livro que agora estava estacionado no criado mudo, Gina aproveitou o silêncio da amiga e pegou o livro, começou a folhear rapidamente lendo algumas palavras e por fim entrou na mesma opinião que Luna, o livro parecia bom.

A amiga estava descansando e não ia acordar tão cedo de seus sonhos, deu uma olhada rápida e Draco estava se remexendo, em seguida abriu os olhos lentamente.

- Gina... – sussurrou com dificuldade estava ainda doente.

- Draco... – os olhos de Gina em seguida começaram a lacrimejarem, ele apoiou o corpo nos cotovelos e se curvou na cama – O que está fazendo aqui? Não gosto que me veja nesse estado.

- A... A Luna – apontou para a amiga na maca sem saber o que explicar – Sofreu um pequeno acidente, estou acompanhando-a.

Draco deu uma risadinha forçada.

- Estou com saudades, vem me abraçar – ele com um gesto fofo, abriu os braços, parecia muito doente e cansado, a aparência bem gastada, os olhos profundos e a pele tão branca quando os azulejos da Ala Hospitalar, muito magro e os cabelos caindo tampando a visão medonha.

- Eu... Eu não posso – ela disse gaguejando com as pernas tremendo prestes a despencar com o corpo.

Nunca na sua vida viu os olhos de Draco ficarem tão profundos e o sorriso se desfez em um segundo, a expressão do namorado serviu como uma facada nas costas do mesmo modo que já havia tido outra ao dizer aquelas palavras cortantes.

- Gina, sou eu... – ele abaixou os braços.

- Eu sei, por isso mesmo – ela olhou o relógio, deixou o livro nos pés da cama de Luna e disse – Eu preciso ir. Sinto muito, Draco...

- Gina... – esse era um dos piores dias de sua vida. Ela só podia estar brincando, ou talvez, ele estivesse sonhando, ou melhor, tendo o pior de seus pesadelos. Mas não era.

O formato do rosto de Draco era tão infeliz, Gina se sentiu uma vadia e das grandes, ela nunca veria Draco tão triste como agora, ele tinha o ar de quem acabara de receber o atestado de óbito, ela não podia estar fazendo isso, não podia estar aceitando a ameaça de Narcissa como se nada tivesse acontecendo, como se os seus sentimentos não estivessem em jogo, como se não fosse sofrer com nada, e que tudo acabaria com flores. Não, era uma vagabunda, tinha que aceitar o fato de que quando começara a namorar Draco, sabia de todas as dificuldades que passariam juntos, mas não, estava fugindo da realidade, desviando o coração da felicidade, ela ficou ali, parada nos pensamentos fitando Draco como se fosse à última vez.

- Acabou, Draco... Acabou! Não tem outro jeito!

Draco apoiou a cabeça nas mãos e desabou em choro, parecia uma criança, tinha uma feição de uma criancinha mimada. Gina segurou a tentação de não abraçá-lo, não podia estar fazendo isso, mas estava. Ela era a única pessoa possível a ajudar o garoto naqueles momentos, ele dizia de uma forma meiga e perfeita “eu preciso de você”, e ela sabia que era a única pessoa no mundo que podia confortá-lo. A única. Sentiu-se ainda pior em pensar isso. Nada podia ser feito, ela resistia ao máximo. Lutava contra os seus próprios impulsos.

Girou os calcanhares, outra facada no peito quando as palavras soaram dos lábios do garoto com tanta ingenuidade.

- Eu te amo, Gi... – ela amava aquele jeitinho amoroso e meigo dele, a única pessoa que soava um “Eu te amo” de modo sincero e verdadeiro, ela era capaz de sentir isso com os olhares, com o sorriso bobo, seus beijos intermináveis, aquele abraço que fazia o mundo de ambos parar. Ela amava a história que tinham enfrentado juntos para ficarem juntos, mas não dava, infelizmente, o fim chegara! O fim de tudo!

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto, ele não estava vendo mesmo. O amor não havia acabado, mas ela precisava fingir que tudo não passara de um sonho vivido e que a realidade era essa, fria, triste e amarga. Começou a limpar as lágrimas nas vestes tentando não fazer o barulho de choro. Ela queria se sentir protegida nesse momento, mas uma única pessoa era capaz de criar essa proteção, e essa única pessoa estava parada, estupefata, em suas costas ouvindo palavras afiadas como navalhas.

- O que aconteceu para tudo acabar assim? – perguntou tão doce como qualquer outra pessoa.

Gina o tinha quando quisesse durante esses últimos meses mas agora sentia mais do que nunca uma vontade quase incontrolável de agarrá-lo, engoliu em seco o choro e virou-se para o ex-namorado.

“Isso foi por causa da sua mãe, aquela vagabunda!” sentia necessidade de gritar isso, precisava dizer, colocar tudo pra fora.

Mas o garoto louro, doente, com os olhos negros estava com o rosto vermelho e molhado em lágrimas. Talvez, não precisasse saber do tipo de cobra que era a mãe.

Gina sabia que se contasse a verdade, ele não aceitaria, seria corajoso o bastante para dizer “Nós vamos enfrentá-la” mas ela tinha medo, tinha medo de perdê-lo, preferia vê-lo vivo e sem ele, porém vivo.

- Nós não podemos terminar assim... – ele sussurrou entre os soluços.

Gina sentiu-se o pior inseto que a vida pudesse transformá-la. Ela estava com a cara manchada d’água também.

- Por favor, me diga o que está acontecendo... – disse o garoto meigamente tentando se levantar.

Gina foi até ele, se ele ficasse de pé ia acabar caindo no chão, colocou a mão no peitoral e o fez sentar de volta.

- Não, não levante, por favor, fique aí.

Ela sentiu sua mão contra seu corpo, aquele corpo que não era mais seu.

- A nossa história terminou – disse em palavras bombásticas – Eu sinto muito, mas acabou.

- Você não sente nada, Gina! Você tem noção de tudo o que enfrentamos em busca da nossa felicidade? Você não pode estar terminando assim.

“Sim, ela pensou, posso sim e é isso que estou fazendo, em nome das nossas vidas! DA SUA VIDA, especificamente!”.

- Gina, volta aqui...

Ela virou as costas e começou a correr, abriu a porta e saiu. Sabia que bem atrás não havia deixado só Draco Malfoy, seu grande amor, e sim sua felicidade, a maior tragédia de sua vida.

~~

Assim que chegaram no castelo depararam com Hermione no Saguão olhando irritada para cima esperando o namorado descer, ele aproveitou que ela não estivesse olhando. Harry e Rony trocaram olhares rápidos.

- Leva tudo pra cima - Harry disse bem baixinho para o ombro do amigo.

- Ok - ele pegou a sacolinha e escondeu-se atrás de uma armadura, Harry foi à direção da namorada.

- Onde estava?- perguntou passando as mãos pelo rosto do namorado.

- Visitando Hagrid - disse a primeira idéia que apareceu, enquanto conversar com Hermione, Rony tentou driblá-la e subiu as escadarias correndo ignorando o chamado de Hermione.

- Rony! Rony!

- Ele deve estar aborrecido pela briga de ontem - disse Harry abraçando-a por trás - Então, o que vamos fazer hoje?

- Eu pretendia visitar o Hagrid, faz muito tempo que não o vejo.

- A gente pode voltar lá mais tarde, certo?

Ela concordou e ele beijou levemente seu pescoçinho.

- Hoje tem boate em Hogsmeade, como temos autorização, eu pensei...

- Hoje à noite?- perguntou Harry pensando em entregar as alianças hoje - Tudo bem, esteja arrumada e perfumada, às oito horas, aqui, ok?

- Eba! – disse ela se largando nos braços do namorado forte.

~~

Gina não conseguiu fazer mais nada o restante do dia, passou grande parte da noite de castigo na Floresta Proibida visitando alguns insetos minúsculos morrendo de inveja por não ser um deles.

Chorou até não agüentar mais e acabou adormecendo ali mesmo, em um tronco onde ficou o restante da tarde, deixando todos no castelo loucos.

- Harry! Harry! A Gina sumiu! - gritou Hermione subindo com Rony ao lado.

- Será que eles pegaram a minha irmã? - gritou Rony desesperado.

- Venha, vamos ver... – ele subiu aos pulos em direção ao dormitório, começou a revirar o malão em busca do Mapa do Maroto, assim que encontrou Rony o puxou de sua mão com violência e disse a frase mágica, em seguida os pontinhos e linhas começaram andar, formando todos os cantos possíveis do castelo.

- Ela está na Floresta Proibida - disse Hermione por cima do ombro - Olha! Espera aí - ela puxou o mapa mais de perto, um pontinho andava de um lado para o outro - Esse não é Dumbledore?

Harry e Rony puxaram o mapa mais perto, sim, ali estava escrito claramente “Alvo Dumbledore!”.

- Eu vou atrás da minha irmã – disse Rony preocupado puxando a varinha - Ela pode estar correndo risco de vida.

- E nós atrás do Dumbledore, vamos descobrir o que está acontecendo.

Hermione puxou Harry pelo braço e foram correndo pelos corredores até atingirem no mesmo lugar que Dumbledore, não havia nada ali, exceto um corredor vazio e duas garotinhas que passavam que foram constatadas no mapa, além.

- Ele pode estar em algum lugar, algum inseto, não?

- Ele está nesse mesmo lugar que eu – resmungou Harry parando no pontinho em cima do diretor.

- O animago dele é uma Fênix, Harry, já teríamos o visto – então ela olhou para o armário ao lado e abriu ele, o pontinho “Hermione Granger” se deslocara para o lado e onde estava não havia a mínima chance de tocar em Dumbledore mesmo assim abriu o armário que estava vazio - Realmente não tem nada - resmungou chateada.

- Dumbledore... – gemeu Harry agarrando o mapa com força - HERMIONE! – gritou chamando atenção do quadro – Foi aqui, foi bem aqui que Simas foi atacado – ele apontou para o armário – Eu fiquei ouvindo a conversa desse armário aí – e apontou a cabeça para o armário marrom.

Hermione começou a coçar a cabeça e estudar o lugar.

- Mas, Harry... Isso já faz o maior tempão – ela estralou os dedos indicando que fazia muito tempo.

Ele sacudiu a cabeça.

- Vamos subir - disse dando os ombros.

- Vamos – ela correu na direção do namorado e apertou com força sua mão – Calma, calma!

~~

Rony com a varinha em punhos passou pelo Hagrid aos berros e ofegante.

- Gina! Atacada! Na Floresta! – Ele estava preocupado e como mania sempre exagerava ao dizer alguma coisa.

Hagrid largou a balde imediatamente e saiu correndo na direção do ruivo, entraram na floresta e não demorou em avistar Gina abraçada com os joelhos, entregando-se às lágrimas.

- Gina! Gina! – ele cedeu os joelhos ao chão ao seu lado – O que faz aqui?

Ela levantou limpando as vestes da sujeira, mas foi em vão. Hagrid chegou assustado sem entender nada, chacoalhando o regador que estava em mãos.

- Você não estava sendo atacada? – perguntou assustado, então Gina jogou um olhar de censura ao irmão que ignorou.

- Eu não estava sendo atacada – ela se deslocou entre os dois, cabisbaixa.

- Gina, o que ta acontecendo? Você ta chorando? – perguntou Rony curioso dando um passo para frente olhando o rosto da irmã encharcado.

- Nada! – resmungou esfregando os olhos – Nada! – e se afastou.

- Gina, o que está acontecendo? – perguntou Rony correndo atrás da irmã que ia rapidamente à direção do castelo.

- Por que vocês querem se meter na minha vida? Por que as pessoas adoram se meter em minha vida? Por que ninguém me deixa ser feliz? – berrou virando-se para o irmão em seguida seus joelhos desmontaram e ela enterrou a cara nas mãos.

N/A:... Eduardo, esse comentário foi um elogio? Se foi, eu amei, adorei muitoooooooo! Foi um dos melhores que já recebi... obrigadooooo, agora eu empolguei, xD... abraços!

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