Troca de alianças.
Capítulo 96 (ou 45).
Troca de alianças.
Harry e Hermione dobraram o corredor assim que possível tentando não lembrarem o fato de Dumbledore estar no Mapa do Maroto ao mesmo tempo em que não estava no próprio corredor que indicava estar – porque hoje ele se encontra morto.
Localizaram o local onde Rony estava com Gina, e notaram que Rúbeo Hagrid estava ao lado, imediatamente fizeram os sapatos marcharem em direção a Gina.
Colocando os pés no degrau frio e de pedras que dava ao jardim, ficaram chocados ao depararem com a ruivinha de joelhos no chão, chorando desesperadamente e arrancando tufos de cabelos, Rony parecia não saber o que fazer, rondava a irmã tentando inutilmente consolá-la, já Hagrid parecia decidido em se manter na posição de estátua, Hermione aproximou deixando Harry para trás, ofegante e ajoelhou ao seu lado.
- Gina... Tudo bem... – sussurrou bem devagar levantando o queixo da amiga – Eu estou aqui.
Gina ergueu o rosto e as os braços em seguida ficaram em volta do pescoço de Hermione que a ergueu e começaram a caminhar em direção ao castelo, Harry continuou parado então Rony passou correndo mas seu amigo o impediu puxando pelo braço.
- Conversa de garotas – deu uma risadinha forçada. Rony não retribuiu.
- Será que os Comensais estão atacando a minha irmã? – perguntou coçando o queixo, pensativo.
- Garotas são assim, R...
Ele deu um salto no degrau e saiu correndo em direção à Hogsmeade, passou por Hagrid como um foguete e Harry deixou um olhar misterioso escapar ao amigo gigante, este sacudiu os ombros.
Nesse tempo que em que Harry estava curioso, tomou certa (enorme) distância de Rony e partiu em direção ao amigo para saber o que estava acontecendo, passou pelos portões de Hogwarts e olhou atento para as ruas da vila, não tinha nem um sinal sequer do amigo – até porque as ruas estavam lotadas de estudantes e era realmente difícil identificar algum cabelo ruivo perdido por ali -, devia ter escapado para alguma loja ali perto, decidiu que era melhor voltar a Hogwarts.
Demorou o máximo possível para subir e chegou a seu destino, Sala Comunal onde Hermione estava sem a amiga Gina.
- Onde ela está? – perguntou sentando em seu colo no sofá, Hermione também estava pensativa.
- Eu não sei, Harry, não sei o que está acontecendo com a Gina, ela anda estranha, não é a mesma...
- Então – disse o namorado sendo acariciado pelas mãos de Hermione.
- Ah! – ela olhou o relógio e pareceu surpresa. – Preciso me arrumar para a boate hoje à noite, nos vemos mais tarde – ele se curvou para dar um selinho no namorado e subiu para o dormitório feminino.
Harry subiu quase em seguida e começou a arrumar o quarto esperando dar à hora para tomar um banho e se trocar.
Antes de sair todo arrumado deu uma boa olhada no Mapa e o pontinho de Dumbledore havia sumido, estava ao lado da Bruxa deu um olho só. No mesmo instante agarrou seus objetos, a varinha e desceu correndo para chegar a tempo, ele estava parado como antes.
Assim que parou na frente da estátua pode sentir uma decepção percorrer pelo corpo, ele não estava ali, nem ele e nem ninguém.
Virou-se para ir esperar Hermione no salão e ficou chateado em notar que havia deixado a namorada esperando por 15 minutos, mas assim que chegou ficou feliz em constatar que ela não estava ali, encontrou alguns colegas passando provavelmente para irem a mesma festa.
Neville e Padma desciam conversando sobre Draco Malfoy.
- É, ele parece estar melhorando. Daí eu aproveitei para visitar Luna Lovegood.
- E como ela está? – perguntou esticando as sobrancelhas – Não tive coragem de visitá-la ainda – e abaixou a cabeça, sem coragem, para fitar os sapatos.
- Ela anda muito bem, nós conversamos muito sobre um livro que ela anda lendo... – os dois saltaram em direção ao jardim e não conseguiu ouvir mais nada, virou o pescoço na esperança de ver Hermione descendo e lá não estava só ela, mas uma ruivinha também.
Hermione estava usando o mesmo vestido do baile de inverno, o mesmo penteado e tudo mais, não se importava se alguém estava ou não falando que estava usando roupa repetida, Gina estava ao seu lado, com a face chupada, os olhos bem fundos e negros, os cabelos rebeldes presos em um rabo-de-cavalo provavelmente Hermione insistira para penteá-los mas ela tinha uma expressão de que não queria nada com nada.
Eles estavam de braços dados e Hermione foi puxando a garota para baixo que mantinha a cabeça virada para os pés.
- Boa noite – disse recebendo-as com beijos na bochecha – Então vamos? – perguntou olhando para Hermione em seguida puxou sua mão e Gina foi ficando para trás, eles olhavam as estrelas tentando se manterem na mesma distância que Weasley estava.
Depois do percurso mais longo que tiveram em suas vidas para chegarem à Hogsmeade, avistaram uma casinha colorida e entraram na fila para comprarem os ingressos.
Assim que entraram, Hermione soltou Gina e eles correram em direção à pista de dança.
Ficaram horas tomando alguma coisa e dançando, enquanto Gina sumiu entre a multidão, Harry viu vários casais de Hogwarts se formando ali mesmo, como Dino e Parvati, Crabbe e Emília, ambos da Sonserina. E Neville cantando Gina em um canto muito isolado com a mão apoiada na parede ao lado do ombro da garota que forçada uma risadinha.
Harry estava com o estômago borbulhando de nervosismo e não via a hora de chegar até a namorada e puxá-la para fora, mas o relógio estava andando, andando e logo seria meia noite, onde teriam que chegar ao castelo sem falta.
- Ah, Hermione, preciso falar com você, vem – ele pegou em sua mão e a conduziu para fora, levando-a para dentro de Hogwarts que estava totalmente vazia.
Olhou no relógio, 11h50min, não tinha todo o tempo do mundo, precisava reagir.
Então puxou sua mão embaixo de uma árvore bem florida, a luz do luar banhando-os e refletindo no imenso lago, tirou do bolso uma caixinha preta, Hermione ficou olhando, sem reação, então ele abriu e no meio havia dois anéis prateados, entrelaçados, a coisa mais linda que Hermione já tinha visto.
- Harry... – gemeu sem saber o que dizer – Eu te amo – e beijou o namorado em seguida.
Harry deu uma risadinha e afastou.
- Então, Hermione, terça estamos completando seis meses de namoro, você gostaria de completar mais seis mil anos ao meu lado?
- Ah, bobo – ela pegou a aliança e encaixou no dedo do namorado que fez o mesmo, trocaram beijos e risadinhas.
- Eu te amo muito, Harry, muito.
- Eu também, Hermione – várias pétalas rosa caíram da árvore acima.
Hermione suspirou e olhou para cima, encantada.
- Falta um minuto para meia noite – disse ele olhando para o relógio.
- Ahh! – ela fez uma cara triste e fechou os olhos para beijá-lo novamente, mas não soube muito bem o que aconteceu em seguida, um raio atingiu-a bem no peito levando-a para longe, quando ela abriu os olhos, viu que estava três metros de distância de Harry que apontava a varinha, abobado, para dois vultos que se aproximavam.
- Srta. Granger, desculpe os maus modos de cumprimentá-la, mas eu precisava dar um recado a vocês, é urgente! – só pela voz Harry distinguiu que era Minerva McGonagall e não errou ao ver seu corpo na sua frente, Snape caminhava logo atrás.
- O que aconteceu, professora? – perguntou Harry vendo que Hermione estava extremamente aborrecida e limpava a terra que havia caído em seu vestido rosa.
Ela estava cansada, trêmula, não sabia onde começar, totalmente branca como se tivesse visto um lobisomem.
- Harry, Hermione, vocês não podem continuar mantendo esse relacionamento.
- O que? – perguntou Hermione se aproximando com as sobrancelhas coladas tendo uma visão óbvia de que a professora estava completamente desmiolada, quem ela pensava que era para mandar assim na relação entre eles?
- Professora, eu não estou entendendo – disse Harry trocando olhares indignados e enigmáticos com Hermione.
- Harry... – Minerva grudou em seus ombros e Hermione se aproximou entre eles enquanto Snape olhava para os pés com uma risadinha maldosa - Carolina Chyito mandou Sibila fazer outra profecia desta vez.
- O QUE? – berrou Hermione histericamente, incrédula – Ela não fez isso!
Minerva não deu ouvidos, continuou chacoalhando Harry como se fosse despertá-lo do estado de choque.
- Enquanto estiverem vivos, vocês não poderão se beijar! – disse rápida, tentando se manter em pé, apoiando em Harry.
Ele rangeu os dentes, furioso e fechou os punhos.
- Como ela pode fazer isso? – resmungou com o sangue quente subindo como foguete para cabeça – Eu vou matá-la.
- Sr. Potter! Eu ainda não acabei! – berrou perdendo a paciência – Vim do Ministério até aqui para poder falar sobre isso, a questão é o seguinte: Ao passar de hoje, meia noite, vocês dois não poderão mais se beijar ou vão acabar morrendo, é isso o que querem?
Harry olhou para o lado, Hermione tinha várias rugas no queixo e na testa, chorava descontroladamente, ele tinha mais raiva do que pena.
- Professora, eu... Eu... – ele não tinha palavras. Minerva compreendeu em seguida virou as costas acenando de leve.
- Espero vocês em minha sala para dar uma palavrinha final – ela deu algumas palmadinhas e virou-se.
Snape continuou com a risadinha maldosa e em seguida sumiram em direção ao castelo.
- Hermione... – em seguida uma lágrima solitária deslizou pela sua bochecha – Eu não acredito que isso esteja acontecendo – disse com a voz esganiçada.
Ela também não tinha palavras, não tinha voz, não conseguia pronunciar nem seu próprio nome. Harry a puxou pelas mãos e abraçou bem forte, ela encostou sua cabeça no ombro e deixou que as lágrimas o banhasse.
- Eu não quero perder você – ela gemeu ainda abraçada.
Passaram quase meia hora assim, sem trocar uma palavra, choravam e pronunciavam coisas tristes, abriam a boca para ecoar o som de choro cada vez que lembravam que era totalmente proibido se beijarem.
- Vamos – disse Harry ainda inconformado puxando-a pelas mãos fazendo a aliança refletir pela luz do luar – Precisamos conversar com Minerva.
Eles não conseguiam dizer nada um ao outro, essa fora a pior bordoada de suas vidas, subiram em silêncio e chegaram até a Sala de Minerva que os aguardava com um lencinho na mão, e Snape olhava os quadros com as mãos para trás.
Carolina estava vencendo a guerra, Harry a odiava tanto quanto Snape.
- Eu lamento com o que esteja acontecendo – disse Minerva apertando com força a cadeira onde o diretor vivia sentado – Lamento também não poder ter interferido enquanto era tempo, porque agora é tarde e a profecia está acontecendo – ela olhou rapidamente para o relógio na escrivaninha e balançou negativamente a cabeça – Está na hora das revelações, vamos, sentem-se.
Harry e Hermione puxaram as duas cadeiras e ficaram defrontes a ela, de cabeças baixas, agora sem chorar.
- Harry, a Sra. Figg já deve ter lhe avisado sobre os seus avós, não é mesmo?
Harry ergueu a cabeça e concordou.
- Infelizmente ela está contra você, lutando para eliminá-lo.
Harry concordou novamente. Snape deixou um muxoxo escapar, ainda observando os quadros mas com os ouvidos atentos.
- Vou lhe contar como tudo começou – Minerva sentou e puxou a cadeira para mais perto da escrivaninha. – Você e Voldemort tiveram o duelo no ano passado, um deveria matar o outro e tudo mais, o que não aconteceu, afinal, Voldemort explodiu em chamas, ou seja, ele não morreu pelas suas mãos, o que deveria ter acontecido.
Hermione levantou a cabeça também de olhos arregalados.
- Carolina não está fazendo o serviço para si mesmo, eu e Alvo Dumbledore andamos pesquisando muito sobre isso. Chegamos a pensar que ela estava fazendo isso por vontade própria, ou para lhe devolver o mal que você fez ao seu marido, Lord Voldemort. Mas não, Harry, não, por mais difícil que seja ouvir a verdade, ela é esta. Voldemort morreu, mas não completamente, porque não foi pelas suas mãos!
Ele levantou da cadeira, como se tivesse tomado um susto, Hermione o olhou e puxou sua mão de volta para o assento.
- Carolina está fazendo todo o trabalho porque ele pede. Você deve ter pensado que Chyito é bem pior que Voldemort, mas não, só é pior porque ambos estão reunidos no mesmo trabalho. E ela quer de qualquer forma levá-lo até as mãos de seu marido. Inclusive tentando de alguma forma capturar seus amigos, uma vez servindo-os de isca. Ela já desistiu de capturá-lo.
- Quer dizer que ela está tentando capturar Hermione para eu poder salvá-la?
Minerva fechou os olhos e concordou.
- Você não vê? Ela já levou a Srta. Weasley uma vez para caverna de Hogsmeade para atraí-lo. O Sr. Weasley teve muita sorte, muita sorte - repetiu abanando a cabeça -, e eu acho que é a vez da Srta. Granger. – Harry encontrou com a mão de Hermione na cadeira e apertou-a tentando transmitir segurança - Portanto, eu lhe peço, tomem o máximo de cuidado.
- Como a Senhora obteve essas informações? – perguntou Harry curioso.
- Ah! Já ia me esquecendo, Tonks está do nosso lado, o tempo todo ela esteve fingindo que havia virado uma comensal. Ela nos conta tudo o que acontece.
- E como Voldemort vai retornar ao poder sendo que eu vi a sua mansão em chamas?
- Existem meios, Sr. Potter, muitos meios, acredito que esteja usando outro tipo de diário desta vez. E agora mais do que nunca, Hogwarts está desprotegida pelos infelizes fatos que aconteceram.
- Mas senhora... Se ele estivesse totalmente vivo já teria interferido na escola, não é mesmo?
- Com certeza. Ele deve estar vagando por algum objeto ou pessoa.
- A senhora tem idéia do objeto em que ele possa estar?
- Eu e Dumbledore chegamos à mesma conclusão. Voldemort deve estar infiltrado em seu velho lar. Não, não é a casa dos seus dos seus abomináveis tios, e sim a sua casa, onde você morou quando tinha os pais vivos.
Harry deixou uma exclamação escapar, concordou com a cabeça e o silêncio se arrastou durante os minutos, Minerva retomou o discurso ao ver que estavam cansados.
- Antes irem preciso informá-los também que seus avós, Srta. Granger, preciso informá-la que você não recebeu a carta de Hogwarts sem motivos, você tem um parentesco bruxo na família.
- Mas o que isso tem haver? – perguntou com cara de nojo.
- Porque são seus avós que estão tentando eliminar o Sr. Potter até hoje.
Hermione arregalou os olhos do tamanho de uma jabuticaba. Minerva suspirou e Harry continuou fitando a namorada, incrédulo.
- Seus avós são: Carolina Chyito e Lord Voldemort.
- Senhora, eu não estou acreditando nisso... – murmurou chateada contemplando a escrivaninha com lágrimas nos olhos.
Minerva puxou a gaveta e em seguida tirou uma bacia com um líquido brilhante e pastoso, depositou em cima da mesa e disse.
- Assim que estiver pronta, Srta. Granger, contarei todo o seu passado, ainda lhe faltam muitos detalhes.
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