Dono da Fita.



Capítulo 33.

Dono da Fita.



- Verdes- murmurou Harry dando um soco na parede, chateado.

Luna puxou um espelho para conferir e ao olhar, caíram nas lágrimas de seus olhos, abraçou Harry com muita força.

- Você não vai me abandonar, não é?

- Não- disse Harry apertando ela com força- Vamos lutar juntos- disse ele pegando nos ombros dela- Você terá esse filho- Harry beijou a testa dela e limpou suas lágrimas.

- Eu sei que você não queria ter esse filho- lamentou ela- Eu também não queria estragar minha adolescência.

Harry colocou o cabelo atrás das orelhas da garota e olhou profundamente em seus olhos vermelhos.

- O mundo pode separar a gente, mas nunca esqueça, eu farei de tudo para sustentar esse filho- deu um beijo na testa de Luna e saiu decidido a voltar no velório em Hogsmeade, já que não dormiria mesmo, mas então por um segundo pensou que não conseguiria olhar para Rony sem contar que Luna estava grávida, era uma situação extremamente delicada e horripilante, acabou resolvendo voltar para a Sala Comunal, então, encontrou Draco subindo as escadas, acompanhado por McClagan.

- Malfoy?

- Estamos indo para a diretoria- murmurou McClagan secamente, Harry seguiu os dois, assim que eles entraram na Sala de Minerva, Harry colou o ouvido na porta.

~~

- Então, salvamos o Sr Malfoy, e a Sra Weasley ...

- Faleceu- completou Minerva tristemente se levantando da sua cadeira giratória- Draco Malfoy, o que faremos com você?

Draco abaixou a cabeça e mumurou tristemente.

- Eu juro que não matei, Molly, eu tentei salvá-la.

- Mentira- murmurou McClagan- Salvamos sua pele, devíamos ter deixado você morrer.

- Sr Malfoy, o Senhor tem alguma prova de que está falando a verdade?

Draco contou tudo.

- E a fita sumiu? Do nada?- perguntou Minerva assustada e incrédula ao mesmo tempo.

- Foi, acredite em mim.

Imediatamente a porta se escancarou, Gina Weasley estava parada na porta, olhando furiosamente para Draco Malfoy.

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Após escutar toda a conversa, Harry ia voltando para o Salão Comunal, Gina passou a toda velocidade, indo em direção à diretoria.

- Gin...

Gina abriu a porta com violência e entrou.

- O Draco não tem culpa- murmurou ela- Não façam mal a ele, eu posso garantir, eu escutei a fita.

Draco quase estendeu os braços e beijou a garota na frente de todos, mas optou por sossegar.

- O que a fita dizia?

- Que Draco é inocente, era realmente a voz da minha mãe, eu sei.

- A senhorita tem certeza, Srta Weasley?

- Absoluta, Minerva, Draco é inocente.

- Ok, acho que não temos mais o que discutir- respondeu Minerva olhando McClagan e virando as costas.

Draco e Gina sairam da Diretoria, então eles chorando, se abraçaram.

- Gina, eu não queria preocupar você, mas preciso tirar esse peso da minha consciência, a fita sumiu, mas mesmo assim, você seria capaz de lutar para ficar comigo mesmo assim?

- Draco, falamos nisso outra hora, não estou disposta a responder agora.

- Ok- abraçou ela com mais força- Você acha que eu deveria comparecer ao velório de sua mãe?

- Não precisa, quero evitar problemas, agora se cuide, Draco, meus irmãos querem mata-lo.

- Tudo bem- disse Draco beijando a testa de Gina- Nunca esqueça, você tem a mim, pode contar comigo para tudo.

Gina tentou sorrir, mas era impossível, as lágrimas dominavam a garota, ela sentia uma dor de mágoa, infelicidade, misturada com ódio, raiva, perda...

- Nos vemos amanhã- disse Draco se despedindo de Gina com um selinho, ao chegarem no final da escadaria.

- Até- acenou Gina.

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Harry deitou no sofá do Salão Comunal que estava deserto, se ao menos Hermione tivesse ali...

Então por um segundo ele imaginou tudo voltando no passado com um Vira-Tempos, Hermione ali, do lado dele, assim Harry não teria beijado Luna e muito menos teria engravidado-a, compartilharia seus segredos com alguém, não se sentiria tão culpado pela morte de Molly, se ao menos ele não tivesse levado Draco para o Largo Grimmauld, Rony tinha todos os motivos do mundo para brigar com Harry, um mundo de pensamentos rolavam em sua cabeça.

Então o quadro rangeu e Simas entrou correndo.

- Harry, você não sabe o que eu acabei de descobrir!

- O que?- perguntou Harry pulando do sofá com um sobressalto.

- Draco e Gina se beijando- revelou Simas.

Harry imediatamente elevou as mãos na boca, tampando a respiração.

- Tem certeza, Draco e Gina?

- Absoluta, eu estava beijando a minha namorada- e seu rosto ficou todo avermelhado- E vi ela, o Draco deu um selinho nela.

Harry pulou a mesinha do centro da Sala Comunal, correu em direção ao quadro, empurrou ele com violência, Simas seguia Harry com a varinha acesa em punhos, Simas indicava o caminho com a varinha, dizendo que Gina e Draco estavam por ali.

- Os dois se agarrando, Rony vai ter um ataque quando souber.

- Acho melhor não contar nada a ele, Simas, Rony já tem problemas o suficiente- murmurou Harry chateado lembrando de seu filho na barriga de Luna- Muitos- murmurou por último e deu os ombros para Simas, voltando para a Sala Comunal.

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Harry acordou o dia seguinte com um choramingado de um garoto ruivo na Sala Comunal, arrumou o óculos torto, penteou rapidamente o cabelo com as mãos, arrumou as vestes de qualquer jeito e desceu para consolar o amigo, abraçou Rony com muita força e implorou calma para o amigo, logo Gina abraçou Harry e Rony ao mesmo tempo.

- Obrigado pela força, Harry, obrigado- agradeceu Rony.

- Eu também fiquei muito aborrecido com o que aconteceu, a Sra Weasley era uma mãe para mim, acreditem- murmurou chateado.

- Ela vai ser enterrada, jájá, eu e a Gina não queríamos ver- disse Rony se distanciando de Harry.

Gina abaixou a cabeça deixando lágrimas cair no tapete, Harry levantou o queixo da garota com o dedo indicador e disse.

- Alguns se vão, mas a vida continua, portanto, vão tomar um banho, descansar, vocês estão exaustos- e de fato era realmente verdade, Rony parecia não ter dormido há dias, enquanto Gina estava parecendo uma mulher uma mendiga, com as roupas sujas, com o rosto desgastado, olhos pretos.

- Vamos tentar dormir- disse Rony dando duas palmadas no ombro de Harry- Boa noite- de fato era dia, mas Rony ia dormir e estava acostumado a se despedir com um "Boa Noite".

- Até mais tarde, Harry- acenou Gina subindo as escadas em direção ao dormitório feminino.

Sem alternativa, Harry desceu para tomar um banho, logo em seguida foi tomar seu café da manhã, acompanhado por Luna.

- E o Rony?

- Acabou de chegar, está péssimo, não vamos preocupá-lo com mais problemas, vamos esperar a poeira abaixar.

- Quando papai souber vai me matar- murmurou a garota chateada comendo as unhas, aflita- Não consegui dormir essa noite, pensava no papai cada hora respondendo de uma forma, sabe, sou filha única.

- Meus pais com toda certeza iriam ficar felizes- disse ele mastigando um biscoito e formulando uma nuvem com seus pensamentos.

Luna deitou a cabeça no ombro e disse.

- E se alguém contar para Rony?

- Ninguém seria tão malvado assim- disse Harry chateado, então seus olhos percorreram pelo Salão e pararam em Draco que olhava para o casal ali na mesa da Grifinória.

Luna ergueu a cabeça para Harry e contemplou seu rostinho angelical.

- Sim, alguém seria malvado assim- respondeu Harry se levantando, fazendo Luna cair de costas na cadeira e batendo a cabeça.

- Estúpido- murmurou Luna chateada se sentando.

Harry foi até Draco e disse que precisava falar com o garoto no Jardim, foi até lá, sentou em um banco enquanto Draco vinha calmamente.

- Escuta aqui, Malfoy, eu sei muito bem o que você aprontou, você disse ...

Draco assustado olhava para ele.

- Até você, Harry, suspeitando de mim? Eu te salvei aquele dia e voc...

- Cala a boca- respondeu Harry- Ou não respondo pelos meus atos- gotículas de cuspe ficaram nas vestes de Draco.

Draco parecia estar mudo, Harry encarava ele furiosamente.

- Você matou a mãe do meu melhor amigo- disse Harry segurando nas golas das vestes dele- Como foi capaz?

- Harry- gaguejava ele- Eu juro, eu juro mesmo, não foi eu.

Harry soltou Draco imediatamente e virou as costas, cruzou os braços e perguntou.

- Quem foi, então?

- Não sei, mas juro que não foi eu, nem cheguei a conversar com o meu pai.

Harry voltou a encarar Draco.

- Você é muito falso, Ah! Tem outra coisa também, não vou permitir que você namore Gina Weasley.

O estômago de Draco despencou, ficou pálido no mesmo instante, seus lábios tremiam.

- C-como é q-que é?

- Isso mesmo, eu já sei de tudo, sobre você, e Gina.

Draco estava prestes a chorar, ajoelhou na frente de Harry e agarrou as vestes dele.

- Eu juro que não fiz nada, eu juro, não me faça ficar longe de Gina, por favor, não posso ser punido por uma coisa que não fiz- então lágrimas rolavam pelo seu rosto branquelo.

Draco grudava nas vestes do garoto como Rabicho fizera no seu terceiro ano, parecia até mesmo que Draco queria puxar Harry para o chão.

- Você é um mentiroso- explodiu Harry.

- O que está acontecendo aqui?- perguntou Rony ao lado de Gina.

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- Não podemos voltar para Ordem- gritou Sarah dando um soco na mesa- Voldemort está lá.

O pessoal estava reunido na Toca, Casa dos Weasleys.

- Onde então vamos fazer as nossas reuniões?

- O único lugar seguro nesse mundo seria a Casa dos Dursleys, V-Voldemort não pode entrar lá.

- Com coisa que vai ser fácil convencer os Dursleys- murmurou McClagan- Olá Sr Dursley, viemos fazer nossas reuniões aqui, francamente, aquela Petúnia era um desastre na escola.

Snape crispou os lábios e contemplou McClagan com um certo ar de nojo, então ele se virou para Snape e disse.

- Está com medo de reencontrar sua irmãzinha, é?- perguntou olhando no fundo dos olhos de Snape.

- Cala a boca- respondeu ele pulando da cadeira- Petúnia não é a minha irmã.

- Perseus, não me mande calar a boca- respondeu McClagan fuzilando ele com os olhos.

- Parem os dois- berrou Minerva entrando no meio da briga- Sentem-se os dois, estávamos falando da Ordem da Fênix e não de quem é irmão de quem.

McClagan e Snape obedeceram calados.

- Seria legal se a gente conversasse com os Dursleys, se a gente comprasse a casa deles- sugeriu Mundungo.

- Ótima idéia- apoiou Tonks- Comprar lá, poderíamos construir a Ordem lá.

- A casa é muito pequena- disse Minerva triste- Logo teremos dezenas de pessoas, não caberíamos todos nós naquela sala.

- Poderíamos costruir, aquela casa não precisa daquele enorme jardim.

- É isso ai- concordavam todos, menos Arthur que parecia calado, além de triste.

- E se não der certo?- perguntou Tonks fazendo todos se calarem.

- Poderíamos nos reunir em Hogsmeade.

- Boa, boa- concordaram quase todos.

- Ou talvez em Hogwarts.

- Hogwarts é muito pequena para isso- reclamou Snape.

- Ótima idéia, vamos ver a Casa dos Dursleys, se não der certo, vamos abrir em Hogwarts- declarou Minerva- Assunto encerrado, vou mandar uma carta ao Dumbledore, avisando a nossa decisão.

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- Nada- respondeu Harry cinicamente soltando as vestes de Draco fazendo o garoto cair de joelhos no chão- Simplesmente nada.

- É- disse Draco se levantando e deixando um sorriso escapar, ao mesmo tempo que limpava suas vestes.

Rony olhou para Draco com uma expressão totalmente vazia, Gina segurou os braços de Rony, pois entendia o que se passava naquela cabeçinha oca, enquanto isso Harry entrou na frente, tentando impedir o começo de uma briga.

- Vamos, vamos tomar café- respondeu Rony dando as costas para Draco.

- É, vamos- respondeu Harry seguindo Rony, deixando Gina para trás.

- Nos vemos mais tarde- acenou Gina sem o irmão perceber.

Draco se limpou e se virou para tomar o rumo para Hogsmeade, iria no Cabeça de Javali, encontrar com a pessoa que estava com as fitas em mãos.

Draco apressadamente percorreu os olhos por todas as vitrines de Hogsmeade, e não tardou para se aproximar de uma cabeça torta, grudada ao lado de fora da loja, uma Cabeça de um Javali, ao fazer uma pequena meia lua no chão, encontraria com a pessoa que estava com a fita na mão, a fita que provaria sua inocência, que deixaria Draco e Gina namorarem em paz.

Ao se virar, deparou com uma capa preta, alguém sentando no fundo do balcão, dois olhos cinzentos se destacam, Draco se aproximava, trêmulo, suas pernas estavam bambas, o homem puxou lentamente o capuz, e Draco distinguiu o rosto com apenas um pedaço dele aparecendo, era o seu próprio pai, Lúcio Malfoy.

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