O Fim do Pesadelo



O Fim do Pesadelo



Um vento gélido parecera tomar conta de Paris naquele dia, Scorpius olhava atentamente os rostos serenos de Jay e Jackie que dormiam na cama de Rose. Jackie realmente era a cópia de Rose, tanto na personalidade quanto fisicamente, retirando é claro, ás pequeninas sardas no narizinho e nas bochechas alvas, traço herdado de seu pai, James Potter.

- Como permiti ás coisas chegarem a esse ponto? – Sussurrou para si mesmo.
- Você não permitiu nada, apenas chegaram. – Uma voz ecoava no quarto fazendo o loiro lançar um olhar de censura a Jason que estava encostado no vão da porta de braços cruzados. – Não entendo essa mania dos Malfoy’s de acharem que têm de controlar tudo e todos...
- Humpf...

Grunhiu o loiro levantando-se da cadeira confortável ao lado da cama onde os pequenos dormiam e caminhou até Jason passando pelo mesmo com uma carranca visível em sua face. Jason sorriu de canto fechando a porta do quarto dos pequenos, Alvo junto de vários aurores estavam na sala do pequeno quarto de hotel traçando estratégias e planos de busca.

Scorpius desabou no sofá da sala passando ás mãos entre a cabeleira sedosa, Jason limitou-se em rolar os olhos e sentar-se ao lado do amigo.

- Olhe o lado bom disso tudo... – Começou o rapaz.
- Me diga o lado bom e eu penso se quero olhar para ele... – Grunhiu novamente Scorpius.
- CorCor você realmente é um poço de alegria... – Zombava Jason. – Olha só, eu sei que foi cruelmente cruel o fato da mocinha Rose Gatinha ter sido seqüestrada pelo vilão Morbius, mas você ainda é o mocinho da história e é claro que você irá salva-la...
- Estamos na vida real Jason! – Vociferava Scorpius. – Isso não é um conto idiota trouxa! E se esse é o lado bom...
- Você nem me deixou terminar! – Interrompeu o rapaz. – Como eu ia dizendo, nós somos OS CARAS ok? Iremos salvar a mocinha! E o lado bom nisso tudo é que você pode ficar perto do seu filho e conquista-lo...

Os dois amigos trocaram olhares sérios logo fazendo um leve sorriso nascer em seus lábios, momento interrompido por uma porta sendo aberta com violência e um homem ruivo ao lado de uma mulher de cabelos cheios e castanhos adentrarem o local, atrás de ambos vinha o casal Potter com um semblante sério.

- COMO VOCÊS PERMITIRAM UM PSICOPATA LEVAR MINHA FILHINHA? – Berrara Rony segurando Alvo pelo colarinho.
- Ronald solte o Alvo imediatamente! – Ordenara Hermione Weasley fazendo o marido soltar a contra gosto o rapaz que tremia levemente.
- Não foi culpa nossa pai... – Hugo se metia. – Tentamos chegar até ele, mas...
- MAS O QUÊ? – Urrou o ruivo dessa vez voltando sua ira para o filho caçula.
- A culpa foi minha. – Scorpius falara sério.

Rony Weasley atravessou a sala como uma bala de canhão, nem mesmo Harry Potter conseguira segurar o amigo que vôo no colarinho do loiro, Gina e Hermione giraram categoricamente os olhos castanhos e cruzaram os braços como se pedissem a Merlim paciência.

- VOCÊ! SEU FILHOTE DE DONINHA ALBINA! VOCÊ! TUDO ISSO É CULPA SUA! PRIMEIRO ENGRAVIDOU A MINHA BEBEZINHA E DEPOIS A ABANDONOU! E POR ÚLTIMO PERMITIU ELA SER SEQUESTRADA! EU VOU MATAR VOCÊ! – Rony erguera o punho fechado preste a dar um belo soco em Scorpius que apenas cerrou os olhos esperando sentir uma incrível dor, que não veio.
- VOVÔ!

O berro de duas crianças fizeram o ruivo cessar seu ataque, o choro da pequena Jackie invadiu a sala fazendo Rony se afastar rapidamente de Scorpius e correr até os netos os abraçando firmemente, Hermione até então estava parada, mas ao ver os pequenos correu aos mesmos afastando Rony destes.

- Está vendo o que fez Ronald? – A mulher lançava um olhar de censura ao marido que baixava a cabeça envergonhado. – Está tudo bem crianças o vovô apenas se exaltou um pouco, não vai acontecer novamente, venham vamos dormir...
- Não é verdade. – Jay falara num fio de voz tendo a atenção toda em si.
- O que não é verdade? – Perguntara Hermione docemente.
- O que o vovô disse... – Recomeçara o menino. – O... O... O senhor Scorpius...
- Seu pai... – Cortou-lhe Jason recebendo um olhar feio de todos presentes. – Que é? Que foi? Só falo a verdade, não fiz nenhuma criança indefesa chorar!
- Continue o que dizia querido... – Hermione falava novamente docemente depois de lançar um olhar assassino a Jason que escondera-se atrás de Scorpius.
- Não foi culpa do... Do meu... – Jay engolira em seco sentindo ás lágrimas encherem seus olhos. – Do senhor Scorpius, a culpa foi toda minha! Se eu... Se eu não tivesse nascido, mamãe não teria casado com meu pai, digo... O James. E ele também não teria morrido! E... – Ás lágrimas já molhavam a bochecha do menino. – E se eu não tivesse pedido panquecas, mamãe não teria saído para comprar os ingredientes e não seria seqüestrada.

Os olhos de todos arregalaram-se, Jay abaixou a cabeça fitando os próprios pés, Jackie que estava no momento no colo de Hermione cessando seu choro, olhou para o irmão sem entender o porquê dele chorava, já que ela chorava por causa dos berros de seu avô.

- É a culpa é toda sua. – Scorpius falava seco.

Rony que novamente ia voar em Scorpius foi impedido por Harry e Hugo, ambos limitaram-se em balançar negativamente a cabeça. Jay lançou um olhar curioso ao verdadeiro pai, esperando que este continuasse.

- Tudo o que disse, cada palavra me fez perceber que a culpa é sua. – Scorpius encarava sério o filho. – Após Hogwarts, tudo estava um caos, nem eu e nem sua mãe sabíamos da gravidez dela ainda e brigávamos muito. Talvez se ela não estivesse grávida de você ela teria ido para a guerra e não se casado com o Potter. Culpa sua por existir, entretanto se ela não tivesse se casado com o Potter ele teria ido mais cedo para a guerra e morrido mais jovem, sua mãe certamente assumiria você e diria a todos quem era seu pai, isso causaria uma bela briga de família e sofrimento... Se você não existisse ela teria ido para a guerra também e talvez estivesse morta hoje.
- CorCor você ‘tá falando coisa com coisa...
- Acontece Jay... – O loiro ignorava o melhor amigo aproximando-se do filho. – Que ninguém é inocente nessa vida e nem é absolutamente culpado, todos somos apenas responsáveis pelos nossos atos, eu principalmente. Se sua culpa foi nascer e permitir mais uns anos de vida ao Potter, parabéns! É uma excelente culpa! Mas se for culpar alguém pelo seqüestro de sua mãe, culpe Morbius, pois ele que é o responsável dessa palhaçada toda.

Jay engoliu o choro, Scorpius sorriu e acariciou os cabelos do filho, Jackie novamente olhava para o irmão com plena curiosidade. O loirinho enxugou ás lágrimas e retribuiu o sorriso do verdadeiro pai, em seguida estendendo a mão para o mesmo. Scorpius recusou a mão do filho e o puxou para um forte abraço que fora correspondido na mesma intensidade.

- Não quero dormir, quero ajudar a encontrar minha mãe. – Falou o menino.
- Quantos anos você tem? – Jason aproximava-se risonho, Scorpius ergueu os olhos e sorriu de canto separando-se do filho.
- Nove! Faço dez aqui a dois meses. – Falara orgulhoso.
- Nove hein? – Jason olhava para o dedo colocando o dedo no queixo parecendo pensar em algo realmente importante. – Hum... Bom... Nessa idade eu e seu pai roubávamos ás varinhas do Sr.Malfoy para brincar, acho que não tem problema você ajudar na busca da sua mãe.
- Você se baseou em varinhas roubadas para colocar a vida do MEU neto em perigo? – Rony falava ameaçador.
- Ele pode ser seu neto Sr.Weasley... – Scorpius pela primeira vez dirigia a palavra a Rony. – Mas é meu filho e eu digo que ele pode ajudar nas buscas de Rose.

Jay alargou um imenso sorriso abraçando com força o pai, Rony bufou e rolou os olhos recendo um beliscão dado por Gina. Eles iriam encontrar Rose, teriam de encontrar.



Longe dali em uma mansão abandonada no sul de Paris, o corpo de uma mulher ruiva estava repousando em uma cama de casal com edredons dourados, visivelmente feitos de linho de ouro. Sentado abaixo da janela, em uma formosa poltrona negra estava um homem que tomava uma taça de vinho enquanto observava a mulher dormir.Ao vê-la remexer-se um sorriso malicioso nasceu nos lábios finos do homem com feições tenebrosas.

Rose abriu os olhos azuis escuros lentamente e sentou-se com dificuldade, não lembrava-se de usar um vestido senhorial quando fora seqüestrada, olhou assustada pelo quarto tendo imagem de Morbius em seguida. A mulher encolheu-se assustada, fazendo Morbius soltar uma grande gargalhada.

- Pensei que Grifinórios fossem corajosos Rose querida...
- Não sou uma Grifinória a séculos Morbius! – Rosnou a mulher.
- Oh sim, sim, entretanto a petulância é a mesma... – Zombou levantando-se da cadeira andando em passos largos até a cama.
- O QUE QUER DE MIM?
- Case-se comigo Rose, podemos construir uma família... – Morbius sorria abertamente fazendo ás cicatrizes de seu rosto contorcerem-se e tornarem-se ainda mais assustadoras.
- Eu já sou casada e tenho uma família.
- Oh não, você é viúva querida e bem... Um filho bastardo e uma pirralha não podem ser considerados familiares.
- MAS EU CONSIDERO! ELES SÃO MEUS FILHOS! – Urrou a mulher fazendo Morbius suspirar cansado
- Por que me renega Rose? – Ele esticara seu único braço e tocando os cabelos da ruiva com os dedos. – Não sou tão cruel assim na cama, sei proporcionar prazer também... – Ele levava uma mecha do cabelo ruivo da mulher até suas narinas o cheirando.
- Eu nunca serei sua Morbius!
- Lhe darei um dia para pensar, prometo ser um cavaleiro e controlar meus instintos... – Ele se afastava e caminhava até a porta. – Meus servos lhe trarão vestes dignas de uma rainha, jóias e alimento...
- EU NÃO QUERO NADA! EU QUERO A MINHA FAMÍLIA! – Berrou a mulher.

Morbius a ignorou deixando o quarto e fechando a porta com magia, Rose correra até a mesma e com os punhos começou a espancá-la, tinha que sair dali, seus filhos a esperavam, ela tinha que conseguir sair dali.



Aurores entrando e saindo daquele quarto de hotel já havia virado comum, todos haviam ficado o dia inteiro e a madrugada inteira procurando pistas sobre onde Morbius poderia estar, Jason e Jay estavam deitados no sofá, ambos dormindo, roncando e babando. Enquanto Hermione e Gina dormiam no quarto de Rose com a pequena Jackie que constantemente perguntava sobre a mãe.

Scorpius ao lado de Harry, Alvo, Hugo, Rony e Draco Malfoy que chegara ainda na madrugada procurava pistas enquanto os aurores saiam vasculhando a cidade de Paris.

- Eles já podem ter deixado à França! – Declarara Rony nervoso.
- Odeio concordar com o Pobretão... – Draco franzira o cenho. – Ele pode ter a levado para qualquer lugar do planeta.
- Não, ele não sairia da França, ele está sem lugar para ir... – Hugo falava olhando um mapa da cidade.
- Os Ministérios de todos os países estão atrás dele, ele está encurralado na França. – Alvo falava sério. – A não ser se ele tiver ido para o mundo dos trouxas, aí sim teremos problemas.
- Ele não se misturaria com pessoas que ele tem preconceito... – Confirmou Harry.
- Ela ainda está na França... – Scorpius afirmava.
- Como pode ter certeza? – Indagara Rony.
- Eu sei que ela está.

O loiro voltou o olhar para os dois loiros no sofá, o grupo a mesa seguiu o seu olhar, sabiam que Scorpius estava lutando para continuar mantendo a esperança, viam isso apenas de ver o olhar deste sob o pequeno Jay.

- Como Jason consegue dormir num momento como esse? – Hugo girara os olhos. – O Jay a gente até entende sabe? Mas o Jason...

Jason parecera escutar seu nome de longe já que dera um belo sobressalto do sofá, os que estavam na mesa seguraram uma risada ao vê-lo derrubar um livro que repousava sob a sua barriga enquanto dormia. O loiro coçou a cabeça e sorriu amarelo.

- O Weiss é um aborto da natureza se isso responde a sua pergunta... – Draco sorria de canto fazendo o grupo gargalhar.

Jason lançou um olhar feio a eles e principalmente a Draco por conta do comentário, abaixou-se para pegar o livro e franziu o cenho o pegando com delicadeza para que não saísse da página aberta.

- Sr.Potter... – Chamara o loiro.
- Sim Jason?
- A família Morbius é Inglesa certo?
- Sim, mas o porquê da pergunta?
- O Morbius estudou na Durmstrange certo?
- Aonde quer chegar com essas perguntas Jason? – Draco intervira severo.
- A mãe de Morbius vem de uma família alemã que morou na França durante quase todas suas gerações... – Sorria o rapaz vitorioso. – Genevive Tahan – O rapaz começava a ler o livro. – ... A última dos Tahan’s casou-se com o herdeiro da família Morbius, recentemente não se têm noticias dela...
- A mãe de Morbius morou aqui na França? – Surpreendia-se Alvo.
- Mais localizada em Paris, a mansão da família dela fica no sul da Paris Bruxa, uma área nobre por assim dizer.
- O único lugar onde Morbius poderia levar Rose... – Rony sorria abertamente.
- Na antiga mansão dos Tahan. – Concluíra Hugo satisfeito.

Scorpius voara até o livro que Jason segurava o retirando com força das mãos do rapaz que muxoxou coisas inaudíveis, em seguida devolveu o livro a Jason com a mesma delicadeza que o retirou, apanhou uma capa negra que repousava no encosto de sua cadeira e a jogou nos ombros.

- Hey! Pode esperar aí valentão! – Draco se colocava a frente do filho. – Precisaremos de reforços, esse cara é louco!
- Não importa! – Bradara o loiro. – Se demorar muito a Rose poderá...
- Escute Scorpius, você precisa de reforço, convocaremos os aurores e o Ministério Francês... – Harry começara calmamente.
- AH calem a boca vocês! – Jason franzia o cenho apanhando a outra capa. – Enquanto vocês chamam a cavalaria nós vamos dando uma surra no Morbiuzinho!
- Não sejam idiotas! – Revoltara-se Alvo. – Vocês não têm chance sem ajuda...
- Iremos ver isso de perto então... – Scorpius sorrira de canto desaparecendo num estalo.

Jason limitou-se em acenar e desaparecer em seguida, Draco bufara impaciente, aquilo não podia estar realmente acontecendo.


Rose andava de um lado para o outro naquele quarto, sentia-se como uma leoa enjaulada sem poder fazer nada. O ódio consumia seu coração a cada instante que pensava em Morbius, aquele verme matara James e a seqüestrara a afastando de sua família. Merlim... Como doía pensar em Jay e Jackie sozinhos naquele momento tão difícil!

Desabou na cama de casal enterrando a face entre ás mãos, James lhe ensinara a nunca baixar a cabeça em momentos difíceis, a ensinara que o tempo é apenas uma mera ilusão e que todos nós temos poder suficiente para fazer o que quisermos. Ergueu a cabeça afastando a vasta cabeleira ruiva da face e engolindo o choro que estava por vir, olhou ao seu redor, se Morbius achava que iria doma-la ele realmente estava enganado, afinal ela era uma Grifinória acima de tudo! Uma leoa corajosa e selvagem.

Olhou por todo o local, precisava de algo para se defender, ás paredes possuíam vários quadros e vários objetos tenebrosos e... O sorriso de Rose não poderia ser mais belo quanto naquele momento, um sorriso que iluminou todo aquele quarto sombrio, um sorriso de pura esperança.


Scorpius e Jason pararam frentes os portões velhos e fúnebres de uma imensa mansão, o “T” de bronze acima das grades enferrujadas indicava que aquela sim era a mansão da família Tahan. Os dois loiros trocaram olhares cúmplices, eles sabiam que não era simplesmente entrar naquela mansão e salvar a mocinha da garra do vilão, afinal, era de Morbius que eles estavam falando.

- Ok, estamos aqui e queremos chutar a bunda do Morbius... – Começara Jason. – Mas como faremos isso?
- Primeiro vamos entrar.
- Ahh claro! Vamos entrar! – Jason batia palmas risonho. – Mas permita-me perguntar como? Afinal... Entrar num antro das trevas e permanecer vivo não é lá muito fácil sabe?
- Você será a isca. – Scorpius sorria de canto.
- EU SEREI A ISCA? POR QUE EU SEREI A ISCA COR COR?
- Porque o único ser idiota o suficiente para cumprir o papel de isca é você... – O loiro dava um sorriso superior.
- Esses seus elogios para com minha pessoa realmente me deixam comovido sabe? – Ironizava o rapaz torcendo o nariz. – Só estou indo de isca pela Rose Gatinha ouviu bem?
- Auto e claro. – Scorpius acenava com a cabeça.

Jason engoliu em seco, aproximou-se lentamente do portão com a varinha erguida. Scorpius o observava de longe, se ali houvesse magia negra Jason a despistaria e Scorpius poderia adentrar com rapidez e salvar Rose. Jason espiou por cima dos ombros, viu Scorpius lhe dar uma piscadela e sorriu amarelo.

- Maldita hora que me ressuscitaram... – Resmungou para si mesmo.

Tocou hesitante o portão e cerrou os olhos com força esperando um baque ou algo arrancando-lhe a cabeça, entretanto nada aconteceu, abriu os olhos lentamente e franziu o cenho, era impressão ou aquilo estava fácil demais?! Sorriu abertamente adentrando os jardins entretanto mal dera três passos quando uma imensa raiz lhe acertara a boca do estômago e lhe arremessara longe o fazendo cair nos pés de Scorpius que o encarava com uma sobrancelha arqueada e uma expressão cômica na face.

- Realmente isso foi ridículo. – Comentara o loiro vendo Jason gemer de dor no chão. – Vamos logo sua ameba! Levante-se, agora já sabemos o que protege a entrada é só passar por ela!
- Me deixa... apenas... recuperar... o ar?
- Não temos tempo para sua respiração pausada Jason! – Bradara puxando o amigo com força para se levantar.
- Sua preocupação comigo é realmente surpreendente Cor Cor... – Resmungou o rapaz acariciando a barriga.
- Muito bem, essa árvore parece muito com o Salgueiro Lutador de Hogwarts, você poderia a distrair e eu passo por trás dela e chego até a soleira da mansão.
- Ahhh claro! Muito fácil dizer: Go Jason, Go para a morte!, ao invés de dizer “GO WILLY, SEJA LIVRE!”.
- Você tem assistido por demais filmes trouxas Jason...
- O que eu posso fazer? Eles me atraem...

Scorpius rolou os orbes cinzas empurrando o amigo em direção ao portão, Jason virou-se para trás fazendo um gesto obsceno com o dedo do meio para o amigo e logo aderindo uma imensa carranca – quase do tamanho da de Scorpius – o rapaz atravessou os portões.

Mais uma vez a imensa raiz lhe veio na direção, Jason dera um salto desviando da mesma, viu Scorpius correr por trás da árvore ao mesmo tempo em que ela quase lhe acertara. Era como lutar boxe com um imenso gigante, por sorte ser magro e rápido eram qualidades a Jason e ele não havia sido muito atingido.

Scorpius colocara os pés na soleira e assim que virou-se para trás viu Jason ser arremessado contra o portão, parecia que agora era uma questão de honra. Jason levantou-se com a varinha erguida e começara a lançar freneticamente feitiços contra a árvore, aquilo sim daria um belo titulo de um livro: “Lutando contra Árvores”. Balançou a cabeça negativamente a fim de retomar a ter em mente sua missão, tentou abrir a porta com as mãos em vão já que não abriam. Resolveu apelar para a varinha lançando inúmeros feitiços até conseguir a explodir e adentrar naquela mansão sombria.



Morbius abrira com violência a porta do quarto de Rose, a mulher estava em pé ao lado da cama segurando uma imensa espada, a ruiva estava em posição de ataque o que fez Morbius gargalhar já que a espada perto de sua varinha era considerada a mesma coisa que nada.

- O que pretende fazer com isso Rose? Me matar?
- Essa é a intenção!
- Não seja ranzinza querida, vamos, vamos embora daqui, creio que seus amigos...
- EU NÃO VOU A LUGAR ALGUM COM VOCÊ! – Urrou a mulher.
- E pretende fazer o que? Lutar até a morte contra mim?
- Pretendo!
- Não me obrigue a te machucar...
- Você já me machucou da pior maneira Morbius, me tirou pessoas importantes, me fez cometer erros... Se você não existisse... – Os olhos da mulher lacrimejaram, mas ela não baixara a guarda um instante sequer.
- JÁ BASTA! – Ordenara Morbius aproximando-se com rapidez da mulher.
- AFASTE-SE DELA MORBIUS! – Uma voz ecoara por todo quarto.

Morbius virara-se mal humorado, Rose ainda possuía a espada erguida e Scorpius estava ali com sua varinha, os olhares de Morbius e Scorpius transmitiam a própria repulsa que sentiam um do outro e não tardou até um duelo começar a acontecer.

Rose correra para debaixo de uma das mesinhas do quarto, Scorpius dera um belo soco em Morbius que cambaleara, quando o loiro estava preste a lhe acertar outro soco, Morbius desviara e lançara um feitiço estuporante fazendo o corpo de Scorpius fazer um gracioso arco no ar e bater com tudo contra a parede, deslizando e caindo no chão.

Morbius aproximou-se como uma serpente preste a dar o bote, lançou um crucciatus no corpo do loiro que se contorcia como nunca, Rose saíra debaixo da mesa, seus olhos azuis marinhos estavam negros e seu semblante mais sério do que nunca. Quando Morbius agarrou os cabelos de Scorpius e o erguera apontando sua varinha para o pescoço do mesmo, o loiro tinha certeza que morreria.

- Avada... – Murmurara Morbius.

A frase não fora completada, a espada fora cravada nas costas de Morbius que largara Scorpius no mesmo momento, a espada atravessara o tronco do homem que estava sendo morto pela única pessoa que sentiu algum sentimento, mesmo que fosse o sentimento de obsessão.

- Você não vai matar mais ninguém. – Finalizara Rose.

Scorpius apanhou sua varinha e incendiou o corpo do homem que logo urrou de desgosto, dor e desespero, virando apenas cinzas. Rose caíra de joelhos ao chão olhando ofegante para Scorpius, a ruiva cerrou os olhos e sentiu tudo rodar.



Jason estava por deveras aliviado, por mais que tivesse certeza de que duas costelas suas haviam virado pó, ele havia vencido sua batalha contra a árvore! Encostado no portão e ofegante sorriu abertamente ao ter a visão de um loiro saindo pelas portas da mansão segurando em seus braços o corpo inerte de uma ruiva.

Se algum comentário idiota iria sair da boca de Jason ele não teve tempo, vários aurores e pessoas do ministério francês surgiram ao seu lado, tendo a maioria correndo em direção a Scorpius e para dentro da mansão.

- Ótimo, esqueçam da isca! Eu apenas estou sem duas costelas nada demais... – Emburrara o rapaz sentado.
- ROSE! – Berrara Rony correndo até a filha e a arrancando dos braços de Scorpius.
- Ela está apenas desmaiada... – Sussurrara o loiro.
- Onde está Morbius? – Indagara Harry.
- Foi morto por sua obsessão... – Scorpius respondia vagamente fitando o rosto cálido de Rose nos braços do pai.




Os olhos azuis marinhos abriram-se lentamente, Rose sentou-se com dificuldade na cama quando percebera uma certa movimentação naquele quarto claro por demais, olhara para o lado deparando-se com sua mãe ajeitando um buquê de rosas vermelhas em uma jarra de cristal em cima do criado mudo.

- Mamãe... – Sussurrou.
- Rose! Oh! Graças a Merlim! – Hermione abraçava a filha firmemente. – Ficamos tão preocupados...
- Onde estou?
- Hospital Bon Pierre, você e Scorpius conseguiram acabar com Morbius.
- Ele está morto? – Balbuciou a ruiva.
- Sim... – Confirmara a morena. – O pesadelo acabou Rose, você pode retornar para casa agora.
- Enquanto ao...
- Ao pai de seu primogênito? – Sorrira levemente Hermione. – Retornou hoje cedo a Londres, ele e Jason que por sinal está com duas costelas quebradas, têm de escrever relatórios ao centro de aurores...
- Entendo... – A ruiva baixava os olhos.

A porta do quarto escancarou-se de repente e duas crianças adentraram correndo, a menininha ruivinha jogou-se no colo da mãe a beijando e abraçando enquanto o loirinho sentava na cama e observava a cena com os olhos marejados, atrás das crianças vinha Rony que coçava levemente a cabeça.

- Senti saudades mamãe! – Jackie falava empolgada.
- Eu também pequenina! – Rira-se Rose colocando o cabelo da filha atrás da orelha e logo beijando o rosto de Jay.
- A senhora está bem? – Indagou o loirinho.
- Não podia estar melhor! Afinal estou com meus pequenos.
- Rose... – Chamara Rony. – Você... Você volta conosco não é?
- Creio que não tenho mais motivos para ficar longe de Londres papai...

O sorriso de Rony aumentou-se de tal forma que por um instante Hermione teve a idéia de que ele poderia se deslocar, Rose conversava e gargalhava ao lado de seus pequenos. O pesadelo havia terminado, era hora do sonho continuar.



Havia dois meses se passado desde que Rose retornara junto de seus filhos para Londres, com sua vasta experiência com Ministérios logo conseguiu ser contratada pelo Ministério Inglês. Comprara uma bela casa nas proximidades da Toca, a fim de dar uma infância saudável a seus filhos.

Scorpius e Jay acabaram por criar um laço afetivo e com isso o loiro sempre aparecia para pegar o filho e leva-lo para passear, Jackie acabava por ir junto para o desgosto do irmão mais velho. Jason e Lily haviam ficado noivos para o desespero de Harry e Alvo que não sonhavam que a caçula Potter pudesse se casar “tão cedo”.

Naquela tarde de domingo em uma das mais badaladas sorveterias do Beco Diagonal notava-se um trio satisfeito, a menininha ruiva deliciava-se com o sorvete de chocolate, o menininho loiro conversava animado sobre quadribol com o homem de cabelos loiros, a cópia do pequeno, porém mais velho.

- Aí então os Cannons venceram! Mamãe disse que o goleiro deles é o melhor! – Jay falava pequeno dando uma colherada em seu sorvete de morango e o colocando na boca.
- Sua mãe entende bastante de quadribol... – Comentara Scorpius coçando a cabeça.
- É, ela disse que venceu muitos jogos em Hogwarts, principalmente contra a Sonserina.. – Rira-se o pequeno.
- O quê? – Scorpius arregalava os olhos. – Minha Sonserina era a melhor!
- Se você diz... – Jay dava os ombros enfiando mais uma colherada a boca.
- E como... Hã... – Scorpius pigarreava. – Como anda sua mãe?
- Você a viu hoje... – O loirinho arqueava uma sobrancelha.
- Bem... Eu... Eu só vi! Não falei com ela!
- Não falou porque não quis. – Jay parava de tomar o sorvete e olhava intimidador para o pai.
- Bem... Não é bem assim, ás coisas são complicadas.
- Não vejo nada de complicado afinal o senhor gosta dela e ela evidentemente gosta do senhor.
- Não é tão fácil assim Jay, coisas aconteceram...
- Que se dane as coisas! – Bufara o menino fazendo Scorpius arregalar os olhos. – Tio Jason tem razão, vocês dois são muito lerdos!
- EU sabia que tinha um dedo do Jason nisso! – Rosnara o loiro.
- Ele disse a verdade, afinal, pelo que ele me contou, você a mamãe sempre se gostaram e agora que nada os impede ficam fazendo doce.
- Eu não vou discutir minha vida amorosa com um pirralho de nove anos!
- Ótimo, não discuta, mas também não tem vida amorosa.

Scorpius abriu e fechou a boca inúmeras vezes, até mesmo Jackie havia parado de tomar o sorvete para ver aquela discussão entre pai e filho, Jay tinha um maldito sorriso arrogante brincando em seus lábios, um sorriso digno de um verdadeiro Malfoy.

- E aí família! Estou atrasado? – Uma voz animada quebrara aquele momento tenso.
- Põe atrasado... – Rosnara Scorpius.
- IIIhhhh eu hein?! Que rosnado foi esse CorCor esqueceu sua vacina contra raiva essa semana foi? – Jason puxava uma cadeira sentando-se ao lado de Jackie dando uma colherada no sorvete da pequena e levando a boca.
- Isso é meu Sonson! – Jackie fazia bico.
- Sonson? – Scorpius e Jay seguravam a gargalhada.
- Ela não consegue falar Jason então me chama de Sonson, qual o problema?
- Nenhum! – Gargalhava pai e filho.
- Família mais maluca, tal pai tal filho eu hein... – Jason rolava os olhos. – Mas mudando de assunto... Quando é que você e a Rose Gatinha vão se acertar Cor Cor?
- Não começa Jason... – Scorpius fuzilava o amigo com o olhar
- Começar? Eu??? Por que eu começaria?
- Porque o Jay já começou e só falta você!
- Bem, venhamos e convenhamos meu caro Cor Cor se uma criança de nove anos de idade, sem ofensas Jay...
- Não ofendeu Sonson...
- Enfim... Se um pirralho está dando palpites em sua vida amorosa, ela realmente está uma merda não acha?
- O que vocês querem que eu faça? – Rosnara Scorpius.
- Você não disse que ela disse que amava você? – Indagara Jason.
- Mamãe disse que amava você? – Jay maravilhava-se.
- Eu só posso ter colado chiclete na varinha de Merlim... – Resmungara o loiro.
- E o que você falou? – Interessava-se o pequeno.
- Ele não disse nada, segundos depois o corta embalo morto Morbius a seqüestrou... – Jason rolava os olhos.
- E nunca mais tocaram no assunto?
- Você sabe como o Cor Cor é lerdo...
- Põe lerdo nisso, lembra quando ele foi me chamar para sair a primeira vez?
- VOCÊS PODERIAM PARAR DE FALAR COMO SE EU NÃO ESTIVESSE AQUI? – Urrara Scorpius fazendo Jackie gargalhar alto.
- Ah, você ainda está ai? – Jason esbanjava sarcasmo.
- Não vou nem responder Jason...
- O que você pretende fazer? – Indagara Jay. – Para dizer que ama a mamãe?
- Eu? Eu não vou fazer nada!
- Ah vai sim! – Jason franzia o cenho. – Minha missão como ressuscitado é unir meus dois chaveirinhos!
- Eu realmente fui um péssimo cara na outra vida... – Scorpius rolara os olhos.


No próximo e último capitulo::


Rose:: Eu sei lá, ele não disse nada, acho que... O sentimento acabou Lily.
Scorpius:: EU NÃO VOU FAZER ISSO DEFINITIVAMENTE!
Jason:: Meu casamento será o casamento do século ok?
Lily:: Eu acho que engravidei.
Jay:: Eu posso... Eu posso te chamar de pai?
Rony:: Eu acho que terei um enfarte.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • tamires wesley

    lindo salvamente..amei..scorpius mais larga d ser lerdo homen..kkkkkk adorei o capitulo..\0/

    2012-08-25
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.