Jack Covalline
A terça-feira não fora nada agradável para Albus, assim como resto da semana. Uma quantidade excessiva de deveres foi incumbido a ele e naturalmente, ele deixara alguns atrasados, como o relatório sobre as mandrágoras do Prof.Longbottom e a pratica do feitiço Feraverto, que McGonagall havia passado. Tudo estava realmente muito exaustivo.
Chris, nunca deixava nenhum dever sequer sem fazer e Albus quase sempre copiava as coisas que não sabia, ou então, ficava até uma hora da madrugada quebrando a cabeça no Salão Comunal, enquanto todos os outros companheiros de casas, dormiam em suas camas aconchegantes.
- Albus! – chamou McGonagall na aula de sexta feira. Albus estava com rosto enfiado em seus braços cruzados em cima da mesa – Tenha santa paciência...
Albus acordou em um pulo e esfregou o rosto.
- O que? – perguntou ele rabugento – Desculpe!
- Faça agora o Feitiço Feraverto – ordenou McGonagall em tom desafiante – Se você estava tão livre para estar dormindo em sala de aula, certamente você não terá problemas em realizá-lo, não é?
Albus arregalou os olhos e empunhou sua varinha, olhando friamente para o rosto cheio de rugas de McGonagall. Ele não havia treinado muito o feitiço.
- O que eu transformo? – perguntou Albus. Parecia que um gelo extremamente grande havia descido para seu estomago. Seria humilhado ali mesmo.
- Pode ser o rato do Sr Carter – respondeu McGonagall secamente. Ela encostou em sua escrivaninha e ficou observando Albus – Assim você vai pensar duas vezes antes de errar!
Chris se moveu incomodado e pegou seu ratinho branco, que estava em seu bolso. Ele entregou tremendo para Albus.
- Feraverto!
O rato de repente mudou de forma e seu corpo inteiro virou um grande cálice, exceto por sua cabeça que ainda continuava inteira. A sala toda observava seu fracasso e Albus corou como nunca. McGonagall saiu de seu lugar bufando e com apenas um toque de sua varinha, o rato voltou ao normal milagrosamente. Chris o pegou assustado e o colocou de volta em seu bolso.
- Menos cinco pontos para a Sonserina – anunciou McGonagall guardando a varinha e se sentando a frente de sua escrivaninha – Por o Sr.Potter estar dormindo na minha aula... – acrescentou, quando alguns alunos da Sonserina protestaram.
A sineta tocou cinco minutos depois e Albus jogou a mochila nas costas e saiu da sala sozinho, sem querer falar com ninguém. Seu rosto ainda estava vermelho e estava morrendo de vergonha pelo vexame que passara na aula.
Ele dobrou um corredor e pegou um atalho para ir até as masmorras, pelo menos tinha um tempo livre agora. Ele entrou no ambiente exclusivamente Sonserino, jogou sua mochila em uma poltrona e se jogou em outra, perto da lareira, que crepitava lentamente.
As coisas estavam ficando cada vez piores e Albus não sabia como controlar. Os deveres de casa estavam tomando todo o seu tempo e não sobrava nem alguns minutos para ele se comunicar com o capitão do time de quadribol. Bem, ele duvidava muito que conseguiria entrar para o time com o irmão de McTripe no comando. Com certeza, McTripe deveria ter falado um monte de baboseiras a seu respeito para o irmão, ou, com muita sorte, não.
Como se fosse um pedido, Albus viu a parede deslizando e um menino de cabelos louros e forte entrou, acompanhado por seus amigos. Albus se levantou imediatamente.
- McTripe? – perguntou
- Eu mesmo! – disse o garoto secamente – E você deve ser, suponho, o tal de Albus Severus não é mesmo?
- Sim sou, eu...
- Meu irmão me disse sobre você...
Pronto. Estava tudo acabado. De uma vez, a esperança de entrar para o time de quadribol, se extinguiu violentamente, restando apenas o vazio na mente de Albus e a vontade de montar em sua vassoura e sair voando em um jogo de verdade, combatendo qualquer uma das outras casas.
- Ele... – começou Albus, mas foi interrompido
- Bem, ele me falou muito mal a seu respeito, mas ele exagera muito nas coisas... – disse McTripe simpaticamente – E a propósito, o que queria comigo?
- Oh sim! – disse Albus. Uma esperança surgira novamente em seu peito – Eu estava me perguntando, quando serão os testes para o time de quadribol?
Houve uma pausa repentina, em que McTripe observava atentamente Albus, dos pés a cabeça, como se fosse um médico analisando seu paciente, até que ele disse:
- Na segunda feira, se você tiver interessado, apareça lá no campo às dezoito horas, mas já vou avisando, temos apenas uma vaga de artilheiro e outra de batedor ok?
- Ok! – respondeu Albus entusiasmado – Mal posso esperar...
- Ok, até mais! – disse McTripe e saiu andando pelo Salão, com seus colegas grudados nele. Albus deu gargalhadas de alivio, só de ver a cara de McTripe quando vê-lo nos treinos do time. A vergonha que passara na sala da McGonagall aos poucos foi se esvaindo, dando espaço a uma nova emoção e preocupação. Entraria ou não para o time de quadribol?
A sineta tocou inesperadamente e Albus jogou a mochila nas costas e saiu andando pela escola. Finalmente teria a aula que tanto estava esperando, a de Jack Covalline, Defesa Contra as Artes das Trevas. Albus não sabia o porquê de não terem tido aula antes com ele, mas, não se importava, era horário duplo. Ele subiu alguns lances de escadas e foi o primeiro a entrar na sala de do Prof.Covalline.
O Professor analisava atentamente alguns pergaminhos que estavam espalhados por toda sua escrivaninha. Ele aparentemente não notara a presença de Albus, que se dirigiu ao fundo da sala, seu lugar preferido em todas as matérias. O Prof.Covalline ergueu os olhos e avistou Albus.
- Ah olá! – disse ele agradavelmente
- Oi! – respondeu Albus entusiasmado – Tudo bem com o Sr? – acrescentou.
- Oh sim... – disse Jack com a voz cansada – Apenas muito trabalho a fazer, realmente eu não sabia que ser Professor daria tanto trabalho, olha, ai vem os alunos...
Aos poucos, a sala de aula foi se enchendo de alunos da Grifinória e Sonserina. Chris se dirigiu a Albus e se sentou ao lado dele, enquanto acenava para Rosie, que sentara bem na frente, junto de suas amigas risonhas. Quando estavam todos acomodados em seus devidos lugares, Jack pigarreou e acenou a varinha para quadro e imediatamente, surgiu algo escrito.
- Expelliarmus! – disse Jack andando de um lado para o outro, com a varinha no bolso, enquanto analisava cada rostinho do segundo ano da Grifinória e Sonserina – Suponho que alguns de vocês já o conheçam...
Correu um murmúrio de concordância pela sala.
- Ótimo – respondeu Jack satisfeito – Mas antes de tudo, eu me chamo Jack Covalline, ex-auror, e guarda da prisão de Azkaban!
As meninas abafaram gritos de horror.
- É, sei que Azkaban não tem uma fama muito boa pela sociedade bruxa... – disse ele na mesma hora – Mas eu gostava de lá, me sentia realmente bem...
Alguns meninos da Sonserina sorriram desagradavelmente. Jack não percebeu e continuou andando pela sala.
- Bem, o Feitiço Expelliarmus é um feitiço defensivo mais usado em duelos, mas já se tornou um tanto banal... – disse ele – Contudo, é muito poderoso... Um raio vermelho sai da varinha de quem o lança e pode acertar quanto a varinha ou o próprio oponente...
Scorpius comentou alguma coisa com McTripe e Jack ouviu e imediatamente rumou até eles. Não estava com uma cara muito boa.
- Sr.Malfoy... – começou o Prof. – O Sr não gostaria de ser minha cobaia para testar o feitiço logo no primeiro dia de aula não é mesmo?
Scorpius congelou. Albus percebeu que ele não esperaria isso em nenhuma circunstancia. Jack sorriu ironicamente e dirigiu seu olhar para McTripe, que começou a escrever repentinamente em seu pergaminho.
- E o Sr? – perguntou Jack – Como se chama?
- Gustav McTripe – disse o garoto timidamente enquanto Jack o estudava.
- Oh sim... – disse Jack, frio – Conheci seu irmão, bem diferente de você, não parecem que tem o mesmo sangue que o Sr. E menos dez pontos para a Sonserina!
- Professor! – rugiu Chris indignado - Você não pode fazer isso, é um abuso literalmente, ele só estavam conversando, tantos alunos que conversam e não perdem pontos!
- Sr.Carter, estou certo? – perguntou Jack e Chris concordou com a cabeça – Certamente que o Sr sabe que cada Professor tem seu método de ensino e esse é o meu e se você não quiser perder pontos para a sua casa, é melhor ficar quieto...
As orelhas de Chris ficaram escarlates e ele pousou seus olhos para o pergaminho a sua frente e começou a escrever desesperadamente, enquanto Jack voltava a explicar sobre o feitiço:
- Bem, para começarmos nossas aulas de uma maneira bem explicativa... – disse Jack depois de mais uma breve explicação sobre o feitiço – Vou chamar dois alunos de cada casa, para praticar o feitiço...
Um silencio anormal correu pela sala, até que Jack selecionou Albus e Scorpius da Sonserina e Rosie, junto com July Faa. Albus se dirigiu ao centro da sala junto com Scorpius, Rosie e July. Eles pararam a uma curta distancia de Jack.
- Ótimo – disse ele – Para não causar rixa entre as casas, quero que o Sr.Potter teste o feitiço com o Sr. Malfoy e a Srta. Weasley com a Srta.Faa! Ok?
Aquilo não podia estar acontecendo. Ele não podia lançar o feitiço contra Scorpius. Malfoy com certeza pegaria pesado com Albus e até mesmo era capaz de machucá-lo. Albus e Scorpius foram para um canto da sala, enquanto Rosie e July preparavam as varinhas. Afastaram-se.
- Quero que uma desarme a outra primeiro... – disse Jack – Pode ir primeiro Srta.Weasley...
Rosie apontou a varinha firmemente para July e disse em alto e bom som:
- Expelliarmus!
Um estampido e um raio vermelho saiu da varinha de Rosie e acertou a varinha de July, fazendo-a voar metros longe da dona. Ela correu, pegou a varinha e revidou o feitiço, que teve o mesmo efeito.
- Dez pontos para a Grifinória... – disse Jack entusiasmado, enquanto os alunos que vestiam vestes com o emblema da Grifinória estampado no lado esquerdo, batiam palmas – Agora o Sr.Potter e o Sr Malfoy...
Albus e Scorpius se dirigiram ao centro e se afastaram. Albus não perdeu tempo e apontou a varinha para Scorpius, gritando:
- Expelliarmus!
Um flash vermelho acertou a varinha de Scorpius, que ao contrario de July, não voou, ela continuou presa à mão do dono. Todos olharam espantados, até que Scorpius bradou a varinha fortemente e gritou:
- EXPELLIARMUS!
Um flash vermelho saiu de sua varinha e Albus não teve tempo de fazer nada. Ao invés de ir em direção a sua varinha, o feitiço o acertou no meio do estomago. Albus voou para trás e bateu em uma estante exageradamente pesada, que acabou caindo em cima dele.
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