Prólogo



Harry sentia a suor escorrendo por seu rosto. Estava correndo há mais de dez minutos, desviando dos raios vermelhos que ricocheteavam nas árvores da floresta proibida, mas não sentia cansaço nenhum, precisava avisar alguém. Se o plano que acabara de ouvir funcionasse, alguém muito importante pra ele iria morrer.

Quarenta minutos atrás, estava passeando com Gina pelos campos de Hogwarts, como fazia quase todas as tardes desde a final do quadribol. O pôr do sol estava lindo, os dois se beijavam intensamente quando foram interrompidos por uma sonora explosão vinda da floresta. Quando os dois chegaram mais perto para averiguar, viram um homem encapuzado adentrando a floresta. Canino latia sem parar na cabana de Hagrid. Com o coração batendo forte Harry decidiu seguir o homem para ver o que era.

— Harry, não! Pode ser perigoso, você não sabe quem era. Não ouviu aquela explosão?

— Eu sei Gina, mas você não viu aquele homem? Parecia um comensal. Se ele entrou aqui no castelo, tenho que saber o que ele está fazendo! Enquanto isso, vá chamar alguém, a McGonagall, o Dumbledore, sei lá!

— Tudo bem, eu vou. Mas prometa tomar cuidado.

— Prometo.

Os dois deram um ultimo beijo, longo, cheio de paixão, como se aquele fosse o ultimo beijo dos dois. Quando os lábios se desgrudaram, Gina saiu correndo para o castelo e Harry na direção oposta. Dali foram 15 minutos de corrida, seguindo os rastros do homem encapuzado, até parar ao ouvir vozes exaltadas. O homem estava lá, discutindo com outro, também escondido dentro de um capuz. Harry se encolheu atrás de uma árvore tentando fazer o mínimo de barulho possível. Arrependeu-se por não andar sempre com sua capa de invisibilidade.

Quanto mais ouvia a conversa, mas Harry ficava transtornado, sentindo a necessidade de contar isso para alguém. Ao perceber que os dois estavam saindo, ele, ainda estupefato com o que ouvira, tentou sair furtivamente, mas pisou num tronco seco que quebrou, denunciando sua posição.

Foi aí que ele começou a correr.

Um dos comensais fugiu, mas o outro seguiu Harry, soltando todos os feitiços que podia contra o garoto, que nem reagia, só pensava em fugir e espalhar a informação. Mais de dez minutos depois, encharcado e com o coração quase rasgando sua camiseta, ele sentiu um raio atingir suas costas. A dor preencheu cada centímetro de seus músculos enquanto a Maldição Cruciatus se espalhava por seu corpo. Ele caiu no chão se contorcendo e ouviu o comensal se aproximar.

— Curioso como sempre, não é, Potter? – disse uma voz que Harry conhecia muito bem.

Petrificus Totallus! – gritou dessa vez a voz que ele adorou ter ouvido. Gina finalmente o achara.

Protego!

O feitiço refletiu no escudo e voou floresta adentro. Harry conseguiu se levantar com a ajuda de Gina e ouviu Slughorn chegar e lançar uma azaração no comensal. Este desviou por um triz e se escondeu atrás de uma árvore. Harry sacou sua varinha para lutar, mas logo foi desarmado. Gina o protegeu por um momento, antes de ser quase atingida também.

Em seguida Harry ouviu a ultima palavra que iria esquecer:

Obliviate!

Um raio brilhante atingiu o peito de Harry. A última coisa que veio em sua mente foi o rosto de Gina.
 

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