Chamando
Capitulo treze - Chamando
- Por que... por que ela não me vê?
- Você morreu.
- Por que isso aconteceu?
- Você pediu.
- Eu não queria que fosse assim...
- Mas aconteceu.
- O que posso fazer? Tem volta?
- Infelizmente quando se está deste lado. Não tem mais volta.
- Não posso deixá-la como está... Não posso...
- Mas tem um jeito para você voltar.
- Qual?! Por favor, me diga Samantha, que jeito é esse?
- Este jeito está na última página do livro que está no criado mudo ao lado da sua cama na sala de Monitoria Chefe.
- E como faço isso se estou morto?!
- Dê um jeito.
- Que jeito?! Não me deixe mais desesperado do que já estou!
- Você conhece algum amigo que tenha alguma sensibilidade espiritual muito aguçada?
- E eu vou lá perguntar essas coisas?!
- Não seja grosso comigo, só estou tentando te ajudar. Se não quiser a minha ajuda eu vou embora e você que se vire!
- NÃO! Espere! Sinto muito. Fui estúpido.
- Foi não, você é!
- Ta lega, ta legal! Eu admito que sou um tanto quanto grosso...
- Grosso? Grosso é pouco.
- Estamos aqui pra discutir como faço pra voltar ou as minhas atitudes?
- Digamos que pode ser as duas coisas. Assim tenho companhia!
- Não fique feliz com a minha desgraça.
- Não posso fazer nada. Não tem muito com que se divertir aqui...
- AAAAHH! MURTA! EU POSSO ESTAR MORTO, MAS DÁ UM TEMPO!
- AAAIIIII LINDDOOO EU SABIA QUE UM DIA VOCÊ FICARIA DO MEU LADO POR TODA A ETERNIDADE!
- Ok. Me ignorem.
- NÃO SAMANTHA, NÃO ME DEIXE COM ESSA DESMIOLADA!
- Eita, mas que garoto mais desesperado esse... ta eu fico. Mas não fica se agarrando com essa maluca que eu vou embora!
- Está com ciúmes, Sam?
- Ciúmes? Eu? E quem disse que eu iria algum dia ter ciúmes desse pateta?
- Você não, mas a sua outra face sim!
- Engraçadinha você...
- VOCÊS DUAS QUEREM PARAR COM ISSO E ME AJUDAR?!
- Xii... ele ficou furioso...
- E a culpa é sua.
- Por que minha?!
- CALEM A BOCA!
- Já calamos.
- Ótimo! Acho bom!
- Ele ta nos ameaçando?
- Eu acho que ta!
- E o que ele pensa que é pra fazer isso?!
- Ai meu Deus eu mereço... o que foi que eu fiz pra ficar de papo com essas duas malucas?
- NASCEU!!
- Ou melhor, morreu né...
Draco fechou a cara.
Pansy recusou a falar com seus amigos ou conhecidos que vinham lhe dar palavras de consolo. Recusou-se a ver qualquer pessoa que fosse e passou a maior parte do tempo trancada no quarto do dormitório feminino da Sonserina. Até lançar feitiços contra a porta para quem ninguém entrasse, ela fez. Sua mente vagava em lembranças de seus anos anteriores e se perguntava o que aconteceu para mudar tanto. O que aconteceu para as pessoas a sua volta mudar tanto? Ou será que foi ela quem mudou?
Pansy estava sentada em sua cama enquanto a tarde passava pela janela opaca e o som de alunos ao longe entrava pelas fretas das portas, abraçada aos joelhos enquanto fitava, durante horas adentro uma página de um diário aberto. Seus olhos pregados na mesma, não se moviam um único milímetro, uma única expressão se quer passava por seu rosto sombrio e pálido. De repente. Como um estalo. Ela pegou o diário em mãos e o jogou com violência contra a porta do quarto, fazendo o mesmo cair pesadamente no chão. Ela começou a respirar ofegante. Como se tivesse corrido léguas de distâncias por algum tempo. Ela começou a correr os olhos pelo local. Levou as mãos aos cabelos bagunçando-os agitadamente e gritou. Gritou alto. Ela limpou ferozmente uma lágrima teimosa que correu por sua face. Levantou-se de um salto e caminhou pesadamente até o diário. O tomou em mãos de uma forma delicada como se o mesmo fosse algo muito precioso. O olhou por algum tempo. O fitando. Seu maxilar estalou de raiva e engoliu em seco.
- Tudo o que você tem... era tudo o que eu queria ter... – ela derrubou displicentemente o diário no chão num baque surdo. Sacou levemente a varinha. Abaixou fitando o diário. – Incendio... – disse. Um raio alaranjado e avermelhado saiu de sua varinha sendo lançado contra o diário que queimava se distorcendo. Ela ficou ali, vendo o diário se transformando em pó. Pouco a pouco. Tomando cuidado para não provocar um incêndio no quarto. Logo uma fumaça fúnebre envolveu o lugar. Pansy correu para a janela e a abriu com a varinha. Fazendo com que a fumaça se dissipasse com o vento juntamente com as cinzas do que era um diário.
Roland Welling estava deitado em sua cama, num quarto improvisado para os alunos de Beauxbatons. Ele apoiava a cabeça sobre o braço esquerdo enquanto o direito segurava um livro que estava apoiado em suas pernas dobradas. Ele lia atentamente o que estava escrito ali. Era um livro sobre Transfiguração. O ambiente do quarto estava entregue a um silêncio calmo. As janelas abertas por onde entrava uma brisa fresca balançava levemente seus cabelos vermelhos escuros, o que faziam com que algumas mechas teimassem em ficar sobre seus olhos cinzentos. Ele suspirou cansado. Depositou o livro no chão ao lado da cama e passou a mão sobre o rosto como quem espantava o sono; ao fazer tal gesto, ele fitou a faixa vermelha que continha em sua mão direita. Mexendo os dedos simplesmente, como se não tivesse usado os mesmos há anos, retirou a mão esquerda debaixo da cabeça e começou a desamarrar a faixa que estava amarrada na palma da mão direita. Sentou-se na cama enquanto fazia isso. E ao retirar a última parte a olhou bem. Na palma da mão direita de Welling havia uma horrenda queimadura. Uma cicatriz que ficaria por toda a vida. A pele da palma da mão estava fúnebre, tinha uma coloração amarronzada e branca e parecia se descascar. Durante algum tempo, quando recebeu esta cicatriz de um acidente que aconteceu há dois anos, Welling pensava que poderia melhorar, mas não. Nunca, jamais melhorou – já fora a vários curandeiros, mas nenhum o ajudou –. Ele usava a faixa para cobrir a cicatriz. A pele da palma de sua mão estava morta, poderia até tirá-la, como havia feito um ano antes, achando que era apenas casca, mas viu a carne viva da mesma e o sangue escorria da mão que lhe causava dor como se tivessem sentido tudo novamente. Ele recolocou a faixa com cuidado, esta o ajudava, servia como uma segunda pele. Levou a mão até a altura dos olhos, como se admirasse o trabalho feito. Bufou. Pegou o livro que estava no chão o fechou bruscamente e o colocou em cima de uma mesinha ao lado. Levantou-se e caminhou até a porta e saiu.
Ann observava o rosto inerte de Draco. Observava cada traço do rosto, cada curva do mesmo e de como os cabelos lisos e loiros cariam levemente sobre as pálpebras fechadas que guardava olhos azuis acinzentados. Ela estava sentada numa cadeira ao lado de um dos leitos mais baixos da segunda Ala. Ann estava debruçada sobre a cama com a cabeça apoiada nos braços dobrados enquanto observava a respiração lenta e fraca do garoto. Apenas assistindo ele dormir como se esperasse que a qualquer momento ele pudesse acordar, enquanto ela acariciava, de leve, com as pontas dos dedos, os cabelos dele brincando com algumas mechas de cabelo que teimavam em ficar nos olhos dele.
- Acorde pra mim... – murmurou ela. – Abra seus olhos pra mim... – suspirou e ficou mais uma vez em silêncio, somente escutando ao longe o farfalhar das árvores que eram balançadas pelo vento e o som das mesmas entravam na Ala juntamente com as vozes das pessoas lá fora, longe, tornando tudo um silêncio modorrento e tranqüilo. Ela brincava com as mechas do cabelo, docemente, como uma criança que esperava pacientemente a pessoa ao seu lado acordar. Como se aquele gesto, tão simples, pudesse ter o poder de fazê-lo acordar. De quando em quando fechava os olhos sendo vencida pelo cansaço, mas logo que acordava, assustada, rapidamente o olhava, verificava se o mesmo já havia acordado.
Desde que soube que Draco caiu em coma, Ann não saiu uma única vez da enfermaria. Nem sob protestos dos alunos da Sonserina; que advertiam a torturar e a perseguir em qualquer momento; nem sob as ameaças de Pansy Parkinson e nem sob as ordens dos professores. Ela ficou ali, ignorando o mundo. Não falou mais com Hermione e nem com Gina, que desistiram de tentar tirá-la de lá, a visitavam de vez em quando naquele dia, Ann simplesmente as ignorava ou dava respostas curtas encerrando o assunto. Hermione e Gina tentaram entender, não fizeram objeções. Ann pedia desculpas mentalmente a elas, não tinha nem coragem para falar com elas nem com ninguém. Só queria que a deixassem ali. Quieta. Já era o bastante.
- Quem era eu para te fazer esperar... – murmurou mais uma vez enquanto o observava. Parecia tão calmo, tão tranqüilo. – Eu não me importo com mais nada nesse mundo... Eu sinto sua falta... Ainda continuo sonhando que você estará comigo, Draco... Acorde pra mim... – falou numa voz pastosa. – Eu juro por Deus que resistira a todo o inferno pra segurar sua mão... Vamos, acorde pra mim... Abra seus olhos... Eu daria tudo, daria tudo por nós. Eu daria qualquer coisa, mas não desistiria então não desista e acorde... acorde pra mim... – ela fungou limpando uma lágrima solitária que escorria pelo seu rosto. Draco, mesmo que Ann não o visse, estava ali, bem ao lado dela, o tempo todo, sentado no leito ao lado, observando-a e escutando-a. E notou a presença de alguém. – Welling?! – exclamou ela ao levantar a cabeça. O rapaz estava encostado à porta da Ala de braços cruzados a observando. Ele se aproximou do leito de Draco. Ann o acompanhou com os olhos. E Draco fez o mesmo, tão surpreso quando Ann.
- Ele deu algum manifesto?
- Não... – respondeu tentando disfarçar a voz que saiu embargada desviando o olhar de Welling para as próprias mãos que agora, estavam sobre seu colo. Draco ficou a observar os dois. Welling se aproximou mais do corpo de Draco. Ann não viu, continuou a olhar para as mãos. Welling pegou o braço esquerdo de Draco e levantou a manga. Draco levantou-se de um salto observando o garoto enquanto o mesmo mexia em seu corpo. – O que está fazendo? – Ann se levantou.
- Agora que você se manifesta! – bufou Draco, espírito, ao lado de Ann, com raiva. Welling a ignorou. – Não! – gritou Draco ao levar as mãos aos cabelos. Welling levantou mais a manga das vestes da Sonserina e lá estava ela. A marca Negra. Ann arregalou os olhos prendendo a respiração. Draco ao seu lado ainda continuava com as mãos nos cabelos, desesperado. – Ele sabia.
- É claro que sabia. – disse uma voz sarcástica às costas de Draco. Este se virou. Samantha estava de braços cruzados observando Welling atentamente. – Se você o tivesse como inimigo, Malfoy, de certa forma você já estaria morto.
- Obrigado pela parte que me toca. – disse ele dando um sorriso irônico. – E ele é meu inimigo. Ele deve ter alguma coisa com o governo ou sei lá...
- Ah! Draco, como você viaja! – bufou Samantha. – Welling nada mais é do que um Autor.
- Aí é que ta! – retrucou. – Sendo eu um Comensal e ele um Auror... o que me diz disso? – ele ria irônico enquanto observava Welling verificar atentamente a tatuagem no braço do garoto.
- Ele não é seu inimigo.
- Ah, não? – ele virou-se para Samantha, irônico. Ela o encarou com um olhar de desdém. – Engraçado, porque amigo é que ele não é.
- Ele não vai fazer nada contra você enquanto tiver a Ann. – rebateu ela com raiva agora observando Welling.
Ann suspirou. Welling abaixou a manga como se não tivesse a levantando.
- Não deixe que ninguém veja isso. – falou ele sem olhá-la. Ann franziu o cenho.
- Welling...
- Você não me deve explicações, Ann. – ele sorriu gentilmente para ela. Ann olhou para o corpo de Draco. – Você sabia, não sabia? – ela não respondeu. Welling apenas aceitou aquilo como uma resposta. Ele virou-se para sair da sala.
- Welling. – chamou Ann. Ele parou e virou-se para ela. – O que... o que vai fazer? – perguntou temendo a resposta. Welling abaixou a cabeça coçando o queixo. Em seguida a levantou novamente e encarou Ann.
- Não vou fazer nada contra ele. – Samantha olhou para Draco, espírito ao seu lado, com um olhar de quem diz: “Ta vendo?” Draco apenas soltou um resmungo não acreditando naquilo. Ali tinha coisa. Welling se virou mais uma vez para partir a deixando sozinha na Ala. Ann sentou-se na cadeira e se manteve em sua posição de antes.
- Venha comigo. – disse Samantha a Draco, este já estava indo se sentar no leito onde estava sentando minutos antes.
- Pra onde? – perguntou tedioso.
- Você quer voltar não quer?
- Quero, claro que quero!
- Pois então aproveite que você ainda não morreu. Então venha comigo. – disse ela decidida. Draco olhou para Ann uma última vez. Aproximou-se desta enquanto Samantha se afastava sem perceber que o garoto ainda continuava no mesmo lugar. – Eu vou voltar. – sussurrou no ouvido dela como se ela pudesse escutar e mais uma vez levou a mão aos cabelos da garota para acariciá-las mas desistiu, não queria, realmente não queria ver sua mão atravessá-la. Seguiu para onde Samantha o esperava impaciente.
Roland Welling caminhava apressado pelos corredores de Hogwarts. Os alunos foram obrigados a seguirem seus currículos escolares. Zabini se encontrava ainda enfermo, mas não havia nada de grave, apenas alguns ossos quebrados e entre outros incidentes. Roland seguiu pelos corredores quase silenciosos e chegou ao corredor onde ficava a Sala de Monitoria Chefe de Hogwarts. Parou a porta e espiou os dois lados do corredor. Sacou a varinha e abriu a porta murmurando “Alorromora”. Adentrou rapidamente na sala fechando a porta atrás de si. Silencioso como um gato, ele vasculhou o local atrás de algo importante. Seus olhos furtivos e astutos vasculharam gavetas da mesa principal e armários. Abriu a porta do quarto do Monitor Chefe, vasculhou todos os móveis. Parou diante de um criado mudo e o abriu num único gesto. E sem hesitou, tomou em mãos um livro surrado. Folheou rapidamente como quem já o tinha visto antes, parou numa página e correu os olhos por ela e uma leve ruga apareceu em sua testa. Ele suspirou, fechou o livro bruscamente e o levou consigo. Deixando o quarto como se nunca estivesse ali.
Thomas Rivert estava pagando uma detenção na biblioteca, àquela tarde, por ficar até tarde da noite zanzando fora da cama à noite passada, mesmo protestando que ele estava preocupado com o amigo, mas os monitores da Corvinal não quiseram nem saber – Tom até ameaçou os monitores de que quando Draco acordasse daria os nomes deles ao amigo, já que Draco era Monitor chefe, mas com essa ameaça ele fez a Sonserina perder quinze pontos – desacato a uma autoridade –. A biblioteca estava quase vazia apenas continha alguns alunos a um canto, mas logo eles saíram do ambiente. Madame Pince estava à porta da biblioteca ralhando com dois alunos que estava lanchando dentro do ambiente e Tom estava lá no fundo da biblioteca. Com cuidado ele recolocava a pilha de livros no lugar que os alunos tinham mania de tirar e não pôr de volta. Por duas vezes, teve problemas com cinco livros de feitiços que teimaram em não ficar no lugar ou derrubava outros que ele carregava de uma estante para outra; Tom tinha sérias duvidas se iria acabar isso sozinho e cedo, pois parecia que alguns livros estavam dispostos a fazer uma pequena rebelião. Ele viu até um mesmo tentar rasgar as próprias páginas com as pequenas fitas de cetim vermelho que saia de sua capa grossa, impedido que Tom o colocasse no lugar, ao lado de um outro livro, com o mesmo tema só que mais atual.
- Entra aí! – bufava Tom empurrando o livro com toda a força que tinha. Estava proibido de usar magia e tinha que fazer as coisas na mão. Assim que encaixou o livro no lugar, Tom ameaçou o mesmo a jogá-lo pela janela se não cooperasse. – Que decadência! Estou brigando com um livro... – suspirou ele irônico ao pegar mais uma pilha de livros e arrasar uma longa escada, com rodinhas, para o outro lado. Colocou os livros numa mesa próxima.
Ajustou a escada olhando para a estante, pegou dois deles e começou a subir, calmamente; até que era fácil, se não fosse ele ter subido cinco degraus da escada e uma fileira inteira de livros vier ao chão; uns cinqüenta livros pesados e grossos. O barulho foi alto. E Tom olhou rapidamente para a porta, mas Madame Pince não estava lá. Correu os olhos desesperados pelo local a procura da mulher. Temia que encontrasse o olhar de fúria dela ao ver a bagunça que estava, mas ela não estava lá. Ele estava sozinho. Tom fechou a cara olhando para estante. Desceu decidido a passos pesados. Se afastou da estante sacando a varinha ferozmente e ao levantá-la para lançar um feitiço todos os livros que cariam voltaram rapidamente para o lugar, arrumadinhos como se nada tivesse acontecido. Tom bufou cansado derrubando os ombros.
Ele levou a mão à testa.
- Eu mereço. – suspirou ao voltar para a escada. Ele parou. Olhou para a estante com um olhar intimidador. – Eu não vou esperar para lançar um feitiço. Eu to avisando! Nem que Madame Pince esteja presente eu vou usar a varinha! – ele brigou. – Cara, que decadência! Estou discutindo com uma estante e um bando de livros encrenqueiros... Isso é só pra quem não tem o que fazer...
- Chamar a atenção de Tom, desse jeito, só vai fazer com que ele ataque os livros sem piedade, estou dizendo! – disse Draco suspirando cansado, ele estava sentado na mesa de madeira onde Tom acabara de colocar os livros. Ele olhava para o amigo que colocava os livros cuidadosamente no lugar. Samantha estava em pé, de braços cruzados e lançava olhares assassinos para Murta Que Geme, que estava flutuando próximo a Tom de uma maneira que ele não a visse.
- Por que você não aparece para ele?! – perguntou Samantha irritada.
- Eu não sei o que aconteceu? – explicou com raiva.
- Ah, não sabe? Ah, não sabe não? – rosnou Samantha calmamente fitando Murta num olhar assassino. Draco levou a mão à testa no exato momento que Tom descia as escadas para pegar os outros livros.
- Samantha, estou tentando ajudar!
- Mas desse jeito?! Jogando os livros no chão?! – disse ela exasperada. – Fazendo com que os livros briguem entre si?!
- Eu não fiz isso! – defendeu-se Murta. – Sabe muito bem que tem alguns livros aqui que tem vida própria. Eu só fiz os livros caírem da estante não fiz eles tentarem rasgar suas páginas ou fazerem uma rebelião. Se é tão inteligente assim porque você não faz algo para ajudar? – Samantha bufou. Caminhou apressadamente até Tom que estava pegando dois livros e estava ajustando a escada novamente para subir. Samantha assoprou em seu ouvido fazendo o garoto se arrepiar e rapidamente ele deu um pulo para o lado. Eles ficaram em silêncio para observar.
Tom levou a mão ao ouvido em que Samantha assoprará. Os olhos de Samantha encontraram os de Draco que a olhava atônito e abismado.
- Como? Como você fez isso? – ofegou ele.
- Anos de prática. – disse ela orgulhosa. Murta fez uma careta como quem diz: “Grande coisa”.
- Um assopro desse não é tão interessante do que derrubar uma pilha de livros.
- Ah, é sim! – disseram Samantha e Draco em uníssono. Murta olhou de esgoelar para os dois.
- Se não querem a minha ajuda eu me retiro! – guinchou ela.
- Isso não tem nada a ver! – disse Samantha. Murta lhe lançou um olhar mortal.
- Samantha, desse jeito você não ajuda! – disse Draco virando-se para ela. – E Murta, tem tudo a ver sim. Eu e Samantha somos diferentes de você. Você é um fantasma e...
- Vocês também são!
- Somos espíritos, sua ignorante, espíritos! – berrou Samantha. – Fantasmas têm pendências. Espíritos não. – Samantha parou ao ver o olhar arregalado de Murta quando uma sombra hostil passou pelo rosto desta. Ela suspirou. – Desculpe. – disse. – Mas há uma grande diferença entre nós. Draco, que morreu e não morreu, está lutando para voltar a seu corpo. Eu estou aqui, como parte de Ann. Portanto, Murta, nos ajude a fazer com que Tom procure pelo livro que está no quarto dele. Só você pode nos ajudar. Se não, pode ser tarde demais e realmente Draco pode morrer.
- Mas aquele livro é suicídio! – ela berrou com uma voz embargada. Samantha olhou para Draco, este desviou o olhar para a janela aberta.
- Mesmo assim eu vou fazer. – ele disse pondo um fim naquela discussão.
- Murta, por favor. Você está salvando vidas aqui. – Murta estremeceu os lábios. E com um estalo “apareceu”. Tom berrou.
- MURTA! – gritou ele descendo as escadas aos tropeços. – Eu estou pagando uma detenção! Não fique assoprando no ouvido dos outros! – berrou. Eles notaram que o rapaz continuava com a mão no ouvido. Murta olhou para o lado onde Draco e Samantha estavam, esperançosos. - O que foi? – disse Tom acompanhando olhar de Murta, mas não via nada. - Madame Pince chegou? – perguntou inocentemente.
- Draco quer que você vá ao quarto dele e pegue um livro. – ela disse num murmúrio.
- O quê?! – fez Tom franzindo o cenho sem entender. – O que disse? Eu não escutei Murta! – Murta se empertigou.
- Draco Malfoy quer que você vá ao quarto dele e pegue um livro. – ela disse em alto e bom som. Tom arregalou os olhos e teve que se escorar na mesa para não cair. Draco e Samantha acompanhavam a reação do garoto.
- Draco... o Draco... – ele ofegou. – Ele morreu... mas ele... ele não estava em coma...? Ele morreu... meu amigo morreu! Meu amigo morreu! – gritou ele voltando para Murta e saiu correndo da biblioteca.
- Ah, meu Deus! Ele acha que você morreu! – disse Samantha displicente.
As portas da Ala-hospitalar foram abertas num estrondo que fez Ann pular da cadeira e quase cair no chão. Rapidamente ela olhou e pensou que vinha um exército de Sonserinos para tirá-la de lá. Era da Sonserina, mas não era um exército, era apenas um. Ann sentou-se na cadeira novamente, não iria sair dali nem que Tom a obrigasse. O rapaz se aproximava possesso. E Ann arregalou os olhos sacando rapidamente a varinha e em seu pensamento ela achou que ele a obrigaria a força sair dali. Ela se levantou da cadeira enquanto ele se aproximava a passos largos e rápidos.
- DRACO! – ele berrou assim que chegou ao leito do rapaz. Ann pulou de susto.
- O que está fazendo?! – perguntou. Mas o garoto parecia não escutar.
- NINGUÉM MANDOU VOCÊ MORRER! SEU MISERÁVEL! ACORDE! LEVANTE!
- Ele não morreu! – berrou Ann. – Pare com isso, você sabe!
- ANN, CALE A BOCA! ISSO É TUDO CULPA SUA! DESDE O COMEÇO! DESDE QUANDO VOCÊ PISOU AQUI! DESDE QUANDO VOCÊ CONHECEU DRACO! – gritou ele cuspindo as palavras estava furioso e parecia prestes a matar um. – A MURTA DISSE! ELA DISSEQUEELEMEPEDIUPARAPEGARUMLIVROENÃOSEIMAISOQUÊ! – ele berrava atropelando e juntando as palavras que Ann não entendeu. – O QUE SIGNIFICA QUE ELE MORREU!
- O QUÊ?! – ela disse exasperada. Tom avançou pra cima dela a derrubando no chão. – Me solte! – urrou ela se debatendo. – Estupefaça! – berrou ao apontar a varinha para ele. Tom foi jogado com violência numa parede. Ele se levantou rápido como se não tivesse sigo jogado. Ann franziu o cenho apertando a varinha na mão assombrada com a recuperação rápida do rapaz, de um feitiço. – TOM, ME ESCUTA, DRACO NÃO MORREU!
- MEU AMIGO MORREU E É TUDO CULPA SUA!
- ELE NÃO MORREU, ELE CONTINUA RESPIRANDO!
Tom sacou a varinha, mas Ann foi mais rápida.
- Expelliarmus! – berrou com fúria. A varinha de Tom girou no ar caindo longe dele. - Petrificus Totalus! – Tom sentiu o corpo enrijecer e bater como uma tábua no chão. Ann respirava ofegante e passava a mão ao rosto assustada, hesitou por alguns instantes a fazer algo encarando o rapaz estático e estatalado no chão, como se esperasse que de repente ele se levantasse como se não tivesse levado um feitiço. Ela engoliu em seco. – Você é bem forte... – disse ela ofegante. Passados alguns segundos provando que Tom não iria sair dali nem que quisesse. Ela caminhou a passos rápidos e pegou a varinha do rapaz e caminhou até ele sendo seguida pelos olhos do garoto que a fitava. Ela se abaixou ao seu lado. – Eu vou de libertar, mas me prometa que não vai me atacar, certo? – disse. – Pisque para mim que vai obedecer. – ele piscou. – Eu vou te soltar agora, mas preste atenção: Draco não morreu. Ele está em coma. A gente vai conversar, está bem? – ele piscou. Ann se levantou. – Rennervate. – disse. Tom sentou-se de um salto e correu os olhos pelo lugar passando as mãos no rosto, suando e ofegante. Ann estava em pé, ao seu lado e lhe estendia a varinha.
- Não é somente porque eu seja forte. – Ann rolou os olhos. – Você está aqui há horas e não comeu nada. Acha que um simples feitiço não exige da capacidade de um bruxo em condições físicas excelentes? – ele disse displicente. – Corpo fraco. Mente fraca. Feitiço fraco. Isso é o básico. Nunca se esqueça disso. E além do mais, estava fora de mim. Me pegou de... – ele parou. Ann franziu o cenho pensando que Tom havia pensado: “Não devo explicações a ela”. Já estava acostumada com as patadas e conselhos dos Sonserinos.
Ele a olhou por alguns segundos. E ao tentar pegar a varinha de volta, Ann rapidamente a desviou.
- Se me atacar de novo eu não vou medir esforços para revidar. Você me entendeu? – ele apenas bufou. Ann achou aquilo como um sim e estendeu a varinha novamente. Ele a tomou em mãos com grosseria. - E? – fez ela. – Por que entrou gritando desse jeito? – Tom não respondeu de imediato. Caminhou até o leito onde o corpo de Draco estava. Realmente ele ainda estava respirando e parecia que estava apenas dormindo. Ele olhou para o amigo atentamente. – Rivert? – chamou Ann.
- Eu entrei... – ele pigarreou escolhendo as palavras. – Porque alguém me disse algo.
- Murta? – quis saber Ann. Tom não respondeu. – Você disse que a Murta falou algo com você... mas você gritou tanto e estava tão desesperado que não escutei direito. O que ela disse? – Tom hesitou em responder. Preferiu não contar nada. Procuraria por Murta e exigiria uma explicação. Aquilo não era brincadeira.
- Nada. – disse ríspido saindo da sala. Ann o acompanhou com os olhos até ele desapareceu batendo a porta da Ala num baque surdo. Ann foi até o corpo de Draco.
- O que está acontecendo que eu não sei? – ela perguntou como se o corpo do garoto pudesse responder.
- Senhorita Theron? – disse a voz gentil de Pomfrey num misto de preocupação. Ann virou-se para encará-la. – Por favor, a senhorita já ficou o bastante aqui. Está aqui desde ontem à noite, vá descansar. – disse enquanto levantava Ann pelos ombros.
- Mas eu não...
- Por favor, peço que a senhorita se retire. Será melhor para você. Olhe o seu estado! Quer que eu interne você também? – disse, mas antes que Ann respondesse qualquer coisa ela acrescentou. – Cuidarei do senhor Malfoy e qualquer coisa eu mandarei avisar a você. Não se preocupe. – concluiu. A garota se deixou levar enquanto olhava para Draco, que dormia serenamente. Ela só desviou o olhar quando chegou à porta da Ala que foi fechada por Pomfrey. Ann ficou encarando a porta por algum tempo, depois seguiu lentamente pelos corredores até chegar à torre da Grifinoria. Se alguém tivesse marcado seu tempo até chegar lá, diria que seu tempo deveria ter durado horas adentro.
Ann disse a senha à Mulher Gorda que se surpreendeu ao ver a garota. Achava que ela já tinha ido embora de Hogwarts. Ann apenas acenou ao comentário do quadro e adentrou. Caminhou lentamente ainda sob os olhares dos curiosos alunos da Grifinoria que ficavam se perguntando aos cochichos o que uma Grifinoria teria com um Sonserino para ficar o tempo todo na enfermaria. Ignorando esses burburinhos que entravam por um ouvido e saiam pelo outro. Ann subiu as escadas, seguiu pelo corredor estreito e adentrou num quarto que dividia com as garotas. O quarto entregue a um silêncio modorrento, o cansaço não deixou que Ann tivesse qualquer emoção de tristeza. Ela respirou pesadamente, retirou os sapatos e deixou na cama, logo apagou.
**
(Ano de 1979)
O vento batia levemente numa cortina fina e delicada de uma janela num final de tarde. Ele adentrava sem pedir vasculhando estantes, objetos delicados, e ambientes entregue a um silêncio vazio e obtuso. Balançava as folhas dos livros e os cabelos de uma jovem que estava debruçada sobre grossos livros pesados. O emaranhado de cabelos se misturava aos livros e as penas de escrever. Em sua mão direita estava uma pena que mexia de quando em quando como se ainda continuasse a escrever.
Uma mão delicada a tomou. A jovem estremeceu. Ela levantou a cabeça sonolenta ao se deparar com uma outra jovem a sua frente que esboçava um sorriso gentil.
- Deve está bem cansada, não? – disse. A jovem olhou abobada para o lugar. Piscou os olhos algumas vezes.
- O que acontece, Anita?
- Você dormiu, Dorcas. – disse Anita recolhendo alguns livros. Dorcas se espreguiçou e bocejou.
- Não consegui dormir a noite passada.
- E quem conseguiu.
- Tentei ler, mas não sou como você... – Anita sorriu.
- E onde ficou aquela aposta de quando nós terminássemos os estudos em Hogwarts? Você não disse que iria passar a minha cota de livros já lidos? – Anita disse brincalhona e divertida. Dorca fez bico.
- Mas são tantos... – ela derrubou a cabeça num baque surdo na mesa. Anita riu.
- Mas dava para me passar sim. Mas você só tinha olhos para o Fábio Prewett quase ficou de ano, na época... – Anita piscou maliciosa para a irmã e riu em seguida quando Dorcas a olhou censurada.
- E ainda diziam que a senhora inocente. Vejo que não! De inocente você não tem nada! – as duras riam.
- Ele também está na ordem? – perguntou Anita se sentar à mesa defronte para Dorcas. Dorcas pegou a mão de Anita com carinho.
- Sim. – disse esboçando um sorriso e corando. Anita sorriu. As duras ficaram assim por um longo tempo. Em silêncio, apenas escutando o vento bater na janela, calmamente. – Anita.
- Sim.
- Obrigada.
- Pelo quê?
- Por ser minha irmã.
- Ora, pare de bobagem! – riu Anita constrangida. – E como vai o seu romance com ele?
- Anita, pare com isso! – exclamou. – Somos... somos apenas amigos. – disse corando.
- Aham, sei. – disse Anita rindo. – Eu quero um sobrinho.
- ANITA!
- Ta bom, ta bom. Já calei. – Dorcas olhou fechando a cara para a irmã, mas ainda assim suprimia um sorriso. – Uma sobrinha? – Dorcas lhe deu um tapa na mão. – AI! – exclamou ela. – Eu escolho o nome se for menina! Vai ser Annabela! – disse rindo ao se desviar de mais um tapa da irmã que agora, estava vermelha de tanto corar.
- Por que Annabela? – quis saber Dorcas. Anita a olhou de rabo de olho num tom maroto.
- Ahhh... então... – Anita fez gestos com as mãos num olhar malicioso.
- Então nada! – berrou de um salto Dorcas. – Só estou perguntando, oras! Você sempre leva essas coisas para o outro lado.
- Por que Annabela? Porque... era o nome da nossa mãe, não lembra? – Dorcas ficou em silêncio.
- É claro que lembro... – as duas ficaram em silêncio por mais um tempo.
- Já estamos em setenta e nove, daqui a pouco é ano novo.
- O ano está passando rápido.
- Você ainda está na ordem como espiã para os Comensais?
- Sim. Mas não quero falar sobre isso.
- Tome muito cuidado com eles.
- Eu sei.
- Você tem a marca?
- Sim.
- E é ruim?
- Muito. Imagina que Milanet Dorant é um Comensal?
- Como?!
- É. Alguém que nós confiávamos passou para o outro lado, Anita. – Anita ficou abismada com a noticia.
- Nossa! – disse ela chocada. – Nunca pesei que...
- É. As pessoas mudam. – Anita olhou para a irmã.
- Agüente firme. – pediu aflita. – Tenho medo que você passe para o outro lado de vez.
- É o que Fábio sempre me diz. – Dorcas suspirou pesado.
- Ele é uma boa pessoa.
- Sim ele é...
Anita ficou encarando a janela enquanto a tarde passava pela mesma.
- Eu queria Arthur se fosse menino. – Dorcas não hesitou em jogar um livro na irmã que saiu gritando e berrando a fazendo rir.
- Depois que você casou, você ficou muito atrevida!!
Alguns meses depois. (Ano de 1980)
Um homem estava sentado numa mesa de madeira num ambiente mal iluminado pela lareira que estava ao lado. A frente dele havia vários pergaminhos abertos e alguns fechados. Duas penas escreviam rápidas e sem pausas em dois pergaminhos diferentes, por vezes, mergulhavam-se nos tinteiros abertos próximos e continuavam novamente enquanto ele lia um pergaminho longo que se estendia pela mesa.
O homem era alto, cabelos negros que lhe caiam nos olhos delicadamente e olhos negros e expressivos. Trajava vestes leves de trouxas, como um casado desbotado azul de mangas longas e capuz que pendia nas costas e calça largas com vários bolsos, azul escuro. Um barulho de algo caindo no chão ecoou pela sala. Logo ele levantou a cabeça. Rapidamente ele se levantou pegando a varinha que estava em cima da mesa. Saiu da sala a passos rápidos e parou a uma porta fechada. Ele a empurrou.
- Dorcas? – chamou. O quarto estava escuro e a única luz que se entrava era pela janela do quarto a um canto. – Lumus. – disse e a ponta da varinha dele se acendeu. Uma mulher estava a sua frente com a varinha em punho.
- Estupefaça! – disse ela numa voz grave e ressonante apontando para ele. O homem foi jogado contra a parede com violência. A mulher avançou para ele a passos pesados. Ele a olhou enquanto pegava a varinha que havia caindo alguns metros de distância. Ela estava de olhos abertos, seus olhos castanhos eram opacos e sem brilho, o olhavam, mas pareciam que não o via. O homem arregalou os olhos. – Fábio Prewett. – soou a voz fria dela. Enquanto ela apontava a varinha ameaçadoramente para ele.
- Voldemort. – disse o homem enquanto sentia a varinha pontiaguda encostar-se a seu pescoço o obrigando a se levantar. Ele obedeceu, mas escondeu que pegará a varinha a suas costas. – Hum... – a mulher sorriu desdenhosa de lado. – Eu já desconfiava. Vocês da Ordem estão em todas as partes. É... impressionante. Parecem pragas. – disse enquanto seus olhos opacos examinavam o homem, este ainda segurava firme a varinha atrás de si. Um choro alto de um bebê ecoou pelo quarto, a mulher rapidamente virou o rosto.
- Estupore!! – urrou o homem apontando a varinha. A mulher foi jogada para dentro do quarto novamente e caiu pesadamente no chão. Fábio correu em sua direção. – Dorcas?! Dorcas?! – gritou ele enquanto a pegava em seus braços, desacordada. Ele pegou a varinha. – Ennervate. – alguns segundos depois ela acordou. Atordoada. – Calma, calma! – dizia ele quando ela fez menção de se levantar aos tropeços. Cambaleou para o lado levando a mão à cabeça. Ele a segurou pela cintura – Fique calma.
- O que...? O que...?
- Voldemort. – rapidamente Dorcas encarou Fábio, assombrada.
- O quê?! – ofegou.
- Ele usou a sua mente, Dorcas. – Dorcas se sentou devagarzinho na cama e olhou para o berço. O homem se agachou a sua frente e pegou em suas mãos. – Mais cedo ou mais tarde ele iria fazer isso. Ele pode controlar muitos com a marca e você a tem.
- Ele... viu... você?
- Viu. E escutou a Ann chorar. – A mulher chorou baixinho. Ele sentou-se na cama ao seu lado e abraçou.
- Ele vai levá-la de mim. Vai levá-la!
- Não, ele não vai levá-la, eu não vou deixar! – ele ficou em silêncio enquanto Dorcas se aninhava em seus braços. – Vamos ter que levá-la para Oliver, ele e sua irmã irão para França. Ela estará segura com eles lá.
- Eu não vou agüentar me separar de minha filha. – sussurrou aos soluços. Fábio se levantou e foi até um armário começou a catar algumas roupas. – O que vai fazer? – ela perguntou numa voz embargada.
- Temos que sair daqui. Agora. – disse. Dorcas foi até a criança no berço e tirou a menina de lá a colocando na cama calmamente. – Vista-se. Vamos levá-la para sua irmã.
Dorcas ainda soluçava baixinho e segurava firme a filha em seus braços. Estavam parados a frente de uma casa num bairro de Londres. Fábio estava batendo na porta quando um homem de cabelos castanhos e olhos verdes os atendeu.
- Entrem. – disse e o casal entrou. – Meu Deus, Fábio o que faz aqui? – perguntou de esgoelar. Mas antes que Fábio respondesse Anita apareceu à porta da sala e rapidamente correu para a irmã que estava atrás de Fábio.
- O que aconteceu? O que houve? – perguntou Anita assustada enquanto olhava para Dorcas que ainda chorava. Dorcas estendeu a filha para Anita que a pegou rapidamente. – Dorcas! Minha irmã, fale comigo!
- Fique... fique com ela... fique com ela, Anita. Fique até que... Leve-a com você para a França... – dizia aos soluços Dorcas que ainda chorava muito. Fábio rapidamente foi acalmar a mulher.
- O que está acontecendo Fábio? O que aconteceu com minha irmã?! – perguntou Anita numa voz alterada e olhando para Fábio que abraçava Dorcas.
- Ele. Tomou a mente de Dorcas. – ele respondeu sem olhá-la. – Eu não sei o que vai acontecer. Mas ele já sabe sobre mim. – Anita olhou rapidamente para Oliver que balançou a cabeça negativamente. Dorcas abriu com um só gesto a porta da casa da irmã e se precipitou para fora sem dar ouvidos aos chamados dos outros. Fábio correu atrás dela. – Dorcas! Espere! – disse Fábio, mas Dorcas não quis ouvir e antes que ela aparatasse, ele a agarrou novamente. – Espere, por favor.
- Ele vai tomá-la de nós, Fábio. Vai tomá-la de nós. A nossa filha...!
- Ela vai ficar segura conosco, Dorcas. No momento não é seguro ela ficar com você. – disse sua irmã ao chegar perto deles. Dorcas olhou para a irmã enquanto ainda estava abraçada a Fábio. – Fábio, tome cuidado. – Fábio olhou rapidamente pra Dorcas, que arregalou os olhos. – Se ele tomou a mente de Dorcas, a qualquer momento, ela pode matá-lo.
- Não vou deixar minha mulher sozinha!
- Não estou pedindo que você deixe a minha irmã! Estou pedindo que tome cuidado. Não quero que você morra e deixe a minha irmã sozinha!
- Eu ataquei você? – ofegou Dorcas. Ele não respondeu. Dorcas sentiu o coração pesar.
(Ano de 1981)
- VEM, VEM! – berrava um homem para o outro que estava se levantando aos tropeços. Este caiu pesadamente no chão, agonizando. – Levanta! Urel!
- Não dá! – disse Urel com uma voz embargada.
- Vamos embora logo Fábio!! – berrou um outro que olhava desesperado para os lados.
- Escute seu irmão, Fábio. Vão embora. Já deu pra mim! – Gideão pegou o irmão pelos braços e o arrastou. Os dois saíram correndo aos tropeços pelos barrancos da rua suja e fria.
- Estamos cercados! – gritou Fábio que corria pelas ruas cinzentas sob o véu negro da noite. O frio enregelante de inverno pairava sobre as casas e a neblina rondava ameaçadora pela rua. Os dois homens estavam com suas varinhas em punhos olhando de esgoelar para os lados.
- Fábio. – disse Gideão Prewett ao lado do irmão. Fábio apenas resmungou. – Estamos perdidos.
- NÃO, NÃO ESTAMOS!
- FÁBIO, ENCARE OS FATOS! SÃO CINCO CONTRA DOIS!
- CALA A BOCA GIDEÃO!
Gideão correu os olhos pelas casas.
- Eu... – balbuciou Fábio nervoso. – Esteja comigo agora, meu irmão. – Gideão olhou para Fábio. Este encarava a neblina hostil à frente. – Eu... ainda quero ver novamente a minha filha. – Gideão engoliu em seco. – Não, não pode ser agora. Ele matou a Dorcas, - Gideão viu os lábios do irmão estremecer. – não pode me matar. Não agora. – ele pareceu atordoado.
- Ela está à salva, meu irmão. Está a salva. Está com Anita e Oliver Lorenz! Eles vão levá-la para França, lá é seguro! – Fábio apenas encarava a neblina. – Enquanto a ingrata da Valpany levou o meu embora.
- Ninguém mandou você se apaixonar por uma Comensal! – resmungou Fábio exasperado. – Valpany Rivert. Os Rivert sempre foram um grande apoio para Voldemort.
- Tentei fazer com que ela visse para o nosso lado! – ele disse de um modo desesperado.
- Acho difícil. – bufou o irmão.
- É, seu sei. E ela levou meu filho, o Thomas. – sua voz soou distante. Fábio olhou para o irmão. – Eu queria vê-lo de novo. Pela última vez...
***
Pansy estava caminhando para ir a sua sala comunal da Sonserina. Passou por um corredor estreito e ao cruzá-lo escorregou em algo e quase caiu se escorando na parede.
- Mas o que...? – fez ela se escorando. Um rastro de algum líquido se formou no chão. Ela observou atentamente. Abaixou-se e examinou o rastro. Passou o dedo levemente no mesmo e o levou até as vistas. – Humm... – fez ela com uma leve ruga. – Polisuco? Mas o que está fazendo isso aqui? – ela olhou em volta. Não era um corredor de dormitórios. Levantou-se ignorando o ocorrido. Seguiu em frente. Virou mais uns dois corredores e se deparou com o corredor improvisado dos alunos de Beauxbatons e mais a frente ficava o corredor de Durmstrang. Pansy parou olhando para o corredor deserto. Voltou para um corredor atrás e o ficou olhando ainda com uma leve ruga na testa. Levou a mão até os olhos e o ficou olhando. – Quem está usando Polisuco? – ela se perguntou. Encostou-se na parede ainda examinando o dedo que passará na poção. – Seja quem for é bastante descuidado... – ela ainda ficou ali, parada observando a mão e o silêncio tomava conta do lugar. De repente, como um estalo, uma lembrança lhe veio à mente:
“Abrir os portões de Hogwarts?! Ficou maluco?!” a voz de Roland Welling ecoava em sua cabeça. Um brilho malicioso formou nos olhos da garota que saltou da parede e olhou para o corredor onde estava. Ela saiu correndo, voltando para o corredor onde escorregará na poção. Examinou o corredor. Foi mais adiante. Cruzou um corredor adjacente. Estava num dos corredores improvisados para os Aurores, ela viu dois deles cruzar o corredor mais adiante.
- Eu sabia que Welling, mais cedo ou mais tarde, iria me dar uma mão. – disse ela maliciosa. Pansy olhou em volta. – Agora só falta descobrir qual dos quartos é o dele... – disse ela olhando para o corredor ladeado de portas. Caminhou apressadamente por ele. Um dos aurores estava saindo do quarto. – Com licença! – disse ela. O homem parou.
- O que deseja? – perguntou.
- Sabe onde fica o quarto do auror James Milian?
- É aquele lá na ponta. – indicou o homem.
- Obrigada! – agradeceu.
- Para que quer saber? – disse o homem sorrateiramente.
- Tenho um recado do Professor Dumbledore, para ele. – respondeu sem pestanejar. E ainda mostrou a insígnia de Monitor da Sonserina que carregava no peito.
- Ok. – disse o homem olhando para o emblema de monitor e seguiu seu caminho sem perguntar mais nada. Pansy esperou que ele sumisse de vista. Caminhou apressadamente até a porta indicada.
- Vamos ver se você é mesmo James Milian ou um Comensal da Morte disfarçado. – falava enquanto sacava a varinha. Respirou fundo. – Alorromora! – disse. A porta abriu. Em seguida riu ironicamente. – Isso é tão fácil. – ela adentrou sorrateiramente e fechou a porta em seguida espiando o lugar escuro tendo apenas um facho de luz que entrava pela fresta da porta. Com a varinha em punho ela esperou alguns segundos, atentamente, para verificar e ter certeza de que estava sozinha no quarto. – Lumus! – a ponta da varinha se acendeu mostrando um lugar amplo. Um quarto. Uma cama a um canto. Móveis. Uma mesa. E alguns pergaminhos sobre a mesma, um tinteiro e uma pena. Pansy, que ainda segurava firme e maçaneta, correu os olhos pelo lugar. Encostou o ouvido na porta. Silêncio. Afastou-se da mesma e olhou para o quarto. Levou a mão até as vistas como se verificasse do que estava procurando.
Andou vagamente pelo lugar, examinando tudo atentamente. Abriu gavetas, baús, malas. Nada. Olhou numa estante. Vários livros. Saiu puxando um a um. Mordeu os lábios inferiores, apreensiva.
- Droga... – bufou ela. Olhou para o quarto. – Onde você pode guardar o restante. Seu idiota. – murmurou aborrecida. Ela correu os olhos mais uma vez pelo lugar. Levantou a varinha para o alto e com um estalo. Uma névoa desceu do teto ao chão, no quarto. Banhando todos os móveis que estavam ali dentro. Pansy olhou atentamente um brilho se formou a um canto. Rapidamente ela correu e sem hesitar abriu a gaveta num gesto bruto a derrubando no chão. Sua face se iluminou excitante.
Passos apressados ecoavam pelo corredor. Apressados e pesados. Rapidamente a porta foi aberta num estrondo e alguém entrou no quarto batendo a mesma de forma bruta. Um homem caminhava pesadamente no quarto. Ele esbarrou em alguns móveis. Ele arfava e cambaleava. Abriu uma gaveta de um móvel a um canto e uma sombra espantava de assombro passou por seu rosto. Ele deu dois passos para trás e seus olhos furtivos fitavam a gaveta vazia.
- Está procurando por isso? – disse uma voz arrastada a um canto do quarto. O homem girou nos calcanhares. O quarto escuro. Ele sacou a varinha. – Expeliarmus! – o homem bateu pesadamente na estante derrubando alguns livros e sua varinha girou ferozmente no ar. – Accio Varinha! – e a varinha do homem correu na escuridão. – Lumus. – a voz soou grave e ponderada, a voz de uma mulher ou uma garota, ele não conseguia identificar. O homem viu um raio de luz se ascender dando a direção de onde se encontrava. Mas ele não conseguia ver seu rosto a varinha iluminada estava apontada para o rosto dele. Ele tentou colocar a mão a frente do rosto, mas não adiantou.
- Quem é você? – perguntou o homem rapidamente.
- Eu que perguntou: Quem é você? – disse calma e pausadamente. O homem não respondeu. – Seu nome é James Milian? – o homem estalou o maxilar. – Tem certeza disso?
- Você é um auror? – ela riu abertamente. Mas não respondeu.
- Ou posso chamá-lo de Albert Chamber? – o homem arregalou os olhos. – Não precisa ficar assustado. Eu vim ajudar. – Ela disse se aproximando a passos perigosos.
- O que quer?
- Nada. Por enquanto. – acrescentou ao parar de andar, mas ele ainda não conseguia ver quem é. – Será apenas uma troca de favores.
- Um trato?
- Exatamente.
- Quem é você?
- Isso não vem ao caso. – disse firme. – Eu vou lhe dar um pedaço de um pergaminho com algo anotado nele.
- O que tenho que fazer?
- Nada. Por enquanto. – repediu. – Mas em breve. Muito em breve. – O homem se levantou.
- Você não me parece um auror e nem muito menos um Comensal. – Pansy ficou quieta.
- Posso ser as duas coisas. – o homem se empertigou. – Aceita o trato ou não?
- Depende. – disse ele coçando a garganta. Pansy espremeu os olhos, mas ele não conseguia vê-la. – Você nem muito menos sabe o que quero.
- Os portões de Hogwarts abertos. – disse. O homem respirou fundo. – Não é isso?
- Como sabe? – ele perguntou e um leve sorriso se formou em seu rosto. Estava querendo jogar com aquela pessoa. Pansy ficou o observando. Era alto, mas não era Albert Chambers, Pansy já o tinha vista uma vez, há muito tempo; ele estava como James Milian. James tinha cabelos claros e espetados um tanto bagunçados e olhos claros e singelos, porém havia um tom malicioso e misterioso por trás deles.
- Isso não vem ao caso. – repetiu ela mais uma vez.
- Digamos que seja isso. E como vai fazer?
- Isso não lhe interessa. Mas presumo que o seu favor venha primeiro. Mas antes. – ela acrescentou. – Terei uma prova contra você, caso quebre o acordo.
- E se alguém delatar sua ajuda.
- Quem foi o inventou de uma maldição tão poderosa como Imperius... deveria ser bastante inteligente não?
- Você parece ser muito espera.
- Pareço, não. Sou. – disse. – Inteligente.
Papoula Pomfrey estava verificando uma lista de seu armário. Verificava num relógio estranho cheio de ponteiros e números tortos de madeira, as horas se passando naquele dia. Ela guardou alguns objetos num armário, muito bem organizado, e caminhou até o leito de Malfoy. Curvou sobre o mesmo. Ela franziu o cenho por alguns instantes. E verificou mais atentamente. Rapidamente correu para a sua salinha, o som de objetos caindo no chão ecoou. Ela reapareceu com um objeto metálico. Colocou no peito do jovem e abaixou a cabeça para escutar num compartimento pequeno e de borracha. Ela soltou um grito agudo. Ela correu desesperada para fora da Ala.
- Draco! – exclamou Ann de um salto ao sentar na cama levando a mão ao peito.
- Ele ainda está na enfermaria. O que foi Ann? – perguntou Gina se sentando na cama com um livro nas mãos.
Uma movimentação estava postada às portas da Ala-hospitalar. Já se passaram algumas horas adentro e Pomfrey estava numa conversa tensa com a professora Mcgonagall, Severo Snape e dois homens – que foram chamados as pressas –, estes pertencentes à família dos Malfoy já que Narcisa Malfoy não foi encontrada e Lúcio Malfoy se encontrava preso.
Uma noticia fez baixar as bandeiras da Sonserina. Draco se fora. Algumas alunas da Sonserina choravam e se descabelavam a porta da Ala-hospitalar. Os alunos da Sonserina estavam de cabeça baixa. Ann e Gina passavam pelos corredores as pressas. Curiosas em saber o que aconteceu.
- O que está acontecendo? Por que tem gente chorando? – perguntou Gina um passo atrás de Ann. A garota viu duas garotas da Sonserina chorando, rapidamente ela correu. – ANN!
- Malfoy? – disse Samantha ao notar que o rapaz parou de andar. Os três estavam num corredor deserto. Murta olhou para Samantha sem entender. Draco levou a mão ao peito. – Malfoy?! – exclamou quando Draco caiu de joelhos no chão. Samantha ficou ao seu lado. – Malfoy? Está me ouvido? – ele olhou para ela.
- Eu... Eu... – gaguejou ele. Samantha arregalou os olhos se levantando de um salto. – Murta. O livro... o livro está num criado mudo. Ao lado... da minha cama.
- Murta! Ache agora o Thomas Rivert! Vá! – berrou. Murta não esperou e saiu flutuando rápido pelos corredores. Samantha se abaixou ao lado de Draco que ofegava. – Você não morreu ainda. Ainda tem uns minutos. Não podemos deixar que levem seu corpo do castelo. Vamos! – terminou ferozmente ao tentar levantá-lo. Eles saíram correndo pelo corredor.
Ann chegou ao corredor da Ala-hospitalar. A boca estava seca o coração ia à garganta. Gina parou derrapando ao seu lado ainda sem entender o que estava acontecendo. Ann engoliu em seco ao ver aquelas pessoas chorando estava rezando por dentro impedindo-se de imaginar o pior. Pansy apareceu a sua frente. A face pálida e igualmente assustada. As duas lutaram contra a aglomeração de alunos que se apinhavam ali, alguns curiosos e outros chorando aos berros, as duas abriram as portas da Ala hospitalar num estrondo. Pansy levou a mão ao rosto soltando um grito ensurdecedor. Ann ao seu lado, cambaleou para o lado se escorando num dos leitos vazios. Os professores correram para fechar as postas com um feitiço. Rapidamente Gina entrou e foi acalmar Ann.
- Não podem entrar aqui! – ralhou Mcgonagall nervosa com as garotas. Mas elas não escutavam. Dois homens estavam, um de cada lado, do leito de Malfoy. Pomfrey veio em direção as duas.
Ann encontrou os olhos de Pomfrey que devolveu num olhar triste que respondeu o que Ann mais temia.
- A SENHORA DISSE QUE NÃO ACONTECERIA NADA DE MAL A ELE! DISSE QUE ELE FICARIA BEM! – Ann gritou em plenos pulmões em desespero para a enfermeira. Gina falava com Ann, mas ela não escutava.
- Ann, calma! – dizia Gina sem sucesso. Pansy se levantou e foi segurada pela Professora Mcgonagall.
- É TUDO CULPA SUA! SUA THERON, VOCÊ O MATOU. VOCÊ O MATOU! – Ann olhou para Pansy que gritava com ela estava lívida de raiva e igualmente desesperada como ela. Ann arregalou os olhos assombrada.
- Não... não.... – ela balançava a cabeça freneticamente.
- SIM, SIM! – berrou Pansy em plenos pulmões. – SE ELE NÃO TIVESSE CONHECIDO VOCÊ, NADA DISSO TERIA ACONTECIDO.
- CALA A BOCA PARKINSON! – berrou Gina em plenos pulmões. Ann corria os olhos pelo local atordoada. – NINGUÉM TEM CULPA DE NADA AQUI! FOI UMA FATALIDADE!
Pansy se desvencilhou dos braços da professora e andou a passos pesados em direção a Ann sacando a varinha. Ann fez o mesmo e Gina as suas costas sacou a sua. Mcgonagall sacou a varinha e fez um feitiço para separar as duas.
- ACALMEM-SE VOCÊS! – berrou ela mais alto ainda. Pansy e Ann se fuzilaram com os olhos. Gina estava bufando de raiva. – A senhorita Weasley tem razão. Foi uma fatalidade. – ela olhou para Pomfrey. – Sirva algo para essas meninas. – disse ao se encaminhar para onde estava o corpo de Draco no leito.
- Venham comigo. – disse Pomfrey gentilmente pegando nos ombros de Pansy, mas a garota recusou. A enfermeira desistiu. Olhou para onde e Gina e Ann estavam. Gina olhou pra a enfermeira e acenou dizendo que não precisava e Ann fitava o leito de Draco.
Draco chegou ao corredor apinhado de gente ao lado de Samantha. Os dois se olharam por um instante e correndo pela aglomeração de alunos sem precisar esbarrar neles. Draco parou as portas fechadas e Samantha passou. Rapidamente ela voltou.
- O que está fazendo? – perguntou exasperada.
- As postas estão fechadas. – disse simplesmente encarando as mesmas. Samantha sabia que não era porque ele havia esquecido que era um fantasma e poderia passar, mas por medo de encarar o que estava ali dentro. Samantha respirou fundo.
- Vou fazer você voltar nem que isso custe a minha existência. – disse ao pegar na mão dele. Draco hesitou.
- Não. – disse. – Vamos esperar a Murta e o Tom. – disse ao se afastar da porta. Samantha o seguiu. Draco respirou fundo quando já estavam fora do corredor cheio de gente.
Tom caminhava pelos corredores correndo, esbarrando em alguns alunos pelo caminho. Murta Que Geme já o havia encontrado e dado o recado e as noticias. O rapaz corria rápido desviando aqui e ali de alguns alunos. Chegaram às portas da sala de Monitoria Chefe e Tom não esperou nem para abri-la, arrombou a porta num chute se precipitando para dentro.
- Sabe onde está?
- Num criado mudo ao lado da cama! – respondeu rapidamente. Tom abriu a porta do quarto e rapidamente adentrou no mesmo chegou ao criado mudo pegando a gaveta e a jogando no chão. Só haviam papeis ali dentro. Ele olhou assombrado para Murta que devolveu num olhar de desespero.
- Tem certeza que era aqui? – perguntou ofegante.
- Sim. – respondeu ela numa voz tremula – Ele disse que estava aqui!
Roland estava sentado numa cadeira à frente de uma mesa e sobre ela estava um livro aberto. Suas mãos estavam de dedos entrelaçados a frente de seu rosto ocultando seus lábios com os cotovelos apoiados na mesa. Ele fitava o livro aberto com as caligrafias estranhas e suas páginas amareladas. Numa sala vazia.
- Malfoy, está me ouvido? – perguntou Welling.
Draco franziu o cenho. Samantha o encarou.
- O que foi? – perguntou.
- Tem alguém me chamando! – Samantha arregalou os olhos. – Não, não é o além. – a garota fez uma cara interrogativa. Draco esperou alguns instantes. – É Rolando Welling.
- Como?!
****************************************************
N/A:
Bom, vocês podem não entender bem este capitulo, talvez sim, talvez não. Eu o achei muito rápido. Mas infelizmente não deu para encaixar mais coisas pelo simples fato de que eu vou ficar sem pc durante alguns dias, muito próximos, e não sei por quanto tempo. Então, antes que essa tragédia em minha vida aconteça, eu fiz o máximo possível para fazer esse capitulo e entregá-lo antes do acontecimento, pois se eu demorasse mais a fazê-lo, poderia ficar sem o pc e o capitulo só faltando um pouquinho para terminar não ser entregue a tempo. Assim poderei deixar a carroça do meu pc em paz para assinar contrato de: “Já era”. E partir para comprar outro o mais rápido possível para poder continuar a fic.
Sobre os acontecimentos do capitulo:
Ohh como eu queria ver a Ann e a Pansy num duelo >.
Mas acho que isso já ficou evidente que em breve essas duas vão se enfrentar!
E o trato de Pansy? Espertinha ela não?
Roland Welling é um mistério, e como eu já disse uma vez, até mesmo pra mim o.o”
Adorei a Murta no: “ - AAAIIIII LINDDOOO EU SABIA QUE UM DIA VOCÊ FICARIA DO MEU LADO POR TODA A ETERNIDADE!” xD
Segredos revelados Não? Humm... Os segredos da família de Ann são complexos....
E Draco morreu mesmo???!!!
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