Uma decisão incerta



Capitulo dez
Uma decisão incerta


Eu nunca achei que meu mundo pudesse ter muita perfeição
Doloroso, solitário e um pouco derrotado
Proibindo outros de entrar no meu espaço zero-grau quando quiserem
Eu prefiro estar sozinho, preguiçoso demais para pensar em outros



As faces assombradas da platéia que se divida num estarrecido e um extático aparente com a situação do aluno da casa da Grifinoria, Hogwarts, era aterradora. A platéia sussurrava e ao mesmo tempo em que vibrava com os movimentos brutos, rústicos de Aira. Sua face lívida e maliciosa avançava para cima de uma amedrontada com sua fúria e determinação. Era como um dragão teimoso difícil de domar, ele vinha a passos pesados que chocassem metade do público com seus sons agonizantes como um touro em uma arena. O sangue quente de Aira pulsava com ferocidade, enquanto sua respiração ofegante e pesada denunciava uma fria e agourenta sensação assassina que brotava de seus olhos grandes, fitando os olhos azuis de Rony, que tremia com juntamente com sua varinha frouxa em mãos.
Rony já fora atacado várias vezes e por estas, fora levado ao chão como um saco de batatas velho fazendo baques surdo ao qual casavam com os uivos dolorosos da platéia. Rony se apoiava nos joelhos trêmulos enquanto tentava se levantar. Aira se empertigava e gozava de sua presa derrotada a sua frente. Mas embora o ruivo tenha tido tão poucas vezes de ataque, aproveito estes momentos para dar o que tinha de melhor: o medo. Estar diante de uma imagem de um touro em pela uma arena aberta, somente com a regra de não matar, era impossível fingir não ver aqueles olhos suplicantes por desespero, por uma dor incontrolável que somente Aira pudesse propor a Rony naquele momento e foi o que fez. Rony teve seus ataques de desespero, gaguejava e quase sempre tropeçava em dizer os feitiços, era como se Aira fosse mais rápido, mais forte, mas letal. Era um páreo duro. Rony teve certeza de que não estava duelando com um simples estudante.

Roland observava o duelo e por suas vezes bufava, parecendo aborrecido com algo, e em seus olhos desejava que aquilo já tivesse fim, por suas vezes quase nem prestava atenção, mesmo estando com seus olhos fitando a arena. Estará absorto com uma conversa que o levou a tomar uma decisão.

- Eu ainda custo a acreditar nisso. Como pode um garoto de dezesseis anos?! – exclamava um homem ao entrar num dos elevadores do saguão do Ministério da Magia.
- Por sua inteligência, não? – falou despreocupado outro ao seu lado.
- Inteligência? Sei... – disse contraditório. – Isso tem dedo da família dele, que tem dinheiro. – as grades douradas do elevador fecharam e com estrondo e o elevador começou a subir lentamente. Enquanto a voz tranqüila de uma mulher soou aos seus ouvidos:
“Nível sete, Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, que inclui a Sede das Ligas Britânicas e Irlandesa de Quadribol, o Clube de Bexigas Oficial e a Seção de Patentes Absurdas.”
As portas do elevador se abriram, dois homens adentraram ao elevador. Um deles segurava uma pilha de papéis coloridos. As portas se fecharam e o elevador retomou sua subida acidentada.
- Dinheiro, Artórios?! – exclamou indignado o homem que continuando a conversa, os dois homens à frente se entre olharam. – Eles não precisam disso. O garoto passou por méritos!
- Desculpe interromper e já interrompendo... – falou um dos homens à frente para os outros dois que se encontravam mais atrás. – Vocês estão falando daquele garoto novato que entrou para o Quartel-General dos Aurores?
- Sim, esse mesmo! – confirmou com veemência Artórios.
- Artórios diz que o garoto entrou por que soltaram grana por baixo. – comentou o homem que discutia o assunto.
- Mas foi Rufo Scrimgeour que aprovou o garoto. – dos três homens olharam boquiabertos.
- Para Rufo Scrimgeour aprovar um garoto de dezesseis anos no Quartel-General ele não é pequena coisa... – falou Artórios intimidado.
“Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia, que inclui a seção de controle de Uso Indevido da Magia, o Quartel-General dos Aurores e os Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos”.
Os quatro homens saíram do elevador, dobraram um canto, passaram por pesadas portas de carvalho e saíram em uma área aberta subdividida em cubículos, que fervilhava de conversar e risinhos. Os memorandos entravam e saíam dos cubículos como foguetes em miniaturas. Eles passaram por baixo de um letreiro torto com letras douradas descascadas que informava: Quartel-General dos Aurores.

Mesas quadriculadas e algumas tortas, retratos de bruxos perigosos enfeitavam as paredes sujas, aqui e ali, se encontrava pôster de times de quadribol a fotos de familiares. Um grupinho de Aurores se encontrava numa conversa absorta e descontraída alguns metros de distancia de uma mesa ao um canto, solitário. Um garoto se encontrava sentado de forma displicente jogando sua varinha para o alto. O grupo logo se dissipou com a entrada dos quatro homens.
- Ouvi dizer que Rufo Scrimgeour o aprovou... – comentou a voz infantil de uma mulher quase num sussurro para um homem que estava se ajeitando em sua mesa. Um homem que estava colocando um pôster de um dos jogadores de quadribol esbarrou na cadeira e rasgou o pôster sem querer. Uma mulher que tomava uma xícara de chá engasgou.
- Como... Como? – perguntou a mulher ao limpar as vestes que se sujaram com o chá.
- Aprovou quem? – quis saber um jovem que rapidamente se juntou a mulher do comentário.
- Ele. – respondeu o homem olhando para o pôster rasgado ao inclinar a cabeça para o garoto que estava sentado a um canto, solitário. O jovem de sardas verificou.
- Ah... – suspirou. – É o “Garoto Gênio”.
- “Garoto Gênio”? – perguntou o homem que enrolava o pôster forma irônica. – E tem essa agora?
- Garoto gênio ou não, ele foi a provado. – disse a voz grave e ressonante de Quim Shacklebolt as costas dos demais. O grupinho rapidamente voltou aos seus cubículos e de forma contrariada. – Ralf! – chamou. O homem que depositara a pilha de papéis em cima da mesa logo respondeu.
- Aqui!
- Esses papéis são para um evento que terá na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, escale os melhores aurores e peça para James Milan assiná-los.
- Certo. – respondeu. A passos pesados, Quim se aproximou do garoto que parou de jogar a varinha para o alto. – Scrimgeour, esta esperando na sala dele. – o garoto rapidamente se levantou e sob os olhares de curiosos dos demais aurores, passou pela porta com ar de superioridade. Ao sair da sala, resmungou para si próprio:
- Bando de patetas.

Ele caminhou por um corredor ladeado de portas pesadas de carvalho negro, uma mulher veio ao seu encontro no meio do corredor. Ela usava vestes de simples, os cabelos loiros bem apertados num coque no alto da cabeça. Parou diante de uma porta de carvalho.
- O Scrimgeour, o espera. – disse numa voz suave ao abrir a porta. O garoto entrou, um homem alto de sobrancelhas espessas sobre olhos amarelados e agourentos por trás de óculos de arame, o encarou. Sua presença transbordava na sala uma impressão de sagacidade e firmeza num ar denso que enchia a sala.
- Senhor Welling. Como está? – cumprimentou Scrimgeour, educadamente ao lhe apertar a mão. Roland logo apertou de forma breve.
- Bem, senhor. – respondeu de forma integra.
- Muito bem, o senhor já deve conhecer o senhor Dior, não? – disse ao indicar um senhor que logo se levantou da cadeira para cumprimentar Roland.
- Sim, já nos conhecemos, como vai. – falou Roland ao cumprimentar Ordélio Dior.
- O senhor Dior tem uma assunto para lhe tratar. Eu os deixarei as sós. Tenho alguns assuntos a resolver. – Scrimgeour pegou sua capa postada num cabide bambo, antes de sair deu uma olhada breve nos dois senhores que deixava para trás. Ordélio se sentou na cadeira, próximo a Roland. Parecia nervoso e agitado.
- Está mais magro, senhor Ordélio. – começou Roland de forma gentil. Ordélio riu nervoso.
- Ah meu jovem é a idade e as preocupações que rondam este pobre velho...
- Velho? – cortou Rolando. – O senhor continua jovem.
- Esses jovens de hoje... – riu Ordélio contrafeito. – Sempre querendo agradar.
- Mas o assunto não é sobre sua velhice, senhor Ordélio. – Roland pareceu sério e febril. Ordélio pareceu obscuro.
- Não irei tomar seu tempo, meu jovem. – sua voz soou tremula. – Acho que lhe fazer um pedido desses... é um tanto inconveniente.
Roland empertigou-se. Ordélio rolou os olhos pela sala nervoso.
- O seu orgulho o impede, senhor? – Ordélio encarou Roland com olhos incrédulos. – Quando o incidente aconteceu, o senhor me afastou de sua filha, alegando que eu era o culpado. O que tem para me pedir, senhor Ordélio?
- Nunca machuque a mão de quem você não conhece, algum dia pode precisar dessa mesma mão... – Ordélio murmurou irônico. – Era o que Milanet dizia e olha bem agora? Estou pedindo ajuda da mão a qual eu machuquei.
- O que Milanet diz é verdade. – falou Roland sarcástico.
- Não vim aqui pedir...
- Não veio pedir? – Rolando pareceu céptico. Ordélio suspirou derrotado. – Não quero perder meu tempo, senhor Dior, mas tenho coisas mais importantes a fazer. – este se levantou.
- Coisas mais importantes? – a voz de Ordélio soou fria e incoerente. – Mais importante? Vim aqui falar da minha filha.
- O me acusou de algo que não fiz! – disse Roland aborrecido como se quisesse esclarecer algo do passado.
- Foi para o bem dela! – brigou.
- EU PASSEI DOIS ANOS EM ST. MUNGUS! – urrou Roland. Ordélio o olhou atônito. – DOIS anos. Sem ter contato com ninguém. Ninguém! – ele respirava ofegante.
- Eu não...! – falou gaguejando Ordélio surpresa pela reação espontânea de Roland.
- O quê?! – exclamou. – Não sabia? – ofegou.
Roland se sentou de qualquer jeito na cadeira, parecia cansado.
Ordélio ficou quieto.
- Não foi culta de Theron. – falou ele depois de um tempo. – Nós éramos apenas crianças e não sabíamos o que estava acontecendo. – Ordélio o observou atento ao que Roland dizia. – Quando ela nos atacou, a mim e ao Ryan, nós achávamos que ela estava apenas brincando, mas... – ele parou. Seus olhos fitavam o nada a sua frente, como se tivesse entrado no mundo de suas lembranças. – Seus olhos estavam diferentes. – Quando fui levado a St. Mungus, as pessoas que estavam lá me olhavam de forma estranha como se eu tivesse pegado alguma doença contagiosa. Me trancaram em observação.
- Sinto... sinto muito pelo o que você passou. – começou Ordélio. – Mas entenda...
- Não quero questionar suas relações de pai, senhor Dior. O senhor fez o que todo pai faria para seu filho: Proteger de qualquer importuno. Mesmo que para isso tenha que acusar o próximo. – falou as duas palavras de forma amarga e acusadora. Ordélio engoliu seco. Roland se aproximou de Ordélio e falou numa voz fria. – Já tenho dezessete anos, senhor Dior, sabe que a acusação do senhor ainda está de pé? Como não tenho família e na época era menor, fui vigiado, ou melhor, trancafiado. O que não fará muita diferença quando me mandarem para Azkaban. – Ordélio arregalou os olhos.
- Isso, eles disseram... eles disseram que você... que você ficaria bem
Roland riu seco.
- Mas estou bem, senhor Ordélio. Não se preocupe. No último ano, foi bom rever Ann novamente, só que ela não se lembrava mais de mim. Ela não me reconheceu, nem a mim e nem ao Ryan ou Kristin, com que tinha uma grade amizade. – Roland se levantou caminhou até a porta.
- Eu... ouvi dizer que você ficou do lado dela várias vezes. – falou Ordélio depois de um tempo. Roland ficou parado fitando a porta fechada.
- Eu estive muito tempo do lado dela sim. Me desculpe se acabei envolvendo a sua filha numa briga de garotas que a fez ser expulsa.
- Mas ela disse que ela bateu na garota! – exclamou Ordélio.
- E batei. – confirmou ao encarar Ordélio. – Mas foi por minha causa. Mas isso era só a fase rebelde. Agora tenho algumas coisas para fazer. – ele abriu a porta.
- Peço que fique do lado dela mais uma vez. – falou rapidamente. Roland fechou a porta devagar, virou-se para encarar Ordélio. – Por favor.
- Senhor Dior. Não sou mais um estudante, já tenho trabalhos a fazer...
- Vai haver um duelo em Hogwarts. E como você já participou de muitos no ano passo e foi premiado várias vezes. Peço que participe dessa vez.
- Eu não entendo senhor...
- Por favor... – disse ele ao estender a mão para a cadeira onde Roland estava sentado, este obedeceu. – Senhor Welling, não creio que pedir desculpas por acusá-lo de algo que não cometeu vá ajudar a aliviar a minha pena, acho que este castigo um dia irei pagar, mas ponho minhas mãos no fogo de que Ann Theron não teve culpa no que estava fazendo. Não estava ciente de suas razões no momento e todos nós sabemos disso. Agora que Você-Sabe-Quem voltou, Ann vai ficar vulnerável. Doei todos os meus bens para que este duelo fosse realizado em Hogwarts e para que os melhores aurores estivessem presentes. E peço a você que fique ao lado dela para protegê-la dessa vez. – Ordélio fungou de forma desesperada. Rolando o olhou atônito. – Se Você-Sabe-Quem souber de que seu feitiço foi cumprido, ele irá atrás dela. Eu suplico meu senhor, por favor. Não deixe que nada aconteça a Ann. Se ele a tiver em mãos, será uma desgraça para a comunidade Bruxa!
Roland ficou estupefato com o suplicio de Ordélio. Por fim, seus olhos baixaram para sua mão direita como se esta lhe respondesse algo.

- Ronald? – chamou Kristin. Roland balançou a cabeça de leve de forma cansada. – Esta tudo bem? Você parece cansado. Aira parece que esta judiando do pobre Weasley... – lamentou ao olhar para a arena.
- Estou bem. – respondeu. – Está com pena, Lana? – perguntou num tom irônico.

“Um corpo foi achado próximo ao lago mais gelado, perto de Azkaban alguns meses atrás...”, Draco revia o texto escrito por sua mãe num pergaminho em sua mente enquanto a sua frente via o duelo de Michael Aira e Rony Weasley. “Relatos foram dados pelos aurores do Ministério da Magia de que o corpo, já em estado de decomposição, fora de Igor Karkaroff”, Quanto mais pensava no pergaminho mais distante sua mente ficava do duelo, as vozes da platéia e dos alunos a sua volta ficava cada vez mais distante. “Tudo indica que o assassino de Karkaroff esteja Em Hogwarts, tudo indica que seja Loki, um dos Inomináveis Aurores do Ministério da Magia”. Draco mordeu o lábio inferior, de braços cruzados ele ficava remoendo em pensamento.

“Soube que um Auror conhecido como Loki está aqui. Dizem que ele é muito rigoroso e não se aproxima de ninguém. Você o conhece, Dumbledore?” – soava a voz amargurada e severa de McGonagall a sua mente. Draco moveu seus olhos para um grupo de aurores que estavam postados perto da porta. Observando o perfil dos demais, concluiu rapidamente que o tal auror não poderia está dentre eles, devida a simples frase de McGonagall: “... é muito rigoroso e não se aproxima de ninguém”. Os alunos riam e tagarelavam a sua volta, Draco parecia distante e procurava com os olhos um auror que talvez estivesse afastado de todos. Mas, nenhum deles era suspeito.
- Droga. – murmurou ele para si próprio. “Tome cuidado, não faça nada suspeito que possa incriminá-lo, há aurores pelo castelo. Estamos vigiando você.” Os olhos de Draco caíram sobre uma figura que estava de perfil, de braços cruzados, seus cabelos avermelhados impediam de Draco ver seu rosto. Roland Welling se mantinha absorto no duelo, enquanto Kristin Lana agarrada ao seu braço ficava dando pulinhos quando Aira era atacado; Ryan Galleger parecia ter uma expressão séria no rosto, mas muito atento ao duelo já Victor Hartley, ainda estava com a revista O Pasquin.
“Fiquei sabendo que esse Loki está infiltrado junto com os alunos para participar do Duelo de Prata. É verdade isso?”, mais uma vez a voz de McGonagall lhe invadiu a mente enquanto Draco encarava o rosto oculto pelos cabelos avermelhados de Roland.
- Isso é impossível. – suspirou ele voltando a sua atenção ao duelo.
- O quê é impossível? – perguntou Tom ao seu lado, este tinha na face uma expressão de interrogativo. – Se está prestando atenção não é nada impossível de Aira ganhar, veja, o Weasley é muito fraco. Só conseguiu tirar a varinha de Aira por duas vezes e olhe que já passamos dos trinta minutos. – falou ao consultar o relógio de pulso. – Mas talvez estamos subestimando o pobre Weasley. – suspirou.
- Subestimar? – murmurou ele, rapidamente olhou para Roland que ainda estava na mesma posição. “Tenho a impressão que ele sabe de algo”, pensou ao voltar a sua atenção ao duelo à frente.
- Malfoy está suspeitando de algo? – perguntou Ryan em voz baixa para Roland que este fez um ruído com a garganta.
- Talvez. – respondeu alguns minutos depois. – Eu achava que ele não fosse um garoto inteligente pelo o que a sua amiga mais próxima tem me contado. Comparado a capacidade de inteligência de seu pai, achei que o filho fosse pelo mesmo caminho.
- E quais são as expectativas até agora?
- Ele é cuidadoso. Muito diferente do que a amiga dele me conta. – nisso Roland virou-se e olhou para Draco que estava olhando o duelo. – Se não for muito cuidadoso ele pode acabar me achando.
- E o caso do Loki?
- Não se preocupe, ele já esta sabendo disso. Ele já recebeu o recado. – virando-se para observar o duelo.
“Se meu palpite estiver certo... tenho quase certeza de que é esse Loki quem está usando isso...”, Draco ficou imaginado o momento em que encontrou o líquido verde musgo num dos corredores de Hogwarts. Roland não pode ser Loki ou pode? ‘Fiquei sabendo que esse Loki está infiltrado junto com os alunos para participar do Duelo de Prata. É verdade isso’, “Ele está dentro de Hogwarts”, “E se estiver...” – Draco olhou mais uma vez de forma discreta para Roland. “Não pode ser ele... ou pode?”
- Como você fez pra ele receber o recado? – perguntou Victor curioso por traz da revista, só se poderia ver uma ruga em sua teste.
- Isso é um segredo. – respondeu Roland sombrio. – Além do mais, o que estou fazendo aqui está sendo supervisionado. Não posso me arriscar, mesmo porque ele se mostrou passivo quanto a ser suspeito...
- Suspeito? – exclamou Ryan. – Você disse que...
Draco matutava com seus pensamentos tentando achar respostas para suas perguntas – ‘ele é muito rigoroso e não se aproxima de ninguém’, “Se o que McGonagall diz, não pode ser ele, mas... – mordeu mais uma vez o lábio inferior.
- Também pelo fato de ter um pequeno relacionamento com Ann Theron... se fosse não se arriscaria a tanto. – continuou como se não tivesse sido interrompido.
‘Loki está infiltrado junto com os alunos para participar do Duelo de Prata’, “Isso contradiz a primeira. Droga!... De qualquer forma... – seus pensamentos incansáveis lhe traziam a uma única estrada.
- De qualquer forma... – falou Roland.
“Suspeito vagamente de que...”
- Tenho uma suspeita de que...
“Roland Welling seja Loki”.
- Draco Malfoy seja Comensal. – falou. Kristin, Ryan e Victor permaneceram calados, enquanto aqueles a sua volta estava em euforia com o duelo.
- Hei! Aonde você vai? – perguntou Kristin ao segurar o braço de Roland.
- Tenho uma coisa pra fazer. – falou ao tirar a mão de Kristin de seu braço.

“Se ele for Loki... não posso negar de que ele possa suspeitar de que eu possa ser um Comensal, isso não posse descartar. Levando em consideração a fama de minha família e meu pai ser pego pelo Ministério da Magia no ano anterior. Mas se for... por que ele não age? É preciso provas e ele não tem nenhuma. Mas poderia ao menos procurar a Marca Negra, mas se eu não a tivesse ele estaria errado... mas se ele estiver suspeitando de mim, poderia fazer uma vistoria no meu corpo até achar a marca, e com certeza acharia... então o que o leva a não agir...?”, Draco observava o duelo a sua frente. “Ann?”, Draco arregalou os olhos rapidamente procurou a garota com os mesmos, esta roia as unhas de nervosismo ao lado de Harry, Gina e Hermione que se mantinham aflitos com a situação de Rony na plataforma. “Seria mais um degrau de porcentagem de que Roland Welling seja Loki, fato confirmado: ele já estudou com Ann, poderiam ter sido amigos e meu envolvimento com ela não o faz agir. De qualquer forma, é como se Ann estivesse me protegendo... Seja como for, antes que esse ano acabe, tenho muito a fazer...”
- Cuidado! – berrou um garoto ao lado de Draco.

Rony foi jogado contra a barreira de proteção com violência. Alguns alunos que estavam próximo da barreira de onde ele batera, recuaram de susto achando que o garoto poderia atravessá-la e se chocar contra eles. Aira regozijou, segurando firme a varia e olhando os diversos rostos excitados e alarmantes por trás da barreira. Pulou da plataforma e a passos delicados e severos chegou perto de Rony, este agora, agonizante no chão.
- Será que ele morreu? – perguntou a voz ansiosa de um garoto atrás de Harry.
- Eu não sabia que poderia fazer isso! – exclamou Gina com a voz embargada de olhos arregalados seguindo seu olhar para Ann e Hermione, estas, abraçadas, tremulas com a visão de Rony batendo na barreira.
- Isso deve ter doido. – sussurrou Ann.
- Coitado do Rony... – choramingou Hermione.
- Mas... – exclamou Gina atônita com a cena. – Eu nunca vi uma Hermione desse jeito! E você, Ann? Minha nossa, até parece que nunca viram um duelo!
- Você acabou de dizer que não sabia se poderia fazer isso! – exclamou Hermione.
- Tcs... – fez Draco mal humorado com o susto, urrou: – Que pena que não morreu, seria mais uma carne podre no mundo. – dizendo isso, saiu sob os olhos assustados e arregalados dos presentes ao seu redor.
- Hei! Aonde você vai? – perguntou Tom rapidamente.
- Vou andar. – respondeu ríspido e saiu antes que Tom o pudesse impedir.
- Onde ele vai? – perguntou Pany numa voz infantil a Tom.
- E ele disse? – respondeu Tom ao se virar para arena. Pansy mordeu os lábios e segui Draco a passos cautelosos.
Passando a passos largos e desviando dos demais alunos que se aglomeravam como se estivessem presenciando um concerto musical num estádio apertado. Draco tinha no rosto uma expressão febril e ansiosa misturada a um arrogante tom incógnito. “Será que estou fazendo certo?” Ele parou de andar diante do imenso portão de ferro enquanto os berros dos alunos ficavam para trás. “Se estou mesmo sendo vigiado, ao mesmo tempo estou sendo investigado. Vou para de dar ordens a Grabbe e Goly. Deixas as coisas paradas, e agir naturalmente. Talvez seja errado da minha parte usar Ann para este propósito, se bem que não estamos ido muito bem; afinal, que tipo de relacionamento tempo?”, Draco olhou para trás repensando se não seria melhor voltar. Abriu os portões e foi recebido pelo ar daquela tarde, caminhando a passos devagar numa silenciosa atmosfera. Um vento frio lhe bateu no rosto. – Dezembro já está chegando. – disse para si mesmo quando caminhava sozinho de volta ao castelo.
Os corredores agourentos vazios sussurravam o som peculiar dos ventos que corriam de corredor em corredor. Os passos do garoto faziam ecos a cada passada. O coração de Draco batia num compasso ansioso e uma sensação estranha de esta sendo seguido lhe corroia, e olhou para trás a cada corredor que passava, pensando ter certeza de que alguém apareceria de repente. E esta estima aumentava quando a distancia da sala de Monitoria Chefe ficava mais próxima. E no corredor quando virou à esquerda se sentiu um pouco tranqüilo ao notar a presença de Argo Filch, este limpava o chão. Passou sem ser percebido, pois o velho cantarolava algo que Draco não pode distinguir a diferença de um cachorro ganindo de dor ou se Filch estava mesmo cantarolando. Sentiu que poderia rir daquilo. Entrou na sala de Monitoria Chefe, chegou à mesa e abriu a gaveta num gesto calmo, retirou o velho livro e o colocou nos bolsos das vestes. Saiu fechando a porta e andando pelos corredores com os passos lentos. Estava querendo espairecer a mente antes de procurar no livro algo que o interessasse, não o queria fazer dentro da sala, era como se fosse um lugar apertado no momento, e sufocante, ao mesmo tempo. Draco parou, suspirou fundo e retirou o livro dos bolsos, abriu a porta de uma sala vazia, colocou o livro em cima da mesa e o abriu em seguida.
- Como se eu fosse entender. – debochou folheando. Algumas páginas haviam sido escritas com uma caligrafia ilegível, o que deu a entender que havia sido escrito as pressas. Foi perto das ultimas páginas que Draco conseguiu ler alguns trechos:


Pobre menina

Minha pobre menina, tão frágil e delicada, fora absorvida pela minha indulgência plena ao mesmo tempo que meu lado sórdido, sombrio a faziam se definhava em meus brios como floco de neve ao alvorecer. Tão pobre menina, tão ingênua era seu doce sorriso que me transportava para outra dimensão ao qual eu me sentia seguro e aflito. Tão doce era teu perfume e tão macias eram tuas mãos de fadas que me afagavam em noites enluaradas. Quando temia o frio agourento e hostil, pobre menina, me abraçava em seu acalento de sua luz cálida que me confortava eu teus seios de almofadas. Minhas memórias vagam, agora, sozinhas num planetário tão frio, enquanto o céu iluminado estiver. Enquanto você realizada os meus desejos tão intensos e sem fim, você sorria como criança e cobria a minha falta de gentileza. Minha pobre menina, por uma fatalidade minha, deixou uma dor que nunca irá sara. Tenho para com minha menina, a devoção de lhe dar a paz desejada, e que se um dia me perdoar; darei aquele ser escolhido a chance do Adormecer do Despertar. Se este é meu destino, o farei.

Minha pobre e doce criança, única mensagem que me deixou:

Viagem no tempo, até o infinito, reme o barco pelo aceno calmo e escuro, guiado pela luz da lua. Algum dia você vai me tornar forte? Não haverá um único dia ou uma única noite sem luar que não esteja ao seu lado. Varrerei seus problemas, sonhos e pensamentos terríveis. E com uma única noite, há apenas uma única estrada para sair de um sonho ruim: O coração amado terá que derrubar a lua negra em fim a queda daquele que o abita e o escolhido terá caminho livre para a queda de seu criador.

Draco levou as mãos aos cabelos, olhando aturdido para o livro aberto, deixou as mãos caírem com um baque surdo na mesa.
- Velho! – rosnou ele. – Poderia ter escrito algo compreensível, não?! – suspirou pesado de cabeça baixa. Começou a folhar novamente procurando outros trechos com uma linguagem conhecida. Uma caligrafia borrada e rude, era diferente das outras, como se fosse outra pessoa que o estive escrito. Draco franziu o cenho. “Será que esse é...?”, perguntou-se imaginando as palavras de Dumbledore sobre Moinho Vermelho. “Ele chegaria a escrever algo?”.


“Você teme a face do inimigo daqueles que não queremos ver. Jogando-me de frente para aquele que pode Adormecer-me nas trevas mais uma vez.”

Draco deixou desabar na cadeira a suas costas, encarando de olhos frios e perdidos o livro velho aberto em cima da mesa. Eram como mensagens subliminares, talvez chegassem um dia entende-las, mas talvez não tivesse muito tempo para decifrá-las. Pensar em tentar traduzir o livro inteiro era uma grande perda de tempo, além de outras coisas que teria que fazer uma delas: seria descobrir seu vigia. Draco respirou fundo, passou rapidamente as mãos pelo rosto.
- Que situação... – murmurou ele cansado. – que situação... – repetiu. – O que você quer me dizer...? O quê...? – perguntou para o livro. Fechou-o brutalmente. Draco saiu pesadamente da sala vazia carregando o livro em mãos. Um par de olhos astutos o observava do outro lado do corredor como vigília.
-... Welling... – disse uma voz algumas distancias de Pansy que olhou rapidamente para o que fora o ultimo passo de Draco ao cruzar o corredor. O som de vozes alteradas chamou a curiosidade da garota que andou calmamente até a porta de uma sala.
-... O que esta querendo fazer é um absurdo!! – rosnava a voz de Roland.
-... Não irei esperar para que a caça caia de uma vez! Farei ela vir até a armadilha!
- Mas abrir os portões de Hogwarts é insano!
- Temos Aurores por todos os lados, é a nossa única chance!
- Não pense em chances! – esbravejou ele. – COM QUE MENTE VOCÊ ESTA TRABALHANDO?! ME DIGA?! – berrou. – Temos vidas aqui dentro e isso está sob minha responsabilidade. James, se você fizer algo... DAREI SUA CABEÇA A PRÊMIO À SCHUENEMANN! – urrou por fim. Pany fitava a parede sólida a sua frente e sua respiração parara. Sentia que tinha algo de realmente grave acontecendo.
- Abrir os portões de Hogwarts... – sussurrou ela de modo atônito num fio de medo. – Com isso, as defesas dessa espelunca estarão nulas e os Comensais da Morte poderão entrar... – ela matutava como se tentasse achar algo para encaixar. – Mas preciso de um trunfo... – disse pensativa ao se aproximar mais da porta. – Roland Welling, você será o meu trunfo para desgraçar Malfoy... – ela olhou para a porta da sala fechada de onde vinham as vozes alteradas. Se afastou rapidamente ao notar que passos rápidos se encaminhavam para a porta. James saiu com sua capa farfalhando nos calcanhares. A passos maliciosos ela foi até a porta, que agora estava escancarada, dentro havia um rapaz irritado, de costas. Roland socou a mesa com tanta força que Pansy deu um pulo para trás de susto. Ele se virou e viu que a garota o observava.
- O que quer? – perguntou ríspido.
- Desculpe... ouvi vozes...
- Não é da sua conta. – falou ele ao passar por ela. Pansy suspirou com um sorriso maldoso no rosto. Pansy ficou observando Roland sair das vistas.
- Eu vou te fazer um favor, mas você terá que me pagar depois... – murmurou ela para si mesma olhando Roland cruzar o corredor.

Draco não pensou duas vezes em voltar para o estádio, sentia que tinha feito algo errado. Tinha que se expor a todo custo aos olhares daqueles que estavam o vigiando, ter saído de baixo de seus olhos poderia ser um passo em falso e perigoso para ele. Teria que agir com cautela se queria continuar com seus planos. – Droga... – murmurou ao passar pelos portões de ferro do estádio. O zumbido dos batuques, o som dos pés dos alunos batendo nas arquibancadas enchia o local com os gritos e berros de hesitação. Draco passou pelos alunos até chegar ao pessoal de sua equipe.
- Cara a situação do Weasley não ta legal. – falou um garoto ao lado de Tom, este mantinha os olhos vidrados contra a barreira, sua expressão alucinada era de alguém que via algo extraordinário acontecendo bem a sua frente.
- O que houve com ele? – perguntou Draco para o garoto que fez o comentário ao observar Tom.
- Há... – fez o garoto. – esse daí ta assim desde que você saiu. Dá pra perceber o tamanho da excitação dele. Esta ganhando as apostas. – concluiu ao apontar um grupinho da Grifinória em total desespero. Draco deu um sorriso malicioso, logo murchou ao ver Ann em grande aflição por Rony. Draco ficou um tempo observando, sentiu-se despencando de uma altura nada considerável, um reboliço no estomago como se tivesse lhe sugando as energias. Já deveria está acostumado a essas sensações estranhas e “fúteis”, mas era impossível rejeitá-las. O que tinham os dois? Não era namoro e muito menos amizade. Por causa de um acaso, teriam que ficar juntos durante um tempo, mas esse tempo passou e como ficaram? Se não tivesse implicado no começo do ano teria ficado ao seu lado? Se não tivesse sido escolhido para passar o tempo todo como guia teria a conhecido? Foi descuido ter se envolvido? Teria sido melhor se nunca tivesse trocado “palavras”?
Draco ficou pensando enquanto a olhava de longe. Cruzou os braços e com um olhar perdido revia em sua mente os momentos que passaram juntos, enquanto a observava torcer por Rony.

“ - Eu posso muito bem andar, se quer saber, não precisa ficar me arrastando!”
“ - Ótimo! Vá, ande sozinha pelo castelo, se perca e morra! Dane-se você!”

“ - Você disse que tinhas as suas próprias razões, eu não quero saber as dos outros, quero saber as suas.”

- Eu queria que você me dissesse o que fazer... – murmurou para si próprio.

“ - Eu poderia dar uma chance a alguém pra dizer na minha cara o que falam ou o que acham de mim, se eu me lembro, você disse hoje de manhã que me conhece, me dizendo que eu sempre me mostro sobre a minha grandeza de puro-sangue e que a você eu não engano. Acabou de dizer que embaixo da minha pele de lobo tinha alguém gritando pra sair. Então me diga Theron, quem é essa pessoa que você diz que está gritando pra sair?”

- Será que tinha mesmo...? – ele deu um sorriso triste, fitou o chão. – Às vezes penso que você me conhece melhor do que eu mesmo. – disse sussurrando para si próprio.

“ - Me perdoe se eu te decepcionei, mas o que eu quero de você é seu desprezo.”
“ - Não precisa mais se esforçar, você já o tem”.

- Mas pra falar a verdade, isso nunca existiu, não...? – Draco respirou fundo. – Eu quem peço desculpas... e obrigado... por você mudar a minha vida, mas... – Draco engoliu as palavras, sentiu como se tivesse sido esmurrado no estomago, e algo tivesse se entalado em sua garganta, observava Ann com um olhar perdido e ao mesmo tempo desesperado. – Muito obrigado... Sinto como se... se esse tempo estivesse acabando...

“ - Você pediu um desafio, Theron. Agora agüenta!”
“ - Como?”
“ - Você disse que não tinha medo de desafios, pois então pronto! Estou lhe dando a chance de conhecer o lado que todo mundo conhece, mas só falam! O lado escroto e cretino que todos falam, mas jamais provaram o quanto posso ser impiedoso o qual ruim eu posso ser”.

- Eu fui muito burro, não é mesmo... acabei desafiando a mim mesmo...

“ - Pra quê? Para pedir o seu perdão?”.
“ - Não. Pra perceber que tem alguém aí dentro gritando pra sair”.
“ - Tem alguém aqui dentro sim, Theron e é este que eu estou mostrando. Esse! O Draco Malfoy, o cara que todos se afastam, o cara que muitos têm medo, o que ameaça o que humilha o que destrói e faz sofre; o que odeia o Potter e os Weasley, o cara que odeia e tem nojo de sangues-ruins como você! O cara que...”

- Eu tenho certeza... que fui muito burro... estava tão exposto que acabei perdendo o controle de mim mesmo. E até me estranho e não sei nem mesmo quem sou... ou se realmente quero me encontrar... – Draco procurou se sentar numa das fileiras reservadas para os duelistas, assim ficou de cabeça baixa escondendo o rosto com as mãos. – Você não sabe como isso dói e é tudo culpa sua... sua idiota.

“ - Você faz o que bem entende da sua vida, não tem que dar satisfações a mim. Não somos amigos, não somos parentes, não somos absolutamente nada. Você escolhe o caminho que quer seguir e não sou eu quem vai...”
“ - Confie em mim...”

- Te pedi pra confiar em mim... mas... sou eu quem está com medo... medo... – Draco levantou a cabeça, olhando para as diversas pessoas a sua volta que ainda gritavam com o duelo. – O que estou fazendo...? – disse ao se levantar. Respirou fundo. Olhou mais uma vez para Ann. – Será que seria capaz de te pedir perdão? Será que você me entenderia? Seria um covarde se ti pedisse isso? Mas... sendo verdadeiro, mesmo tendo conhecimento dessa palavra só agora, desejaria de forma impossível que você chegasse a me perdoar.
- Falando sozinho, Draco? – perguntou Pansy ao pular no seu pescoço, ao chegar. Draco a tirou rapidamente.
- Não. – responder seco. – Onde você estava?
- Ahh... mas parecia que estava... – falou ao abraçá-lo novamente. – Por aí... – respondeu num tom cínico ao notar que Roland já estava com seus amigos.
- Quer parar com isso?! – exclamou ele entediado. Pansy fez expressão de manha, Draco bufou.

Rony tentava se levantar do chão, seu corpo doía em por todas as partes, sentiu-se como se tivesse sido golpeado por uma manada de jogadores da Sonserina com balassos. Rony levantou a cabeça para ver onde estava seu adversário. Segurando firme sua varinha, ele levantou, cambaleante viu um Aira se sustentando na plataforma para não cair.
- Ah meu Deus, eu não quero ver mais isso. – falou Gina tampando os olhos. Aira procurou os olhos de seus aliados, Kristin mordia as unhas. Victor ainda continuava com sua revista, escondido por trás dela. Roland fez um sinal com a mão que Aira balançou a cabeça negativamente. Harry observou o movimento, ao olhar para Aira, ele encontrou os olhos do rapaz. Rapidamente, Aira desviou o olhar, agora olhava um Rony cambaleante. Aira correu em direção a Rony, com a varinha em punho, um raio de luz vermelha clareou a ambiente. Rony e Aira foram jogados a distancia de lados opostos. Uma poeira pairava sobre o estádio se dissipando aos poucos. Os presentes, chocados, atordoados com o que acontecerá, tão rapidamente e por fim, nada.
- Minha nossa! – exclamava a voz do narrador sonora e ressonante. – O que foi isso?!
Com a poeira a si dissipar. Aira olhava chocado para Rony, tivera feito o garoto de gato e sapato durante vários minutos para que este agisse de forma inesperada, mas como?
Aira se levantou cambaleando. O golpe fora forte. Cambaleou para os lados. Rony se levantara devagar e parecia tão confuso quanto Aira. Os dois se olharam por alguns minutos se perguntando: “Foi você?”
Alguns metros de distancia dali, um grupo de duelistas estavam agitados. Victor parecia que virá um fantasma a sua frente. Kristin levará a mão à boca e seus cabelos arrepiados, denunciava duas pessoas a sua frente. Roland fitava a arena com olhos venenosos e hostis, a varinha em no seu punho vermelho que pulsava debaixo da mão de Ryan, que o olhava de forma desafiadora também com a varinha em punho. Roland se mostrava perdido em pensamentos. Baixou a varinha calmamente, discreto, e olhou para a arena. A impressão fora que Aira e Rony se chocaram.
O auror subiu na plataforma de modo vacilante, olhando de um duelista para o outro. Os dois balançaram a cabeça de modo negativo para o que ocorrera, o narrador engoliu seco.
- Ah... bem... – gaguejou ainda olhando para os dois duelistas. – Isso foi... fantástico! – exclamou vibrante, mas era o único que achava isso. – Dou esse duelo... – pigarreou ele temendo olhar para cima, onde estavam vindo olhares furtivos. – Como empatados.
BUM!
O mar de alunos levantaram as mãos aos ouvidos com o estampido do canhão.
- Cara! – exclamou Dino ao lado de Neville. – Qualquer dia desses alguém vai perder a audição!
Harry concordou ao descer as mãos. Olhou para os lados, viu Roland saindo do estádio, acompanhando de seus colegas, e percebeu que o clima estava denso. Rony desceu olhando para as suas mãos e analisava minuciosamente a varinha, cada detalhe desta. Atordoado, fora recebido com sorrisos nervosos de Ann, Gina e Hermione.
- Não pensei que você tivesse feito isso! – exclamou Gina atônita.
- Mas eu não fiz nada... – falou Rony com a voz rouca.
- Não? – perguntou Ann.
- Não... – respondeu parecendo perdido. – E parece que Aira também não... Harry? – Harry ainda observava a movimentação estranha do certo grupo que parará a porta.
- Ah, sim Rony, você foi muito bem. – falou.
- Mas não fui eu quem fez aqui...
- Mas se não foi você e nem Aira... quem? – fez Ann ao olhar para Gina e Hermione procurando sugestões. As duas deram os ombros. Os duelos aconteciam um atrás do outro, sem pausas ou descansos e tomou conta do final da tarde.

Os alunos caminharam sob o ar denso daquele final de tarde por entre os campos esverdeados de Hogwarts a caminho do castelo. Os burburinhos dos duelos eram constantes. A atmosfera curiosa e ao mesmo tempo temerosa pairava sobre as cabeças dos estudantes. Harry caminhava lentamente ao passar por um grupo de estudantes de Beauxbatons.
- Você viu o que ele fez? – replicava a voz de Victor num murmúrio. Harry deixou o passo lento para acompanhar. – Ele deve esta ficando maluco. – Harry observou com o canto dos olhos que Aira também verificava a sua varinha.
- Não foi acidental, Aira. Foi Roland quem fez aquilo. – Harry tropeçou esbarrando numa garota da Lufa-lufa a sua frente dando desculpas rapidamente, apressando o passo para acompanhar o grupo mais uma vez.
- Lana... Roland não contou nada? – perguntou Victor em tom preocupado.
- Roland alguma vez me contou algo, Victor? Jamais... ele não conta nada, é um poço sem fundo! – resmungou a garota aborrecida.

Harry fitava o teto escuro e sombrio do dormitório masculino na torre da Grifinoria. As palavras daquele grupo martelavam em sua mente como sinos metálicos fazendo um barulho em sua cabeça a latejar. Nem mesmo o silêncio do quarto ou os roncos de Rony ao lado ou os remexidos de Simas lhe tiravam a atenção de seus pensamentos. O uivo do vento batendo na janela aberta se tornava agourento cada vez mais que Harry se via mergulhando naquelas horas do dia. Ele se sentou na cama fitando a escuridão a frente, suspirou de forma derrotada ao passar as mãos sobre o rosto de forma cansada. Deixou-se deitar novamente.
- O que esta acontecendo...? – murmurou.

Harry levantou cedo aquela manhã fria e nebulosa anunciando um inverno rigoroso que se aproximava lentamente. Levantou cedo demais para quem não conseguia dormir depois do que escutara. Poderia ser algo sem importância, algo momentâneo, mas batia em sua mente como um relógio velho que teimava em parar. Desceu as escadas do dormitório em silêncio, passando por uma sala comunal vazia, atravessou o buraco do retrato, andou alguns passos e parou quando se deu conta do que estava fazendo. Não havia pensando em nada a não ser nas palavras de Ryan Galleger sobre o duelo de Aira e Rony.
- Besteira. – suspirou ele ao recomeçar a andar. Frustrado, desceu as escadas que levava ao salão principal, não se surpreendeu ao saber que não era o único que acordará tão cedo. Preferiu sentar à mesa da Grifinória que tomar seu café em silêncio.
Sem o mínimo animo para tomar café, tentou fazer daquele tempo algo para pensar no que teria que fazer para saber sobre o ocorrido. De alguém bem recomendado para representar a Academia de Magia de Beauxbatons para os duelos em Hogwarts, por que agiria daquela forma? Harry reviveu os momentos em sua mente. Tentou lembrar se mais alguém, em seu campo de visão, havia percebido ou notado algo, mas pelas expressões das pessoas que se lembrava não perceberam. Foi uma situação estranha em que Harry não parava de pensar. O que levou a Roland Welling agir daquela forma?
Harry matutava enquanto mastigava lentamente uma torrada.
- Potter. – chamou alguém a suas costas. Harry se virou e ao ver, engasgou. De fato estava querendo averiguar algo, mas fora muito rápido, pensou em não pensar tanto em algo da próxima vez. Temeu que seus poderes fossem tão bons assim. Modesto? Ryan Galleger o chamará. – Posso falar com você?
- Claro... – disse Harry ao se levantar de forma neutra.
- Desculpe interromper seu café da manhã. – desculpou-se Ryan formal.
- Não, tudo bem... – respondeu.
- Será que podemos falar lá fora?
Harry hesitou. Olhou para o salão meio vazio.
- Claro. – disse.

Os dois caminharam em silêncio pelas margens do lago silencioso e quieto aquela manhã fria. Harry percebeu que Ryan parecia querer escolher palavras para falar algo, e seja o que fosse, parecia ser algo sério. Harry pigarreou, não para apressar Ryan, mas para afastar o desconforto.
- Potter... – começou. – Vou lhe contar algo, mas peço que nossa conversa não seja passada a terceiros. – Harry consentiu se sentindo mais desconfortável ainda. – Sei que ouviu quando falei a Aira que não fora ele quem causou aquilo e sim Roland Welling.
Harry engoliu seco, não achou que Ryan tivesse percebido. Os dois pararam de caminhar um a frente do outro.
- Quero que fique claro que não estou aqui para repreendê-lo ou coisa do tipo de coisa. – Harry se empertigou com as mãos nos bolsos. – Vim aqui para lhe contar algo do seu interesse. – Harry franziu o cenho. – Potter... Roland Welling é um auror disfarçado para entrar nos duelos de Hogwarts. – os olhos de Harry se estreitaram. – Ele não entrou somente para duelar, mas para averiguar algumas coisas que estão acontecendo em Hogwarts. – disse ao começar a andar.
Harry demorou alguns minutos para segui-lo pensando se Roland veio investigar Draco levantando suas suspeitas ainda mais.
- Eu tenho as minhas responsabilidades, Potter, espero que você entenda que nem tudo posso falar. Sou franco quanto a isso.
- Entendo. – respeito ao andar ao lado de Ryan.
- Algo esta perturbando Welling e pelos meus cálculos, em algum momento, você pode entrar no caminho dele. – Harry se colocou na defensiva ao parar de andar. – O que quero dizer, Potter, que é tome cuidado.
- Não preciso que você me diga o que tenho ou não o que fazer.
- Não, você entendeu errado. – disse Ryan rapidamente. – Não estou defendendo ou protegendo Welling, nada disso. Ele é meu amigo e o conheço há muito tempo, ele é como um irmão para mim. Só estou dizendo Potter, que tome cuidado com Welling.
- Cuidado?
- Ele é perigoso. Roland Welling é uma pessoa muito perigosa que ao momento em que algo o perturbar ele pode perder o fio de seu controle e agir impulsivamente. Como o conheço bem, trabalho junto com ele. Schuenemann me contratou para ficar em seu encalço, mas não posso proteger todo mundo. Então peço a você que tome cuidado com ele, talvez em algum momento eu possa contar com a sua ajuda.
Harry sentia que algo de ruim fosse acontecer. Ryan se sentou em um tronco de árvore.
- Eu vou lhe contar a história de Roland Welling e você vai entender o porquê disso tudo. – Harry estava disposto a escutar.

Toulon, França. 1986.
Os dias que estava passando na casa daquele senhor, que conhecerá algumas semanas, fora as mais produtivas de sua vida. Era a primeira vez que tivera três refeições por dias, e tomara banho todos eles. Antes, só tomava uma vez por mês e ainda assim de forma rápida antes que os guardas o pegassem. Sentia-se maravilhosamente bem e pensava que pela primeira vez teria uma família, um pai que nunca teve. E nem conseguia se lembrar se tivera um pai ou uma mãe, eles não apareciam em suas lembranças. Sabia que não poderia ter muito conforto, o pobre velho não disponha de dinheiro para sobreviver, e tinha que trabalhar para isso, mas ele não ligava, contanto que estivesse perto daquele senhor estava tudo bem. Dormindo num sono leve debaixo de cobertas quentes dentro de um quarto pequeno cheirando a terra molhada e a crista de cavalo. Ele dormia quieto, desejando que isso nunca acabasse. Já imaginava que quando crescesse trabalharia mais e estudaria para dar uma vida melhor aquele senhor, já o teria como pai. Ele abriu os olhos astutos e lembrara-se de algo que vira aquela manhã. O garoto abriu a porta do sótão, revelando um lugar sombrio e obscuro, cheio de poeira e teias de aranhas, um colchão velho e surrado perto da janela, juntamente com uma pequena mesinha fina de madeira ao lado. Havia recortes de jornais estranhos que escapavam pela soleira de uma pequena caixa de madeira velha perto da pequena janela da vidraça quebrada e opaca, por onde entrava a luz da lua que dava a iluminação do ambiente sombrio e hostil. No recorte que escapava, mostrava as imagens de um velho de cabelos prateados acenava elegantemente para algumas pessoas ao seu redor, e sorria com um sorriso fraco, mas sincero, abaixo uma matéria sobre bruxos em Londres que festejava um grande acontecimento há sete anos. Ele ficou sentado olhando para a janela, esperando por algo que nem mesmo ele sabia o que era. Um grito invadiu suas têmporas, ele arregalou os olhos e rapidamente se levantou de um salto, o coração batia rápido nas costelas, barulhos de coisas batendo nas paredes e gritos assustadores o fizeram tremer dos pés a cabeça. Ele desceu rapidamente de um pulo para a cama, olhando para a porta fechada do quarto. Avançou para esta no momento em que esta abriu de forma violenta. A sensação fora de terror. O velho estava pálido imundo de terra, suas vestes estavam tingidas de vermelho salpicado por algumas partes e ele temeu que aquilo fosse sangue.
- O que...?! – tentou saber o que estava acontecendo. O velho apenas apontava para a janela arfando.
- Rápido! Fuja! – dizia ele. – Fuja para bem longe!
- O que esta acontecendo.
- VÁ! – gritou o velho se encaminhando para a porta, manco. O garoto avançou para impedi-lo de voltar. O velho o empurrou. – Vá embora! – vociferou ao fechar a porta numa batida surda.
O velho segurava forte e maçaneta, respirava lenta e pesadamente. Duas pessoas trajando negro, balançando a capa da breve chuva que passou lá fora.
- O que... o que vocês querem? – perguntou o velho de forma ameaçadora. O garoto observava pela fresta da porta que ele segurava algo como uma vareta marrom em mãos.
- Esta nos desafiando? – falou uma voz arrastada.
- Eu perguntei o que querem?! – berrou.
- Comensal da Morte, sempre será... você anda nos traindo ultimamente.
- Eu... eu não trai ninguém... – ofegou. Um deles desafiava o velho com palavras o outro parecia examinar a casa.
- Ahh... traiu sim... Você não estava presente quando ele se foi!
- E para que estar, se ele não iria mais voltar. – o velho tossiu levando rapidamente a mão à boca. O garoto bateu na porta.
- O que foi isso? – perguntou rapidamente um dos homens de preto.
- Não esta vendo... que um pobre velho não pode mais se sustentar nas próprias pernas? – falou num tom sarcástico enquanto rezava para que o garoto já tivesse ido, engano seu. Os homens trajando preto olharam desconfiado para o pequeno aposento que juntava tralhas e mais tralhas de madeiras e ferro velhos. Conjunto de estofados trouxas mofados e rasgados, alguns com remendos de cores diferentes. O ambiente cheirava a terra molhada e a cachorro pulguento. Pedaços de toalhas molhadas estendidas sobre as cabeças dos presentes balançavam com o vento que entrava pelas frestas da casa de madeira pequena.
- Vasculhe. – deu o comando um deles. O outro consentiu ao começar a vasculhar a casa. O velho riu. – Não vejo motivos da graça.
- Eu sei... mas é melhor sorri durante a morte do que chorar. Pelo menos vai feliz para o céu. – o homem torceu o nariz. – É melhor sair antes que seja pego. – disse o velho depois de um tempo. – o homem franziu o cenho.
- Esta acobertando alguém?
- Hã? – fez irônico como se não entendesse. – Depende se você entendeu a mensagem. – o homem lhe lançou um olhar desafiador avançou para este com passos pesados. Com um gesto rápido segurou o pescoço do mesmo firme em seus dedos longos e frios. O pobre velho engasgou.
- Novato. – rosnou o Comensal. – Procure melhor. Tem mais alguém aqui.
- Sim senhor. – o Comensal jogou o velho para o lado fitando a porta a sua frente. O garoto arregalou os olhos sentindo a garganta seca no mesmo instante. Avançou para a janela arrancando um pedaço de madeira podre. Ficou em posição de ataque. O velho se levantou cambaleando. Andou alguns passos para o Comensal que fitava a porta.
- Se vieram me procurar por traição... deveriam saber que eu moro sozinho... o que foi? Seu chefe não lhe deu essa informação? – disse rindo irônico. O homem levantou a varinha mirando par ao velho, que este engoliu seco e se pôs em seu consciente sóbrio e sério.
- Esta com medo? Onde esta o seu animo? – enfatizou o homem que apontava a varinha.
- Mesmo diante de meros covardes como vocês, continuo com o meu eu de sempre. – disse ríspido.
- Crucio! – urrou o homem. A visão mais aterrorizante que o pobre garoto teve através daquela fresta da porta foi algo que marcaria a sua memória para sempre. O contorcer e uivos de dor do velho entravam pelas suas têmporas de forma alucinada. O terror o invadiu, perdendo as sensibilidades das pernas, ele caiu de joelhos ao chão frio de terra. Sues membros tremia, e sua mente se desligará. Os grito de dor do velho eram altos e agourentos, ele batia nas coisas que estava por perto, derrubando materiais de trabalho e outras tralhas que trazia para casa. – Vai rir?! – exclamou o homem ainda apontando a varinha para o velho deitado a sua frente que cuspia. – Ria, seu miserável! Você é um bruxo ou não? Você não tem bondade quando entrou para os Comensais da Morte?
- Bruxos como vocês... não deveriam ter essa palavra no vocabulário...
- Sempre com uma piadinha! Sabe que não sou bonzinho... – rui irônico.
O garoto tentou se ergue, esbarrando em algumas panelas e o ruído metálico das mesmas despertou a atenção dos homens.
Tudo silenciou. Apenas sendo quebrando pelas tosses do velho ao ver que o homem parara. O Comensal mais perto da porta avançou, mas fora impedido pela mão frágil do velho que o segurara pelos calcanhares.
- Não... – falou numa voz embargada. – Por favor... não... deixe o garoto ir...
- Ele morre. Assim como você. – vociferou ao chutar a mão do velho.
- FUJA MEU JOVEM! VÁ EMBORA! VÁ EMBORA! – gritava o velho com as únicas forças que tinha. O garoto, atordoado, se perdia no espaço pequeno daquele quarto escuro.
Derrubando alguns moveis a frente da porta para impedir a passagem dos homens. Ele saltou para o sótão tremendo e suando frio. Parou para olhar para trás a fim de escutar algo que se mantinha no silêncio perturbador. Um baque surdo bateu a porta. O garoto se assustou ofegante.
- DEIXEM O GAROTO EM PAZ! – berrava a voz do velho. Como uma explosão a porta voou ares batendo a parede do fundo do quarto dando passagem para os dois homens. Rapidamente o garoto saltou para a janela recebendo o ar frio da noite pisando na terra úmida e quente. Ele correu passando por pedras até a porta da frente da casa. Ofegante olhando para a porta escancarada. Viu o velho ao chão ainda agonizante, se arrastando para a porta. Ele adentrou. – Fuja! – murmurou o velho. – Vá embora! Procure por bruxos e fique longe dos Comensais da Morte. Fique longe de Voldemort! Procure por bons bruxos. – sua voz era arrastada e fraca.
- Eu vou tirar o senhor daqui. – falou o garoto.
- Não! – exclamou ele ao segurar a mão do garoto. – Você é bruxo. De um jeito de achá-los. Eu sei que você consegue. Vá! – mandou. O garoto não se moveu. – Vá embora! Vá para longe! Já basta para este velho a vida! Você ainda é jovem. Vá!
O garoto permaneceu imóvel escutando os ruídos de coisas que se quebrando no quarto. O velho pegou sua varinha e apontou para o garoto.
- Você escolhe: Quer morrer pelas minhas mãos; pelas deles; ou vá embora? – o garoto o desafiou com os olhos. – Moleque impertinente! Eu prometo que ficarei vivo! Agora vá! – resmungou ao lançar um feitiço para que o garoto fosse jogado para fora da casa assim rapidamente fechando a porta. – vá embora... vá embora... Roland... – murmurou o velho para si mesmo.
- PEGUE O GAROTO! NÃO O DEIXE FUGIR! MATE! – rosnou a voz do Comensal da Morte.
Roland corria o máximo que poderia, conhecia bem aquela mata esverdeada e escura durante a noite. Viu fleches de luzes passarem zunido pelo lado esquerdo de sua cabeça e ao olhar para trás viu um comensal tropeçando numa raiz levantada. O garoto corria mais depressa, não poderia subestimar aqueles homens, tropeçando em raízes e quase caindo, ele não poderia parar, sentia que seu coração iria pular pela boca, suas pernas doíam, sue corpo pedia descanso. Ele caiu rolando barranco a baixo como se fosse um saco de batatas, até chegar à beira do rio raso, ele bateu a cabeça e desmaio.
O ar frio e silencioso da noite era modorrento. Ele abriu as pálpebras relevando olhos azuis acinzentados por baixo de cabelos negros e encardidos. Ele levantou a cabeça que latejava de dor, sentiu seu corpo dolorido sobre pedras frias, e o som da correnteza do rio raso perto dele. Sentou-se cambaleando, com os olhos meio abertos ele observava o lugar, tremia de medo, de frio e de esforço. As imagens do sofrimento lhe vinham acompanhadas com uma dor fulminante, rapidamente ele levou as mãos a cabeça e começou a gritar de dor. Gritos, gemidos, gargalhadas, era o que ele ouvia a sua volta, sua vista turva mostrava que estava sozinho sentado sobre as pedras no rio raso. Rapidamente olhou em volta procurando pelos dois homens que corriam ao seu encalço, nenhum sinal deles. “Bruxo?!”, pensou ele, “Ser um bruxo, é ser um assassino?”. Levantou-se de um salto e saiu correndo as margens do rio, queria sair de onde estava para que os homens não o achasse, depressa para o mais longe do lugar de onde caiu, derrapando em raízes e pedras no caminho, ele subiu a cerra a trancos e barrancos, parando atrás de uma árvore, tremulo, ao ver duas pessoas passando pelo local. Os pensamentos invadiram sua cabeça, enquanto ele fitava com olhos alucinadamente grandes as duas pessoas que passavam pelo local.

“Comensal da Morte, sempre será... você anda nos traindo ultimamente.”
“Mesmo diante de meros covardes como vocês, continuo com o meu eu de sempre.”
“Por favor... não... deixe o garoto ir...”
“Bruxo?!”.
“Sabe que não sou bonzinho.”
“Bruxo não tem bondade?”
“Você escolhe: Quer morrer pelas minhas mãos; pelas deles; ou vá embora?”
“PEGUE O GAROTO! NÃO O DEIXE FUGIR! MATE!”
Os gritos do velho.
“MATE”, “MATE”, “MATE”...

Roland gemia com os pensamentos em sua cabeça, estava atordoado, sozinho, cansado. Algo tocou no seu braço, rapidamente ele pegou o que lhe tocara, derrubando algo pesado no chão, sentou em cima, apertando-lhe o pescoço com fúria. “MATE”, “MATE”, “MATE”... uma voz batia e latejava com a dor em sua cabeça. Foi quando ele percebeu que era uma garota que ele estava apertando o pescoço, a garota se debatia e o espancava, ele apertava ainda mais o pescoço dela. “MATE”, “MATE”, “MATE”...
- Todos devem morrer. – disse sua voz fria. Ele olhou para o rosto da garota e se lembrou da mesma na loja de doces, ele se acordou o transe como um estalo engolindo seco, e soltou o pescoço da garota que esta, tossiu e o empurrou para o lado, ele caiu e se arrastou para trás da árvore.
- Socorro... – sussurrava a garota massageando o pescoço. Roland a olhava com os olhos esbugalhados.
- Eu não... – murmurou ele ao chegar perto dela, ela rapidamente se afastou dele, com dificuldades em se levantar. – Me desculpe... – tentou ele olhando para ela. Ele olhou para os lados. – Eu não queria... – sua voz estava tremula, não sabia o que dizer nem o que pensar. Olhou atordoado para os lados e desapareceu na mata escura da noite ao ver que a garota ganhou o caminho da estrada que levava o parque, vendo-a ser recebida pelos braços de duas pessoas.

-... land... Ronland! – alguém o chamava. Ele abriu os olhos devagar fazendo estes se acostumar a claridade de ambiente, estava sentado na mesa improvisada de Beauxbatons em Hogwarts. A mesa estava cheia e o burburinho das conversas rotineiras era o mesmo sob a aglomeração de alunos das casas. Ele olhou para quem o chamava. Lana repousava a mão leve em seu ombro e o olhava preocupada. – Esta tudo bem? De repente você dormiu.
- Ele não deve ter dormindo a noite. – resmungou Aira e Roland percebe que pelo seu tom estava aborrecido com algo.
- Estou bem. – respondeu. Em seguida franziu o cenho e olhou para Lana, observou seu rosto por alguns instantes. Eram os mesmos olhos, o mesmo rosto, apesar de ter passando alguns anos. Aquele rosto infantil agora era um rosto mais velho, com traços delicados, femininos de uma adolescente de dezesseis anos. Ele virou-se fitando o prato intocado a sua frente.

- Como... como você ficou sabendo disso? – perguntou a voz de Harry fraca ao escutar toda a história. Ryan fitou o lago a sua frente.
- Porque... o velho que cuidava de Roland era meu avô. – Harry não falou nada. Percebeu que os olhos de Ryan estavam distante. – Meu avô era um Comensal sim, e sempre foi do lado de Voldemort. – Ryan parou e, seguida olhou para Harry. – Achei que fosse fazer escândalos ao valar o nome de Você-Sabe-Quem. – Harry deu um meio sorriso.
- Eu entendo perfeitamente o que você quer dizer. Não tenho restrições para com o nome dele. Temos que ser chamados pelo nome que nos deram, não é mesmo?
- Você pensa como eu, mas evito quando estamos perto de Lana, ela não gosta.
- Eu também entendo isso. – falou ao lembrar várias vezes em que falou o nome de Voldemort e ver as caras de espanto de Rony e Hermione, sendo que esta ultima já se acostumou com a idéia.
- Em fim. Minha família o baniu. Ele viveu como um indigente. Depois de um tempo, ficamos sabendo que ele tinha deixado os Comensais e estava cuidado de um garoto. Alguns anos depois da sua morte. Soubemos que esse garoto fora adotado por uma família rica de bruxos na França e lhe deram o sobre nome de Welling. Conheci Roland na mesma época em que Lana e Ann... Lana era muito amiga de Ann e se apaixonou por Roland o que deu algumas confusões, em que Lana acabou dando um fim na amizade de Ann por causa disso. Mas isso foi quando tínhamos quinze anos. – ele parou pensativo rindo. – bem depois do incidente aos dozes... – sua voz soou distante e ele ficou sério.
- Doze anos...?
Ryan se levantou.
- Bom... já esta ficando tarde... – disse ao começar a andar.
- Ryan! – chamou Harry. Ryan parou ao se virar. – Se me pede para ter cuidado com Roland Welling, você me demonstrou o quanto uma criança ferida pode se tornar um adulto torcido. Se não for muito incomodo. Quero saber o que Roland é capaz de fazer. – Ryan o encarou.
- Roland é capaz de matar, Harry. – falou Ryan. Harry manteve seu ar sério. – Você já ouviu um boato da morte de Igor Karkaroff?
- Já ouvi isso. Muitos dizem que foram os próprios Comensai que deram fim a ele, por ter fugido. – falou Harry.
- Isso é o que eles contam. O que levou Roland a entrar para o quartem general dos Aurores? – Harry não respondeu. Ryan deu alguns passos próximos a Harry. – Ele viu a unica pessoa que o tratou bem, morrer na sua frente de forma trágica. Uma criança com a mete complicada daquela forma, mata sem pesnanejar. Você sabe quem é Loki?
Harry se mantinha quieto.
- Foi uma figura inventada pelos próprios Aurores para categorizar Roland. E ele foi o encarregado da morte de Karkaroff. Agora os acontecimentos a doze anos... Roland foi acusado pelo pai de Ann, o senhor Ordélio Dior, de ter a atacado. Eu estava presente, vi tudo. E não foi bem assim. Havia uma força estranha possuindo-a e não sabiamos o que era... – Harry se lembrou vagamente de uma situação aprecida na floresta. – Roland ficou trancado dois anos em St. Mungus por causa disso e é condenado a ir para Azkaban.
- Mas... ele é um auror.
- Se ele consegui cumprir o que veiu fazer. Tenho certeza de que o Ministério absorverá.
- E o que ele veiu fazer.
- Isso, já não posso dizer.
- Suas palavras foram formais demais. – Ryan riu contrafeito.
- Não é isso que sempre dizem?

Harry entrou a passos leves no salão principal como se flutuasse, era como se a história contada por Ryan só fizesse efeito agora. Ele localizou seus amigos sentados a mesa e foi até lá, sentou sem falar nada e ficou olhando para os presentes a sua frente recebendo o correio coruja. Seus olhos caíram sobre a mesa de Beauxbatons, Ryan já se encontrava sentada iniciando uma conversa com Victor.
- Noticias de casa? – perguntou Gina curiosa à Ann.
- Já fazia tempo que não recebia uma noticia de casa, até parece que eles não se lembram mais de mim. – comentou Ann sorrindo saudosa dobrando cuidadosamente a carta que recebera. Hermione lia absorta com um livro em mão; Rony mastigava lentamente seu alimento e parecia ainda pensar no que tivera acontecido no duelo..
- E o que diz? – perguntou Gina.
- Saudades da minha irmã, além dela me dizer que está namorando. Vou respondeu.
- Já?! – exclamou Gina.
- Depois eu encontro vocês lá em cima. – disse ela saindo às pressas da mesa e ganhar os corredores. Ann subiu correndo pelos corredores hora vazios, hora apinhando de alunos. Sentia uma sensação de saudade e apego, agarrou com força aquela carta de sua irmã. Subindo as escadas do corujal sendo recebida pelo vento forte que não a interrompeu, parou diante da porta, derrubando um esfregão que Filch havia deixado ali, mas não ligou. Respirando fundo o ar gelado da manhã. Andou calmamente entre o silencio do corujal. Parou de ante de uma grande janela, com a carta aberta em mãos a releu:

Ann,

Hei! Vê se manda uma carta de vez em quando. Sei que você anda ocupada, mas estamos com muitas saudades. Espero que você esteja se dando bem aí. Papai quase nunca me fala sobre os acontecimentos. Ah! Tenho uma novidade, faz tempo, mas vou lhe contar: Estou namorando. Não é ótimo?! Calma, não sinta inveja de mim, aposto que tem alguém aí que você esta de olho, não?
Já faz algum tempo que estamos juntos, acho que foram uns dois meses depois que você entrou em Hogwarts. Desculpe, desculpe não ter contado, sinto muito. Mas quando você voltar vamos ter muito o que conversar, não?! Eu sei que você esta com saudades de sua irmãzinha “querida”.

Sabe... quando meu namorado me dizia obrigado... eu não entendia porque. Mas com o tempo eu fui descobrindo isso. Mas o engraçado é... que quando eu o escuto dizer obrigado, eu vejo em seus olhos algo diferente. É algo especial. É, não posso fica contando muita coisa sobre meu namorado assim, vai que você se apaixona por ele...

- Ora sua... – disse Ann sorrindo.

Mas sinto sua falta. Espero resposta. Responda o mais rápido possível!
Beijos.

Clear.

Apertou a cara de sua irmã contra o peito, sentando-se num baquinho bambo ao lado da grande janela. Um barulho a porta fez Ann saltar do banco de susto. O coração batendo contra as costelas, sua respiração estava ofegante. Draco esbarrou no esfregão que travava da porta abrir fazendo barulho, este reclamou abrindo a porta com violência e ao levantar a cabeça, corou.
- Ahh... – fez ele olhando desconcertado. Ann colocou a carta nos bolsos da vestes. – Eu não vi...
- Eu já estou indo. – respondeu ao atravessar o patamar.
- Eu desistir. – falou ele no momento em que Ann ficou lado a lado. Esta parou sem olhá-lo.
- Do quê? – perguntou em tom nervoso. Draco atravessou a sala indo até a janela do corujal de costas para Ann, que esta ficou a porta.
- De algo que tinha que fazer. – Ann ficou calada. Só se podia ouvir o som do vento uivando pela janela, o som ressonante das corujas pregadas no sono.
- Não precisa me dizer o que você...
- Eu pedi para você confiar em mim. – falou ele rapidamente cortando-a. – Mas não estava sóbrio...
- Sóbrio? – exclamou Ann incrédula virando-se para encará-lo. Draco respirou fundo virando-se para olhá-la. – Tem certeza que queria dizer isso?
- Eu... sei que cometi vários erros.
- Vários... – a voz de Ann soou alta. Ela deu uma risada sarcástica. – Você mudou.
- Estou ouvindo isso ultimamente. – disse ao cortar o contato visual.
- Quantas vezes você vai precisar mudar para que alguém...
- Você. – cortou ele.
- Alguém... confie em você? – continuou dando ênfase a alguém.
- O que seria válido para você acreditar? – jogou ele sem esperanças.
- Adiantaria falar?
- Eu vou provar. – disse com veemência em voz baixa.
- Provar? – perguntou ela sarcástica. – Só se você perdesse um pouco do seu ego...
- É isso. – disse ele. Ann o olhou rapidamente com um olhar interrogativo.
- Você quer uma prova? Dê-me um teste. – disse ele em tom desafiador encarando Ann, esta o olhou perplexa.
- Você já teve chances demais. – Draco fechou os olhos sentindo um gosto amargo. Ann se adiantou para a saída – Desculpe.
- Mais uma chance... – pediu. Ela parou na porta. – Eu provo a você...
- Perca o duelo. – falou ela cortando-o. Draco a olhou atônito.
- O quê?! – exclamou ele.
- Isso que você ouviu.
- Mas isso é...
- Eu sei que é ridículo pedir isso. Mas é o único caminho que tenho – falou ela dando os ombros.
- Seria mais fácil se...
- Você pediu mais uma chance e eu estou dando...
- POR QUE NÃO ACREDITA EM MIM?
- SE MUDOU TANTO COMO DIZ, PROVE! – rosnou Ann. Os dois ficaram em silêncio.
- O que você quer é... – falou ele se virando para a janela passando a mão direita discretamente pelos cabelos. Imaginar perder um duelo justo quando estavam nele Harry e Roland era algo amargo de se provar.
- Você vai perder. Vai deixar Harry ganhar. – Draco deu uma risada sarcástica.
- Escolha outra cosia. – falou ele rouco.
- Perca esse duelo. – falou mais em tom desafiador. Draco virou-se nos calcanhares de forma intimidadora andando em direção a Ann.
- Não! – exclamou ele pra cima dela. Ann deu um passo para frente sem se intimidar.
- Perca!
- NÃO! - Os dois estavam tão próximos que poderiam sentir um a respiração do outro.
- Vai perder para o Welling!
- Não, Ann eu não vou perder porque você quer. Sabe muito bem o quanto eu quero essa vitória!
- Mas vai perder pra ele para provar pra mim!
- Eu não posso fazer! Não!
- Pode sim! – brigou ela.
- Por que perder se eu posso ganhar? – perguntou exasperado gesticulando com os braços.
- Porque você não estaria provando pra mim, estaria apenas ganhando uma vitória da qual você tanto quer! Provar para os outros que você é o melhor e que... – Ann parou como se tropeçasse nas palavras.
- Mas eu... Eu... – ele gaguejou. Ann franziu o cenho interrogativa. – EU SOU O MELHOR! – gritou.
- Pois agora não será! – ela saiu batendo o pé o deixando esmurrar uma porta do corujal. Ann saiu descendo as escadas às pressas, parando em seguida para respirar com o a denso. Os primeiros pingos de chuva começaram a cair. Ann levantou a mão na altura dos olhos vendo os pingos caírem em cima.
- Foi só um pedido... – lamentava Draco ainda no corujal. – A que ponto eu chegue? – bufou mal humorado. – Perde esse duelo... já não importa mais nada. – disse ao girar novamente nos calcanhares e sair do corujal.
- Do que esta rindo? – perguntou Gina sentada na cama arrumando algumas roupas. Ann entrará no dormitório feminino com um pequeno sorriso cansado no rosto segurando a cara de sua irmã.
- De um pedido que certo idiota me fez. – respondeu agora guardando cuidadosamente a carta.
- É... – fez Gina jogando para o lado uma meia velha. – E que pedido foi esse?
- Nada demais. – falou ao se jogar na cama fitando o teto.
- Como assim nada demais? E esse seu sorriso? – perguntou agora dobrando algumas vestes cuidadosamente.
- De como será impossível ele cumprir isso.
- Cumprir o quê?
- Alguém que tem um rival a altura num duelo e pretende a todo custo da a vida por isso, mas é pedido que perca. O que você acha?
- Acho que ele deve ter ficado puto com isso.
- Se ficou, não... – Ann se sentou de um salto e encarou Gina com o cenho franzido, esta a encarnou interrogativa. – Não deu pra perceber se ele ficou tão irritado com isso... – se deitou novamente. – De qualquer forma, ele não vai cumprir isso mesmo.
- Então não valeu de nada isso?
- É... talvez....
- Você só fez pedir que ele perdesse já sabendo que ele não o faria?
- Exatamente.
- Por quê?
- Por que tenho certeza de que não há outra chance.
- Que chance?
- Gina você pergunta demais!!
- Mas foi você quem começou!
- Ah deixa pra lá. – Gina sorriu.
- Onde está Hermione?
- Ainda esta estudando naquele método dela...
-Ah... Ah... ATCHIN!! – espirrou Hermione logo fungando. Draco fez cara de nojo.
- Esta doente? – perguntou Harry ignorando a expressão de Draco.
- Se estive. Fique o mais longe possível de mim! – reclamou.
- Não... eu não estou doente. – respondeu Hermione irritada. Pegou a varinha remexendo a lembrança dentro da penseira. – Os trouxas têm mania de dizer que quando a gente espirra sem querer, é que alguém esta comentando sobre você.
- Heim?! – fez Draco. Hermione fechou a cara.
- Você não iria entender.
- Vamos parar com essa discussão e ir logo ao assunto?! – brigou Harry. Hermione respirou fundo.
- Vamos. – falou. Os três se aproximaram da Penseira. Logo, abaixara as cabeças e a costumeira giratória visão da sala rodado tomou conta da visão deles. O ar quente e aconchegante da sala logo foi tomando por uma atmosfera fria.
Os três se viram diante de um longo corredor mal iluminado e frio. Um subsolo sujo e mal cheiroso, estreito. Velas amareladas e desgastadas flutuavam com graça a cima de suas cabeças. Aos pés, pequenas poças de água davam a impressão de ser um esgoto. Hermione levava a mão ao nariz, Harry e Draco fizeram o mesmo.
- Isso aqui é horrível! – exclamou ela olhando a diante de um corredor escuro e sombrio. – Não tem mais luz.
Passos apressados soavam as suas costas, uma mulher guiava o cortejo, à medida que se aproximava, as velas ascendiam e se apagavam a medida que passava. Trajando longas vestes negras, algumas pessoas estavam encapuzadas. Os três garotos, rapidamente se encostaram a parede. O cortejo de pessoas carregavam duas pessoas que trajavam vestes rasgadas e sujas de terra, contra vontade. Assim que o cortejo passou pelos três, Harry, Draco e Hermione reconheceram a mulher que liderava o cortejo como Bellatrix e as duas pessoas carregadas eram Frank e Alice Longbottom. Hermione sufocou um grito e Harry viu de relance Bartô Crouch Jr.
Os garotos seguiram o cortejo pelo longo corredor, debaixo de um som agonizante dos dois prisioneiros. Bella sacou a varinha num gesto rude ao se aproximar de uma porta de madeira negra, velha e descascada que exibia longas fechaduras de ferro distorcido e enferrujado; logo, deu batidas graciosas na porta que abriu rangendo alto, dentro, uma sala quadrada com o mesmo ambiente do corredor, mal iluminada. Uma cadeira velha e bamba estava postada no centro da sala, e os três garotos se deram conta de uma sala de interrogatórios e torturas. Uma mulher estava em pé, próxima a cadeira, um longo pergaminho pardo flutuava ao seu lado e sobre ele uma pena escrevia rapidamente a medida que a mulher falava. Dois homens colocaram Alice Longbottom sentada na cadeira bamba. Os outros ficaram a um canto da sala, segurando seu marido.
- Eu não quero ver isso... – esganiçou Hermione.
Harry caminhou devagar pela sala, Bella segurou firme nos cabelos de Alice com violência a fazendo encarar o teto. Os olhos arregalados de Alice encararam os olhos da mulher do pergaminho. Harry percebeu que ali houve uma troca de olhares e logo em seguida, ele se aproximou da mulher que logo reconheceu pela foto como Dorcas Meadowes. Os olhos de Dorcas se mostraram alarmados, suas mãos tremeram e ela engoliu seco.
Bella deu uma risada sarcástica.
Dorcas pigarreou.
- Algum tempo estávamos perdendo companheiros e nossos trabalhos têm si tornando cada vez mais difíceis de cumprir. – começou Bella como se iniciasse um discurso penoso. – Mas um, dos mais fieis servos do Lorde das Trevas – sua voz soou suave. – Se arriscou para provar algo. – ela olhou de forma acusadora para Dorcas que se manteve indiferente. – Pena que foi um planto tão pequeno, mas serviu como uma luva. – olhou com um ar irônico para os demais presentes, virou calmamente para encarar Alice que tremia na cadeira, agarrou os cabelos da mesma. Levantou os olhos para Dorcas. – Alguns viram que uma pessoa estava nas redondezas de Surrey conversando com uma mulher... – ela fez a expressão pensativa de quem tentava lembrar o nome de alguém. – Molly Weasley. Que interessante... – deu um risinho seco. – Mas se aprofundarmos bem, essa pessoa de papo em Surrey com a senhora Weasley era um Comensal da Morte. – rodos deram uma risadinha, Dorcas encarou a sala. Bella deu alguns passos para encarar a mesma, frente a frente.
- O que esta acontecendo? – perguntou Hermione. Harry encarava como se tivesse notado algo no ar.
- Eles descobriram... – murmurou Harry.
- É tão fácil enganar... – disse em tom de desdém. Dorcas franziu o cenho.
- Ficou louca Lestrange? – disse ríspida. Bella deu um sorriso sarcástico.
- É uma grande pena que uma pessoa não tenha aparecido no dia da captura de Marlene McKinnon. Tem algo a relatar, Meadowes? De um Comensal está conversando em Surrey com um membro da Ordem da Fênix no mesmo dia? – Bella aumentou seu tom de voz.
- Eu não sei do que você esta falando! – defendeu Dorcas.
- Meadowes. Você foi vista na companhia de Molly Weasley em Surrey no mesmo dia em que o Lorde das Trevas a convocou para uma missa e você não apareceu! – berrou Bella.
- Andam me seguindo?! – brigou Dorcas.
- Já chega Lestrange. – falou a voz esganiçada de Bartô Crouch Jr. – Meadowes, saia. Você não é mais necessário aqui. – Dorcas recolheu suas coisas e caminhou pesadamente para a porta, tremendo olhou rapidamente para Frank que se encontrava encostado a parede. Dorcas hesitou, ao abrir a porta, levando a mão as vestes, os olhos de Frank arregalaram, balançou a cabeça negativamente. Dorcas serrou os punhos, abriu a porta com violência e saiu. Os três garotos agora se encontravam no corredor juntamente com Dorcas que esta, agora encarava a porta fechada e os gritos de Alice começaram. Dorcas levou a mão aos lábios sufocando um grito, encostou-se a parede e deixou se escorregar por ela, sentando no chão sujo e molhado. Chorou em silêncio. Hermione chorava baixinho, Harry encarava a porta fechada e em sua mente a face de Neville, seria horrível se presenciasse essa lembrança, Draco se mantinha quieto a um canto. Os gritos de Alice cessaram, um silêncio agourento tomou conta naquele instante, Dorcas levantou a cabeça, enxugou as lágrimas de forma rápida, se aproximou da porta calmamente e nas palavras de Bartô Crouch Jr:
- Não era necessário ter dito aquelas coisas a Meadowes. Lorde das Trevas disse que ele tomara partido do caso de sua traição. – Dorcas empalideceu. Seus olhos perderam o foco. Olhou para os lados de forma atordoada. Caminhou a passos apressados pelo longo corredor escuro. Com um som de um estalo de estepe de carro sumiu.
Um perfume leve pairava no ar, o ar quente e aconchegante de uma casa. Pequenos castiçais de velas estavam expostos de cada lado da sala, cada um com uma vela que flutuava a centímetros de sua base. A grande janela que iria do teto ao chão, exibia a noite silenciosa lá fora e estrelada, exibia pingos de chuva, o que deu a impressão de que uma breve chuva passou. As grandes cortinas brancas estavam expostas, uma de cada lado da extremidade da grande janela. Draco, Harry e Hermione se encontravam numa sala ampla, bem decorada, com uma iluminação média de tom alaranjado. De costas, uma mulher estava debruçada sobre uma pequena mesinha, escrevia rapidamente sobre um papel pardo de forma ansiosa e tremula. Seus longos cabelos estavam bagunçados e molhados; sua respiração era rápida e ofegante. Suas vestes negras estavam sujas e esfarrapadas, molhadas com a breve chuva. Um poleiro abrigava uma coruja negra de olhos muito azuis, ela fitava os olhos expressivos de Harry, que este a olhava atônito. Hermione se aproximou da mulher e verificou o texto escrito por esta:


Benjamin Fenwick

- Benjy Fenwick... – leio Harry na ponta do bilhete ao se aproximar de Hermione.
- Quem? – fez esta.
- Ele foi morto durante a primeira guerra contra Voldemort, ou seja, a guerra desta lembrança. – Hermione mordeu os lábios de forma tensa.

Belatrix descobriu a minha identidade.

- Descobriram minha identidade... – leio Harry num sussurro, em seguida levantou o rosto para olhar para a mulher. “... essa é Dorcas Meadowes, Voldemort a matou pessoalmente...” a voz de Moody passou rapidamente por sua mente. – Dorcas... – murmurou ele. Draco olhou rapidamente para Harry.
- O que foi que você disso? – Harry olhou para este, que tinha na face uma expressão de surpresa. Harry engoliu seco, tentou encontrar refugio nos olhos de Hermione.
- Vamos ler, antes que ela acabe. – disse Hermione rapidamente.

Eles pegaram Frank e Alice Longbottom. Não pude fazer nada. Estão nos caçando. Por favor, faça com que essa mensagem chegue o mais rápido possível a Dumbledore. Ele já sabe. Lílian e Tiago estão em perigo.

Hermione logo olhou para Harry, que este fitava o bilhete que a mulher escrevia rapidamente. Dorcas enrolou o bilhete rapidamente derrubando o tinteiro no chão. Nervosa, ela colocou, tremula, a carta na pata da coruja. Correu até a grande janela e a abriu num só gesto. A coruja negra passou com grade classe, um ruído na porta assustou a mulher que logo sacou a varinha fazendo-a sair da sala. O silêncio tomou conta do ambiente. Os três garotos se entre olharam. Uma luz esverdeada passou rapidamente pela janela. Hermione soltou um grito agudo. Harry e Draco olharam rapidamente para a janela para onde a garota apontava com a mão tremula, observaram algo preto e grande cair ao chão. Harry correu até a janela e viu a ave no chão como pedra. Harry bateu, frustrado, na janela.
- A mensagem... nunca chegou... – ofegou ele.
- Não vai me convidar para entrar? – a voz grave e agourenta que Harry conhecia bem soou da entrada. Harry encontrou os olhos assustados de Hermione, em seguida olhou pra Draco, este estava de cabeça baixa e sua expressão era incógnita apesar de sua respiração ofegante. Harry serrou os punhos e saiu da sala, um pequeno corredor o levou até outro aposento mais amplo, como uma segunda grande sala, e lá estava ele, trajando vestes negras e bem limpas, seus olhos circularam a grande sala como se apreciasse tal visão. O coração de Harry batia apressado. A mulher dava passos para trás, nervosa, bateu sem querer numa mesinha de vidro. O homem a segurou com o braço impedindo que a mulher caísse. – Nervosa? – soou sua voz maliciosa. – Me traindo...? Como pode? – ele começou num tom meigo, como alguém repreendendo uma criança.
- Não... não sei do que você está falando... – a mulher recebeu um tapa a face, caiu no chão. Hermione olhou para Draco ansiosa, em seguida correu até a sala onde Harry se encontrava. Draco se ajoelhou ao chão.
- Ela... fazia parte da Ordem da Fênix. – comentou Harry de cabeça baixa para Hermione, que esta segurava com força seu braço. – Moody me deu uma foto ano passado, com as pessoas que faziam parte da Ordem original. E ela estava na foto. Ela trabalhou de espiã como Comensal da Morte, passando informações a Ordem. Moody me disse que Voldemort a matou pessoalmente. – calou-se.
- Por quê? – perguntou Voldemort em tom gentil. – Por quê? Você era tão importante para mim... – Dorcas levantou o rosto, exibia fúria e desprezo. – Não se preocupe. Eu já achei todos os coelhos da toca. Vou tirar todos eles, um por um. – Dorcas arregalou os olhos.
- NÃO!! – gritou ela avançando em cima de Voldemort, ele a empurrou, caiu no chão e agarrou suas veste. – NÃO! DEIXE-OS EM PAZ! Não faça nada com eles. Por favor... eu suplico... – o desespero da mulher era visível.
- Tentou ajudá-los... mas foi em vão. – disse ao fazer sinal para alguém que estava atrás. Um homem alto de cabelos longos e platinados, exibia na face um sorriso malicioso.
- Malf...
- Pai! – exclamou Draco. Harry e Hermione se virar para encararam. O rosto de Draco era surpresa e estupefação.
Lúcio Malfoy entregou um saco preto, Voldemort o recebeu com arrogância, o virou de cabeça para baixo, e com um baque surdo a ave negra caiu na frente da mulher. Que esta começou a soluçar. Voldemort desembrulhou o bilhete que Lúcio o entregou.
- Saia. – disse num tom severo para Lucio, que este saiu num instante. Ele olhou atentamente para a mulher que soluçava aos seus pés. Leio em voz alta o bilhete:

Benjamin Fenwick

Belatrix descobriu a minha identidade.
Eles pegaram Frank e Alice Longbottom. Não pude fazer nada. Estão nos caçando. Por favor, faça com que essa mensagem chegue o mais rápido possível a Dumbledore. Ele já sabe. Lílian e Tiago estão em perigo.

Ele deu uma risada seca e curta, sentou-se delicadamente no sofá bem cuidado da casa, olhou mais uma vez em volta. A mulher soluçava e afagava a ave morta.

- Você a matou, não foi? – perguntou em tom sereno. A mulher levantou a cabeça para o teto, engolindo os soluços. – A matou, não foi?
- Eu a perdi... – disse com a voz embargada. Ele avançou rápido, sem dar tempo da mulher se defender, a levantou do chão e fez bater numa estante próxima quebrando algumas taças. Seus dedos longos, frios e pálidos faziam contrastes com a pele viva da mulher que recusar a olhar nos olhos de Voldemort.
- ERA MINHA! – berrou ele no rosto de Dorcas. Dorcas soluçou alto. – Ela... ela era minha... minha Samantha.
- VOCÊ NUNCA A TEVE! – rosnou a mulher. Voldemort lhe esbofeteou, fazendo com que esta caísse mais uma vez ao chão. – Você matou Samantha... e matou a minha criança. – ela o olhou com um olhar de ódio. – Você é um verme inútil. – andou por cima da mulher, fazendo com que esta ficasse entre suas pernas. Abaixou e segurou em seu pescoço, levantando-a. Dorcas se debateu.
- Ele vai matá-la! – ofegou Hermione horrorizada.
- Vai. – confirmou Harry.
- Um... um dia... – gaguejou a mulher sem poder respirar. – Você terá sua pena. – ele a jogou sobre uma mesa de vidro. Hermione gritou. A mulher tremia, tentou se levantar, caiu. Ela gemia de dor, suas pernas, mãos e rosto exibiam fitas de sangue. Desistindo de se levantar, deitou-se sobre os cacos de vidro, fitando o teto.
- Todo o meu trabalho... – a voz de Voldemort soou distante.
- Você só queria a minha criança para destruir. – ela engoliu seco, respirava fundo e lento. – Nunca a terá. Nunca. Voldemort sacou a varinha e o costumeiro fleche verde tomou conta da visão de Draco, Harry e Hermione, que sentiram seus corpos rodopiar rápido. Draco perdeu a sensibilidade das pernas e caiu sobre o chão de pedra fria da sala de Hogwarts. Hermione soluçava baixinho, Harry estava quieto. Draco levantou-se de um salto e saiu porta a fora sem proferir uma única palavra. Hermione pegou a varinha e retirou a lembrança da Penseira a colocando dentro do frasquinho com cuidado. Ela respirou fundo e foi até Harry, tocando no ombro do garoto.
- Você... notou, Hermione? – soou a voz distante de Harry.
- O quê? – perguntou ela cansada.
- Ela disse: - Harry demorou alguns segundos para continuar. – “Você só queria a minha criança para destruir...”
- Harry... isso já passou...
- Não! – exclamou o garoto virando-se para a amiga. – Não, não passou... – ele saiu de perto da amiga. Harry encarava a Penseira cm um olhar de fúria e impotência. – Ele criou. Fez um feitiço. Usou uma alma para colocar diante da guerra...
- Harry, você não pode fazer suas teorias...
- Teorias?! – bradou o garoto virando-se para a amiga. – Teorias, Hermione?! Ann é uma teoria?! – Hermione o encarava com o assustado. Virou-se para a Penseira. – No fim de tudo... Não... não importa o que ele fez com os outros, ou com Ann. Era sempre visando à frente. – sua voz saiu tremula num tom clamado desespero. – Ele a criou para destruir.
- Harry! Como vamos saber se ele já sabia da...
- Ele já sabia Hermione, ele já sabia. E se não estava sabendo, se preveniu. Mas Dorcas disse que a perdeu. O que você acha? – Harry parecia atordoado. – Ficou sabendo do feitiço das trevas, claro! Sendo o bruxo que é... – ironizou.
- O que você acha que...? – nervosa, remexia as mãos freneticamente.
- EU NÃO SEI, HERMIONE. NÃO SEI! – gritou ele. Harry estava atordoado, Hermione, tremia nervosa a um canto.

Draco abre a porta do banheiro masculino, verificando se havia alguém ali ele se encaminhou a passos pesados pelo ambiente, chutando uma lata de lixo que estava a um canto.
- AAAHHHHHH!!! – berrou. Nervoso, levou as mãos à cabeça. Chegou perto da parede, deslizou por ela até sentar no chão. Deixou a cabeça entre os joelhos.
- Esta assim por causa daquela garota? – perguntou uma voz infantil em tom de censura.
- Se for não é da sua conta. – respondeu ele arrogante sem levantar a cabeça.
- Você sabe que eu estou aqui para escutá-lo... – Draco levantou a cabeça para encarar o ectoplasma que flutuava graciosamente a sua frente lhe transmitindo uma face gentil e acolhedora.
- Eu me sento... cada vez mais confuso... – suspirou derrotado.

O dia amanheceu cinzento e nublado, as nuvens carregadas ao céu cobriam os raios luminosos do sol e o frio já se mostrava vitoriosos sobre as neblinas que ficavam ao redor das grandes torres, sobre a floresta e os campos vastos de Hogwarts.
Os alunos participantes dos duelos estavam dentro de suas casas, se aquecendo do frio tenebroso que rondava as torres de Hogwarts. Hermione lançou um feitiço no dormitório para manter um ambiente quente, feitiço que aprender alguns dias atrás e parecia bastante orgulhosa de seus resultados, mas Hermione tinha uma expressão nervosa e ao mesmo tempo, perdida. Ela gaguejava de vez em quando e ao estar na presença de Ann perdia o fio da conversa. Durante aquela tarde, Hermione puxou Gina a um canto no dormitório, enquanto este estava vazio. Hermione começou a conversar com Gina sobre coisas de trouxas e como gostava de passar as férias com seus familiares. Ela via que seu assunto já não estava rendendo, e Gina percebeu.
- Hermione? – chamou Gina vacilante. Hermione fingia que lia um pesado livro em suas pernas. – Hermione? – chamou novamente. Hermione não se pronunciou. – HERMIONE!! – chamou mais alto jogando uma peça de suas próprias vestes em Hermione.
- Ai! – exclamou. – O que foi?!
- O que foi pergunto eu! – disse Gina irritada. – Qual é o problema? Você não me chamou aqui só pra falar sobre seus familiares. Você não é muito desse tipo.
- Eu chamei porque você disse que tinha que arrumar suas coisas, que estavam uma bagunça, então eu resolvi chamar você pra conversar enquanto você arruma. – respondeu num tom simples. Gina fechou a cara.
- Hermione... conta outra. – ofegou Gina. – Não sou idiota! Tem alguma coisa errada acontecendo e seu disse só de olhar para Harry!
- Não é nada Gina! – exclamou teimosa. Gina fechou a cara voltando aos seus afazeres. Hermione manteve um olhar distante. – E pensar que achei que tivesse problemas demais comparados aos de Ann... – Gina levantou os olhos. Hermione parecia em viajar. – Deve ser horrível a sensação de saber que é... filha daquele monstro...
- Monstro...? – fez Gina calmamente aproveitando o estado de Hermione. – Que monstro? – Hermione olhou para a amiga como se tivesse visto agora. Gina manteve o contato visual. – Hermione... você falou sobre uma horrível sensação de ser filha de alguém comparado a um monstro... que tipo de monstro.
- Você-Sabe-Quem. – sussurrou. Gina arregalou os olhos engolindo forçado. – Gina... Harry e eu descobrimos que Ann, talvez, seja filha dele. – o silêncio denso caiu como bomba no quarto que se tornou pequeno e abafado. Gina petrificou, encarava uma Hermione com os olhos assustados. Um barulho surdo de algo caindo no chão de forma pesada, assustou as duas garotas que pularam da cama.
- O que... foi que você disse? – para o assombro das duas garotas que respirava de forma lenta e pesada, não era tão diferente de uma pessoa parada a porta do quarto com a mão frouxa na maçaneta. Sua face pálida e estupefata era idêntica a de alguém que tivera sido petrificado como nos acontecimentos do segundo ano. Ann parecia carregar alguns livros de estudo, mas os deixará cair com as palavras murmuradas e quase agourentas de Hermione.
- Não... – fez Hermione quase num sussurro.
- Você... disse... – fazia Ann ao entrar a passos devagar no quarto parecendo perdida. – Disse que... que meu pai... que eu...
- Não! – exclamou Gina olhando desesperada para Hermione. – Não era de você que ela estava falando... – falou nervosa num sorriso fingido dando alguns passos em direção a Ann que esta, se empertigou.
- Ela disse...
- Não era de você que a gente estava falando... – tentou Gina.
- Eu ouvi.
- Ann, você esta nervosa com os duelos? Estamos todos um pouco perdidos depois do que aconteceu com o duelo de Rony... nem ele mesmo sabe o que houve... – ela tateava as palavras.
- NÃO ME ENGANE, GINA, EU ESCUTEI! – explodiu. Ann foi até Hermione e a encarou de frente. – FALA!
- Ann... não... – começou. Ann agarrou Hermione de forma violenta. Gina tentou separá-las. – Ann?!
- FALA! FALA! O QUE VOCÊ SABE SOBRE A MINHA VIDA?!
- EU NÃO SEI NADA!
- FALA HERMIONE! – berrou Gina. As três arfavam. Hermione olhou para Gina de forma negativa.
- Não... não...
- NÃO ADIANTA MAIS NEGAR! ANN NÃO É BURRA... – bradou. – Ann... Hermione e Harry descobriram coisas sobre seu passado...
- Harry? – exclamou atônita Ann olhando Gina, que esta olhou para Hermione que havia levando as mãos à cabeça.
- Eles... – ela engolia seco. – Eles descobriram que seu pai... pode... pode... – procurou apoio nos olhos de Hermione. – Que Você-Sabe-Quem...
- Não... – murmurou Ann fazendo Gina cala-se. – Não... NÃO! NÃO! NÃO! – urrou andando de um lado para o outro no quarto. – É MENTIRA!
- Não... – disse Hermione com a voz tremula. – É verdade... Dumbledore.
- Dumbledore? Ele...
- Sim, Ann... ele sabia sim... – falou Hermione agora chorando. – Ele nos chamou para uma conversar com Malfoy...
- Malfoy?! – estava rápido demais para Ann absorver todas as informações que saiam com a voz de Hermione de forma chorosa.- Por quê?!
- Se não fosse Malfoy que tivesse começado com isso... nós não saberíamos de nada. Parece que ele descobriu sobre uma lembrança que falava sobre sua mãe, Ann, sua mãe era uma bruxa da Ordem da Fênix!
- NÃO! ELA ERA TOUXA!! – berrou novamente.
- O nome dela era Dorcas... Dorcas Meadowes! – Hermione dizia entre lágrimas num pranto agourento.
- Não... não... – fez Ann.
- Ann... me perdoa... nós não poderíamos contar... – Hermione nervosa recorra asilo a Gina que respirava pesado.
- Por quê?... por quê?... – dizia para si mesma. Ann olhou para Gina. – Gina..
- Desculpe, Ann... estou tão chocada quanto você, ou menos que você... – tropeçou nas palavras. – Estou sabendo disso agora, no mesmo momento em que você. – Ann olhou para Hermione.
- Você me traiu.
- Não! – exclamou Hermione numa suplica.
- ME TRAIU! ESTA QUERENDO ME CONTAR MENTIRAS!
- É VERDADE!
- NÃO, MEU PAI É ORDÉLIO
- NÃO! SEU PAI É...
- CALE A BOCA! CALE A BOCA! CALE A BOCA! CALE A BOCA! VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE A MINHA VIDA!

Ann correu os olhos pelo quarto de forma alucinada, seu coração batendo no peito de forma acelerada. Ofegante numa onda de choque que fazia perder o tempo de espaço. Ela abriu a porta do quarto numa violência lutando para sair daquela agourenta sensação de ressentimento que brotava em seu peito. Saiu esbarrando em alguns alunos do quinto ano na sala comunal da Grifinória, passou pelo buraco ignorando seus protestos.
Correr não era a solução se aquilo estava impregnado em sua mente. Uma parte de si custava acreditar a outra parecia entender. O que seria entender? O que seria acreditar? O que era aquele sentimento de angustia que a atacava? O que poderia pensar naquele instante?
Ann não sabia, não queria saber, e custou a escutar os chamados em vão de Gina e Hermione que teimavam em correr ao seu encalço. Gritara com Hermione a chamara de traidora, mas ela seria de fato traidora? E por quê? Ela apenas descobriu algo? E falou. Algo que talvez jamais soubesse, e quem estaria encarregado de contar? E contariam? Como saberia? Por que Ordélio mentiria?
Sua mente brotava perguntas sem respostas, seria verdade ou mentira? Como ela se sentia. Ann nem sabia ao certo o que estava sentido. Mas corria, e era o que ela queria realmente fazer naquele momento, fugir. Fugir seria a solução?
E seus gritos de dor. Doíam? Sim, e muito, saber que alguém que é a pessoa mais odiada do mundo é parte de seu sangue não era tão agradável. Alguém que você nasceu e colocaram em sua mente que era um criminoso, como suportar? Suas razões já faziam parte de tudo, de tudo que lhe disseram, de tudo que lhe ensinaram, era esse o certo. Mas e agora? Por que Ordélio mentiu? Para proteger? E se tivesse que contar, será que ninguém pensou na hipótese dela descobrir? De uma forma ou de outra.
Como encarar seus amigos? Como julgar? E poderia julgar? Quem tem o direito de fazer isso? E por quê? Por quê?
Eram perguntas que não tinha respostas, naquele momento.
Chegou perto do lado sem perceber, até que sentiu a água gelada banhar seus calcanhares, caiu de joelhos sentindo as pedras frias debaixo d’água tocarem os mesmo. Gritou, era o único som ao qual poderia escutar juntamente com o eco da imensidão do lago sob um céu carregado que ameaçava nevar.
Uma mão de forma gentil afagou seu ombro. Ann não se virou, continuou ali, chorando. A mão, aos poucos, ganhou sua confiança e a fez se virar, meio que a contra gosto. Ann sentiu o perfume que já estava acostumada e o mesmo abraço que já fazia tempos que não provava, e, mesmo que este sempre fora tão avassalador, cheio de malicia e paixão, estava diferente. Era protetor com um acalento que a envolveu no meio de sua dor, e era impossível se tornar relutante aquele abraço apertado.
Draco ficou ali, abraçodo a Ann que chorava em seu ombro, no leito do lago gelado, sem proferir uma única palavra.
Hermione e Gina chegaram e ficaram olhando de forma preocupada.
Depois de um tempo, os dois levantaram, Ann não olhou para Hermione, Gina ou principalmente Harry, achou que não tinha esse direito, não era digna de olhar em suas faces, se martirizou por isso. Porém, Gina e Hermione fizeram questão de ficar com Ann, Draco esperou até que as três se afastassem um pouco. Harry encarou Draco.
- É sua história. Você quem tem que contar.
- Se fosse só minha Dumbledore não me pediria para chamar você e a Granger. – Harry estreitou os olhos ainda encarando Malfoy que tinha um ar arrogante nos olhos quando se dirigia a Harry, mas parecia que este olhar era diferente. Não igual aos das outras vezes ou dos outros anos. Era diferente.
- Você teve participação nisso.
- Eu sei que tive... – falou ao baixar os olhos. Mordeu o lábio inferior, correu os olhos para o lago em seguida olhou para o castelo. – É Dumbledore quem tem que contar. Eu tenho uma coisa pra fazer. – disse ao deixar Harry sozinho encarando o nada a sua frente.
A batida seca da porta ao se fechar, por Harry, fez Gina e Hermione olharem rapidamente para o mesmo. Os três se encontravam na sala comunal da Grifinória, agora vazia pela brilhante idéia de Hermione de expulsar todo mundo, até mesmo Rony que estava meio que fugindo de Lilá.
Harry Pigarreou e se irritou por fazer isso.
- Não me olhem como se eu fosse uma doença. – soou a voz de Ann ainda sem encarar os presentes. Gina, Hermione e Harry se entre olharam.
- Você não é uma doença, Ann. – falou Harry. Ann levantou a cabeça e o olhou com um olhar distante.
- Eu vou contar a senhorita Theron o que ela precisa saber. – disse uma voz ressonante às costas dos garotos que se viraram. O olhar gentil transmitido pelos olhos azuis claros cintilantes e luminosos por trás dos óculos de meia lua. – Senhor Potter e senhorita Theron, poderiam se dirigir ao meu escritório? – os dois não hesitaram. Harry deu uma olhada em Hermione e Gina que lançaram olhares de confiança e preocupação.
O tempo parecia ter parado. O ar leve recebeu os visitantes no escritório de Dumbledore. Tudo parecia calmo e distante da agitação lá fora, era como se fosse outra atmosfera sob o silêncio modorrento e a imobilidade do ambiente. Harry entrou correndo os olhos pelo local, foi como se fosse a primeira vez que adentrasse naquele escritório, foi estranho. E rapidamente uma lembrança dolorosa lhe passou a mente: no quinto ano, naquele mesmo estado, naquela mesma atmosfera, ele ficara sabendo da profecia perdida. Ao passar pela mesinha que abrigava os instrumentos que somente o professor cuidava, ele correu os dedos delicadamente sobre aqueles instrumentos, lembrando de sua fúria vil ao quebrá-los em pedaços. Mas Harry não sabia o que Ann estava pensando, ele a olhou, Ann estava de cabeça baixa e fitava o chão, de quanto em quando levantara a cabeça para observar o ambiente em que pisava, mas logo abaixava a cabeça de forma derrotada. Harry não conseguiria entender, talvez, o que ela poderia estar sentido, mas poderia tentar entender. Os dois garotos se sentaram as cadeiras em frente à mesa do diretor. Harry não poderia disfarçar sua preocupação e não saberia como a garota poderia reagir, ainda a observava, encontrou os olhos de Dumbledore que balançou a cabeça de forma breve. Harry poderia não saber o que Ann estava penando, mas Dumbledore poderia ter uma idéia quanto a isso.
O Diretor sentou, calmo e sereno. Ann agora fitava as suas mãos. Ele suspirou ponderado.
- Ann. – chamou o diretor. Ela levantou os olhos. Harry notou uma lágrima solitária correr pela face da garota. – Você não precisa se sentir inferior a ninguém. Você é um ser humano, você é e continuara sendo sempre a nossa Ann Theron, aconteça o que acontecer, você será você mesma, e só existe uma de você. – ela franziu o cenho. Harry percebeu que isso seria uma nota referente à Samatha Jardor Theron, a garota que é tão parecida com Ann. Harry olhou pelo canto do olho, o céu estava carregado de nuvens começaram a soltar os primeiros flocos de neve, que começaram a brotar na janela fechada.

O ar quente que saia de sua boca congelava-se no momento que encontrava o ar frio da tarde. Draco estava numa das pontes do lado de fora do castelo que levava de uma torre a outra, a sua frente o campo vasto de Quadribol, já coberto de neve branca que refletia os tímidos raios de sol que teimavam em ultrapassar as grandes nuvens carregadas no céu. Com as mãos nos bolsos a fim de se esquentar, Draco respirava aflito. Nunca em sua vida havia visto tal imagem como na noite passada, a mãe de Ann. Tentava ao máximo achar uma solução para seus pensamentos constantes e quanto mais os dias se passavam mais se tornava angustiante a sua decisão. Aproveitando os segundos seguintes que pedira um encontro com Crabbe, Goyle, Zabini e Sam na sala de feitiços que estava fechada por causa dos duelos. Draco tentava se perguntar como diria e o quê diria a eles. De fato estes garotos estavam esperando por outra solução para seus planos, mas Draco achava que havia outro assunto a tratar. Mas um passo foi dando e recuar seria grave demais. Draco deu uma boa olhada no campo e partiu andando a passos leves como se quisesse atrasar o tempo e a cada passava as imagens dos últimos dias lhe passavam a mente. Os corredores silenciosos pareciam compartilhar daquela angustia, ele não sabia ao certo se seria mais fácil passar por eles tão silenciosos ou apinhados de pessoas, mas preferiu nos segundos seguintes o silêncio era melhor, não queria passar por toda aquela gente lhe lançando olhares dos quais já estava acostumado; embora fosse muito irritante. Chegando ao corredor da sala em que marcará o encontro, respirou fundo olhando de frente para a porta, escutando vozes, percebeu que seus amigos já haviam chegado. Segurando firme a maçaneta, ele ficou imaginando o que poderia dizer.

Draco apertou a maçaneta entre os dedos, e tentou se agarrar a razão pela qual tomara esta decisão. Abriu a porta num único gesto. Os rostos apreensivos de seus colegas se refletiam com a luz da claridade que entrava pelas janelas de vidro. Fechou a porta num gesto devagar, colocou as mãos nos bolsos evitando contato visual, deu alguns passos para frente aproveitando que havia uma mesa entre eles, enquanto os colegas presentes estavam curiosos com aquele encontro e ao mesmo tempo receosos com o que ele poderia dizer.
- Eu... – começou ele. Levantou a cabeça para encarar cada rosto. – Vou desistir. – terminou. As expressões interrogativas logo tomaram conta das faces antes receosas.
- O quê? – perguntou Sam sem entender. – Desistir? Do quê? – Draco respirou fundo sem encarar Sam.
- Eu não vou mais... – ele respirou mais uma vez. – Não vou mais...
- Você não vai mais participar do duelo? – jogou Crabbe desinteressado cortando Draco, este baixou a cabeça por alguns minutos. Goyle ao seu lado comia bolinhos como se estes fossem desaparecer com o clima tenso entre eles.
- Se é isso. Tudo bem... podemos falar com a coordenação. Ninguém esta culpando se você se sente apreensivo de duelar com Sato já que Tom apostou uma alta grana nisso...
- Não vou cumprir o que o Lorde das Trevas pediu. – disse rapidamente cortando Sam, que este demorou alguns minutos para entender. O silencio caiu sobre eles.
- O que você está dizendo? – perguntou Zabini perplexo. Goyle se engasgou. Crabbe logo se encarregou de lhe dar tapinhas nas costas.
- O que você escutou. – respondeu arrogante. Zabini deu a volta na mesa para encarar Draco. Segurou-o pelo coralinho das vestes, fazendo-o bater no quadro a frente. Draco ficou indiferente.
- Você sabe a gravidade disso? Sabe o que está em jogo?! – rosnou nariz com nariz.
- Sei. Mas não vou mais fazer. – respondeu neutro.
- Seu...
- Pode falar o que quiser... – vociferou Draco.
- MEU PAI FOI PRESO!! – berrou Zabini ainda segurando Draco pelo colarinho.
- O meu também...
- É O MÍNIMO QUE TEMOS QUE FAZER PARA LIBERTÁ-LOS!
- Não podemos resolver os problemas de outras pessoas. – Zabini socou Draco fazendo-o cair no chão. Sam avançou em cima de Zabini, segurando-o.
- NÃO FAÇA ISSO! – berrou ele para Zabini.
- SOLTE-ME SAM! EU VOU MATÁ-LO!
- SEU PAI FOI PRESO ASSIM COMO MEU! MAS NÃO POSSO ARRISCAR A FAZER ALGO QUE PODE NÃO DAR CERTO SOB O COMANDO DE UM MERO MORTO! – gritou Draco passando a mão pelo nariz, notara sangue onde fora atingido, Zabini lutava para sair dos braços de Sam e arfava como louco.
- SEU JURAMENTO?! ONDE ESTÁ?!
- Eu... não posso fazer isso... – disse Draco com a voz abafada.
- Malfoy... e sua mãe? O que ela vai fazer? – perguntou Sam tentando manter Zabini seguro. Draco olhou para Sam com olhos preocupado, limpando um filete de sangue que escorria pelo nariz, ele se levantou cambaleando. Segurou-se no quadro. – Malfoy? – insistiu Sam. Draco parecia perdido em pensamentos.
- Eu... – começou ele.
- Você é responsável pelo o que pode acontecer com ela. – contestou Sam quase gritando. Zabini se soltou dos braços deste que o olhou com um olhar reprovador o afastando de Draco, Sam virou-se para o mesmo. – Seu pai...
- Por causa de um fracasso de meu pai, ele quer que eu faça o mesmo. – a voz de Draco soou fria encarando o nada a sua frente. – Ele espera que eu fracasse.
- E é isso que você quer? – perguntou Sam. Draco o encarou. – E sua mãe? O que vai pensar? Não é só ela que esta nas mãos de Você-Sabe-Quem.
- Eu sei... – replicou Draco. “Dizer... "eu te amo" não são as palavras que você quer ouvir, mas... se alguém apenas soubesse como seria fácil te mostrar como se sente...” Draco revia os momentos em que a mãe de Ann entrara na casa da mãe de Harry em busca de ajuda. Sentia-se um lixo por participar de algo podre, tão vil. E o desespero da garota ao descobrir toda a verdade.
- Draco está me ouvindo? – Perguntou Sam. Draco parecia atordoado.
- Estou... – respondeu. – Mas...
- É a Theron, não é? – falou uma voz na porta, os garotos olharam rapidamente.
- Thomas...? – fez Sam. – Theron? Aquela garota? – Tom se aproximou de Draco e o olhou com o olhar de pena.
- Será que você não percebeu? Vocês estão em mundos diferentes. Não se esqueça que qualquer movimento errado, você estará acabando com a vida não somente a sua como a dela também. – Draco encarou Tom com um olhar perdido de como se tivesse vendo algo interessante. Fitou o chão cortando o contato visual com os colegas. Zabini se manteve de costas bufando em silêncio.
- Eu já tomei uma decisão. – Sam e Tom se entre olharam. – Não vou fazer.
- Desgraçado! – berrou Zabini chutando com força uma cadeira, virou-se violentamente para Draco. Crabbe e Goyle avançaram para cima do garoto o fazendo parar. Sam respirou fundo. – Miserável! – Tom fez sinal para Zabini parar.
- Seja o que você decidir. Só não se arrependa mais tarde. – falou em tom grave. Draco saiu da sala sem proferi uma palavra. Draco se fechava com o casaco negro pesado contra o frio intenso, passando a passos pesados e displicentes pelos corredores silenciosos, querendo ao máximo se distanciar da sala, das palavras daquelas pessoas que lhe confiaram algo do qual não tinha capacidade de fazê-lo. Tomar tal decisão poderia ter repercussões graves, mas se recusava a pensar nisso. Queria se distanciar o máximo. Passos apressados vinha em sua direção, Draco olhou para trás. A expressão angustiada e assustada de Pansy se refletiu no final do corredor. Draco se virou para continuar o caminho.
- Draco! – chamou ela em voz alta. Draco virou-se lentamente. Ela correu para alcançá-lo. Ao chegar perto de Draco ela o empurrou, Draco a encarou. – O QUE ESTÁ FAZENDO?! – ela berrou, lágrimas começaram a brotar de seu rosto. – O QUÊ?! – Draco se sentiu cansado, derrotado. – VOCÊ SABE O QUE ESTÁ FAZENDO?! VOCÊ SABE?! – ela berrava no meio do corredor. Ela avançou para cima dele, tentando bater em cada parte que alcançava. Draco apenas se defendia até segurar os braços de Pansy que desabou em choro.
- Pára! Pára com isso! – rosnou ele. Ela chorava.
- Por que... – sua voz embargada. – POR QUÊ?! – urrou. – VOCÊ MUDOU. VOCÊ MUDOU POR CAUSA DELA!!
- Eu... – Draco queria falar algo, mas as palavras tropeçavam no caminho.
- Minha família também está nessa! Se... – ela engolia o choro, mas não adiantava. – SE ACONTECER ALGO COM ELES EU JURO! JURO QUE NÃO VOU PERDOAR VOCÊ!
- Eu... sinto muito, mas... não posso. – mais uma onda de tapas por Pansy.
- VOCÊ NÃO PENSA!... VOCÊ NÃO PENSOU EM NÓS! NÃO PENSOU EM SEUS PAIS! – ela gritava em plenos pulmões. – SEU EGOÍSTA!!
- Pansy...
- CALE A BOCA! EU TE ODEIO!! VOCÊ VAI MATÁ-LOS... VAI TRAIR A TODOS!
- NÃO!! – rosnou ele a soltando.
- NÃO SEJA IDIOTA! – gritou ela. – PÁRA DE DAR UMA DE SANTO! – Draco levou as mãos ao rosto, Pansy encostou-se à parede chorando alto. – É tudo por causa dela, não é? – perguntou depois de um tempo. – Você não entende que ela só veio para atrapalhar? Será que não entende que ela...
- Cale a boca. – falou ele rouco. – Você não tem o direito de falar dela.
- Não tenho? – perguntou Pansy fungando com ironia. – Você foi idiota. UM IDIOTA!!
- Eu sinto muito... mas não posso. – disse ao caminhar novamente. Pansy se deixou escorregar pela parede e sentou no chão frio, chorando.

Os passos pesados eram como se suas pernas não quisessem obedecer. Draco parou na mesma ponte sentindo o peso no peito que dificultava sua respiração fluir com o ar denso. Ergueu suas mãos, desprovidas de proteção contra o frio, segurou o parapeito de pedra daquela ponte tão velha. A pedra fria era como um castigo, um castigo que tinha um sabor amargo como uma traição. Debruçou sobre o parapeito, vendo a neve tão branca e limpa lá em baixo, o vento balançava seus cabelos como um carinho de uma mão invisível. Levou a mão até os lábios, sentiu uma ardência incomoda, levantou a mão na autora dos olhos, Zabini havia deixado um pagamento por sua insolência. Afastou-se do parapeito. Colocou as mãos nos bolsos e seguiu pelo corredor da ponte vazia. Uma figura solitária o observava de longe desaparecer. Encostado na parede fria de pedra, com as mãos nos bolsos, os cabelos ruivos balançavam com o vento que batia dele leve em seus olhos acinzentados que se matinha semi-serrados contra o frio.

______________
N/A:
Este é o capitulo mais novo postado depois de três meses sem atualização. Breve os capitulos finais desta trama!



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.