Capítulo 1
Cap. 1 Merlin VRS. Morgana.
- Então Você vai?
- Eu já disse que não!
- Por que não, Draco?!- perguntou o moreno insistentemente.
- Por que eu não quero!
- Não quer? Não quer? Como assim não quer?!
- Blás, por que você não vai encher o saco de um otário qualquer e me deixa em paz?!- respondeu o loiro com maus modos, irritado. Estava tentando ler o um livro sobre investimentos bancários, e Zabini não calava a boca um instante para ele poder se concentrar em como investir os rubis que haviam chegado recentemente ao banco.
- Porque eu já tenho um para perturbar.
- Perdeu a noção do perigo foi?!
- Draco pare de bancar o mafioso e venha se divertir ao menos uma vez na vida! – disse Blás tomando o livro das mãos de Draco para impedi-lo de ler.
- Eu não estou bancando o mafioso, mas provavelmente irei bancar o assassino se você não me deixar em paz. – Malfoy chiou entre dentes para o outro ali a sua frente.
- Ameaças de praxe, mas eu prometo que te deixo em paz se Você for.
- Blás, cala a boca e me devolve o livro!- Draco disse se levantando e usando toda a sua força de vontade para não acertar um murro na cara de Zabini.
- Só se você for. - o outro chantageou.
- Para que Você quer que eu vá, você não precisa de mim lá!- Draco exclamou irritado e tentando pegar o livro das mãos do moreno.
- Você sabe que as mulheres sempre andam em duplas, então em dupla também fica mais fácil para nós.
- “Para nós” que nós seu delinqüente, quem disse que eu estou atrás de mulher!
- Vergonha da raça! È isto que você é.
- Blás, vá embora!
- Não! Qual é draco?! Você ta rejeitando mulher? Você não é o Draco Malfoy que eu conheço, sai deste corpo que não te pertence! – disse Blás sacudindo Draco pelos ombros, e bom ninguém sacode um Malfoy pelos ombros!
- Eu... Não... Estou... Rejeitan... – tentou dizer, mas era difícil falar direito chacoalhando daquele jeito. – Para com isso seu imbecil! – e empurrou o outro contra a parede.
- Ta vendo, você não é Draco Malfoy! O verdadeiro Draco teria me torturado ali mesmo, por isso.
- Renunciei ao habito, mas eu poço ter uma recaída se você continuar me perturbando deste jeito!
- Vamos, larga de ser chato, eu vou mostrar como se divertir para você!
- Agora é que eu não vou! Da ultima vez que Você disse isso você me meteu em um monte de problemas dos quais eu ainda tento me livrar até hoje!
- Não é verdade, eu nunca faria isto! Calma... Espere ai... Você está falando da Alina?
- De quem mais?!- gritou o outro.
- Mas a culpa não foi minha se você não gostou dela depois!
- É muita cara-de-pau! Você me empurrou um firewhiky atrás do outro, e quando eu já estava bêbado o suficiente que nem você, me apresentou uma de suas amigas que por acaso conhecia uma bela morena alta e curvilínea. Praticamente me empurrou para cima da tal de Alina para poder se dar bem com a loira, e quando eu acordei no outro dia num hotelzinho de quinta, estava deitado ao lado de uma baleia orca no cio, com bigode e tudo e ostentava uma aliança no dedo com o nome da infeliz gravado. E vocÊ vem em dizer que a culpa foi minha!
- Mas foi mesmo... - disse blás ofegante por causa das risadas.
- Você sabia, que até hoje o processo de separação ainda está em andamento seu imbecil?! E que depois de cinco meses ela veio com uma criança ruiva com olhos pretos, me pedir pensão alegando ser meu filho!
- Hahahahaha... Desta parte eu não sabia... - disse se dobrando ao meio e pondo as duas mãos na barriga de tanto rir. – Que decepção a Aline dando o golpe do baú...! Hahahaha. Draco você é papai!
- Vai pro inferno Zabini, claro que aquele monstrinho não era um Malfoy, e nem será nunca!
- Draco, isso é passado, vamos olhar para o futuro!
- Meu futuro está exatamente aqui, perto do banco, e de toda a minha fortuna.
- Se é assim, você não me deixa outra alternativa.
- Do que você está falando seu idiota?!- perguntou o loiro fazendo ar de pouco caso.
- Você me obriga a recorrer às medidas drásticas.
- Você não é bom de ameaças Blás, e você sabe disso.
- Quanto foi mesmo este livro?
- Muito mais do que o que Você pode imaginar... Mas o que... Não! ME devolva o livro agora seu maníaco!
- Se fizer este livro em pedaços...
- Você não teria coragem...
- Não?- ele disse com os olhos brilhando. E Draco não conteve a investida contra o homem ali na sua frente, e o derrubou no chão, os dois rolaram por alguns instantes, até que Blás saiu com o livro na mão.
- Zabini este é um exemplar único, não se atreva a danificar nem uma folha sequer com as suas patas...
- Eu prometo que se você for eu não farei nada com ele.
- Eu não vou para esta droga desta viagem!
- Então acho que o seu precioso livro de investimentos vai tirar umas férias...- ele disse escondendo o livro com a mão nas costas.
- Você não faria isto, Você sabe que eu te mataria imediatamente depois.
- Não iria trazer de volta o seu livro se você ma matasse, sem contar que assim ele estaria perdido para sempre.
- Seu verme de jardim ignorante... – Draco estava com tanta raiva que seria capaz de estrangular Zabini se ele estivesse próximo o suficiente de suas mãos.
- Sem xingamentos... Então você já se decidiu se vai?
- Eu te odeio...
- Beleza! Vou considerar isto como um sim! - e se encaminhou até a porta do escritório. – Vou pagar as suas passagens só porque eu sou um bom amigo.
- Seu filho da... – mas blás já havia batido a porta atrás de si, e a ultima coisa que Draco ouviu como resposta foi:
- Te espero em uma semana na estação King Cross! – agora ele teria que ir, não tinha escolha, que idéia estúpida a de Blás... Ele queria ir em uma excursão de 4 meses rodando o mundo, indo em diferentes lugares, Grécia, Egito, Alemanha, Austrália, Irlanda, Espanha, Itália, França e Rússia.
Uma semana depois...
- Trouxe tudo draco?
- Cala a boca imbecil.
- Trouxe roupas de banho, não trouxe?
- Não.
- Como não?!- perguntou Blás horrorizado.
- Não gosto de praia.
- Mas nós temos que ir à praia.
- Correção Zabini, você tem que ir a praia, eu não, eu não tinha nem que estar vindo nessa viagem com você! – os dois discutiam já dentro da plataforma 9 ³/4, esperando para encontrar um lugar no trem que pelo que parecia estava mais do que lotado.
- Pense no seu livro Malfoy.-disse o moreno sarcástico.
- É tudo que eu tenho feito.
- Melhor assim.
- Você ao menos comprou a cabine de primeira classe?
- Claro! Uma das melhores.
- Ao menos isso. - resmungou Draco.
- Julia? Cadê a Julia?
- Não sei Ginny!
- Ela estava aqui há um minuto atrás!- protestou a ruiva.
- Eu só sei que deste jeito nós vamos acabar perdendo o trem! Toda hora alguém some!- disse Lucy.
- Estou aqui gente!- se apresentou Izzie.
- Izzie você viu a Julia perambulando por ai?
- Não, achei que ela estivesse com vocês.
- Merlin! Quanta confusão!- esbravejou a ruiva.
- Calma eu vou atrás dela se vocÊs quiserem.
- Não! - cortou Lucy que já estava estressada.
- Assim vocÊ só vai ser mais uma perdida.- completou Virginia.
- Com que blusa ela estava?
- Não lembro... - disse a outra pensativa.
- Ah olha ela ali!- gritou Lucy.
- Julia!- disseram todas em uníssono, e a amiga perdida que andava olhando as pessoas, procurando algum conhecido, totalmente distraída, se virou para encará-las.
- Ai estão vocês! Eu procurei vocês por toda a estação... - disse calma.
- E nós estávamos no mesmo lugar desde quando Você saiu para fazer não sei o que!- reclamou Lucy.
- Vocês duas, prestem atenção. Vamos embarcar logo, achar nossas cabines, e nos livrar desta multidão depois resolvemos isto. - disse Izzie. E todas entraram no trem que já apitava.
Não demorou muito e as quatro acharam as duas cabines que haviam comprado, Ginny entrou na sua, era uma cabine espaçosa, com certeza devido a algum feitiço, pois era realmente muito larga. Tinha duas camas como pedira, ambas de dossel, um banheiro, um guarda roupa uma escrivaninha de mogno com um jogo de xadrez bruxo em cima ao lado de um baralho novinho em folha de Snap explosivo. E um tapete muito macio que ocupava boa parte do quarto. Perfeita, ficou fascinada com o luxo, iria dividir a sua cabine com Izzie, e Lucy dividiria a sua com Julia. As quatro amigas resolveram fazer uma excursão de férias, decidiram tirar um tempo para relaxar, e fazer um pequeno tuor, seria muito divertido e elas tinha vários planos. Ambas estavam muito animadas, Ginny principalmente. Ela sentou-se na cama e colocou o malão aos seus pés.
- É maravilhoso!
- Também achei.
- Imagine o resto do trem!
- É, imagine os outros passageiros...
- Izzie sua pervertida!
- Pervertida eu?! Nunca!- protestou a outra.- Ginny eu trabalho dia e noite naquele hospital com você, é justo que eu tire um tempinho para dedicar a minha vida amorosa.
- Você tem razão, acho que também preciso de um tempo para isso, ultimamente minha vida amorosa tem se resumido a um, deserto que a anos não vê água.- as duas riram bastante.
- Não é verdade. - protesto Izzie ainda com um sorriso no rosto.
- Não?
- Não, sei de um cara perdidamente apaixonado por você!
- Mesmo, e de quem se trata este santo?- perguntou a ruiva sem entusiasmo.
- Ele seria capaz de pegar febre do feno só para poder ficar ao seu lado.
- Uau quem é este príncipe encantado. Espero que ele não vire sapo antes de eu encontra-lo. – disse ironicamente.
- Quem mais, se não o Marcos!- disse a outra se atirando na cama e rindo.
- Me poupe! Eu ainda não cheguei ao nível da pedofilia! Marcos tem 13 anos!
- Mas é perdidamente apaixonado por você!
- É só uma paixonite infantil.- disse Ginny não contendo o sorriso. Marcos é um antigo paciente, na verdade um dos primeiros que ela atendeu como curandeira, conheceu ele quando ele só tinha dez anos, e desde lá o garoto desenvolveu uma paixonite por ela fazia de tudo para ficar doente e assim ela poder cuidar dele, ia no hospital até quando não senti a nada, inventava dores nos lugares mais improváveis e ia para a emergência com a mãe no meio da noite, este seria bem capaz de pegar febre do feno só para ir ao hospital, toda data comemorativa mandava cartões inclusive no dia dos namorados! Ginny se sentia sem jeito de dispensá-lo, é claro que ela não sonhava nunca em ter algo com ele, mesmo que ele fosse bonito, seria no máximo sua amiga, mas o garoto parecia não entender quando ela insinuava que ele deveria conhecer garotas da idade dele.
- Ele é louco por você.
- Cala boca, Izzie.
- Calo, mas só porque eu estou indo tomar banho.
- Isso aproveita este banheiro maravilhoso.
- Exatamente isto que eu pretendo fazer.- enquanto a outra entrava no banheiro Ginny desfazia suas malas, e arrumava suas coisas de uma lado do guarda-roupa. Tirou os vestidos de festa, as calças, as saias e as blusas, capas, e suéteres, depois se dirigiu a parte de cosméticos, e foi colocando tudo na cômoda que estava ao lado do guarda-roupa, e que bem ao seu lado tinha um espelho enorme que tomava todo o resto da parede. Tirou maquiagem, perfumes, cremes e etc. Não demorou muito e Izzie saiu do banho.
- Banheiro aprovado!
- Ótimo!- e a amiga olhou para as coisas em cima da cômoda, e disse levantando uma sobrancelha:
- Você pretende perfumar todo o trem?
- Não, não é isso!- disse a ruiva rindo da brincadeira. – É que como eu ganhei dois perfumes perfeitos, eu não consegui decidir qual usar primeiro, então; eu resolvi que usaria um de dia e um de noite.
- Realmente isso é bem a sua cara mesmo. Posso saber de quem a Srta. Ganhou os perfumes? Não foi de Marcos foi?
- Claro que não sua boba. Meu irmão Gui me deu o de Alfazema que é meu preferido e a Luna me deu o de Sândalo que é o que eu vou usar durante o dia, mas que também é muito bom.
- Sei, eu to começando a achar que algum admirador secreto anda rondando você.
- Ah, cala a boca, Izzie.
- Ande vá se arrumar, daqui a pouco é a hora do almoço e eu estou louca para ver o resto do trem.
- Eu estou ansiosa para saber em que lugar nós iremos primeiro.
- Espero que seja a Espanha.- disse Izzie sonhadora.
- Eu torço pelo Egito.
- Mas você já foi lá!
- Mas foi há muito tempo. Lá é maravilhoso.
- Sim, mas chega de conversa, vá logo que eu estou com fome.
- To indo, to indo...
- Então Sr. Malfoy, está gostando?- perguntou Blás fingindo um tom formal.
- Até agora?- devolveu o loiro - Era de ser esperado.
- Eu comprei duas das melhores acomodações daqui.
- No mínimo você tinha que fazer isto, depois de me forçar a vir com você nessa viagem estúpida. - disse Draco irritado.
- Hora Draco pare de reclamar, você vai acabar gostando, eu já vi mulheres lindas. - disse Zabini não se deixando levar pelo mau-humor do outro.
- Blás, nós mal acabamos de entrar no trem e você já viu todas as mulheres...?- perguntou Draco incrédulo.
- Não todas, mas boa parte delas, e baseado nisso meu amigo, eu posso afirmar que vamos ter umas ótimas férias.- disse esfregando as mãos e batendo palmas.
- Você não toma jeito mesmo. – disse Draco, mas mesmo assim sentindo uma pontinha de prazer no estomago, se tinha que estar ali naquele maldito trem, algumas mulheres bonitas não iriam piorar a história, não seria de todo o mal ter alguma companhia.
- Em vez de reclamar você deveria estar me agradecendo.- disse o Zabini esboçando uma falsa cara de ofendido.
- E eu posso saber por que?
- Eu poderia muito bem, ter comprado apenas uma cabine e nós dividíamos.
- Ficou maluco!? Nem sob tortura eu iria dormir a mesma cabine com um homem, ta pensando que eu sou você?!
- Se você está se referindo ao episódio com...
- O travesti?- cortou Draco. – Você pega as coisas rápido não é?- debochou.
- Faz muito tempo Draco,e fique sabendo que eu estava totalmente bêbado, e ele realmente parecia uma mulher!- protestou Zabini que se irritara com o comentário de Draco.
- Só se fosse uma bem aloprada mesmo. - disse Draco se divertindo.
- Draco, eu sei o que você está tentando fazer...
- Abrir seus olhos para a dura realidade de que você pegou um travesti. - disse Draco dando um sorriso torto ao ver o amigo fechar os olhos e contrair os lábios, praticamente engolindo a raiva para falar como se fosse um tanque de oxigênio prestes a explodir e se segurando com todas as forças:
- Não, você está tentando se vingar porque eu te trouxe para cá contra a sua vontade e quer estragar o meu maravilhoso humor, mas sabe do que mais? Você não vai conseguir!- disse Blás com um sorriso de meio metro.
- Ah, não é?- desafiou Draco.
- Não. E sabe por quê?
- Por que?
- Porque eu acabei de ver duas deusas passando ali no corredor, e por isso eu proponho que devemos ir almoçar o mais rápido possível, algo me diz que elas se encaminhavam para o restaurante. – disse ele com um brilho nos olhos.
- Vamos. - concordou Malfoy. – Deixe-me trocar de roupa.
- O que vejo aqui? Algum sinal de interesse no sexo oposto??- brincou o moreno.
- Sai daqui antes que eu quebre a tua cara de uma vez!- gritou Draco, já de humor virado.
- Sabe, Draco; acho que quem pegou um travesti não fui eu foi...- mas ele não terminou de falar porque um vaso de porcelana bateu contra a parede se espatifando em mil pedaços, exatamente aonde estaria sua cabeça se ele não tivesse batido a porta atrás de si antes.
- Filho da puta. - xingou Draco. Blás realmente sabia como tira-lo do sério, primeiro o arrastava para aquela viagem idiota agora, ficava enchendo sua paciência. Resolveu que tomaria um banho logo, tinha perdido totalmente a fome.
Tomou um banho rápido e vestiu uma camisa social Armani preta, e como sempre, uma calça também preta, pegou sua capa e foi; não bateu na porta da cabine de zabini que era ao lado, ainda estava irritado, foi direto para o restaurante, no caminho passou por um jovem de farda, parecia que trabalhava ali.
- Para que direção fica o restaurante?- perguntou.
- Para aquela direção, senhor. - disse o garoto que não aparentava ter mais que 19 anos. E então o loiro tomou a direção apontada pelo garoto, e já estava longe quando ele fez uma careta e disse:- De nada, não precisa agradecer...
Draco não demorou muito a achar, abriu a porta avermelhada com a plaqueta escrito “ restaurante”, sentou-se em uma das mesas de canto com o assento acolchoado, aprovando, era bastante confortável, não demorou muito e veio um garçom lhe trazer o cardápio.
- O que o senhor gostaria de pedir?- perguntou enquanto Draco folheava o menu do restaurante, demorou um pouco e fez o seu pedido, e o garçom foi embora. Analisou as pessoas sentadas em mesas a sua volta, até agora não tinha visto nada de interessante como Blás havia afirmado, apenas alguns senhores de meia idade, e duas damas bem gordas, e duas jovens, estás eram, bonitas, mas nada de tão especial como dissera o amigo, pelo menos não a seu ver. Uma era loira e baixinha dos olhos azuis, e uma morena dos cabelos castanhos claro que possuía sedutores olhos cor de mel. Gostou da morena, ela estava de costas para ele, então não faria mal nenhum em observar um pouco, a porta se abriu e entraram, mais duas mulheres, uma ruiva e uma de cabelos extremamente negros e olhos verdes de pele branca. Não achou nem uma das duas tão bonitas, ainda preferia a morena, não achou a ruiva bonita, era branca com olhos castanhos, mas nada que chamasse muita atenção sem ser o cabelo com de chamas.
Entraram mais alguns casais, alguns grupos, entre outros, e então logo depois que o pedido de Draco chegou Zabini apareceu, e sentou-se na mesma mesa que Draco.
- Por que você não me avisou que já estava aqui?
- Porque eu não preciso de você para comer. – disse Draco simplesmente.
- Nem me esperou para fazer o pedido.
- Pra que?
- Humpf... – bufou o moreno indignado. – Mas não tem problema, ainda cheguei a tempo de ver se a viagem vale a pena ou não.
- Você quer que eu te responda? – disse Draco com a sobrancelha em pé. – Não vale.
- Meu caro, Draco, eu estou apostando que vale. - disse ele com o olhar safado na mesa que Draco estivera olhando.
- Baseado no que, você me diz isso? Ou melhor, baseado em quem...?
- Baseado naquela ruivinha ali, e que base meu amigo...! – disse o outro, lançando olhares até a mesa.
- Você é decepcionante Blás. Logo a menos bonita. – disse o loiro enquanto comia.
- Tão cedo e já está bêbado? Claro que sem dúvida a ruiva é mais bonita.
- A morena.
- Dos olhos cor de mel?
- Exato.
- Muito bonita mesmo, mas ainda assim, eu prefiro à ruiva. – afirmou Blás convicto.
- Sirva-se. - disse o outro.
- Alguém já viu os caras da mesa, na diagonal?- perguntou Izzie.
- Ham? Que caras?- perguntou Julia que estava de costas. E se virou instantaneamente para ver, deu de cara com os olhos verdes de Blás, encarando-a e corou de imediato.
- Não era para você ter olhando agora!- sussurrou Izzie.
- Desculpe.
- Eles definitivamente estão procurando alguma coisa aqui. – disse Lucy.
- Procurando? Eu diria que já encontraram. - disse Ginny brincalhona, e arrancando gostosas risadas das amigas. E arriscando uma olhada, para onde eles estavam, então levou um susto.
- O que foi Ginny? - perguntou Julia, vendo a cara de espanto da amiga.
- Vocês por acaso conhecem ele?
- Não. - disseram todas em uníssono.
- Ele é Draco Malfoy. Estudou em Hogwarts comigo.
- Já ouvi falar dos Malfoy... – disse Julia.
- Ótimo, relações de amizade sempre ajudam, porque ele é um gato.- disse Lucy.
- Relações de amizade?! – disse a ruiva incrédula. – Você enlouqueceu? Se existe uma relação entre ele e minha família é de ódio! Ele me detesta, eu detesto ele.
- Credo ele é tão ruim assim?- perguntou Izzie.
- Pelo que eu ouvi falar sim, ele não é boa gente. - disse Julia.
- Boa gente, é apelido. Ele é mau, preconceituoso, e snobe. Sem falar que nunca se soube se ele era ou não comensal da morte de verdade.- disse Ginny.
- Mas e o amigo dele, ninguém tem nada contra não é?- perguntou Julia, lançando um olhar de esguelha interessado a ele.
- Não, eu nem sei quem é. - disse Ginny.
- Nem eu. - afirmou Izzie.
- Muito menos eu, mas ele vale a pena também, vai fundo Julia.- incentivou Lucy, e todas riram um pouco. Então uma voz magicamente ampliada soou no aposento.
- Sras. E Srs. Eu sou Edgar Poe, e sou o responsável por está viagem.- disse um senhor de bigodes que aparentava ter uns sessenta anos. – Devo anunciar que o nosso primeiro destino, é a Itália, mais precisamente na cidade de Veneza.- o ambiente que antes estava em silencio encheu-se de murmúrios de aprovação e comentários animados. – Bom, por enquanto é só, espero que apreciem a vigem e gostem de nossas acomodações, podem voltar a aproveitar seu almoço. – e dizendo aquilo ele se sentou novamente com um sorriso bondosos no rosto.
- Vocês ouviram? Veneza!- comemorou Lucy.
- Muito bom, mas eu esperava que fossemos primeiro ao Egito. – disse Julia.
- Eu preferia a França. - disse Izzie.
- Ah, não sei para mim tanto faz, eu gostei de Veneza.- declarou a ruiva
As quatro conversaram mais um pouco, e almoçaram, depois cansadas e de barriga cheia o sono as abateu e se encaminharam cada dupla para a sua cabine.
Ginny chegou na cabine que dividia com Izzie, a amiga que já estava tonta de sono, deitou-se e logo já tinha adormecido, mas a ruiva não tinha tanta facilidade assim em dormir de tarde, então ela ficou lendo, ainda fazia um friozinho gostoso, que foi se intensificando até o fim da tarde.
Ela estava ansiosa, louca para conhecer Veneza, mas só chegariam lá daqui a três dias, tinha ouvida falar muito bem dos circos mágicos que se apresentavam naquela cidade.
Ginny adorava circos desde criança, mas fora em tão poucos que quase se esquecera de como é a sensação mágica. Os circos bruxos são totalmente diferentes, não há animais como leões ou tigres, mas “pequenos” dragões, e esfinges, animais muito raros, e os truques dos palhaços, mágicos era de matar qualquer um de rir, até quem não gosta de palhaço, ela só não sabia se era devido a apresentação ou ao feitiço implantado no ambiente. Tinha a tenda dos espelhos onde você não sabia por onde sair, pois em todos os lados eram os mais diferentes espelhos. O labirinto mágico, com varias passagens secretas, onde se competia em duplas para ver quem encontrava primeiro a saída...
Era como um parque, só que muito melhor. Não seria nada mal se ela encontrasse um cara legal, em uma destas viagens, fazia bastante tempo que ela não sai com alguém do qual realmente gostasse. Estava carente diga-se de passagem. Ela conseguiu dormir um pouco mas logo acordou e ficou olhando para a paisagem que passavam rápida com o vento na janela do trem, até escurecer totalmente e não dar para ver mais nada.
Izzie acordou:
- Oi.
- OI, dona coruja.- a ruiva respondeu a amiga sonolenta.
- Coruja? Por que?- disse a outra sem entender.
- Já viu que horas são?
- Droga, já anoiteceu?
- Com certeza Izzie.
- Por isso eu estava com fome!
- Vamos se arrume, lave o rosto e vamos comer, antes que eu desmaie de fome também.- Izzie foi arrastando os pés até o guarda-roupa se arrumar Quando as duas já estavam prontas elas saíram do quarto e foram até o restaurante que agora exibia uma variedade imensa de pratos que elas nunca tinham visto na vida.
Draco já havia acabado de comer. Estava apenas esperando Blás acabar o seu prato, e os comentários sobre a ruiva que acabara de entrar no restaurante acompanhado da mulher branca do cabelo muito escuro.
- Acho que deveríamos ir lá falar com ela.
- Só para você levar um fora maior, que o de hoje a tarde quando você deu em cima de uma mulher casada?- desdenhou o loiro.
- Foi apenas um acidente de percurso!
- Sei...
- Você vai ter que ir comigo.
- Para onde?
- Falar com ela! Você parece que é burro Malfoy - provocou Zabini.
- Não me provoque seu verme cego! E eu não vou a lugar nenhum com você, até porque eu nem achei a mulher bonita.
- Você gostou da Morena.
- Exato, andou fazendo esforço para pensar, muito bem. - disse como quem fala com uma criança de dois anos.
- Então, pense comigo, você pega a morena eu pego a ruiva.
- Zabini espere ao mesmo chegarmos a um dos nosso destinos para poder atacar a pobre coitada, por enquanto atenha-se a dar um “Bom dia” ou um “boa noite”, ou você assusta ela.
- Não assusto, não.- disse o outro indignado.
- Claro que assusta você já chega querendo levar ela pra cama!
- E a maioria aceita o convite. – ele disse dando um sorriso charmoso em direção a mesa onde a ruiva estava, mas ela não estava olhando no momento. – Mas não venha bancar uma de santo! Um dos maiores ex-comensais santo! Essa é ótima!
- Cala a boca, imbecil! Já pensou se alguém ouve isso?!- disse Draco agarrando a frente das vestes dele.
- Relaxa ninguém ouviu. Mas você também, já chega com pensamentos impuros em todas com as quais...
- É claro que sim! Tenho que ter um objetivo, mas a diferença entre eu e você é que eu não demonstro isso a elas, sei ser mais sutil, assim é mais fácil iludi-las. Já você, praticamente poe uma placa na testa, “Cuidado tarado a solta, segurem as saias!”
Blás sorriu com gosto, era verdade o que Draco dizia, ele realmente deixava tudo muito explícito, estava claro o que ele queria e que não queria nada sério. Já Draco não, ele era o famoso Casanova, despedaçador de corações, mas ainda assim era impressionante como elas estavam sempre a disposição quando ele as queria, nunca diziam não. Os dois demoraram um poço, observando a mesa onde as duas estavam sentadas, não demorou muito e as outras duas chegaram a Morena de Draco, e a loira dos olhos azuis, elas pediram um prato e comeram conversando, cochichavam entre si, Draco percebeu que elas sabiam que eles as olhavam, e deu um sorriso maroto de um lado só.
Até que Draco levantou-se da mesa e disse:
- Chega, eu vou voltar.- e se levantou, e seguiu andando para fora do restaurante, logo depois da ruiva levantar-se e sair também. Então antes que Draco chegasse ao corredor principal todas as fontes de luz do trem se apagam. Ouviu alguns gritinhos abafados. Ele não conseguia enxergar um palmo a frente do nariz, nada. Estendeu os braços a frente do corpo, e foi tateando. – Droga!- ele gritou com raiva por ter deixado a varinha na sua suíte/cabine.
Agarrou na primeira maçaneta que encontro e girou, talvez fosse aquela que levaria até o corredor principal.
Ginny se assuntou quando as luzes do trem se apagaram completamente e não conseguiu conter um gritinho de susto, não gostava de escuro, era um medo infantil, mas mesmo assim não conseguida se livrar dele, não conseguia se sentir bem em lugares escuros.
Aqueles que ela ainda conseguia enxergar alguma coisa não eram tão ruins assim, mas aqueles no qual ela não conseguia focalizar nem o chão a sua frente era desesperador para ela, sentia-se tão desprotegida, tão cega.
Começou a tatear, por puro instinto e a agarrar com força em tudo que sua mão encontrava, mas era inútil, não conseguia reconhecer o lugar. Sabia que não tinha nem encontrado o corredor principal ainda, mas onde estaria?
- Calma, calma, não entre em pânico... - ela sussurrava para si mesma. Outra mania, para ela era algo reconfortante ouvir a voz de alguém quando estava só, mesmo que esse alguém dono da voz, fosse ela.
Então ela levou um susto, um esbarrão, e uma queda, assim tudojuntodeumavezsó. Alguém subitamente entrou na cabine, ou sabe-se lá em que lugar ela se encontrava , a paços rápido e esbarrou nela que andava cambaleante e insegura, e assim os dois rolaram pelo chão perdendo a maçaneta de “vista”.
- Oh Meu Merlin, graças! Alguém!- ela disse aliviada, mas com as costas doloridas pela queda. - Não estou sozinha!
- Não, não está, mas você está esmagando as minhas costelas com o cotovelo. - disse a pessoa, embaixo dela, tinha a voz forte, provavelmente era um homem, ela corou.
- Desculpe-me, eu não vi você. - sussurrou envergonhada, e saindo de cima dele, e arrastando-se para o chão ao lado.
- Considerando a atual situação nem eu vi você. - ele disse em um tom irônico, mas como quem acha graça. - Na verdade eu não vejo nada, nem meu próprio nariz.
- Muito menos eu.
- Acenda sua varinha. - disse ele determinado, e fazendo barulho como se estivesse se sentando.
- Não está comigo, esqueci no restaurante. - ela disse continuando deitada suas costas realmente estavam doendo.
- Ótimo perfeito!- ele reclamou, e ela ficou meio ofendida.
- Acenda a sua então.
- Também não estou com a minha, está na minha cabine!
- Ah! Realmente encantador, somos duas pessoas de sorte!
- Preso no escuro, dentro de um trem, nada melhor para passar as férias. Droga! - disse ele sarcástico.
- Você tem alguma idéia de para onde fica a maçaneta?- ela perguntou, tentando se levantar, mas suas costas ainda doíam bastante, então ela permaneceu ali mesmo.
- Não. - ele admitiu.
- Deixa para lá.
- Você se machucou?- ele perguntou.
- Não sei, minhas costas doem um pouco, mas acho que não foi nada. E você?
- Estou bem.- seguiu-se um longo silêncio onde nem um dos dois se pronunciou, Ginny permaneceu deitada no chão, e ele sentado, até ele dizer:- Vou procurar a maçaneta.
E levantou-se tateando, na mesma hora ela entrou em pânico iria ficar sozinha ali, naquele lugar de novo, nem pensar! Mas ele já havia se levantado silenciosamente, e ela não o ouvia mais.
- Hei, não saia daqui!- ela ordenou nervosa e com a voz, transparecendo o seu nervosismo e soando tremula. Ouviu um risinho, não muito longe então ele disse.
- Nervosa?- ele perguntou ainda de longe.
- Onde você está? Volte aqui. - ela disse tentando se levantar e esquecer a dor nas costas.
- Estou aqui, mas para que tanto desespero?- ele continuou.
- Onde?- ela seguia trôpega sem tocar em nada na saiu andando em frente, até que tropeçou em algo, então se ouviu o barulho de algo se espatifando no chão, e ela caiu, tentando se agarrar em algo. Era justamente por isso que ela não gostava de escuro. Mas ela conseguiu se agarra em algo, um pedaço de pano, que se rasgou quase imediatamente.
Mas antes de bater no chão ele a segurou com força, e o pedaço de pano rasgado se soltou de vez e ela ficou segurando-o na mão, enquanto sua respiração voltava a se normalizar.
- Obrigada. - ela disse.
- Você rasgou a manga da minha capa. - disse ele parecendo irritado, e a colocando de pé sem delicadeza.
- Oh Merlin! Perdão. - ela disse, sem saber o que fazer.
- Você é doida ou coisa assim?- ele perguntou desconfiado, e bastante irritado.
- Não... - ela disse sem saber onde enfiar o rosto, mas ainda segurando o pedaço de pano rasgado com uma mão e o ombro dele com a outra.
- Por que tanto desespero, ninguém vai morrer por faltar luz! Qual é o seu problema...?
- É...
- Parece uma criança com medo do escuro. - ela ficou calada, envergonhada sem saber o que dizer ou fazer; e ele pareceu perceber.
- Calma ai... Você não... Espere... Você não vai me dizer que... Você tem medo de escuro?- ele perguntou agora a irritação desaparecendo dando lugar a um leve divertimento, e incredulidade.
- Eu... Eu... - ela gaguejou sem jeito de admitir, que tinha pavor de escuro.
- Eu não acredito, você tem medo de escuro!- ele disse totalmente incrédulo.
- Tenho sim qual é o problema?!- agora Ginny era quem estava irritada. Mas ele não parecia ligar já tinha começado a rir, na verdade agora estava gargalhando, e isso só aumentava a sua irritação. Ela tinha medo de escuro e daí? Tudo bem que era meio infantil, mas ela tinha, e ele não tinha nada a ver com isso! Não tinha o direito de ficar indo da cara dela por causa disso, poderia parecer bobo, mas não era, para ela era pavoroso, e ele rindo ali não ajudava em nada, aliás, ela nem conhecia ele! – Tenho medo sim! E você não tem nada a ver com isso!
- Oh, eu não posso acreditar, eu estou trancado em algum compartimento de um trem sem luz com uma garota com medo de escuro, e que ainda por cima rasga a manga da minha capa em pânico! – ele ria sem parar, mesmo ao falar.
- Quer parar de rir!- mas ele parecia não conseguir, estava em meio a um ataque de risos, era simplesmente ridículo aquilo para ele. – Se o problema é a sua droga de capa eu posso concertar!
- Essa é boa, você não está com sua varinha. - disse ele ainda ofegante e sarcástico. Era verdade ela não tinha pensado sobre este aspecto.
- Quem é você para rir de mim, eu nem te conheço!
- Muito menos eu te conheço, mas medo do escuro foi demais.
- Quem é você, por falar nisso?- ela perguntou curiosa, se dando conta de que não o conhecia realmente.
- Faz diferença? Quem te garante que eu serei quem eu digo que sou, você não pode me ver mesmo.
- É verdade... - ela disse, parando para pensar.
- Eu poderia ser Merlin e você poderia ser a própria Morgana que eu nunca poderia saber, nem você, você não pode me ver.
- Tudo bem Merlin. Eu admito, eu tenho medo de escuro!- ela disse meio irritada.
- Bom isso é obvio.
- E eu apreciaria muito que você parasse de rir da minha cara.
- Você não acha que já passou desta fase não? Morgana?- ele deu uma ênfase maior ao “Morgana”.
- Para a sua informação é um trauma de infância. - ela protestou.
- Nunca tive medo de escuro. -disse ele refletindo, e era verdade, sempre gostara mais do escuro, era mais confortável, privado, ele realmente era meio anti-social às vezes. Tudo bem, na maioria do tempo.
- Duvido, até Merlin teve medo de escuro quando criança!- ela o desfiou.
- Nunca tive.
- Teve sim!
- Não, não tive.
- Claro que teve, não precisa mentir, admita Merlin, você tinha medo de escuro!
- Você está se saindo uma Morgana muito insistente para o meu gosto.
- Só porque você tinha medo de escuro e não queria admitir!- ela disse com um sorriso no rosto achava que estava conseguindo irrita-lo.
- Tudo bem se te faz feliz pensar que todos são iguais a você... - ele disse sem demonstrar emoção. Ela se calou, ele não estava irritado e ela não tinha conseguido o seu intento, depois de um tempo em silencio, ela disse:
- Você é sempre assim?- perguntou curiosa.
- Assim como?- ele perguntou em resposta.
- Sempre tão irritante e tão inirritavel?- ele não agüentou e começou a rir de novo, “inirritavel” , ela realmente era excêntrica.
- Para falar a verdade eu sempre me irrito bem fácil. Na verdade estou irritado agora.
- Não está não.
- Claro que estou. - ele disse.
- Não, não está.
- Estou!- ela realmente era muito pretensiosa para achar que poderia prever ele, se ele mesmo dizia que estava irritado, era porque estava.
- Não, não insista eu conheço quando alguém ao meu lado esta irritado. E você não está.
- Você geralmente pode ver quem estar ao seu lado então, neste caso não conta, já que você não pode me ver. - ele argumentou contra.
- Conta sim, já que posso ouvir o tom da sua voz.
- De qualquer forma eu estou irritado.
- Ah, não está não.
- Que coisa, você que é a insistente aqui! Eu estou... - ele falou, mas foi cortado.
- Irritado? Não, não está.
- Mas é claro que estou! Eu tenho todos os motivos do mundo para estar.
- Claro que não!- ela disse, estava conseguindo.
- Claro que “não” o que? Não estou irritado ou não tenho motivos?- ele perguntou já confuso com toda aquela discussão toda.
- Os dois. - ela respondeu prontamente.
- Tenho motivos de sobra!
- Ah, é? Quais são eles. –ela provocou, estava quase lá.
- Estou em uma ridícula viagem de trem, por mais países que eu posso imaginar, com um amigo totalmente insuportável, que me obrigou a vir aqui, preso em alguma cabine em algum compartimento deserto, sem luz, trancado com uma louca chamada Morgana! Satisfeita?- disse ele deixando a irritação escorrer no tom de sua voz arrastada.
- Sim, agora você está irritado.
- Você estava só... Você... Tentando me... – ele não sabia o que pensar, ela realmente era louca, estivera este tempo todo só tentando deixa-lo irritado, ela não devia ser muito certa.
Então ela começou a rir em vez de responder ou dizer algo, era tão ridícula aquela situação pareciam duas crianças, depois de olhar algum tempo com incredulidade ela gargalhando, ele sorriu.
- Nós parecemos dois idiotas, Morgana.
- Sim, é verdade... - ela disse com a barriga dolorida de tanto rir, depois de algum tempo quando os sorrisos já haviam cessado de ambos os rostos, ele disse:
- Você ainda está sentindo medo por estar no escuro?
Ela pensou durante um tempo.
- Não.
Depois disto o silencio reinou entre os dois, nenhum abriu a boca para sequer tentar pronunciar uma sílaba, depois de muito tempo talvez uma meia hora, ela falou:
- A luz esta demorando a voltar... - comentou.
Não obteve nenhuma resposta apenas o silêncio novamente.
- Será que vamos chegar a Veneza ainda sem luz...?- tentou novamente, mas também não obteve resposta. – Vamos fale comigo... - sentiu-se idiota estimulando-o a conversar, sentia-se mal naquele silencio todo.
Mas ela continuava sem receber nem sequer um suspiro como resposta.
- Você está me ouvindo, Merlin?- de novo nada. – Merlin?- Apenas o vácuo. Será que ele tinha ido embora? Será que ele tinha encontrado a maçaneta e saindo sem que ela ouvisse, ou ao menos percebesse? Novamente um frio invadiu os eu estômago. – Merlin você está aqui?- ela perguntou para o nada. - Merlin?
Tateou a sua volta, e no lugar onde achava que ele tinha estado todo este tempo. Nada. Ele tinha ido embora sem ela perceber, estava sozinha novamente.
Sentiu a sensação fria do medo voltando a envolvê-la lentamente de forma agonizante. “Calma, não tem nada aqui.” Tentava se convencer, e afastar o medo: “Nada do que você ter medo.” Ela murmurava isso para si mesma em quanto escorregava contra a parede até chão e se encolhia ali tomada pelo pânico, enquanto suas entranhas se reviravam com aquela sensação fria que lhe atacava.
Então como se num piscar de lhos, as luzes voltaram, e ela ficou cega por um instante, seus olhos doeram e ela levou as mãos ao rosto para impedir a claridade de ferir as suas pupilas. Aos poucos foi se acostumando novamente com a claridade, e quando as machas que nublavam sua visão desapareceram, ela pôde se levantar lentamente. Olhou ao seu redor, estava em uma sala comprida, sem nada dentro com apenas uma mesa e um jarro sem flores que jazia quebrado no chão. Provavelmente o jarro o qual ela havia quebrado ao tropeçar na mesa. Olhou as paredes, haviam duas portas, uma mais a sua frente outra a sua direita. Não sabia por qual havia entrado, mas ainda assim caminhou em direção a porta a sua frente, e deu de cara com o corredor principal com algumas pessoas que murmuravam aliviadas o retorno da luz.
Se ela tivesse escolhido a porta da sua direita, ela teria encontrado um loiro que seguia por um corredor secundário se perguntando onde estaria, e reclamando do quanto a luz havia demorado a voltar.
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