Capítulo 27
O café da manhã naquele dia estava animado; as risadas dos alunos soavam pelo Salão Principal, enchendo o ar com uma atmosfera animada e descontraída, porém a mesa mais barulhenta era a de Grifinória, que ainda parecia comemorar a vitória da casa no jogo de Quadribol do dia anterior.
Alguns alunos de outras casas, sentaram-se a mesa dos leões, para comemorar com eles, mesmo que fossem da casa derrotada.
Harry estava sentado no meio da mesa de Grifinória, rindo de uma piada qualquer que Rony lhe contava, enquanto Hermione tagarelava com Gina e as duas riam uma vez ou outra.
Melissa e Brian estavam se acomodando ao lado da amiga ruiva, que parou de conversar para olhá-los; um sorrisinho maroto se insinuou no canto dos lábios dela. Melissa arqueou as sobrancelhas.
-Que foi? – perguntou, fazendo-se de desentendida, enquanto se servia de suco de abóbora; Brian somente riu de leve, enquanto pegava uma torrada e a mordia.
Gina deu de ombros; o sorriso ainda em seus lábios, enquanto bebia um gole de seu suco. Os olhos ainda estavam presos no casal de amigos, analisando-os minuciosamente.
Hermione pareceu entender o que a caçula dos Weasley’s estava fazendo, pois se virou para o namorado e para o melhor amigo, que gargalhavam ao final de uma piada, antes que Rony começasse a contar outra.
-Vai, Gi, desembucha... É óbvio que você quer falar alguma coisa. – Brian resmungou, entre um gole e outro de seu suco de abóbora. Gina ainda terminou de comer sua torrada, antes de responder:
-Eu não vou falar nada, Brian... – sorriu. – Porque se eu falar o que eu estou pensando, além de deixar a mim mesma constrangida, é óbvio que eu vou deixá-los sem jeito. – completou, antes de escolher uma bomba de chocolate e mordê-la.
-Devemos temer o que essa sua mente poluída está pensando? – Melissa perguntou, parando com a taça de suco no meio do caminho até sua boca, olhando curiosa para a amiga, que sorriu, divertida.
-Depende... – limpou os cantos da boca antes de continuar. – Se você sabe o que eu estou pensando, e é óbvio que sabe, você pode concluir sozinha se deve ou não temer o que minha mente poluída está pensando. – riu alegremente. – Antes de qualquer coisa, fico feliz que vocês tenham se acertado... – sorriu, maliciosa. – Mesmo que você tenha ficado a noite toda, ou boa parte dela, no quarto do Brian. – encolheu um dos ombros, o que lhe deu um mais ar mais malicioso. – Mas não se preocupem... Sou inocente demais para conseguir sequer imaginar o que vocês ficaram fazendo... – deu um breve gole em seu suco. – Provavelmente ficaram discutindo a relação o tempo todo.
O casal riu, embora tivessem corado, fato que arrancou uma gostosa gargalhada de Gina.
-Senhor... – puxou o ar, recuperando o fôlego, quando parou de rir. – Se eu não tivesse certeza do que vocês fizeram, depois dessa corada básica até o ser mais desligado captaria a mensagem. – Melissa sorriu, maldosa, antes de inclinar o corpo para perto da amiga, de modo que seus lábios ficaram próximos á orelha dela. Soltando uma risadinha marota, disse num tom de voz onde somente Gina e Brian poderiam ouvir.
-Sabe... – lançou um breve olhar para um canto da mesa, onde Hillary tomava café ao lado de Joe, que falava qualquer coisa pra ela. – Teve uma noite, há um bom tempo, que a Lary me disse achar que você estava aprontando alguma, pois, primeiro, estava chateada e, no instante seguinte, estava falando que tinha que fazer alguma coisa e, por sinal, essa coisa durou a noite toda. – seu sorriso maldoso virou um malicioso. – E o mais curioso, é que fontes seguras, me disseram que um certo moreno de olhos verdes também não passou a noite no dormitório. – Gina piscou algumas vezes, tentando entender aonde a amiga queria chegar.
-E...? – murmurou, obrigando a loira a chegar logo onde queria.
-E que é óbvio que vocês estavam juntos a mesma coisa que eu e Brian fizemos. – Gina sentiu o rubor subir por seu rosto. – Então, você é tão inocente quanto nós. – a ruiva virou sua cabeça para o seu prato; envergonhada demais, para continuar com as provocações.
-Sabe... – Brian começou, imitando o tom de voz que a caçula dos Weasley’s usara antes. – Se antes a gente não tinha certeza, depois dessa corada, a gente sabe o que aconteceu. – Gina riu de leve e balançou a cabeça, mas antes que pudesse responder, Melissa permitiu que um leve gritinho esganiçado escapasse de sua garganta, fazendo quem estava perto ter um sobressalto.
-Não me diga... – lançou um brevíssimo olhar para Harry, que olhava para os três, com as sobrancelhas arqueadas, numa pergunta muda de se eles estavam bem. – Que vocês estão juntos. – Gina piscou várias vezes, absorvendo lentamente a afirmação da amiga.
-Não. – respondeu, por fim. – Somos somente amigos... – ergueu uma única sobrancelha. – Tudo bem que às vezes... Hum... Digamos que temos uma recaída de vez em quando. – Melissa olhou para Gina, curiosa.
-Como assim? – a ruiva deu de ombros, como quem encerra a conversa, antes de voltar sua atenção para o irmão, que parecia nem ter notado o pequeno grito de Melissa e continuava contando uma piada.
Harry ainda ficou olhando confuso para a ruiva por alguns breves segundos, antes de girar a cabeça, relutante, para encarar o amigo, que entoava mais uma piada, parecendo ter abastecido seu arsenal.
Mas Gina não prestava realmente atenção ao que o irmão dizia; sua mente vagava por uma noite que ela queria esquecer, mas que não conseguia.
Não seria idiota a ponto de dizer que se arrependia; não se arrependia, porém sofrera muito nas semanas seguintes àquilo, até o momento onde ela e Harry finalmente conversaram. Não podia negar que doera um pouco o fato de Harry ter proposto serem amigos.
Se ele houvesse percebido; se ele houvesse notado que naquela noite ela estava realmente disposta a esquecer tudo por ele... A fingir que nada acontecera no passado, fingir que não voltara para se vingar. Estaria disposta a tentar algo a mais se ele pedisse, porém ele fora tolo o bastante para não notar nada, para somente propor amizade.
Suspirou pesadamente e desistiu de fingir prestar atenção ao irmão, voltando-se para o que sobrara do seu café da manhã.
-Gina? – uma voz rouca e sensual chegou a seus ouvidos, fazendo-a ter um leve sobressalto, antes de olhar por sobre os próprios ombros, somente para se deparar com o sorriso divertido de Joe.
-E aí, estanho! – exclamou e ele gargalhou. A ruiva sorriu, enquanto se levantava. – Por que anda tão sumido da minha humilde vida? – perguntou, ficando séria, embora um quê maroto pontuasse sua pergunta.
O loiro colocou as mãos nos bolsos da calça e deu de ombros, enquanto lançava um breve olhar mal humorado para a irmã, que falava aos sussurros com Brian.
-Muitos deveres. – ele resmungou simplesmente, antes de desviar os olhos da irmã mais nova, que dava um breve beijo em Brian, antes de continuar a comer. Gina olhou para os dois e permitiu que um risinho divertido escapasse de sua garganta.
-Você não sabia, não é? – perguntou e ele confirmou, com a cabeça. Gina gargalhou e, colocando uma mão sobre o ombro de Melissa e a outra sobre o ombro de Brian, inclinou-se, de modo que pudesse falar somente para os dois: - Parabéns! Vocês acabaram de encontrar uma bela maneira de contar ao Joe sobre o romance caliente de vocês. – os dois riram, mas a única a olhar para o loiro foi Melissa, que tinha um sorrisinho sem jeito.
-Oi, Joe. – falou e ele sorriu. – Ta olhando há muito tempo? – ele riu.
-Não importa, certo? – ela concordou, rindo. – Depois eu falo com você, Mel. No momento eu quero é conversar com a Gina. – a mencionada olhou por sobre os ombros novamente, com o cenho franzido. Lançando uma piscadela para a irmã mais nova, Joe segurou Gina pela mão e começou a caminhar para fora do Salão Principal, levando a ruiva consigo.
Em nenhum momento o loiro soltou a mão de Gina. Ao passarem, algumas poucas alunas que estavam nos corredores, viravam a cabeça para admirar Joe.
-Uh, o loirinho aqui é o perfeito Deus Grego de Hogwarts. – Gina comentou com ironia, fazendo Joe gargalhar e olhá-la de rabo de olho.
-Não tenho culpa se elas preferem um loiro á um moreno ou um ruivo. – resmungou e Gina deu de ombros, antes de girar a cabeça de modo que pudesse olhar para o amigo.
-Eu prefiro um moreno. – respondeu e ele sorriu malicioso. – Mas não nego se um loiro se jogar todo para cima de mim. Desde que ele seja bonito. – voltou a dar de ombros, enquanto Joe permitia que uma gostosa gargalhada escapasse de sua garganta.
-Sei. – foi a única coisa que conseguiu dizer entre uma risada e outra.
Gina sorriu, corando, pois havia captado o que o loiro quisera dizer somente com aquela palavra.
O resto do trajeto foi feito em silêncio, o qual somente era quebrado pelo som das alunas que suspiravam ruidosamente quando Joe passava.
Fosse o que fosse que loiro quisesse falar, Gina tinha certeza de que não ia acabar em beijos; primeiro porque ela própria não achava mais coragem dentro de si para continuar a ter aquela amizade colorida com Joe; segundo porque tinha quase certeza de que ele estava tendo alguma coisa com Hillary.
E isso era uma coisa que ela não queria estragar; tinha certeza de que alguma coisa tinha acontecido a Hillary, para que ela permitisse que qualquer coisa a atingisse, porém a morena nada dizia. A ruiva tinha esperanças de que, estando com Joe, Hillary sentisse confiança o bastante para contar a ele fosse o que fosse; esse era o lado que Joe somente mostrava para as pessoas que mais gostava ou confiava; ele podia ser sarcástico, brincalhão e reservado, mas sabia ouvir e guardar segredos como ninguém, além de fazer a pessoa sentir-se bem melhor depois de se abrir com ele.
Ela própria já se abrira para ele tantas vezes, e de todas ela saíra melhor do que entrara. Ele fazia as pessoas sentirem-se bem o bastante para falar tudo, sem ter medo de qualquer detalhe e, melhor ainda, ele não se importava se a pessoa com quem estivesse falando começasse a chorar, ele somente permitia que você continuasse a falar, até você terminar para, então, te abraçar e te consolar.
Sorriu consigo mesma.
Se não fosse aquele loiro, ela não faria a mínima idéia de onde estaria naquele momento.
Provavelmente, enterrada na lama em algum chiqueiro dos Estados Unidos. , pensou, enquanto seguia Joe para dentro de uma sala de aula vazia, fechando a porta atrás de si e sentando-se sobre a mesa do professor, enquanto ele sentava-se ao seu lado.
-Como você tem estado, ruiva? – ele perguntou, após alguns poucos minutos em silêncio. Gina suspirou pesadamente e deu de ombros; sabia que ele estava perguntando se ela tivera alguma recaída, uma vez que a poção que ele lhe dera há alguns meses não tinha o efeito de tirar toda a doença, mas como dizer a ele que descobrira a cura e se curara sem se constranger?
Tudo bem que adorava se abrir para ele e que aquilo nunca sairia dali, mas não tinha a mínima coragem de dizer a ele que dormira com Harry, quando a última vez que falara do moreno para o irmão mais velho de sua melhor amiga, fora somente para dizer que o Menino Que Sobreviveu era um idiota prepotente.
-Melhor impossível. – respondeu simplesmente, decidindo somente omitir o fato de que estava curada. Não era crime, certo?
-Que bom. – ele sorriu, animado. – Você sabe que aquela poção só serviu para te tirar daquele coma... Não te curou totalmente. – ela concordou com um aceno de cabeça.
-Eu sei. – sorriu de leve. – Mas ultimamente as coisas andam tão bem, sabe? Eu e o Harry acabamos virando amigos e a Chang parece disposta a curtir sua gestação solitária, bem longe de mim... Então, não tem tido motivos para que eu fique nervosa.
Joe sorriu satisfeito, enquanto a olhava atentamente, a analisando.
-Mas ainda tem algo que te preocupa. – ele atestou simplesmente, após alguns minutos a analisando. Gina deu de ombros.
-É que a Hillary anda reclusa demais para o meu gosto. – suspirou pesadamente. – Ela só aparece de vez em quando para estudar... O único momento que eu tenho para falar com ela é entre o café e a primeira aula e sempre que eu pergunto o porque dela ter se afastado e passar a maior parte do tempo só Merlin sabe onde, ela desconversa. – Joe sorriu de canto.
-E você acha que tem acontecido o quê com ela? – perguntou e Gina baixou os olhos, pensando. E Joe permaneceu calado, esperando que ela organizasse seus pensamentos; e, por estar de cabeça baixa, ela não viu que ele tinha um sorrisinho carinhoso nos lábios firmes.
-Eu não sei... – sorriu maliciosa. – O mais interessante, senhor Watson... – ele gelou; sempre que ela o chamava assim coisa boa não vinha. – É que vocês andam sumindo demais, no mesmo horário, durante o mesmo tempo e aparecem no mesmo instante.
Joe sentiu o rosto corar violentamente e Gina gargalhou.
-Eu sabia! – ela exclamou, batendo palmas, animadas. – Finalmente o senhor Eu Não Me Apaixono, caiu na rede de alguém! – gargalhou novamente e Joe sorriu, sem jeito, somente esperando que a outra parasse de rir.
-Você não está chateada? – ele perguntou, quando ela parou de rir. Gina o olhou, confusa. – Quero dizer... Eu te mandei aquela carta um pouco antes do baile de dia dos namorados. – Gina concordou com um aceno de cabeça.
-Eu sei. – sorriu de leve. – Mas temos que levar em conta que eu nunca disse o que sentia por você. – ele encolheu um dos ombros, considerando o que ela falava. – Então, acho que seria meio injusto eu exigir que você se arrastasse aos meus pés esperando uma resposta minha. – espalmou a mão no ombro largo e o empurrou de leve. – Você é que ta certo; partir para a outra é sempre a melhor solução. – completou e ele riu, balançando a cabeça.
-Acho que eu tenho que te dizer minha mais recente descoberta, ruiva. – murmurou e Gina ergueu uma única sobrancelha, sarcástica.
-A de que você está apaixonado pela Hillary? – girou os olhos. – É só olhar para sua cara e todos já sabem. – ele riu.
-Não! – exclamou, ainda rindo. – É que eu finalmente fiz jus à cor dos cabelos e me confundi nesse negocio de sentimentos. – Gina parou de rir e o olhou, confusa.
-Como assim? – perguntou e ele puxou o ar com força.
-Eu confundi o amor que eu sinto por você. – ele murmurou, evitando encará-la. – Eu pensei que finalmente tinha encontrado a garota perfeita pra mim, sabe? – suspirou. – Mas me enganei... Eu não vou dizer que não te amo, porque é mentira... Eu te amo, sim, mas como mais uma irmã mais nova, não como eu disse te amar naquela carta. – completou, num murmúrio, abaixando a cabeça, esperando o ataque de fúria que não veio.
Tudo o que recebeu em resposta foi uma risada doce.
-Menos mau, filho. – ela começou e ele ergueu a cabeça, surpreso. – Porque a última coisa que eu ia querer é que minha melhor amiga estivesse tendo um caso com um cara que cai de amores por mim. – Joe sorriu. – Verdade, Joe... Eu te amo, sim, mas somente como mais um irmão. – ele gargalhou.
-Você não sabe o quanto eu fico feliz ao saber que nenhum dos dois saiu machucado disso tudo. – ela concordou com um aceno de cabeça. – Bom, então voltamos a situação de médico e paciente? – ela gargalhou.
-Joe... Eu preciso te contar uma coisa, mas não quero que você peça detalhes e que você se contente com o que eu vou falar, ok? – ele ergueu uma sobrancelha, curioso, mas concordou com um aceno de cabeça. – Prometa. – ela pediu e ele sorriu de leve.
-Prometido, madame. – e depositou um beijo na bochecha da amiga. Gina sorriu.
-Eu... – diabos! Não tinha combinado consigo mesma de que não ia falar disso com ele? – Eu tou curada. Eu descobri uma cura pra minha doença desde algumas semanas depois que eu fui enfeitiçada, mas não falei nada pelo mero motivo de que é uma coisa muito delicada, sabe... – puxou o ar com força. – E eu consegui me curar depois que sai do coma. – se ela não estivesse tão mal humorada consigo mesma, teria gargalhado da cara dele; olhos arregalados e boca escancarada, olhando-a; as íris azuis cheias de perguntas que ele sabia não poder fazer.
-Santa Barba de Merlin. – ele murmurou, recompondo-se. Gina o olhou; impressão sua ou ele estava preste a ter um enfarte tamanha era sua surpresa? – Você sabe que isso pode ser importante para a medicina bruxa, não sabe? – Gina suspirou.
-Joe... – murmurou. – Entenda que eu não me sinto bem falando dessa cura... Principalmente com você. – ele suspirou.
-Mas, Gi... – ela ergueu-se, num salto.
-Não, Joseph! – exclamou, num tom que deixava claro que não adiantava ele insistir. Joe torceu levemente os lábios.
-Gi, você sabe que seja lá o que for, não vai sair dessa sala! – ela bufou e parou na frente dele, o dedo em riste apontado para o peito malhado.
-Não vou falar, ok? E não é frescura! – cerrou os olhos. – Eu tenho meus motivos para não falar, Joe, respeite isso, ta bem? – ele suspirou, derrotado. – Só te digo que há um livro na biblioteca que fala sobre isso... Se você achar o livro e aparecer na minha frente segurando ele, e tento terminado de ler, a gente pode até falar sobre isso!
O loiro resmungou qualquer coisa baixinho, antes de encará-la, mal humorado; os braços cruzados em frente ao peito.
-Como se eu tivesse algum tempo para sentar e ler. – resmungou, antes de suspirar. – Mas você quem sabe. – levantou-se. – Talvez eu consiga arrancar isso de você um dia. – Gina riu de leve.
-Você pode até tentar. – resmungou e ele sorriu. – Agora eu tenho que ir... Tenho umas tarefas para terminar. – ficando nas pontas dos pés, depositou um breve beijo na bochecha do loiro, que sorriu, concordando.
Girando sobre os calcanhares, a ruiva caminhou apressada até a porta, abrindo-a, mas quando estava quase saindo, estancou, e, sorrindo marota, olhou para o amigo, que tinha o cenho franzido.
-Só uma coisa...
-O quê? – a expressão ficou curiosa.
-Você ta apaixonado pela Lary? – de curiosa, a expressão de Joe foi para uma mal humorada.
-Gi?
-Sim? – o sorriso sumiu.
-Vai pastar. – Gina gargalhou e saiu da sala, batendo a porta atrás de si com um estrondo.
[hr]
-Rony, chega! – Hermione exclamou, puxando o ar com força, antes de se inclinar sobre a mesa abarrotada de livros novamente e continuar a escrever sua redação de História da Magia sobre o final da revolução dos duendes.
Rony somente suspirou, chateado, antes de se recostar melhor na cadeira e cruzar os braços sobre o peito, enquanto observava a namorada estudar; a verdade era que seu dever já havia sido copiado de Harry, que havia achado tempo entre os intervalos entre o primeiro e o segundo tempo do jogo contra a Lufa-Lufa, para sentar-se no banco dos reservas e começar a escrever avidamente seu meio metro de pergaminho. Ainda lembrava-se da expressão satisfeita do amigo, enquanto este dizia que para alguma coisa a implicância de Malfoy com Neville tinha que ter um lado bom, levando em conta que ambos haviam começado a brigar no meio do jogo e só Merlin sabia o por quê.
E, enquanto Madame Hooch ajudava a professora McGonagall a levá-los para o castelo, os times ficaram ou no vestiário ou no banco dos reservas, esperando; e Harry aproveitara para fazer seu dever de História, alegando que não teria tempo depois.
Revirou os olhos, antes de focá-los no amigo, estirando no sofá em frente à lareira, dormindo; olhando um pouco mais além, pôde ver várias garotas olharem descaradamente para ele, enquanto suspiravam; ao lado delas, outros grupinho tentava convencer Colin de algo.
Riu baixinho; quando Harry soubesse dessa, as garotas seriam zoadas no dormitório masculino, até altas horas.
-Por que você não aproveita e faz seu dever de História? – Hermione perguntou, enquanto empurrava o livro que estava ao lado do seu pergaminho e puxando outro.
-Ele já ta pronto. – resmungou simplesmente, mas esse comentário fez a namorada olhar para ele, desconfiada.
-Você o escreveu ou fez um simples feitiço de cópia no dever do Harry? – Rony deu de ombros, como quem diz que não vai responder. Hermione puxou o ar com força e estendeu a mão. – Me empresta o seu texto. – pediu e Rony arregalou os olhos.
-Mione, desde quando você copia a lição dos outros? – perguntou, pasmo; a morena girou os olhos.
-Eu não vou copiar o seu trabalho, Rony. – encarnou-o com uma única sobrancelha erguida. – Só quero lê-lo.
O ruivo franziu o cenho, antes de um sorrisinho maroto se insinuar para os lábios.
-Claro, como naquela vez no ano passado onde você leu e disse que tinha os mesmo enche lingüiça do Harry? – a morena riu de leve, ao lembrar-se da cena.
-Exatamente. – Rony riu de leve e, mesmo sabendo que provavelmente ouviria um monte da namorada depois, abriu sua mochila e tirou seu trabalho de lá, passando-o para Hermione, a qual começou a ler rapidamente.
Rony suspirou e voltou a olhar ao arredor, a tempo de ver Colin tirar sua câmera de cima da mesa - mal humorado - antes de focá-la em Harry e tirar uma foto. Rony gargalhou, fazendo Hermione interromper sua leitura e olhá-lo.
Ao notar o olhar da namorada, Rony indicou o que estava acontecendo e, quando Hermione viu Colin tirar a segunda foto, ela gargalhou.
-Deixa o Harry saber dessa. – Rony falou entre uma gargalhada e outra.
-Tenho pena do pobre Colin. – Hermione revidou, ainda rindo, antes de balançar a cabeça e voltar a ler o trabalho do namorado, que continuou rindo.
Quando a morena, finalmente, terminou de ler, minutos depois, tinha uma expressão incrédula.
-Agora eu sei como o Harry consegue suas notas. – Rony olhou-a, como que perguntando como o amigo fazia isso. – Ele fala a mesma coisa o trabalho todo, Rony, ele só muda as palavras de tal maneira que se você não prestar a máxima atenção enquanto lê, vai achar que ele falou exatamente o que o professor queria.
Rony franziu o cenho.
-E os professores ainda acham que ele sabe a matéria? – perguntou e Hermione sorriu.
-Por que você acha que ele sempre entrega o trabalho quando, mais ou menos, metade da sala já entregou? – Rony deu de ombros.
-Por que ele é paranóico? – arriscou.
-Não! – e lá estava o velho ar de sabe tudo que Rony tanto amava. – Por que os professores corrigem os trabalhos exatamente na ordem em que são entregues, logo, quando eles chegam no do Harry, eles estão tão cansados de ler sempre a mesma coisa, que não prestam muita atenção.
-Acho que vou pedir para o Harry me dar algumas aulas de como enrolar os professores. – Hermione riu.
-Acho que ele lhe dará essa aula com prazer, se você o livrar do Colin. – e apontou para onde o moreno estava; Colin parecia totalmente estressado e tirava foto de cada ângulo que as garotas pediam. Rony gargalhou e, balançando a cabeça, levantou-se e caminhou até o grupinho.
-Ei, Colin... – o garoto mais novo o olhou. – Você sabe que quando o Harry souber que você aceitou fazer isso, você pode se considerar um garoto de quinze anos morto, não sabe? – o outro deu de ombros, enquanto as garotas se afastavam ao ver o melhor amigo do Menino Que Sobreviveu ali.
-Não tenho culpa, cara. – Colin falou, finalmente pousando a câmera sobre uma mesa próxima. – As garotas falaram que me dariam trezentos galeões pelas fotos. – Rony sorriu, maldoso.
-Lhe garanto que o Harry lhe dará seiscentos para você queimar as fotos. – Colin arregalou os olhos.
-O Harry tem tudo isso? – Rony deu de ombros.
-Não se preocupe tanto, Colin, meu amigo, que isso é problema do Harry. – lançou uma piscadela para o menino, que riu, antes de pegar a câmera e ir para o próprio dormitório.
Ainda rindo, o ruivo ajoelhou ao lado do sofá e chacoalhou Harry levemente; o moreno resmungou qualquer coisa, antes de se virar, ficando de costas para o amigo, que riu, antes de pousar as mãos no braço de Harry e puxá-lo de encontro ao próprio corpo, fazendo o moreno cair no chão. Um gemido de dor se fez presente.
-O que, diabos, você quer, Rony? – Harry perguntou, ainda estirado, colocando um braço sobre os olhos.
-Só te avisar que você deve seiscentos galeões para o Colin. – isso pareceu ser o que faltava para Harry acordar totalmente. O moreno levantou-se numa velocidade tão incrível, que Rony poderia jurar que o moreno estava usando um feitiço de agilidade.
-Como é que é? – os olhos estavam arregalados, em surpresa.
-É isso mesmo. – balançou a cabeça, como que dando mais firmeza ao que dizia. – Ou você prefere que Colin ganhe trezentos das suas fãs, as quais ganharam, no mínimo, dez fotos suas dormindo? – Harry ainda olhou para o amigo, antes dos ombros caírem e ele olhar para baixo, puxando o ar com força.
-E de onde, diabos, você acha que eu vou tirar esse dinheiro? – perguntou, por fim, erguendo a cabeça e olhando para o amigo, bravo.
Rony sorriu, maldoso, enquanto passava o braço por cima dos ombros do amigo e o guiava até a mesa onde Hermione estava, terminando seus deveres.
-Essa é a parte que você usa a sua capa da invisibilidade e sua Firebolt e foge de Hogwarts durante a noite, indo retirar o dinheiro em Gringotes e volta para o castelo antes de amanhecer.
Harry gargalhou.
-Antes do amanhecer? – riu. – Antes do amanhecer eu vou estar pousando em Londres ainda, Rony. – balançou a cabeça. – Mesmo porque eu teria que esperar o banco abrir. – Rony suspirou com fingido pesar.
-Então, não sei como você vai fazer para conseguir evitar que aquelas fotos se espalhem pelo castelo todo.
Harry bufou.
-Se você tivesse usado seu cérebro, saberia que teria sido muito mais fácil você pedir para a sua monitora... – apontou para Hermione. – Usar a autoridade dela e pegar o filme, antes que Colin resolvesse sumir da Sala Comunal. – Rony deu de ombros, enquanto eles se sentavam à mesa.
-E você não devia apagar em plena Sala Comunal, sabendo que tem, pelo menos, metade dela cheia de garotas doidinhas para te beijarem. - Harry revirou os olhos.
-Você só me ferra. – comentou, por fim, e Hermione riu de leve, enquanto Rony sorria.
-Mas... – o ruivo começou, fazendo o amigo olhá-lo. – Eu posso dar um jeito daquelas fotos não serem divulgadas. – Harry franziu o cenho.
-Eu não vou fazer seus deveres, Rony. – falou e o ruivo sorriu, maroto.
-Que pena... Acho que vamos ter que nos acostumar com a idéia da Pansy andar com uma foto sua por aí. – riu da cara de nojo do amigo. – Talvez a Chang mostre-a para o filho dela, suspire pesadamente e diga que o pai dele era um cara lindo, que, infelizmente, foi morto por um hipogrifo doido, na aula de Tratos, no sexto ano. – o moreno fez mais uma careta.
-Eu acho... – Harry começou, olhando brevemente para Hermione, que somente observava a conversa deles. – Que eu vou falar com o Colin. – os ombros de Rony caíram, desanimados, enquanto Hermione ria. – Você sabe onde esse fotografo de meia tigela ta, Mione? – ela concordou.
-No dormitório. – Harry sorriu agradecido, antes de se levantar e correr até o dormitório masculino do quinto ano.
Não queria nem sequer imaginar as zoação de Gina se aquelas fotos caíssem nas mãos de todas as garotas de Hogwarts.
[hr]
-Posso falar com você? – a voz do amigo chegou a seus ouvidos num sussurro, fazendo-a erguer os olhos do livro que lia, somente para encarar Brian, que estava em pé do outro lado da mesa.
Gina deu de ombros.
-Se for para pedir mínimos detalhes sobre o assunto do café da manhã, esquece. – sorriu. – Melissa tentou hoje cedo e não deu muito certo. – o moreno sentou-se e franziu o cenho.
-Era isso que ela veio falar com você? – a ruiva concordou com um aceno de cabeça. – Ah, então era por isso que ela tava meio ruborizada quando chegou no Salão Comunal. – Gina riu de leve.
-Na verdade, ela tava ruborizada porque eu falei que só contava, se ela me contasse os mínimos detalhes da noite de vocês. – Brian abafou uma risada.
-Quer dizer então, que se eu quiser saber os detalhes, saberei por que eu não me importaria de contar? – Gina riu baixinho.
-Mais ou menos isso. – ele sorriu, maroto. – Mas não se esqueça que se você fizer isso e a Mel ficar sabendo, você pode se considerar castrado. – ele sorriu.
-Além do fato de que não foi para pedir detalhes que eu vim aqui. – ela sorriu.
-Pra quê foi, então? – perguntou, colocando uma pena no meio do livro que estava a sua frente e fechando-o, colocando-o em cima do pergaminho onde escrevia seu dever.
O moreno a sua frente ficou sério e puxou o ar com força, enquanto apoiava os braços em cima do tampo lustroso, olhando brevemente apara os lados.
Inclinando o corpo para frente, começou:
-Eu só estava tentando entender... – Gina concordou com um aceno de cabeça, pedindo para que ele continuasse. – O que, demônios, deu em você, já que até antes daquele ataque á Hogsmead você jurava de pé junto que o odiava. – a ruiva ergueu uma sobrancelha. – E, na mesma noite que você sai da enfermaria, acaba... Você sabe. – Gina suspirou pesadamente.
-Você sabe muito bem que, por mais que eu negue, eu nunca deixei de amar o Harry. – ele concordou. – E, naquela noite, ele disse que me ama. – olhou o amigo nos olhos. – Mas sabe... Não parecia que ele estivesse falando isso da boca para fora; os olhos dele brilharam de uma maneira que eu nunca pude imaginar que iriam brilhar pra mim e só para mim. – Brian permaneceu calado, esperando a amiga terminar de encontrar a coragem dentro de si para entrar em detalhes tão pessoais, que ele próprio duvidava que conseguiria falar assim, na lata, sem sentir o mínimo medo. – E, na hora que ele chegou onde eu o havia chamado... – não pôde reprimir um suspiro que escapou de seus lábios ao se lembrar da cena do Menino Que Sobreviveu encostado na porta, esperando uma explicação. – Os olhos dele estavam brilhando de tal maneira, que ele me deu a maior certeza de que eu o havia ferido muito, mais cedo ao falar um monte de mentiras.
Brian sorriu de canto.
-Exatamente como você disse que faria se conseguisse fazê-lo se apaixonar.
-Sim. – balançou a cabeça, dando mais certeza ao que dizia. – Exatamente o que eu disse. – puxou o ar com força. – E, na hora que eu disse que o amava... – Brian ergueu uma sobrancelha. – Ele se aproximou de mim, com um sorriso tão sincero... E ele colocou a minha mão no coração dele, sabe? – o amigo sorriu, compreensivo. – E, Merlin, Brian! Tava disparado! – o moreno suspirou, enquanto enlaçava suas mãos uma na outra.
-Você realmente acha que ele te ama dessa maneira, Gi? – perguntou, após algum tempo em silêncio. Gina suspirou.
-Acho. – olhou-o; um sorrisinho triste no canto dos lábios. Brian suspirou.
-Gi... – ajeitou-se. – Você sabe que ele é galinha. – ela concordou com um aceno de cabeça. – E você sabe que esse tipo de garoto sabe mentir muito bem sobre os próprios sentimentos? – ela bufou.
-Sei, Brian! Eu sei disso tudo. – ele olhou-a, esperando que ela continuasse. – Mas, se você prestar um pouquinho de atenção, o Harry não ficou com ninguém depois daquela noite. – fora a vez de Brian bufar.
-Claro! Pra quê ele ficaria com outras garotas, se pode ter a melhor de Hogwarts? – Gina o fuzilou com os olhos.
-Ele só me teve uma noite, Brian. Falei sério quando disse que não estava com ele. – o outro a olho, irônico.
-E aquele papo de recaída?
-Às vezes nos beijamos, mas nada demais. – cerrou os olhos. – O assunto acaba, o clima rola e nos beijamos, mas sabe quantas vezes isso já aconteceu desde que nós viramos amigos? – Brian negou. – Duas!
O moreno suspirou e levantou-se.
-Você que sabe. – colocou as mãos nos bolsos. – Mas já aviso: se eu te ver chorando novamente, como naquele dia, eu juro que faço questão de matar o Potter na porrada. – Gina riu e, sorrindo, Brian caminhou apressado para fora da biblioteca.
[hr]
-Estamos dentro! – Harry exclamou, entrando no vestiário, onde o time estava terminando de se vestir, enquanto esperava o capitão chegar. – Madame Hooch disse que o gol que aquele idiota da Lufa-Lufa tentou fazer na hora que Malfoy e Neville começaram a brigar não valeu, de modo que ganhamos com uma diferença de trinta pontos e não de vinte, como pensávamos. – os jogadores sorriram.
-Quem foi para a final com a gente? – Rony perguntou, terminando de ajeitar o fecho de sua bota. – Corvinal? – Harry pareceu não ouvir o que o amigo perguntou, enquanto lia atentamente o que estava escrito no pergaminho que segurava, enquanto caminhava lentamente até a porta da sua sala; o sobretudo do uniforme do time esvoaçando atrás do corpo.
-Não. – respondeu, por fim, enquanto encostava-se na batente da porta; os olhos ainda caminhavam pela folha. – Pegamos Sonserina. – Rony bufou.
-Ouvi dizer que esse time ta pior que antes. – Simas disse, enquanto colocava o sobretudo sobre os ombros.
Harry sorriu.
-Para você ver a decadência dos dias atuais. – deu de ombros e todos riram. – Mas o fato é que essas cobras jogam sujo e vamos ter cuidado, pois, modéstia a parte, o nosso time é o melhor de Hogwarts e eles sabem disso. – suspirou. – Mesmo que não admitam... E é por isso que eles vão fazer de tudo para derrubar vocês todos e ganhar a taça.
-Sinceramente... – Gina começou, enquanto penteava os cabelos para prendê-los em um rabo de cavalo. – Mesmo que esses idiotas façam um curso intensivo de Como Se Joga Quadribol, eles não conseguem fazer um único gol, sem antes derrubar o goleiro. – terminou de passar o elástico ao arredor dos cachos rubros e, girando sobre os calcanhares, apontou a escova, que ainda segurava, para o irmão. – Então, tome muito cuidado, Ronald! – o ruivo bateu continência.
-Cuidado é meu sobrenome. – todos riram.
-Mas o fato... – Harry falou, sério, fazendo todos se calarem. – É que todos são bons, mas os sonserinos vão tentar acertar os melhores. – e apontou para Gina, que ergueu uma sobrancelha, sarcástica.
-Ei, garotão, eu sei me cuidar! – Harry sorriu e balançou a cabeça, divertido.
-Eu só não quero ninguém ferido. – ele se defendeu e Gina gargalhou.
-Muito meigo da sua parte, mas sabemos nos cuidar, tigrão . – todos gargalharam diante o bico que Harry fez perante o apelido.
-De onde você tira tanto apelidos ridículos? – ele perguntou, sorrindo desdenhoso. A ruiva deu de ombros.
-Antes ridículos do que medonhos. – ele continuou a encará-lo, esperando que ela continuasse. – O quê? Você acha que ninguém sabe os apelidos que a Chang usa com todo mundo que fica?
-Tipo? – Harry perguntou, fingindo que não era com ele.
-Ah, não sei. – ela se fingiu pensativa. – Tipo: Chuchu, abobrinha, beterraba... – a cada palavra que ela dizia, Harry corava e os outros membros do time riam.
Após isso, o treino correu muito bem, com Harry e Gina se cutucando eventualmente, fazendo os outros jogadores pensarem, por breves minutos, que eles haviam se esquecido do fato de que eram amigos e, como tais, não se tratavam como antes de o serem.
De fato, aquela amizade estava rendendo bem mais risadas do que as brigas sem pé nem cabeça que aqueles dois tinham.
[hr]
A lua jazia alta e solitária no mar negro e profundo que era o céu daquela noite. A brisa morna soprava, fazendo as árvores balançarem levemente perante seu toque, enquanto o pio dos animais noturnos pareciam cantar uma bela canção de amor, como que dizendo que naquela noite algo especial aconteceria.
A luz prata da lua entrava pela janela aberta e era a única luz no Salão Comunal da Grifinória; as chamas da lareira já haviam se apagado há muito tempo, porém isso não parecia ser motivo o suficiente para que ele desviasse o olhar das cinzas.
Era como se, de repente, ele não precisasse de mais nada que não fosse pensar nela ; como se somente o fato de conseguir ver o sorriso dela em seus pensamentos, fosse o suficiente para fazer com que um sorriso surgisse nos seus próprios lábios.
Talvez, estivessem certo ao dizer que ele se apaixonara; talvez não. Não sabia ao certo o que era aquilo que sentia, somente sabia que era bom. Era realmente muito bom aquele sentimento, onde o fazia somente ver as qualidades dela, como se os defeitos fossem algo irrelevantes.
Gostasse ele ou não, sorria muito mais quando estava na companhia dela, do que quando estava com algum amigo ou familiar.
Sentia-se completo ao lado dela, como se não precisasse de nada mais para poder gritar para quem quisesse ouvir que era o cara mais feliz do mundo.
Como se somente a presença dela fizesse todos os problemas sumirem; todas as dificuldades parecerem coisas ridículas e fáceis de serem vencidas.
Se ela estivesse ao seu lado.
Não sabia mais passar um dia longe dela; precisava ouvir a risada doce, a voz melodiosa; ver as íris brilharem de uma maneira insegura por breves segundos, enquanto ela sorria sem jeito e lhe contava o que estava acontecendo.
Suspirou; precisava sentir o perfume doce dela; precisava sentir o corpo macio e de curvas perfeitas contra o seu, num abraço carinhoso; precisava sentir os lábios mornos contra o seu, num beijo carinhoso.
Precisava dela para tudo, mesmo que isso significasse ter que agüentar ela lhe provocar, esperando alguma reação; e a única que ele conseguia achar, era envolvê-la pela cintura delgada, sorrir de canto, e beijá-la.
-Isso são horas? – uma voz doce chegou a seus ouvidos, tirando-o de seu devaneio, fazendo com que olhasse por cima dos próprios ombros, somente para vê-la. Sorriu.
-Provavelmente não, mas já que estou sem meu relógio e a senhorita decidiu dar uma volta pelo Salão, não deve ser tão tarde.
Hillary riu e caminhando nas pontas dos pés – fato que ele adorava ver quando ela aparecia do nada no meio da noite, usando somente a calça e a blusinha do pijama -, sentou-se ao lado dele, colocando os pés em cima do puf que havia na frente do sofá.
-Sem sono? – ela perguntou e Joe deu de ombros.
-Não é todo mundo que é afortunado de ter longas e maravilhosas noites de sono. – ela voltou a rir, enquanto permitia que ele passasse o braço por sobre seus ombros e a aconchegasse contra o peito forte. – E você?
Ela deu de ombros.
-É meio difícil dormir quando se tem uma garota idiota no seu dormitório, que não pára de tagarelar com as amiguinhas. – ele sorriu maroto.
-E aposto que o assunto principal eram garotos. – Hillary bufou, mal humorada.
-Ei, eu não me importaria se fosse só isso. – ele riu de leve.
-E por que então? Elas falavam de alguém especifico? – a morena corou e agradeceu aos céus por estar escuro.
-Ah, bem... – ele pôde vê-la bater um indicador no outro, num gesto que deixava claro que não estava disposta a revelar todos os detalhes. – Pode-se dizer que sim.
-Ei, pode ir me contando os detalhes. – ele mandou, cutucando a lateral do tronco dela, que gargalhou.
-Você não vai querer saber, de qualquer forma. – ela resmungou, enquanto se afastava dele, numa tentativa frustrada de fugir do ataque de cócegas que se seguiu.
As gargalhadas dela soavam pelo Salão silencioso, e eram acompanhadas pelas risadas divertidas deles.
-Desembucha logo, piveta. – ele pediu, num tom de voz de quem não aceita um não como resposta. Hillary ainda ofegava do ataque de risos e não pôde evitar ficar mais ofegante ao perceber a posição em que estavam; ela deitada no sofá e ele sobre seu corpo. Os rostos próximos, fazendo os hálitos febris se misturarem.
-Está bem. – murmurou, tentando fazê-lo sair de cima de si, mas ele não parecia muito disposto a deixá-la recuar dessa vez; uma das mãos fazia um leve carinho na barriga reta, fazendo-a se arrepiar. – Elas estavam falando de você. Feliz agora? – ele riu.
-Ainda não. – beijou-a brevemente nos lábios. – Quero saber o que você fez, pra estar tão sem jeito de falar nesse assunto. – ela bufou e tentou empurrá-lo, mas ele conseguiu se manter em cima dela.
-Joe. – ela murmurou, num suplicio, mas ele fingiu não entender e, abaixando a cabeça, mordiscou o lóbulo da orelha dela.
-Diga.
-Ta, ta bem. – ela afundou as unhas nos ombros largos, segurando-se pra não mandá-lo para um lugar nada agradável; será que ele não estava vendo que ela não estava confortável naquela posição? – Elas estavam falando que... – parou por breves segundos para conter o gemido que queria escapar de sua garganta ao senti-lo beijando seu pescoço. – Você era um pedaço de mau caminho... – ele riu, rouco, perto do seu ouvido, fazendo-a se arrepiar. – No que eu concordo. – continuou, maliciosa. – Mas aí elas falaram qualquer coisa sobre irem ficar com você ainda essa semana. – nessa parte, ele parou de provocá-la e ergueu a cabeça para olhá-la nos olhos.
-Você não acredito nisso, acreditou? – ele perguntou e ela sorriu, acariciando o rosto de linhas firmes, docemente.
-Não. – ele sorriu, aliviado. – Mas disse para elas que você preferia que as garotas tivessem cérebro á uma bunda ou seios grandes. – Joe gargalhou.
-Eu não acredito que você disse isso. – Hillary sorriu de canto, irônica.
-Vai dizer que é mentira? – ele negou com um aceno de cabeça. – Então não me enche e aproveite para sair de cima de mim!
-Só se você dançar comigo! – ele exclamou, levantando-se e puxando-a do sofá, levando-a para o meio do Salão, onde eles pararam. Hillary riu.
-Não tem nem música, Joe! – ele deu de ombros.
-Canta pra mim também, então. – ela girou os olhos. – Ei! O que posso fazer se sou um péssimo cantor? – perguntou, enlaçando-a pela cintura, antes de começar a balançar o corpo de um lado para o outro, lentamente, no que ela o acompanhou.
-Uhhh... – a morena começou, baixinho, enquanto apoiava a testa no ombro dele. – There’s a song that’s inside of my soul. – ergueu a cabeça e sorriu docemente para ele, que retribuiu, como que dizendo que conhecia aquela música. –It’s the one that I’ve tried to write over and over again. – deram um giro e, rindo de leve, ela continuou. – I’m awake in the infinite cold.
Ficou um tempo em silêncio, somente cantarolando, como que fazendo os instrumentos, enquanto sentia a mão quente dele subir por sua coluna.
-But you sing to me... – ele sorriu e começou a cantar baixinho, acompanhando-a. – Over and over and over again.
Ele inclinou o corpo sobre o dela, fazendo-a inclinar a coluna pra trás, mas isso não impediu os corpos de roçarem e, antes que ela pudesse voltar a cantar, ele a coloca na mesma posição de antes e, aproximando os lábios da orelha dela, continua a música.
-So I lay my head back down and I lift my hands and pray to be only yours. – os corpos continuavam a balançar no ritmo da música inexistente, enquanto as mãos passeavam pelo corpo um do outro, explorando. E, por mais surpreso que estivesse, Joe não pôde evitar o sorriso orgulhoso que escapou para seus lábios; ela não estava mais fugindo do seu toque.
-I pray to be only yours. – ela continuou, baixinho, enquanto eles se encaravam nos olhos. – I know now; you’re my only hope.
-Amo você. – Joe murmurou, simplesmente, fazendo com que próximas frases da música simplesmente sumir da mente de Hillary, que arregalou os olhos, enquanto os lábios se entreabriam.
O coração batia apressado contra seu peito e o ar se perdeu no caminho de seus pulmões. As pernas viraram geléias e a boca ficou seca.
-O quê? – perguntou, não acreditando no que tinha acabado de ouvir. Era como se toda felicidade do mundo estivesse ali, dento do seu peito, fazendo seu coração bater cada vez mais rápido.
-Eu disse que te amo. – ele murmurou, ainda a enlaçando pela cintura, enquanto as íris azuis brilhavam de uma maneira que ela nunca poderia supor ver os olhos de alguém brilhando para si. – Me enganei com a Gina, mas... – ele continuou, ciente de que isso era um dos principais fatores que a impediam de acreditar. – Com você é diferente. – colocou uma mecha castanha atrás da orelha dela, antes de acariciar o rosto pasmo. – Com você é como se...
-Tudo parecesse perfeito? – ela completou, ao ver que ele não achava palavras.
-É. – ela sorriu docemente.
-Bem vindo ao meu mundo. – Joe arqueou as sobrancelhas, confuso.
-Como? – ela voltou a abraçá-lo pelo pescoço.
-É como me sinto em relação a você, Joe. – ela murmurou, aproximando seus lábios do dele. – Com você tudo parece perfeito demais para ser verdade. – ela suspirou. – Perfeito demais para ser pra mim. – ele a apertou mais contra si.
-Pois acredite. – beijou brevemente os lábios dela. – Eu sou todinho seu. – completou, divertido e ela gargalhou.
-Eu te amo, seu lesado. – fora à vez de ele rir, mas as risadas não duraram muito, uma vez que os lábios haviam se juntado num beijo apaixonado.
[hr]
O sol brilhava alto naquele final de manhã de domingo, onde os alunos andavam pela escola: rindo, conversando e se divertindo, antes de irem para o Salão Principal, almoçar.
E eles não eram diferentes; caminhavam lado a lado, gargalhando de qualquer coisa, enquanto iam lentamente para o Salão Principal, pelo caminho alternativo que ele havia sugerido, o qual estava praticamente vazio.
Os raios do sol matinal entravam pelas janelas abertas, enquanto o canto dos pássaros enchiam o ar.
Cabeças femininas viravam quando eles passavam; algumas olhavam para ele com cobiça, outras olhavam para ela com um brilho assassino nas íris.
-Eu juro que não entendo por que todas as garotas solteiras de Hogwarts decidiram me olhar com ódio de um tempo pra cá. – Gina resmungou, enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça que usava, uma vez que no final de semana os alunos podiam andar com a roupa que quisessem.
Harry riu e, cruzando os braços em frente ao peito, sorriu maroto para ela.
-Talvez por que elas achem que estamos namorando. – tudo o que recebeu em reposta foi uma gostosa gargalhada vinda dela.
-E aposto que quem espalhou esse boato foi você, idiota. – ele riu e negou com um aceno de cabeça.
-Eu te conheço muito bem para saber que não devo fazer isso. – ela deu de ombros, como que dizendo que não se importaria de matá-lo por uma coisa que ele não havia feito.
-Certo. – resmungou, parando de andar e virando-se para ele, que a imitou, de modo que ficaram de gente um para o outro. – Então quem foi? – Harry ergueu uma única sobrancelha.
-E eu que vou saber? – Gina fez uma cara de que isso era óbvio. – Ora, por favor, Gi! Eu posso ser... Como é mesmo que você me chamava? – fez uma fingida cara pensativa. – Ah, sim! Eu posso ser o “senhor popularidade”, mas isso não quer dizer que eu fico sabendo de tudo o que acontece na escola.
Uma risadinha sarcástica escapou pelos lábios naturalmente vermelhos.
-Olha minha cara de quem é idiota de acreditar nisso, Potter! – ele gargalhou, porém, antes que pudesse responder, uma risada debochada chegou ao ouvido de ambos, que viraram a cabeça, somente para ver Cho Chang parada no final do corredor; a barriga mostrava que logo o bebê dela iria nascer, porém isso não parecia ter feito ela começar a criar juízo e continuar na sua.
-Ora, vejam só... – ela começou, desdenhosa. – Se não é o casal perfeito de Hogwarts tendo sua primeira briga. – Harry revirou os olhos e Gina sorriu sarcástica.
-Isso na sua voz é ciúme, querida? – Cho permitiu que uma risada fina e irritante escapasse por seus lábios.
-Ciúme? De uma Weasley? – riu novamente, desdenhosa. – Me poupe, queridinha. É óbvio que o Harryzinho aqui só está com você para poder dizer que levou para a cama a segunda garota mais bonita de Hogwarts para a cama.
Harry franziu o cenho.
-É? – ele perguntou, cerrando os olhos. – Me diz uma coisa, Chang... – ele continuou, ignorando o fato de que era óbvio que Gina queria responder isso. – Por que eu ficaria com a Gina para falar que levei para a minha cama a melhor de Hogwarts, sendo que já fiz isso, antes dela voltar, com você? E para que, diabos, eu iria usar a Gina, sendo que ela é a única garota desse castelo, além da Hermione, disposta a ter qualquer tipo de relação comigo, que não seja para ter fama ou dinheiro?
-Ela não está com você por causa de dinheiro? – a oriental repetiu, antes de gargalhar. – Harry, querido, como você é ingênuo! É claro que ela está com você por causa de dinheiro; ou você acha que os Weasley’s não precisam de uma fonte de renda mais estável do que aquele buraco onde o Weasley pai fingi trabalhar?
-Ao menos... – Gina começou, se aproximando alguns passos. – Meu pai pode dizer que é honesto, que nunca teve que roubar de ninguém para conseguir manter sua família, que por um acaso, é uma das mais numerosas da Inglaterra. – cerrou os olhos, transformando-os em duas fendas amêndoas. – Ao menos, meu pai pode dizer que todos os seus filhos foram criados com dignidade e que nenhum deles, jamais, se preocupou em virar amigo de alguém somente para ter fama, dinheiro e o rosto impresso na primeira página no Profeta Diário. Nossa família ao menos pode se orgulhar de ninguém, jamais, ter ficado grávida de um sonserino e dizer que o filho é de alguém tão famoso quanto o Harry. – um sorrisinho desdenhoso escapou para o canto de seus lábios. – Pelo menos, se é pra trapacear, minha família sabe fazer a coisa durar por anos, enquanto você e sua família fazem durar por, no máximo, quatro meses!
-O que você está insinuando? – a oriental perguntou, cerrando os olhos. Harry girou os olhos.
-Que você e sua família são um bando de burros. – o moreno respondeu, antes de segurar Gina pelo antebraço e começar a caminhar, apressado, na direção oposta á da oriental.
-Que revoltado você! – Gina exclamou, quando já estavam fora do campo de audição da chinesa. Harry riu de leve.
-Posso não gostar da Chang, ruiva, mas isso não quer dizer que eu queria ser o responsável de fazer a garota ter um ataque de nervos e entrar em trabalho de parto antes da hora. – Gina sorriu, irônica.
-Esse seu lado preocupado com tudo e com todos é comovente. – comentou, enxugando uma lágrima imaginaria no canto dos olhos.
-Você não presta. – foi tudo o que ele disse, antes de ficarem em silêncio, enquanto Harry ainda a arrastava para o Salão Principal.
Quando chegaram no Hall de Entrada, Harry finalmente a soltou e, parou de caminhar, fazendo-a imitá-lo.
-Quem entra primeiro? Eu ou você? – ele perguntou, sarcástico e Gina gargalhou.
-Que tal os dois ao mesmo tempo? – ela resmungou. – Não, porque a gente só entra separado se quiser dar certeza á esse povo todo de que estamos tendo algum tipo de relação secreta.
-E se entrarmos juntos...
-Damos a certeza de que não nos importamos se eles acham se estamos juntos, separados, brigados, enrolados ou o que quer que seja. – Harry sorriu malicioso.
-Sabia que tudo que é proibido é mais gostoso? – Gina deu de ombros.
-Sei. – sorriu. – Mas nada que pudéssemos ter, além de amizade, não seria proibido, uma vez que você é o genro que mamãe pediu a Merlin. – Harry gargalhou. – Claro que tirando somente a parte de ser mulherengo. – Harry deu de ombros.
-Não tenho culpa que todas as mulheres me atraem! – a ruiva girou os olhos.
-Você é pior que tarado! – e, girando nos calcanhares, começou a caminhar para dentro do Salão. Rindo, Harry a seguiu.
-Ei! E aquele papo de entrar junto? – ele perguntou, quando conseguiu caminhar ao lado dela, que deu de ombros.
-Não sei. – olhou para ele de rabo de olho. – Só sei que você correndo atrás de mim, no meio do Salão Principal, fez as garotas criarem a ligeira esperança de que você pudesse ter brigado com a sua nova namoradinha. – Harry gargalhou.
-Se eu tivesse uma! – Gina parou de caminhar, os olhos arregalados e os lábios curvados em um sorriso maroto.
-Que dizer que o senhor Sedução não está conseguindo pegar nenhuma garota? Que está na seca!? – Harry fechou a cara e Gina gargalhou.
-Não tenho culpa que todas elas acham que estou tendo um caso com você.
-Não que elas ou você mesmo se importem em ser fiel. – Harry encolheu os ombros.
-De fato, mas elas estão preocupadas com o que você pode fazer se descobrir que elas estão beijando o seu “namorado” aqui. – a ruiva revirou os olhos.
-Bando de idiotas superficiais. – resmungou, antes de voltar a caminhar e sentar-se ao lado de Melissa; Harry postou-se ao seu lado.
-Olá, estranha! – Hillary exclamou, do outro lado da mesa, acenado animadamente para a ruiva, que sorriu e não pôde evitar perceber as mãos entrelaçadas de Hillary e Joe sobre a mesa.
-Perdi alguma coisa? – perguntou, indicando as mãos dos amigos.
-Não só você, mas Hogwarts toda! – Melissa exclamou, rindo. – Se você soubesse como foi que esses dois se declararam... – gargalhou. – Foi patético!
-Ao menos não somos nós que beijamos alguém que gosta de ambos os sexos. – Joe resmungou, antes de beber um gole de seu suco. Gina riu e Melissa mostrou a língua para o irmão.
-Ei! Eu já superei essa fase vergonhosa da minha vida! – Brian exclamou, mal humorado, enquanto corava, fato que arrancou risadas de todos os amigos presentes.
-Eu que o diga, meu amor. – Melissa comentou, enquanto deitava a cabeça no ombro do moreno. Joe olhou de um para o outro, desconfiado.
-Devo questionar a pureza da minha irmãzinha? – ele perguntou, perigosamente, fazendo Brian engolir em seco e Melissa girar os olhos.
-Não quando de puro você só tem o cabelo. – ela respondeu e Joe corou violentamente.
-Melissa! – Melissa e Gina gargalharam perante o fato raro de ter Joe corado em sua frente.
-Vai dizer que é mentira, Antony? – Gina perguntou, frisando, divertido, o sobrenome do amigo.
-Não me chame de Antony, Molly! – Gina bufou.
-Merlin! Onde mamãe estava com a cabeça quando me deu o nome dela? – apoiou o cotovelo na mesa e a cabeça na mão. – Eu amo a mamãe, mas ela tem um nome que, definitivamente, não combina com Virginia.
-Não que você devesse reclamar. – Rony resmungou, falando pela primeira vez. – Mamãe queria te chamar de Ginevra. – Gina cuspiu o gole de suco que tinha na boca.
-O QUÊ? – todos riram. – Merlin do céu! Papai e mamãe deviam estar bêbados quando faziam uma lista de nomes a dar. – Rony concordou com um aceno de cabeça.
-Realmente. Dar meu nome do meio de Billius é sacanagem das grandes.
-Billius é uma gracinha, Rony. – Hermione resmungou, sem tirar os olhos do livro que lia.
Porém, antes que o ruivo pudesse responder, o barulho de metal contra vidro se fez presente, de maneira que todos os alunos olharam para a mesa dos professores e se calaram ao ver Dumbledore se levantando.
-Boa tarde a todos. – ele começou, sorrindo. – Eu sei que provavelmente a conversa de vocês deve estar animada. – olhou para a mesa de Grifinória. – Por isso serei breve. – sorriu, bondoso. – Gostaria de avisá-los de que esse ano, Hogwarts dará um baile de despedida no próximo dia vinte e nove, logo que os testes finais acabarem, bem como o campeonato de Quadribol. – pigarreou e o burburinho que se instalara no Salão sumiu. – Não é necessário levar par, mas seria interessante ver novos casais se formarem. – olhou para Harry e Gina, como se soubesse de algo que mais ninguém soubesse. – E todos deverão estar de gala. Alunos de todos os anos poderão comparecer. – risadinhas se espalharam entre os alunos do quarto ano para baixo. – Sem mais. – e sentou-se, fazendo com que o habitual barulho de conversa voltasse a tona, três oitavas mais alto que antes do aviso.
-Ei, Gina! – Harry chamou, ignorando as risadinhas de Hillary e Melissa e os resmungos de Hermione, perante o pedido de confirmação de Rony, se ela iria com ele mesmo.
A ruiva ergueu os olhos de sua comida, somente para se deparar com um sorriso sincero de Harry.
-Que tal irmos ao baile juntos? Como amigos. – completou ao ver o olhar irônico dela, que sorriu após ele dizer isso.
Deu de ombros.
-Por mim tudo bem. – e voltou a comer, como se nem tivesse parado.
Harry sorriu. Nunca pensara que seria tão simples assim.
Continua...
N/A: Eu sei que MAIS UMA VEZ eu demorei! =P Mas sejamos justos! Demorei bem menos que antes! =)
Os motivos de eu ter demorado um pouquinho mais do que o planejado com esse capítulo, foram: 1-Bloqueio! u.u; 2- Passei uma semana toda correndo atrás de roupa pra ir à formatura de duas amigas minhas, que por sinal estavam lindas; 3- preguiça também participou dessa vez! XD
Mas, o mais importante, e que não é nenhum motivo de ter atrasado é: PASSEI DE ANO DIRETO! :D
Ou seja: nada de provas até o dia vinte e dois; nada de estudar matéria do ano todo. Somente ser feliz, dormir até tarde; ler tudo o que tenho direito; me divertir; e, é claro, escrever! ^-^
Mas enfim... Espero que tenham gostado desse capítulo e que tenha valido a pena esperar! =) Música que Hillary e Joe cantam é a Only Hope da Mandy Moore.
E quem apoiava Joe/Gina, só um apelo: NÃO ME MATEM! U.U’
COMENTEM! ;)
Beijinhos...
Serena Bluemoon.
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