Capítulo 16
N/A: Antes de qualquer coisa, já aviso que há cenas mais fortes nesse capítulo... Então, a grande quantidade de coisas em itálico, para quem não quiser ler, é recomendável não ser lida, embora não vá entender algumas coisas. Mais coisas na N/A no fim do capítulo. Até lá.
Parecia que todos os alunos estavam no Salão Principal naquele dia, mas um em especial parecia possuir a aura mais alegre da que possuíra nos últimos três dias.
Harry ria alegremente de uma piada qualquer que Rony contara; as íris verdes brilhavam em pura alegria, enquanto o sol que entrava pelo teto encantado, iluminava aquele corpo másculo e viril como se houvesse nascido somente para iluminá-lo e dar maior destaque a sua felicidade.
Suspirando pesadamente, Gina se forçou a desviar o olhar de Harry e, ao olhar para onde seus amigos estavam, viu que todos olhavam pra ela. Respirou pesadamente, enquanto voltava a passar manteiga na torrada que ia comer; sabia o que viria agora.
-Quê? – perguntou, com descaso, antes de colocar um gole de suco de abóbora na boca.
-Você é a fim do Potter! – Hillary, Melissa e Brian exclamaram juntos, fazendo a ruiva se engasgar com suco, antes de arregalar os olhos. Sabia que os amigos falariam isso, mas não conseguia conter a surpresa cada vez.
-Vocês beberam? – perguntou, entre uma tossida e outra. – Injetaram? Cheiraram? – os três riram, como se soubessem de algo que a ruiva, ainda, não sabia.
-Ora, Gina... – Hillary começou, enquanto analisava cuidadosamente a vasilha de rosquinhas que tinha em sua frente; até que se decidiu por uma de chocolate. – Está mais do que na cara que você gosta dele. – Gina sorriu sarcástica.
-Claro! – pousou a taça, que ainda segurava. – Gosto dele como minha válvula de escape! – os outros três giraram os olhos.
-Não minta, Gininha. – Brian murmurou, fingindo ser um irmão mais velho da ruiva, que riu divertida. – Todos sabemos do seu amor platônico por aquele legume manco. – dessa vez, Gina riu alto, atraindo a atenção de quem estava perto, entre eles Harry, Rony e Hermione.
-Amor platônico? – riu. – Pelo Potter? – o mencionado franziu o cenho em surpresa ao ouvir o próprio nome sair de modo tão sarcástico pelos lábios de Gina. – Eu? – ela riu com tanta vontade, que deu certeza a Harry de que, a última coisa que ela sentia por ele, era amor. Mesmo que platônico. – Vocês, definitivamente, beberam! – ela completou, enquanto jogava o guardanapo, que estava pousado sobre suas pernas, em cima da mesa, antes de se levantar e jogar a mochila sobre os ombros.
-Aonde você vai? – Melissa perguntou, colocando sua torrada dentro do prato que estava a sua frente.
-Me livrar de tanta baboseira. – respondeu, girando nos calcanhares.
-A verdade dói tanto, Gina? – Brian perguntou, maroto, fazendo a amiga virar para encará-lo; as íris brilhando em pura raiva.
-Doeria, O’Conner, se realmente fosse verdade. – seu tom fora tão venenoso, que Brian não se atreveu a continuar a provocar a ruiva, que foi para fora do Salão Principal, caminhando tão apressada que parecia a muitos que ela não passava de um raio vermelho, passando por entre as mesas de Grifiniória e Lufa–Lufa.
Sorrindo e balançando a cabeça de um lado para o outro, Hillary pegou sua mochila e se levantou.
-Vou ver porque essa ruiva está tão estressada. – avisou, fazendo Brian sorrir maroto, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa, começou a fazer o mesmo caminho que a amiga, só que em passos mais lentos, devido ao tamanho exagerado dos livros das aulas que teria naquele dia.
-Deve ser TPM! – ele gritou, fazendo a morena rir, antes de parar de caminhar, e virar-se para encará-lo, sorrindo ironicamente.
-Com vontade de ter TPM também? – ela respondeu, antes de voltar a caminhar e, finalmente, sair do Salão.
Hillary caminhou apressada para o primeiro andar, onde sabia que a ruiva estaria, e não se enganou. Viu Gina caminhando apressada, quase virando a esquina.
-Gi! – chamou, fazendo a ruiva suspirar ruidosamente, antes de parar e se virar para encarar a amiga, com visível mal humor.
-Se é pra me falar que eu estou a fim do Potter, é melhor me deixar sozinha. – ela murmurou, ríspida, enquanto uma leve brisa da manhã entrava pela janela aberta e fazia os cabelos de ambas esvoaçar levemente.
Hillary franziu o cenho, surpresa; o que dera naquela ruiva doida? Será que ela se drogara? Okay! Péssima teoria.
-Eu não vim falar do Potter. – parou na frente da amiga, ajeitando a alça da mochila sobre os ombros. – Vim falar de você, Gina. – completou, fazendo a ruiva cruzar os braços em frente ao peito, enquanto o semblante estava contorcido em uma expressão de curiosidade. Aquilo sim a deixara realmente surpresa, uma vez que em cada onze coisas que seus amigos falavam para si, quinze era que ela estava a fim do Potter.
-Falar o que de mim? – perguntou, esquecendo momentaneamente a raiva que sentia. Hillary sorriu, divertida.
-Que você gosta do Potter. – riu marota ao ver a expressão zangada de Gina. – É brincadeira, Gi. – riu levemente, tentando tirar o clima pesado que a ruiva fazia questão de manter. – Falando sério agora... O que você tem? Anda muito estressada. – a ruiva girou os olhos; que amigos fora arranjar. Tudo bem... Estavam preocupados consigo, mas poxa... Era muito pedir um pouco de privacidade?
-Notas baixas. – deu de ombros, enquanto prendia os longos cachos ruivos em um alto rabo de cavalo. Fora a vez de a morena girar os olhos.
-Você? Notas baixas? – riu sarcástica. – Conta outra! – Gina bufou, antes de girar nos calcanhares e voltar a caminhar.
Hillary coçou a nuca, sem jeito e ao mesmo tempo atônita. Sabia que Gina era temperamental, mas isso não explicava o repentino mau humor da ruiva. Talvez, Brian estivesse certo; talvez fosse TPM mesmo.
Suspirando, virou-se para voltar para o Salão Principal, mas deu de cara com Joe.
Bufou; era tudo o que precisava para seu dia ficar perfeito.
Molhou os lábios com a pontinha da língua, antes de sorrir divertido.
Rony era mesmo um idiota! E Hermione era mais idiota ainda de brigar com ele.
-Mas é sério, Mione. – ele exclamou, com mau humor, que era desmentido pelo sorriso em seus lábios. – As vacas da velha que mora perto lá de casa, voaram! – Hermione bufou e passou uma mão pelos cachos castanhos.
-Duas coisas pra você, Ronald... – ela começou, antes de dar um gole no seu suco. – Primeira; a casa mais próxima da sua, fica na saída de Londres. – Rony bufou. – Segundo; mesmo no mundo bruxo, vacas não voam. – completou, fazendo Rony cruzar os braços sobre o peito.
-Porque quando você fala é verdade e quando eu falo é besteira? – ele perguntou em óbvio mal humor e Hermione deu de ombros.
-Porque eu já li todos os livros da biblioteca e você não! – ele girou os olhos.
-Mas eu sou o puro sangue e você não. – respondeu, sem pensar, fazendo os olhos da namorada se encherem de água. Ela se levantou, abraçando seus livros com força.
-Você é mais idiota do que eu poderia imaginar. – e saiu correndo. Rony olhou para Harry, confuso.
-O que foi que eu fiz? – perguntou, fazendo o moreno fuzilá-lo com os olhos.
-Só acabou de ajudar o Malfoy, a chamar a Hermione de sangue ruim. – Rony arregalou os olhos, antes de juntar seus livros, apressado.
-Vou tentar consertar essa burrada. – ele avisou, antes de fazer o mesmo caminho que a namorada fizera.
Harry revirou os olhos; definitivamente, aquele ruivo era mais tolo do que imaginara.
O moreno suspirou e jogou o último pedaço de torrada na boca, antes de se levantar e começar a caminhar em direção a primeira aula; para o que seria um longo dia sem seus amigos, os quais, tinha certeza, estavam fazendo as pazes em alguma sala esquecida do castelo.
Bocejou, enquanto continuava a caminhar na direção da aula de Feitiços.
Porque seus amigos tinham que insistir tanto que ela gostava daquele imbecil do Potter? Okay! Não o odiava, mas também não gostava dele! Isso era tão difícil de se entender? Para ela, pelo menos, não.
Certo... Talvez Melissa não concordasse, uma vez que no passado a ruiva vivia dizendo que a amiga loira era a fim do Brian. Mas ela, Gina, estava certa não?
Será que seu destino era igual ao de Melissa? Começar achando ruim essas brincadeiras, depois participando delas para, por fim, acabar namorando o dito cujo?
Bufando, por tais pensamentos, foi obrigada a parar no meio do caminho por ver Cho Chang e Draco Malfoy conversando. Poderia tentar sair de fininho, se Draco não houvesse a visto.
-Ora, veja só... – ele murmurou, desdenhoso, no que a ruiva gemeu baixinho, em um lamento. – Se não é a pobretona Weasley andando sozinha pela grande Hogwarts! – completou, fazendo a oriental rir feito uma gralha. Gina suspirou pesadamente para se acalmar; já fora prejudicada demais por aquela chinesa queimada. Não iria permitir que suas notas ficassem mais baixas do que já estavam.
-Você é tão engraçado, Malfoy. – colocou uma mecha ruiva, que escapara do elástico, atrás da orelha. – Olha como estou rindo. – completou sarcástica. Porque aquele loiro tinha que ser tão tapado a ponto de não perceber que ela cansara de perder seu tempo tentando mostrar a ele que não seria com piadas idiotas que ele a atingiria.
-Foi realmente engraçado, Weasley. – Cho defendeu, enquanto se apoiava em um dos ombros largos de Malfoy, que tinha um sorriso de triunfo sobre os lábios.
-Então, continue rindo feito uma idiota, Chang, e tente levar o loiro aí para a cama e ria da desgraça que ele deve ser. – resmungou, antes de voltar a seu caminho e quanto mais se afastava, mais baixos ficavam as risadas de Draco e Cho.
Girou os olhos; isso porque ela era a mais nova.
Bufou, tudo que, definitivamente, não precisava era daquele encontro com aquele loiro aguado.
-Rivendell. – ele murmurou, sorrindo pelos cantos dos lábios.
-Watson. – Hillary respondeu, mais por educação que por vontade.
-O que faz andando sozinha por aqui? – ele perguntou como que dizendo que ela era excluída. Hillary girou os olhos, o que isso dizia respeito a aquele loiro enxerido?
-Nada que seja da sua conta. – respondeu friamente, enquanto passava uma mão pelos cachos castanhos. – Agora, se você não se importar, tenho coisas mais interessantes para fazer, do que perder meu tempo com você.
Joe riu de leve, enquanto aproximava seus lábios dos dela, que sentiu um arrepio involuntário subir por sua espinha. Odiava quando isso acontecia, mas o que podia fazer? Banir os arrepios de seu corpo era que não dava.
-Como o quê? – provocou.
-Contar quantas rachaduras Hogwarts tem em seus tetos e paredes; me perguntar porque perco meu tempo com você; tentar jogar todas as cartas de um baralho dentro de um chapéu; tentar fazer um mudo falar e um surdo ouvir. – ela respondeu secamente, fazendo-o sorrir divertido, no que Hillary teve que concordar com a maioria da população de Hogwarts; ele era lindo.
-Você vai trocar esse loiro aqui por coisa chatas e feias? – riu. – Eu sabia que você não gostava muito de homens, mas não podia imaginar que você os repudiasse. – fora a vez de Hillary rir, enquanto ajeitava a alça da mochila sobre os ombros.
-Primeiro; você não sabe nada sobre a minha vida, então, não venha dizer o que eu gosto ou repudio. – sorriu sarcástica. – Segundo; eu não fazia a mínima idéia que você fosse homem. – Joe jogou a cabeça para trás, rindo secamente.
-Isso tudo só para não admitir que quer ver o quanto eu sou homem? – ela gargalhou com gosto.
-Não, Watson. – Hillary molhou os lábios com a pontinha da língua. – Isso tudo para não ter que esfregar na sua cara que você parece com uma bicha louca. – Joe sorriu maroto, passando uma mão pelos cabelos loiros.
-Eu pareço uma bicha louca? – riu, enquanto beijava o espaço entre os lábios e a bochecha da morena, que não teve como impedir seu coração de disparar. - Mas bem que você é louquinha para ir para a cama comigo.
Porque aquela proposta, que vinha dos lábios dele, lhe parecia extremamente tentadora? Suspirou pesadamente, antes de responder.
-Até a Lula Gigante me parece mais bela que você. – e vendo que ele ficara sem resposta, o que era muito raro, voltou ao seu caminho para o Salão Principal.
Sabia que aquele loiro era doido, mas não podia imaginar que fosse tanto, a ponto de argumentar as cegas, somente para irritá-la.
Bufou; porque ele tinha que existir?
-Porque você tem que ser tão leguminoso, Weasley? - Hermione perguntou mal humorada, enquanto continuava seu caminho para a Sala de História de Magia.
-E porque você tem que ser a sabe tudo mais linda que eu já vi? – ele respondeu, tentando parar na frente dela, que quase corria, de tão rápido que andava.
Hermione teve que morder o lábio inferior para conseguir conter o sorriso. Rony podia ser um tapado, mas em alguns momentos ele era o ser mais doce do mundo.
-Não vai ser com meia dúzia de palavras meigas que você vai conseguir que eu te perdoe! – ele bufou e finalmente conseguiu fazer com que ela parasse.
-E se eu falar que você é a pessoa mais importante da minha vida? Que você foi e é a única garota que consegue me fazer viver a felicidade do amor verdadeiro. – aproximou seu rosto do dela. – Que sem você não existe Rony Weasley? – dessa vez não teve como Hermione segurar o sorriso. Ele vez menção de falar, mas ela foi mais rápida.
-Não pense que é só porque estou sorrindo que te perdoei. – ele gemeu, derrotado. – Mas posso pensar seriamente no seu caso se a desculpa que você der for muito convincente. – isso pareceu refazer, um pouco, o animo do ruivo, que sorriu de leve.
Deu de ombros.
-Sabe como é... – ele voltou a dar de ombros. – No calor da discussão, eu não pensei antes de falar e... – fez uma breve pausa. – Simplesmente saiu.
Oh, certo! Agora seria realmente muito bom ele lhe falar algo que não soubesse. Seria realmente interessante!
-Certo, Ronald. – depositou um breve beijo no espaço entre os lábios e a bochecha do ruivo. –A gente se vê. – e continuou seu caminho, deixando para trás um Rony abobado.
Não teve como segurar o sorriso maroto, que escapou para seus lábios, logo depois que virou o corredor.
Adorava isso... Fazer Rony de bobo, fingindo ainda estar brava com ele.
Admitia que o que ele lhe falara lhe ferira, mas a dor não durara muito; não conseguia guardar os sentimentos negativos por Rony, nem por cinco minutos.
O que o amor que tinha por aquele ruivo não fazia com seu orgulho.
Podia ver a menina a sua frente rir divertida, enquanto ele empurrava o balanço, que ia pra frente e para trás levemente.
Estavam no grande jardim da mansão, onde um criado estava parado, ao lado de uma mesa, onde havia uma grande variedade de guloseimas, olhando-os.
-O lanche está servido, crianças. – o criado falou, fazendo-os parar de brincar e correr até a mesa, mas antes que pudessem alcançar a peça de madeira, uma explosão, no interior da mansão, sendo seguido por um grito de dor, fez com que eles parassem no meio do caminho, assustados, enquanto o criado corria para o interior da casa, para ver o que estava acontecendo.
Não sabia ao certo o que fazer e tudo o que veio em sua mente foi salvar a menina ao seu lado. Pegou-a pelo pulso, antes de começar a correr na direção do pequeno quartinho que havia no fundo da mansão, mas seu caminho foi barrado por um Comensal alto e gordo. O que ele iria fazer consigo? Não sabia, já que uma dor alucinante atingiu sua nuca, antes de seu mundo rodar e se apagar.
Não sabia quanto tempo ficara desacordado, mas agora sua consciência retornara. O que não voltara era sua coragem de abrir os olhos e ver onde estava e com quem estava, mas o grito fino e agudo de sua irmã invadiu sua mente, fazendo-o abrir os olhos bruscamente, levantar-se em um salto, somente para ver que o brutamontes que bloqueara seu caminho, espancava a pobre menina.
Isso pareceu fazer com que sua coragem voltasse por completo. Num gesto que misturava desespero, coragem e medo, correu até o homem mais velho, chutou sua canela, voltou a pegar a menina pelo pulso e correu para fora do quarto onde estava, abriu a porta e saiu, mas parou abruptamente.
Comensais! Era somente isso que conseguia ver. Havia comensais por todos os lados e em todos os lugares. O desespero e o medo corriam por suas veias com mais força, enquanto tentava segurar as lágrimas em seus olhos, somente para passar confiança a menina que estava ao seu lado.
Tudo o que ele queria era que aquele momento de terror acabasse bem e que ninguém saísse muito machucado.
-Vai ficar tudo bem. – ele murmurou, abraçando-a pelos ombros. Para ser sincero, sentia que aquela era a última vez que via sua família com vida.
Não demorou muito para que os comensais, que circulavam pela mansão começassem a levá-los para os troncos, onde seus pais, outrora, pretendiam fazer um balanço.
Não se surpreendeu ao ver seus pais amarrados um de frente para o outro, enquanto no tronco ao lado estava amarrado um menininho mais novo que si.
Céus. Qual fora o pecado que ele e sua família havia cometido para merecer tal castigo? Por que seu pai tinha que ter se rendido tão facilmente ao ver ele e sua irmã como reféns, os quais os Comensais podiam matar, somente para que o Auror se rendesse.
Não sabia porque seu pai se rendera, sendo que sabia que ele e sua irmã não temiam a morte.
-Não se atreva a machucá-los. – a voz da mulher saiu tremula, porem venenosa e perigosa, quando ela viu seus filhos sendo amarrados brutalmente ao tronco ao seu lado. Tudo o que os comensais fizeram foi gargalhar e empurrar sua cabeça com força, fazendo-a se chocar contra a madeira sua frente, abrindo um fundo corte, sujando seu rosto de sangue.
Dessa vez, não teve como conter as lágrimas de dor que escorriam por seu rosto.
Porque, entre tantos bruxos, a sua família tivera que ser a escolhida? Porque aqueles comensais não podiam perceber que, sem Lord Voldemort para defendê-los, eles logo seriam pegos por tudo aquilo que estavam fazendo a uma das famílias mais importantes tanto do mundo bruxo quanto do mundo trouxa.
Talvez o destino queria somente testá-los, fazendo com que a família toda perdesse sua fé em Merlin e toda a esperança que tinham de sobreviver daquele maldito ataque.
Suspirou pesadamente, para conter o gemido de dor que queria escapar de sua garganta quando o som de um chicote cortou o ar e chocou-se contra sua coluna.
-Malditos! – a menina a sua frente gritou, enquanto as íris azuis claro, adquiriam uma tonalidade negra. – Eu o amaldiçoou. – ela murmurou.
-Crystal, não se canse. – murmurou com a voz tremula. – Você tem que estar preparada para tudo o que possa acontecer. – mas parecia que suas palavras não faziam o mínimo efeito sobre a irmã mais nova, que conjurava a maldição, usando algumas palavras em latim.
Suspirou, era nessas horas que odiava o fato de ser bisneto de feiticeiros. Desde que nasciam tinham que aprender a se defender; aprender as piores maldições.
Os comensais somente riam da garota, uma vez que sua maldição, aparentemente, não surtira efeito.
Crystal pareceu não se importar com as risadas dos comensais, já que somente abaixou a cabeça e encostou a testa no troco, descansando.
-Eles vão ver o que é bom para a tosse quando isso tudo acabar. – ela murmurou, antes de levantar os olhos e encarar o irmão nos olhos. – Você vai ver.
-O que foi que você fez? – perguntou, onde ela sorriu fracamente, enquanto os comensais paravam atrás de si e começavam a soltá-la.
-Você vai ser a primeira a sofrer as conseqüências do desafio que seus pais fizeram ao lord das trevas há sete anos. – eles falaram, no que a mulher mais velha se debateu, tentando soltar-se.
-Porque vocês têm que ser tão imundos, seus vermes decadentes? – ela perguntou, sem se importar em segurar as lágrimas que escorriam de seus olhos. – Será que são tão covardes a ponto de se vingar usando uma criança indefesa? – ela riu sem humor, no mesmo instante em que um comensal caminhava até si. – Seus porcos imundos! Quem os desafiou foi meu marido e eu! Não nossas crianças. – o comensal parou atrás dela, prensando seu corpo contra o dela, que fez uma careta de nojo.
-Acho melhor você calar a boca, vadia. – ele sorriu maldoso. – Se não quiser ver do que realmente somos capazes. – beijou o pescoço dela. – Porque o que vamos fazer não chega nem aos pés.
O homem que estava amarrado na frente da mulher riu sarcástico.
-Vocês são capazes de alguma coisa? – ele voltou a rir. – Agora sim eu estou surpreso.
O que aconteceu a seguir foi muito rápido; enquanto alguns comensais batiam e estupravam Crystal, outros faziam o mesmo com sua mãe, enquanto seu pai era chicoteado e torturado com algumas maldições.
-Não se atrevam a tocar no Brian! – Crystal gritou, ao ver os homens desamarrarem o irmão, que somente permitiu-se ser guiado, enquanto lágrimas de desespero e dor escorriam silenciosamente por seu rosto.
-Deixa Crystal. – ele deu de ombros. – Mais cedo ou mais tarde eu vou me vingar e aí eles vão ver do que somos realmente capazes. – completou, fazendo os comensais rirem, antes de pegar um pequeno punhal e cortar a lateral do seu braço, perto do seu ombro.
Mordeu o lábio inferior para conter o grito de dor; não daria a eles o gostinho de ver que estavam lhe causando dor.
O grito de Crystal chamou sua atenção, fazendo-o erguer as íris, somente para vê-la caída no chão, o abdômen nu estava cortado profundamente, fazendo com que logo uma poça de sangue estivesse em baixo da menina.
-CRYSTAL! – gritou, enquanto livrara o seu braço bom do aperto dos comensais e fazia menção de correr na direção da irmã, mas a lamina do punhal cortar a extensão do seu abdômen, fazendo-o sangrar.
Perdeu o contra peso e caiu de quarto; ofegou. Mas não iria se render à dor, iria até sua irmã, nem que para isso tivesse que sangrar feito uma vaca seca.
Puxando o ar com força, ergueu o corpo e caminhou cambaleante até a irmã gêmea.
Ajoelhou-se ao lado dela e colocou a cabeça da irmã sobre suas pernas.
-Crys... – murmurou, lágrimas escorriam por seu rosto e caiam sobre o rosto da irmã, que levou a mão até seu rosto machucado, acariciando-o.
-Shi... – ela pediu, sorrindo de fraco. – Você tem que fugir, irmão. – ela murmurou, respirando com dificuldade. – Não adianta você ficar aqui. – ofegou. – Você tem que ir embora se quiser continuar vivo. Esconda-se e fique até ter certeza que esqueceram sua existência. – passou um dedo pequeno sobre o corte no braço do irmão levemente, fazendo com que a dor parecesse desaparecer. – Eu te amo tanto. – ela murmurou, antes de fazer um careta de dor. E, antes que ele pudesse responder, a mão dela caiu ao lado de sua perna e seu rosto pendeu para o lado; estava morta.
-Eu também te amo, Crys. – murmurou para si mesmo, passando a mão pelos longos cachos morenos dela.
Teria ficado ali, com a irmã morta em seu colo, lamentando, se o grito de seu irmão não houvesse atraído sua atenção.
Olhou por cima do próprio ombro, somente para ver que um Comensal fazia cortes ao longo do corpo da criança. Levantou-se e estava pronto para correr ao socorro do irmão, quando o Comensal ergueu o braço e, descendo-o numa velocidade incrível, cortou a cabeça do seu irmão.
Fechou os olhos numa expressão de nojo e dor.
Abrindo os olhos, olhou para o lado a tempo de ver sua mãe sendo morta por um Avada Kedavra e seu pai sendo reduzido a pó, devido a um feitiço que somente tinha como finalidade queimar a pessoa viva até que ela voltasse ao pó.
Permitiu que as lágrimas escorressem com mais força por seu rosto, antes de secá-las com violência.
Olhando ao arredor, viu que os Comensais estavam distraídos, rindo do que haviam feito, enquanto fingiam ser artilheiros em um jogo de Quadribol e jogavam a cabeça de seu irmão um para o outro.
Engolindo todo seu desejo por vinganças e todo o seu ódio, girou nos calcanhares e correu o mais rápido que suas pernas permitiram, de modo que fugiu e nenhum comensal percebeu imediatamente.
O cenário mudou e ele também. Já não tinha mais cinco anos e nem morava mais na Inglaterra. Agora, tinha sete anos e morava na Espanha com seus avôs paternos, uma vez que não chegara a conhecer os maternos.
Não que ali fosse um lugar desagradável; muito pelo contrario, gostava do clima frio. Tudo bem que, naquele momento, fosse inverno e que estivesse dez graus negativos, mas mesmo assim... O clima em baixo de seu cobertor era muito agradável e aquecido.
Bocejando, se esticou todo, se espreguiçando, como se fosse um gato manhoso.
Gemendo em lamentação, se sentou sobre o colchão fofo e olhou janela a fora, somente para ver que a neve começava a cair.
Dando de ombros, se levantou da cama e, quando terminou de se trocar, o barulho da porta da frente sendo aberta bruscamente chegou a seu quarto, fazendo-o correr até a janela para ver o que estava acontecendo; a raiva e o ódio invadiram seu ser quando viu que, mais uma vez, os Comensais invadiam seu caminho e tentavam maltratar pessoas que eram importantes para si.
Bufando, jogou uma capa por sobre os ombros e amarrou-a, enquanto corria escada a baixo, fazendo a barra da mesma esvoaçar.
Parou ao pé da escada ao ouvir os berros de dor de seus avôs. Puxou o ar com força, reunindo toda a coragem e ousadia que possuía e correu até a sala, onde tinha certeza que eles estariam.
Quando chegou onde queria, parou abruptamente na porta, olhando horrorizado a cena onde seu avô, um homem baixinho, magro e de seus noventa anos, era torturado pelas maldições imperdoáveis, enquanto sua avó, uma mulher baixa, magra e de seus oitenta anos, era brutalmente espancada.
Olhou para os lados, procurando algo que pudesse usar como arma, mas não achou nada. Estava preste a pular sobre um dos terroristas, quando a velha senhora olhou para si, enquanto o sangue escorria por todo o seu rosto, manchando de vermelho o chão de madeira da sala. Gelou.
-Corra, Brian. – ela falou, somente com o movimento dos lábios. - Não se preocupe com a gente. – sentiu seus olhos arderem; comensais malditos! Porque tudo aquilo tinha que estar acontecendo consigo, quando havia tantas famílias mais influentes e conhecidas que a sua?
Uma lágrima escorreu solitária por seu rosto, enquanto ele girava nos calcanhares e começava a correr para fora da casa, desviando de todos os comensais que tentavam pegá-lo, fugindo o mais rápido que suas pernas permitiam.
Mais uma vez; mais uma vez não podia fazer nada, além de fugir, correr para longe dos assassinos de seus pais e, agora, de seus avôs. Mais uma vez tivera que engolir seu ódio e sua sede por vingança.
Mas sabia, que mais cedo ou mais tarde, iria se vingar. Não precisava ser todos, mas somente queria sentir o gostinho de saber que pôde causar a esses vermes, pelo menos, um terço da sua dor.
Acordou assustado; suava frio e ofegava, mas isso não era importante. O fato era que nunca havia sonhado com tantas coisas que haviam acontecido em seu passado, o qual adoraria poder esquecer; fingir que não era seu. Mas isso era uma coisa que nunca conseguia esquecer completamente.
Suspirando pesadamente, desenrolou as cobertas de suas pernas, jogou-as para o lado – pouco se importando para o fato de que elas foram para o chão -, colocou um robe, deixando-o aberto e foi para o Salão Comunal.
Não se surpreendeu ao ver que Gina e Melissa estavam sentadas em uma mesa no canto da Sala Comunal deserta, com a mesa lotada de livros e pergaminhos, enquanto a loira explicava algo para a ruiva, que franzia o cenho como que dizendo que não estava entendendo nada.
-Entendeu? – Melissa perguntou, levantando a cabeça para encarar a ruiva, que sorriu sarcástica.
-Com certeza. – ela respondeu sarcástica. – Mas acho que o Brian pode me explicar bem melhor que você. – completou, depois de seu olhar encontrar com o de Brian brevemente. – Não é, Brian? – ela perguntou, fazendo-o rir de leve, enquanto Melissa virava-se sobre a cadeira para encarar o namorado.
-Você não estava dormindo? – ela perguntou, fazendo-o sorrir desdenhoso, antes de caminhar até a mesa delas e se sentar em uma cadeira entre as duas.
-Estava. – ele deu de ombros. – Mas o falatório de vocês me acordou. – completou irônico.
Gina sorriu e, com um breve aceno de varinha, fez seu material se organizar dentro de sua mochila. Levantando-se, pendurou a mochila em um dos ombros e pegou os dois livros que ficaram para fora; molhou os lábios.
-Sei quando sou indesejada. – lançou um olhar malicioso para os dois, que coraram levemente. – Boa noite. – caminhou até a escada, mas parou no pé desta, virando-se para encarar os amigos. – Não façam nada que eu não faria. – mandou um beijinho no ar para eles, que riam.
Assim que o barulho de uma porta sendo fechada ao longe chegou ao ouvido deles, Melissa já havia arrumado seu material, ela levantou-se e o arrastou, literalmente, até o sofá e sentaram-se de frente um para o outro; as pernas em cima do sofá, cruzadas como pernas de índio.
-Okay... – a loira começou, depois de correr os olhos pelo pedaço do tronco nu de Brian que estava visível pela abertura do hobe. – Tenho certeza que uma conversa em sussurros não chega até o seu dormitório, então, é melhor você ter uma explicação muito boa para dar, se não quiser que eu te torne cem por cento mulher.
Brian sorriu e deu de ombros, antes de se recostar melhor no braço do sofá.
-Malfoy tinha razão em falar que você é agressiva. – Melissa riu de leve, enquanto Brian ficava sério. Ele suspirou e desviou seu olhar da loira. – Aconteceu de novo. – completou num murmúrio desgostoso.
Melissa suspirou pesadamente e ficou um tempo encarando a lateral do rosto do namorado, antes de engatinhar sobre o sofá e, parando na frente dele, acariciar o rosto do namorado.
-Porque você não fala sobre isso comigo ou com a Gina, Brian? – ela perguntou em não mais que um sussurro, que não tinha um tom de cobrança, mas sim um de preocupação.
O moreno suspirou, enquanto encarava brevemente a namorada, antes de desviar as íris para o sofá vermelho.
-Sei lá, Mel... – voltou a encarar a namorada, que se assustou ao ver as íris azuis brilharem intensamente devido às lágrimas. – Eu só não consigo falar exatamente o que eu sinto... Eu só... – Melissa suspirou.
-Você não pode agüentar esse fardo sozinho pelo resto da sua vida, Brian. – ela murmurou, com um notável quê de irritação na voz. – Eu já cansei de te ver andando chateado por aí, porque teve outro sonho idiota.
-Não são sonhos idiotas, Melissa. – ele murmurou, chateado e bravo. – Pra você pode ser isso, mas pra mim são sombras do passado que não posso e nem consigo esquecer. São coisas, que por mais que eu queira, eu não posso simplesmente dizer que é do passado de qualquer outra pessoa! – Melissa passou uma mão pelo longo cabelo loiro, bufando.
-Então, eu acho que você deveria pensar seriamente sobre tirar esse fantasma de você, Brian! – levantou-se. – Você sabe que tanto eu, quanto a Gina, sempre estaremos aqui, prontas para te ouvir. – puxou o ar com força. – Mas somente isso não basta e você sabe! – inclinou o corpo, de modo que seu rosto ficasse próximo ao de Brian. – Você precisa querer que a gente te ajude! Pode parecer que não vai mudar absolutamente nada, Brian, mas eu te garanto que vai! – e, sem esperar resposta, começou a caminhar na direção das escadas que a levariam para o dormitório.
Brian ficou alguns segundos pensativo, olhando para o fogo que crepitava fracamente na lareira. Puxou o ar com força e olhou por cima dos próprios ombros, de modo que pôde ver que Melissa já colocava o pé no primeiro degrau.
-Você quer, realmente, me ajudar a superar isso? – ele perguntou com o tom que usava quando conhecera a loira; indiferente.
Melissa parou de caminhar e virou-se para encarar o namorado, que se surpreendeu ao ver que uma lágrima solitária escorria pelo rosto dela; no que ele entendeu: ela sofria por si.
-Você sabe muito bem que se você não é totalmente feliz, eu também não vou ser. – suspirou. – Sua felicidade é que me faz completa, Brian, e é o seu amor que me faz ter certeza que vale a pena te ajudar a superar isso; a te ajudar a esquecer que os fantasmas estão aí, querendo fazer com que você volte a ser aquele garoto insuportável que eu conheci.
O moreno abaixou a cabeça, mordendo levemente o lábio inferior, antes de voltar a encarar a namorada, que descera o degrau que subira.
-Então... – ele corou levemente, enquanto se levantava. – Será que você quer... Sei lá... Ouvir? – completou baixinho. Melissa sorriu de leve; finalmente Brian lhe contaria o que havia em seu passado de tão horrível.
Bocejando, fechou o registro do chuveiro e enrolou uma toalha ao arredor de sua cintura.
Sua noite estava sendo perfeita ao lado daquela garota da Lufa – Lufa, mas quando decidira voltar mais cedo para a torre de Grifinória, sua noite fora estragada pelo breve encontro que tivera com Virginia Weasley, que o provocara irritantemente falando que ele perdera o jeito com as garotas.
Bufou, enquanto pegava outra toalha e com ela secava os cabelos.
Qual era o problema daquela ruiva, afinal? Só porque tinha um par de pernas bonitas achava que podia ser grossa com quem quisesse?
Jogando as toalhas em um canto qualquer, colocou a calça do pijama e, saindo do banheiro, se jogou em sua cama, suspirando pesadamente.
Colocou os braços sob a cabeça e ficou encarando o teto branco.
Okay! Não era somente as pernas bonitas de Gina que lhe chamavam a atenção. Tudo nela lhe parecia simplesmente perfeito, menos, é claro, o jeito arrogante que ela adquiria para falar consigo.
-Virginia, Virginia... – murmurou, passando uma mão pelo rosto cansado. – Qual foi o feitiço que você jogou em mim? – perguntou, como se a ruiva estivesse ali, ao seu lado, para poder lhe responder.
Ajeitou-se sobre a cama, enquanto deitava de bruços, de modo que pudesse admirar o pedaço da lua que a janela lhe permitia ver.
Sabia que aquilo que sentia pela irmã do seu melhor amigo passava muito longe do ódio, mas seja lá o que fosse, era algo que ele nunca sentira e que não sabia o que queria dizer.
É amor!, Uma voz irritante gritou no fundo de sua mente, fazendo-o sorrir irônico.
Amor? Não! Definitivamente, o que sentia por aquela ruiva não era amor, não chegava nem perto de ser isso. Talvez fosse um carinho de irmão, que pegara de Rony nesses últimos dias, mas amor era uma palavra muito forte para definir o desejo que sentia em voltar a beijar aquela ruiva maluca.
É... Talvez todo aquele desejo de voltar a beijá-la, todo aquele desejo de confirmar se a pele dela era tão macia quanto parecia, de saber se os cabelos possuíam um cheiro tão bom quanto a fragrância que ela usava, não passasse de carinho de irmão, que pegara com Rony.
Bocejando mais uma vez, fechou os olhos e logo adormeceu, enquanto uma imagem da ruiva sorrindo para si aparecia diante seus olhos.
-Então... Depois que seus avôs foram atacados, você foi pra Los Angeles, morar com seus tios? – Melissa perguntou, em um murmúrio.
Céus. Sabia que o passado de Brian devia ser sombrio, mas nunca sequer imaginara que o moreno tivera que passar por tantas coisas em um espaço de tempo de quatro anos.
-Isso... – ele murmurou, respirando fundo e se levantando, enquanto andava de um lado para o outro na frente da lareira. –Morei com eles dos meus sete anos até os nove, quando os Comensais voltaram a atacar e dessa vez, mataram o que restava da minha família. – ele parou de caminhar e encarou a namorada. – Fiquei morando na mansão deles, sozinho durante um mês, até que alguma velha gagá trouxa, teve a brilhante idéia de colocar o juizado de menores na minha cola. – Melissa sorriu de leve de como o namorado falou da senhora. – Aí eu morei em uma escola orfanato até completar dez anos e fugir. – Melissa engasgou com a própria saliva.
-Quer dizer, então, que você é um fugitivo do juizado de menores trouxa? –ela perguntou, fazendo-o rir e concordar com um aceno de cabeça. – Porque você fugiria de um lugar, onde estaria seguro? No meio dos trouxas era o último lugar onde os Comensais te procurariam. – ele suspirou e voltou a andar de um lado para o outro.
-Bom, eu tinha duas alternativas de morte... – puxou o ar com força. – Ou eu ficava naquele maldito orfanato, enlouquecia e cometia suicídio ou eu fugia e corria de volta para a mansão dos meus tios, correndo o risco de ser pego por Comensais.
Melissa ficou pensativa por breves segundos, enquanto olhava para o semblante do namorado, que estava contorcido numa expressão de nostalgia.
-Então, você preferiu ir para a casa do seu tio, porque os Comensais não pensariam que você voltaria para lá. – o moreno concordou com um aceno de cabeça. – Mas isso não explica porque você fugiu do orfanato. – Brian suspirou e sentou-se novamente, ao lado da loira.
Suspirou pesadamente.
-Eu fugi de lá, porque era o único que não tinha pais. – ele começou num murmúrio. – Todos os alunos recebiam visitas dos pais nos finais de semana, mas eu era o único que ficava no quarto, esperando aquele momento, que me fazia lembrar dos meus pais, acabar. – voltou a suspirar. – No primeiro fim de semana que eu passei lá, eu não sabia que havia essas visitas, então, os meninos não falaram nada sobre o assunto, provavelmente era normal os novatos não receberem visitas na primeira semana, mas depois de um tempo eles começaram a perguntar porque meus pais não iam me visitar. – riu sem humor. – Eu, é claro, não falava e depois de um tempo, os meninos começaram a me chamar de mal amado e o tipo de coisa que acaba com a moral de qualquer garoto de nove anos. – ele deu de ombros. – E isso somente contribuiu para que eu ficasse da maneira como você me conheceu.
-Frio; desdenhoso; arrogante; nojento; detestável; fechado; irônico... – ela enumerou, fazendo-o rir divertido a cada careta que ela fazia ao falar.
-Você esqueceu de insuportável. – ele completou, sarcástico, fazendo-a rir.
-Pois é... Você até decorou de tanto que eu já te falei. – ela deu de ombros, enquanto ele começava a acariciar seus cabelos.
-É... – olhou-a em silêncio por alguns minutos. – Vivi sozinho naquela casa por seis meses, no máximo, quando uma família de loiros folgados... – ela riu de leve. – Teve a brilhante idéia de mudar para o prédio de apartamento que tinha do lado. E... – ficou alguns segundos em silêncio. – Eu fiquei realmente muito grato ao descobrir que eles haviam trazido o meu anjo para me tirar de toda aquela loucura que me aprisionava. – Melissa corou de leve. – Fiquei mais grato ainda ao ver que, finalmente, alguém queria estar ao meu lado por gostar de mim e não para me humilhar em forma de diversão; para me usar. – molhou os lábios. – Finalmente, alguém queria estar comigo por gostar da minha companhia, por gostar de mim, sem se importar com o meu passado; sem nunca me pressionar para saber onde minha família estava. – Melissa puxou o ar com força, antes de sentar-se de frente para o namorado e começar a acariciar o rosto dele.
-Eu sempre fui ensinada a não me importar com o passado dos outros, porque nem sempre, Brian, é o passado que faz o nosso futuro, o nosso presente. Nem sempre é o passado que faz quem somos ou seremos. O passado, meu querido, somente existe para que possamos aprender com ele, não importa se ele foi ou não um mar de rosas; ele sempre nos dará as experiências que Deus quer, para que tenhamos maturidade o suficiente para podermos fazer nossas escolhas e, assim, ir construindo o nosso Destino. - Brian não teve como não abaixar a cabeça depois daquelas palavras; era como se sua mãe estivesse ali, ao seu lado, repetindo as palavras que lhe falara uma noite antes do ataque, onde morrera; como se ela ainda fosse viva, como se ele houvesse crescido ao lado de seus irmãos e pais.
Uma lágrima caiu de seus olhos, escorrendo solitária por seu rosto.
Desde seus cinco anos ele não sabia mais o que era ter o amor de uma mãe carinhosa; o amor de um pai preocupado; a atenção dos irmãos mais novos, que o admiravam.
Mais uma lágrima.
Destino! Fora isso que Melissa falara que eles construiriam com suas escolhas, mas ele não escolhera ter a vida que tinha desde os cinco anos, desde que perdera sua família. Não fora uma escolha sua, não tinha um destino que construira até ali.
Fora escolha dos Comensais; das Artes das Trevas. Não dele!
Não tivera nenhuma chance de escolha que fora provocada por si mesmo; nem ser amigo de Melissa fora uma escolha sua. Se os Comensais não houvessem matado seus pais e depois seus avós, ele nunca teria ido para Los Angeles, e sido obrigado pela loira ao seu lado a virar amigo dela.
Um suspiro ruidoso ao seu lado fez com que ele voltasse ao momento presente, mas não levantou a cabeça; não queria que Melissa visse que era fraco demais para encarar seu passado sem chorar.
Mas parecia que a loira não pensava assim, uma vez que colocou a mão delicadamente no queixo de Brian e o fez levantar a cabeça; encarando-o nos olhos. Não se surpreendeu ao vê-lo chorar silenciosamente.
-Eu não te entendo... – ela começou em um murmúrio, enquanto acariciava o rosto dele. – Você nunca abaixou a cabeça pra ninguém, Brian, porque agora você está a abaixando para coisas que já aconteceram? Porque agora você está a abaixando para vermes que acham que fazendo maldade vão conseguir ser algo que presta nessa vida?
-Isso dói, Mel... – ele murmurou, sentindo os dedos delicados dela passaram em baixo de seus olhos, secando suas lágrimas. – Dói muito acordar todos os dias e saber que não tem ninguém que você possa chamar de pai ou mãe; que não tem ninguém te esperando no quarto no fim do corredor quando você tem um pesadelo e acorda assustado. – suspirou. – Eu juro pra você, Mel, que... – fechou a boca, a procura das palavras certas. – Se um dia eu tiver a chance de matá-los, se um dia eu tiver essa chance em minhas mãos, eu não vou desperdiçá-la. – Melissa somente o encarou, sem falar absolutamente nada, isso pareceu fazer Brian querer continuar a falar. – Já engoli demais o meu desejo por vingança, Mel, e não vou fazer isso novamente.
-Porque todo mundo, de repente, parece muito determinado a se vingar de todo mundo? – ela perguntou, num murmúrio desgostoso, enquanto parava de acariciar o rosto do namorado e adquiria uma expressão fria. – Primeiro; Joe se vingando daqueles babacas, depois, Gina querendo se vingar de Potter e Chang e agora você que me vem com essa? – ela riu desdenhosa, enquanto se levantava; seu lado mesquinho e arrogante tomando conta de seu ser de uma maneira que ela não conseguia parar. – O que vocês acham que vão conseguir com isso, Brian? Glória? – passou uma mão pelos cabelos, enquanto as íris adquiriam uma tonalidade alaranjada, no que Brian sabia; Melissa estava preste a se transformar na besta que toda Vella furiosa se transforma. – Pois eu falo para você o que você vai ganhar: peso na consciência, culpa, nojo de si mesmo! – aproximou seu rosto dos lábios do namorado. – E isso, Brian, é algo que eu não desejo por você. Por mais que aqueles Comensais mereçam, você não pode sair por aí, como se sua liberdade não acabe ficando em jogo; querendo ou não, você vai matar um ser humano, o que ainda é considerado ilegal.
A loira se levantou e caminhou, apressada, para seu dormitório, deixando pra trás um Brian mal humorado e deprimido.
Aquela seria uma longa noite, onde o moreno tinha que admitir; Melissa tinha razão ao falar que, contando tudo o que lhe acontecera, ele se sentiria melhor.
Que namorada fora arranjar.
Suspirando, jogou a alça de sua mochila por sobre seus ombros, enquanto caminhava lentamente para fora da cabana, onde passara dois maravilhosos meses longe daquele megalomaníaco que tinha como pai.
Podia dizer que uma mudança em seu espírito era algo que até mesmo o ser mais desligado do planeta poderia ver; como se sua casa fosse o motivo de toda a sua infelicidade, de toda a sua dor e desespero. Mas na verdade, o motivo de toda a sua agonia, tinha o prazer de dizer que ela não era sua filha.
Talvez, se sua mãe parasse de viajar tanto, ela pudesse ver o quão mal o “papai perfeito” fazia.
Suspirando, parou no portão de saída do acampamento, para onde implorava que sua mãe lhe mandasse todas as férias de verão.
Realmente se surpreendeu quando viu o carro de sua mãe, cheio de malas e caixas, parar na sua frente e a mesma, sorrir de dentro do automóvel, antes de abrir a porta para que ela entrasse.
-Eu sei que o acampamento é meio longe, mas você no precisa vir acampar junto, mãe. – comentou, enquanto fechava a porta e colocava o cinto de segurança, antes de sua mãe arrancar.
A mulher mais velha riu de leve, antes de responder.
-Seu amado pai... – ela começou sarcástica, antes de ficar séria. – Abriu o jogo comigo. – ela estacionou o carro na beira da estrada de terra e se virou para encarar a filha de frente. – Eu sinceramente, não tinha idéia do que aquele verme fazia, filha... Se eu soubesse, nunca teria deixado você sozinha com ele, tantas vezes.
A menina suspirou e encarou a estrada.
-Não é sua culpa e você nem tinha como saber. – murmurou simplesmente, enquanto passava uma mão pelos cabelos. – Admito que sempre que ele fazia alguma coisa, eu te culpava por nunca estar em casa, mas... – molhou os lábios com a pontinha da língua e encarou sua mãe. – Você, como disse, não tinha como saber e eu somente te culpava por na hora eu estava magoada, ferida e irritada.
A mulher mais velha começou a chorar e enlaçou a filha pelo pescoço.
-Eu juro pra você, filha, que a partir de agora, tudo vai ser diferente! – soluçou. – Vamos começar uma vida nova! Eu e você! – a filha retribuiu o abraço da mãe e chorou junto com ela.
Continua...
N/A: Okay! Muita calma nessa hora. (Se joga atrás do sofá ao ver a chuva de pedra vir em sua direção.)
Eu sei que vocês querem me matar por causa de tudo o que eu fiz o Brian passar no passado, mas e daí? É divertido fazer vocês ficaram revoltados! XD
Pessoal que acompanha pelo fanfiction, eu mudei a passagem de tempo por causa de vocês, me digam se ficou mais fácil se achar no texto!^^
Bom... Eu sinceramente espero ter agradado com esse capítulo. =)
Eu sei que o Harry e a Gina têm ficado como personagens secundários, mas é necessário para que eu possa passar exatamente o que acontece com os outros personagens... Espero que me entendam e saibam que assim que eu acabar com esse momento de “vamos reviver o passado e jurar vingança”, eu vou voltar a fic pro Harry e pra Gina! Palavra de Bandeirante! \o\
Não, eu nunca fui bandeirante, mas e daí? u.ú
Eu vou tentar terminar o capítulo 17 pro dia 17/06, mas não prometo nada.
Bom, vamos aos comentários.
Daniela: Você leu quatorze capítulos em três dias, sendo que nos três saiu com seus amigos? Definitivamente; eu leio muito devagar.
Minha fic é realmente bem escrita? Obrigada.
Você apóia Joe e Hillary?
Oh sim... Ele fez algo em relação a Cho no capítulo 15.
Eu descrevo bem o modo da Gina ser fria? Wow...
Beijos.
Mari: Você já sabe de quem é o segundo sonho? De quem?
Do primeiro você somente desconfia? Hum... Desconfia de quem?
Faltando alguma coisa? Eu também não entendi muito bem, mas deixa... Quando você descobrir o que é, me avise.
Beijos.
Miizitcha Radcliffe: Olá! Você leu os quinze capítulos em um único dia?
Well... Eu coloco as datas das próximas atualizações nas minhas notas, então provavelmente é nesses dias em que estarei postando.
Porque você ficou com pena do Joe?
Brian e Melissa rOx!
Matar o Malfoy? Tudo bem que eu não gosto dele, mas meu ódio não chega a tanto.
Ah... Vi seu segundo comentário! Não é que eu esqueci de você! Não é isso não, ta, minha linda? É que você me mandou o coment depois do dia que eu havia prometido postar... Aí eu decidi que responderia nesse capítulo! Sorry! Não faço mais!
Beijos.
Tammy: Almôndega? O Harry? UAHUAHUAHUAHUA PODE CRER!!!
Foda só porque eu contei, é? Se não fosse eu quem contasse, seria a Karine, porque essa batata é folgada.
O caralho que a unha do nosso dedinho é melhor que você.
Beijos, minha linda.
Mari: Fico feliz que tenha gostado da minha fic!
Sim, muita gente deu a idéia de colocar o Joe com a Hillary...
Ah... A Hillary não é encalhada, somente não tem interesse em ficar namorado os bofes de Hogwarts, porque já vimos que ela tem o potencial que esses folgados gostam.
Beijos.
Srta. Wheezy: Que bom que gostou do capítulo.
Você acha o Joe e a Gina fofinhos? AUAHuahua... já me falaram lindos e tal, mas nunca fofinhos.
Oh! De quem será?
O pior é que eu sei que esse site é assim, mas mesmo assim eu fico estressada.
Beijos.
Miaka: Reconciliação foi fofa? E como assim “seu” Joe? Fui eu quem criou o personagem! Pague os direitos autorais.
Amem! H/C never more!
Parágrafo de dedução seu foi bom, mas... Você sabe que se eu falar se está certo ou não tira a graça né?
Você acha que o último sonho é da Melissa? Boa dedução, mas nada de confirmar ou negar algo antes de mostrar na própria fic a verdade.
Beijos.
RaFaeLLa PoTTeR: Oie!
Ficou ótimo? Fico feliz que tenha gostado.
Que bom que gosto do jeito que o harry humilhou a Cho! Eu tava achando que tinha ficado muito... Fraco.
Uma das lembranças já foi revelada... Agora falta uma!
Você acha que a última lembrança é ou da Hillary ou da Melissa? Um dia você descobre.
Eu vi a capa! Obrigada por divulgar!
Beijos.
Thti Potter: Fico feliz que tenha gostado do capítulo.
Sério que você tinha certeza que o pai do filho da Chang era o Malfoy?
Um dos sonhos já foi revelado.
Beijos.
Carol Malfoy Potter: Sim, o Harry e a Gina são um do outro, mas nem sempre uma fic tem que acabar com o casal junto, não é?
Eu consigo escrever? Se você diz, quem sou eu pra discutir?
Beijos.
LoLi BlaCk: Oie!
Capítulo dramático? Porquê?
Eles nem terminaram! Brian só falou aquilo pra encher o saco da Melissa.
Não! Draco não era o pai do “mini-cho”.
Auhauha Sim, Harry pato Potter está livre, leve e solto.
Não... Não teve beijo.
Beijos.
Virgin Potter: Oie!
Fico feliz que tenha gostado dessa capítulo!
As pessoas dos sonhos? Bom, posso considerar metade do seu interesse na fic inexistente depois desse capítulo?
Você não vai me matar por ter feito essa maldade com o Brian né?
Sim! O Harry é um chato e tava mais do que na hora de ele terminar com a Chang.
Pois é... Na verdade... Eu mesma nunca pensei em colocar o Zabini... Mas uma amiga minha me disse para colocá-lo como o pai, pois todos iam saber que era o Malfoy... E ela não se enganou, não é?
Pois é! Harry é galinha, né? Forças do habito!
Quem garante que o Harry vai mudar com a Gina quando descobrir que ela ta doente?
Beijos.
** Angel **: Oie!
Não sabe por onde começar? Que tal pelo começo?
O tempo passa rápido quando ta lendo a minha fic? Isso é um bom sinal, certo?
Sim! O Brian é perfeito! Se bem que eu prefiro o Joe!
Gostou da nova Gina? Fico feliz.
Beijos.
Windy Potter: Mereço palmas? Wow...
Boiou? Relaxa que todos os mistérios vão se revelar... Espero.
Beijos.
Mari_1: Fico feliz que esteja gostando da fic!
Gostou do final?
Continue lendo e comentando.
Beijos.
Nick Malfoy: Sim! Bem feito pra Chang.
Oh, sim! Zabini é um maravilhoso sonserino quando se trata da Cho.
Agora que você falou... Eu também estou com pena dessa criança.
Você já descobriu um dosa sonhos! Só falta um agora.
Beijos.
Kirina-Li: Que bom que gostou do capítulo.
De acordo com a minha amiga, o Zabini é loiro! Mas se ele for moreno, ele pintou o cabelo.
Se queria que o harry fizesse o quê? Jogasse a Chang na parede, cuspisse nela e a chamasse de largatixa?
UAHUAHUA... Eu já disse! Mais cedo ou mais tarde os mistérios vão se resolver.
Beijos.
Bárbara: Linda? Isso quer dizer que você gostou, certo?
Ahahaha... Você não cansa de falar que a fic ta linda, é?
Hillary e Joe? Será? Será?
Beijos.
Tamiris: Oie!!
Que bom que gostou da fic!
Você quem recomendou? Então recomende mais!
Você não via a hora de voltar para o computador e continuar lendo?
Caramba! Não sou tão boa assim.
Fazer o Harry sofrer um pouco mais? Ele vai sofrer.
Beijos.
Kamilly Riddle: Fico feliz que esteja gostando da minha fic.
Gostou das cenas onde o Malfoy é humilhado? Que bom!
Agora falta pouco pra descobrirmos sobre a doença da Gina!
O capítulo deu uma resposta pra tua pergunta... Só que não foi completa...
O pai do filho da Cho? Resposta no capítulo 15!
Onde você viu que eu não gosto de comentários grandes? Não entendi!
Beijos.
Letícia Weasley: Não! Não sei quantos capítulos a fic vai ter. Vou ficar te devendo essa.
Eu também quero ver o Harry e a Gina juntos!
Continue lendo.
Beijos.
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