Monstros



Monstros


O brilho no olhar que Hermione tinha na fotografia à sua frente era inconfundível. Sua beleza natural o iluminava, iluminava a qualquer um que junto estivesse dela. A felicidade que ela demonstrava e o carinho, a faziam um ser incomum, alguém insubstituível. Ao olhar mais fixamente nos olhos da agora mulher, em sua mente tornou a lembrança do primeiro beijo, do primeiro abraço, do primeiro toque. De quando ele deixou o monstro do preconceito de lado e rumou para o novo.

“O brilho daqueles olhos já tinham me ganhado fazia tempo. Os longos e muitos meses que tínhamos passado em baixo do mesmo teto tinha feito enxerga-la com outros olhos. Estavam mais uma vez sentados a sós, na sala de Grimmauld Place. Agora, eram um pouco mais, se é que podia-se dizer, amigos. Se tratavam excepcionalmente bem, tinha deixado seus preconceitos de lado, começado uma nova vida.

Ela parecia apreensiva, estava contemplando um corte na própria mão. O que será que tinha acontecido? Estaria ela precisando de ajuda? Ele em seu estado normal não estaria ligando a mínima para isso e nem para nada que não o fosse a seu respeito. Mas ele estava mudado, aquelas eram as pessoas que o tinham estendido a mão, ele tinha que retribuir de alguma maneira.Não é porque era um sonserino nato, que fugiria as suas obrigações. Eu estava ali de favor, em uma posição que odiava mais do que tudo, tendo que se submeter ao que me era imposto, mas não seria agressivo. Estava disposto a colaborar até que todo aquele horror acabasse, até que os tempos de guerra sucumbissem, até que ele enfim pudesse voltar a ser livre, a ser alguém.Até que enfim os monstros lá de fora fossem derrotados, até que os seus monstro, medos e preconceitos interiores tivessem um fim. Olhava para a menina bonita, de expressão rígida, mas ao mesmo tempo tão doce, e então resolveu falar com ela:

- Granger? – por mais mudado que estivesse o hábito de tratá-la daquela maneira não me tinha abandonado. - Tudo bem com você? O que houve com a sua mão?

- Ah sim, err, tudo bem. Não é nada não, um corte bobo enquanto manuseava a faca, não se preucupe. – falou parecendo mais calma e tranqüila.

- Hm ainda não deixou os hábitos trouxas não é?

- Não Draco, minha mão não ia cair por usar uma faca! Pelo amor de Merlin, não tenho que alçar a varinha para tudo! – disse irritada.

- Calma, calma Granger, não quis ofender. Sabes muito bem que estou mudado, não é? Mas deixe-me ver isso... – disse levantando-me e curvando-me à frente do sofá onde a garota estava.

Agachei-me em sua direção e tocou-lhe a mão, o corte era um pouco profundo, e se não fosse feito um curativo aparentemente tornaria a sangrar. Hermione, corada e meio sem graça lhe estendeu a mão, e parecia dar pequenos gemidos enquanto ele examinava.

- Vou pegar um curativo, espere aí, pode sangrar novamente. – falou Draco erguendo-se.

Mas antes que eu pudesse me virar, a garota já estava de pé, pronta para buscar ela mesma os produtos. O perfume doce e suave dela me encantou, estavam de pé, frente a frente sem saber o que dizer e o que fazer, o cheiro que adentrava suas narinas era muito agradável. A menina me parecia pela primeira vez atraente, tinha desejos em relação a ela. Não podia estar em meu estado normal, não podia me envolver daquela maneira! Mas era tarde demais. Quando dei por mim, os meus instintos já tinham feito seus lábios tocarem os dela, já tinham feito seus braços se encontrarem, suas peles se roçarem, seus cheiros se misturarem. A abracei firmemente pela cintura durante o longo beijo, com paixão, com ardor. Nunca tinha se imaginado naquela situação,mas no momento só queria esquecer de tudo e curtir o momento, aproveitar a paz que ela o trazia. Seus traços de mulher ainda estavam obscuros na garota, mas no beijo ele podia perceber que eles só estavam ocultos naquele sorriso de menina, naquele olhar encantador, naquele toque macio, naquele jeitinho forte mas ao mesmo tempo angelical.
- O garoto Malfoy com a sangue ruim? Não pode ser! – falou monstro tapando a boca de espanto – O que diria minha senhora se visse uma pouca vergonha dessas? Tantas e tantas gerações de boa linhagem...
Eu me virei e ainda vermelho não só por ter beijado a garota, mas também por ter sido pego fazendo isso mandei-o calar a boca. Mas não seria somente monstro a dizer isso. Monstro era um elfo cheio de preconceitos, preconceitos que eu também tinha, e que se estivesse em meu estado normal ainda guardaria. Mas deixei os monstros do passado de lado e resolvi me abrir ao novo. ”



Lembrando-se daquele momento seu rosto se iluminou em um sorriso, percebia que ela não era mais aquela garota, e sim tinha se tornado uma linda mulher. Monstros, tanto o elfo quanto o seu passado eram, mas a esses preconceitos e princípios Malfoy tinha abandonado fazia tempo, agora era um novo homem, que tinha deixado tudo de lado para viver uma grande paixão, um grande amor.


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