Conceitos e Chocolate
Conceitos e Chocolate
“Essa é a mulher que amo”, repetia para si ao admirar um belo retrato de uma jovem de cabelos castanhos e armados, de bela postura e um corpo escultural. Aquela mulher, era o anjo que tinha o salvado da escuridão e o feito ver o que realmente valia a pena.
Na fotografia, ele a via com um conjunto de saia e blusa em tons alaranjados, que a deixava ainda mais linda. Os cabelos soltos ao vento, e uma postura de criança andando lentamente em um balanço.
No momento em que na foto a mulher o sorriu, lembranças não puderam deixar de o ocorrer. Sua mente foi invadida pelas memórias do dia mais difícil e talvez um dos mais humilhantes de sua vida. De quando ele tinha se rendido, voltado atrás em suas decisões, de quando ele pediu refugio à Ordem.
- Mas hoje não me arrependo de nada que fiz, tudo deu certo, e eu ainda a tenho ao meu lado. – dizia lembrando-se:
“Adentrei na casa escura, acompanhado somente por aquele que eu incansavelmente tinha tentado tirar a vida durante todo o ano letivo, pelo homem que no final de tudo me cedeu abrigo e me perdoou sem pestanejar: Alvo Dumbledore. Fui entrando na sala mal cuidada porém tradicional de uma família bruxa, tendo ao lado somente o homem que o aceitou. Se não fosse por ele eu teria estado sozinho, estava sem família, ninguém tinha querido me acompanhar. A partir daquele dia seria assim, eu não teria mais com quem contar, nunca mais teria uma família e muito menos um lar.
Indo mais a fundo, na cozinha da bela porém mal cuidada casa, deparei-me com os colegas cujo tinha desprezado por tanto tempo. Mas eu tive que abaixar a cabeça e deixar o orgulho de lado: pois era a minha vida que estava em jogo.
Meus olhos pararam sobre a garota que tinha me socado no terceiro ano, ela parecia cansada, e um pouco ferida. A luta em Hogwarts não deveria ter sido fácil para eles, todos os que eram fiéis ao Lorde estavam lá para dar resguardo no que seria a minha maior conquista. Apesar de um pouco esfarrapada, e com os olhos cheios de raiva, ela pela primeira vez me pareceu imensamente bela, estava por um momento me esquecendo do sangue que corria naquelas veias e olhando mais além, talvez, o que não a fazia muito diferente de antes.
Harry Potter, não me acolheu como um amigo, também nem mesmo queria que fosse assim, não iria me deixar levar por toda aquela gente. Mas de certamente fora bem recebido por ele, Potter deu-me um quarto, comida, tudo o que eu precisava.
Mas eu me sentia sozinho, não tinha mais uma casa, uma família, um chocolate quente pela manhã, nenhum afeto, nenhum carinho, nada. Isso estava me parecendo criancice, mas eu estava sentindo falta.
Nos dias que se seguiram, atritos com meus anfitriões da Ordem eram comuns, principalmente com a garota do “sangue sujo”. Tivera que contar o pouco que sabia dos planos de meu antigo mestre, e isso me pareceu tão absurdamente estranho, estar traindo todos os meus princípios para salvar a sua pele. Não que ela valesse pouco, tampouco, não me importava pelos meios que teria que conseguir me manter vivo. Mas era difícil revelar àqueles que sempre desprezei segredos do Lorde.
Sempre, pela noite quando ia me deitar, o sono não vinha. Ficava pairando em meus pensamentos, de como seria se tivesse continuado, se tivesse obtido êxito em minha sombria tarefa. Imaginava como minha mãe estaria: será que morta? Ou a teriam feito prisioneira? Estava sofrendo? Ferida? ”
À essas perguntas, ele nunca teve resposta. Sua mãe estava desaparecida há anos, porém seu pai já estava morto, talvez de tanto desgosto. Se tivesse matado Dumbledore, e seguido sua carreira ao seu lado talvez tivesse tido o mesmo triste fim que eles, mas talvez não. De repente a guerra teria sido diferente, o lado das trevas tivesse vencido. Ou não? Mas isso já não mais o incomodava, estava seguro das escolhas que há muitos anos tinha feito. Agora era um homem de bem, mas sem nunca deixar de lado seus instintos sonserinos. O relógio marcava as 7 horas, exatamente àquela mesma hora de um chuvoso dia eles tinham pela primeira vez estado sozinhos. Lembrava-se perfeitamente da cena:
“ Sentado à um sofá da antiga casa dos Black, eu estava a pensar sobre aquelas velhas questões que tanto me afligiam. Quando pude reparar, Hermione, a sangue-ruim de cabelos armados tinha se sentado à frente. Eu estava carente, precisando de uma palavra não amiga, o que achava que nunca mais teria, mas apenas de uma palavra:
- Oi, tudo bem Granger?
- Ah sim Malfoy, na medida do possível sim. E Você?
- Eu ando meio confuso, sei que fiz o que era certo, mas não sei se fiz o melhor. Deixei minha família nas mãos dele, deixei com que ele possa fazer algo contra eles. – disse ainda meio encabulado.
- Deve ser difícil pra você, acordar e fazer diferente. Mas você foi muito corajoso, veio para o lado certo. Seus pais tiveram escolha Draco, a culpa não é mais sua, eles são bem grandinhos e sabem o que fazem. – falou Hermione friamente.
- Eu sei, eles tem o direito de fazer o que quiserem. Mas eu não tenho. Coloquei-os em risco para me salvar. Estou como um inútil aqui, todos me olham de canto.
- É que nós ainda não sabemos até que ponto você é leal, Draco.
- Já disse, estou com a Ordem. Voldemort me mataria mesmo que eu quisesse voltar. Agora sou um dos seus. – falei sem sequer levantar a cabeça, estava com a honra no chão.
- Bom, vamos apagar os ressentimentos do passado, sim? De hoje em diante vou esquecer tudo o que você me disse. Mas espero que a sua opinião tenha mudado sobre mim Draco. Não perca a confiança que eu to te dando. – disse a garota parecendo muito segura de si.
- Tudo bem, vamos começar de novo, estou muito mudado desde que vim pra cá. Pensei melhor sobre tudo, vi que eu era um pouco imbecil, mas eu vou melhorar, eu tenho certeza.
- Um pouco? Hahahahahha, tudo bem tudo bem, você vai se recuperar, tenho certeza que vai...
- Hahahahah, ta bom, essa eu perdôo Granger. Mas ei! O que é isso que você ta tirando do bolso? – disse olhando para um pequeno pacotinho que ela trazia em suas mãos.
- Ah, isso? Bombons de morango, gosta?- falou estendendo-lhe um
- Adoro, eles são realmente muito bons! – disse aceitando o bombom – Bom, faz tanto tempo que não como um desses... me lembram o verão, a minha casa. Minha mãe que gostava deles.
E a garota meio sem graça por ter-me feito lembrar do passado tornou a falar:
- Bom, é difícil alguém não gostar deles, não?
E era verdade, o leite condensado que se moisturava com o chocolate e a fruta eram uma mistura divina.
Já mais tarde, me retirei para o quarto, e me peguei a olhar pela janela. A rua estava deserta, as luzes se apagando, a noite caindo. E então, de repente, vejo vindo em direção a mi, uma coruja. A ave, fez sinal para entrar e eu assim a deixei.
Ela trazia em seu bico um pacote preto, com um pequeno laço esverdeado. Eu o peguei, e ela partiu.
Mirei o embrulho com um pouco de receio, e pus-me a verificar se não havia nada da magia negra que tanto usei. Bastaram alguns feitiços para perceber que nada de estranho ali havia. Puxei o laço, e abri a caixinha. Nela haviam uma série de bombons, daqueles mesmos que tinha comido à tarde com Hermione, e com eles um bilhete:
“ Draco, esses chocolates são para selar que tudo o que tínhamos vivido até hoje foi esquecido (pelo menos por mim). Pensei que você estava se sentindo sozinho, e nada melhor um que um chocolate para acolher.
Bom proveito
Hermione”
A partir daquele dia, seus conceitos sobre a garota tinham mudado. Os chocolates o fizeram perceber que o carinho lhe fazia muita falta, perceber que ele tinha que mudar. A partir daquele dia ele não deixou aquele seu espírito de querer mais, de querer o melhor. Mas, sim, o fez enxergar os princípios de cada um. Percebeu que além de um grande bruxo, devia ser um grande homem.
---------------------------------------------------------------------------------------------
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!