O testamento.

-Pode acreditar Potter. – disse Moody – E tem mais. Ontem á noite foi encontrado o testamento de Dumbledore. E os nomes de vocês quatro constam nele. Vocês terão que se apresentar hoje ainda no Ministério ás 13:00h.

A boca de todos se escancaram. Mas Harry permaneceu com uma expressão realmente duvidosa. Ao mesmo tempo, o garoto sentia muita raiva que os Comensais tivessem tomado conta da sua herança, mas nunca havia ligado para aquela casa. E ao mesmo tempo estava alegre; Dumbledore deveria ter deixado alguma coisa útil para a sua busca das Horcruxes.

-Que foi Harry? – perguntou Gina tirando Harry de seus devaneios -Está se sentindo bem?

-Quê....ah! – disse Harry, gaguejando – To bem sim, Gina.... só um pouco abalado.. mas to bem.

-Ótimo! – disse Quim, pela primeira vez desde quando chegara à cozinha – Um carro do Ministério virá buscá-los ás 12:40 e irá trazê-los também. Não precisa se preocupar Molly.

-Tudo bem..... vocês querem tomar café? – perguntou a Sra. Weasley

-Não Molly, obrigado- disse Quim – Mas temos que voltar ao Ministério agora mesmo. Tchau crianças.

-Tchau – responderam todos na mesma hora.


-Harry! Anda logo! – gritou Gina. Só faltava o garoto para o carro do Ministério sair da Toca – Você é mesmo uma toupeira! Por que não se arrumou antes??

-Ô Gina! – gritou Harry em resposta, porque a garota estava do lado de fora do quarto – Se você parar de gritar, meus tímpanos agradecem!! Só falta o cabelo! To tentando dar uma ajeitada!

-Ah não! Isso você não vai fazer! – disse a garota entrando no quarto e puxando a escova da mão dele – Eu gosto dele assim, bagunçado. Vem logo!

Harry e Gina desceram as escadas correndo e entraram no antiquado carro verde-musgo do Ministério.
Harry observava pelas janelas do carro trouxas passando de um lado pro outro, estressados, cheios de sacolas, sem noção nenhuma de que poderiam morrer a qualquer momento. O garoto afastou esse pensamento quando reconheceu a cabine vermelha vandalizada no fim de um beco que era uma entrada para o Ministério. O motorista do carro esperou os quatro entrarem na cabine para ir embora. Rony fechou a porta e Harry discou os números no telefone liquidado e uma voz de mulher surgiu do nada.

-Bem-vindos ao Ministério da Magia. Digam seus nomes e o que querem. – disse a voz calma de mulher.

-Gina Weasley, Harry Potter, Hermione Granger e Rony Weasley, - disse Gina – Estamos aqui para a leitura de um testamento.

-Obrigado. – disse a mulher. – Visitantes, apanhem seus crachás e prendam-nos no peito das vestes.

Naquele exato momento quatro crachás saíram do lugar que normalmente eram colocadas moedas. Cada um pegou o seu e o prendeu na frente das vestes.

-Visitantes, vocês serão inspecionados e suas varinhas devem ser apresentadas para registro no balcão de segurança, localizado ao final do Átrio.

-Ok......desce logo isso, por favor?! – disse Gina para o telefone. O chão da cabine estremeceu e o pavimento começou a subir por suas janelas de vidro até a escuridão tomar conta de tudo e com um estranho rangido, afundaram para o Ministério da Magia.
Depois de alguns minutos um fino raio de luz envolveu seus pés e lentamente foi cobrindo seus corpos. Com um baque surdo eles pararam de descer e saíram da cabine. O Ministério estava idêntico, a não ser pela fonte dos Irmãos Mágicos, que agora não estava mais ali, no seu lugar tinha um lindo chafariz de borboletas.
Os quatros se dirigiram até o balcão e estenderam a varinha para o bruxo que agora fazia a pesagem das varinhas. Enquanto Rony entregava a sua, Moody os avistou e andou até eles mancando.

-Eu nunca fui com a cara daqueles automóveis trouxas....vocês já estão atrasados! – “disse” Moody se apoiando em Harry. – E você ai! Ande logo com as pesagens! Estamos aqui para a leitura do testamento de Dumbledore! É muito importante!!!

Depois disso, o homem recolheu as varinhas de Harry e Gina que eram os únicos que faltavam e os liberou. Os quatro, acompanhados de Moody entraram no elevador. Várias pessoas que estavam no elevador olharam para eles e cochichando com seus acompanhantes. Logo que o elevador ia descendo, as pessoas iam saindo, mais não antes de dar uma boa olhada em Harry. O garoto ficou muitíssimo agradecido quando a voz de mulher anunciou “Nível Um - Departamento das Leituras de Testamentos, que inclui a seção de inquérito sobre o mesmo.”

Os cincos saíram do elevador e Moody os apressou até um balcão que havia no meio de uma sala circular dourada, que quase não tinha paredes. A sala era coberta de portas grandes e antigas, amareladas com o tempo. Harry percebeu que em cima de cada uma tinha um numero e uma letra. Uma mulher apareceu debaixo do grande balcão carregando uma pilha de papeis encardidos.

-Com licença.....a senhora poderia nos informar qual é a sala que vai acontecer à leitura do testamento de Dumbledore? – perguntou Moody.

-Sim...Claro...- disse a mulher passando os olhos por uma lista enorme. Hum.......sala 6R. - disse a mulher, e na mesma hora uma lusinha verde acendeu em cima de uma porta que estava a direta deles.

-Bom.. – disse Moody – É esta. Gina, você que está mais perto, abra-a, por favor.


Assim que Gina abriu a porta, tudo ficou escuro como um breu. Harry teve a sensação de que não estavam na grande sala redonda. Teve certeza disso quando sentiu o chão afundar em baixo dos seus pés cada vez mais rápido. Até chegar numa hora em que o chão parou de descer e bateu com estrépito no chão da mais nova sala que eles se encontravam.
A sala parecia a de cima, do mesmo tamanho, as mesmas cores. Só que não havia portas nas paredes, e no meio da redonda sala havia cadeiras, que contornavam a sala, em forma de lua minguante que iam diminuindo até que uma fileira só havia duas cadeiras, e defronte a elas, tinha uma bancada com três grandes cadeiras de chintz verdes com espaldares de bronze.
Harry percebeu que a sala estava quase vazia, exceto por Hagrid, que ocupava duas das frágeis cadeiras da quarta fileira contada da bancada. Ao seu lado estava McGonagall, com um ar de grande preocupação e na ultima fileira, estava lá o irmão de Dumbledore, Aberforth, tresloucado e ambicioso, com uma aparência muito boa para quem estava prestes a ouvir o testamento de um irmão morto. Moody deu um cutucão de “leve!” nas costas de Harry e o fez andar, porque o garoto estava bloqueando o caminho. Moody foi mancando e cambaleando até chegar ao lado de McGonagall e se jogou na cadeira, que deu um fraco gemido, e logo se tratou de cochichar com McGonagall.
Os garotos acenaram para Hagrid, que enxugava as lágrimas num lenço que para Harry parecia mais uma toalha de rosto vinho bem surrada e foram se sentar na terceira fileira que continha quatro cadeiras. Assim que eles se sentaram, viram as portas duplas atrás da bancada se abrir, e de lá não sair nada. Harry ficou muito curioso em relação de não ter saído ninguém da porta, e logo esse pensamento foi respondido quando três duendes se sentaram nas cadeiras com um ar de grande satisfação. Harry os achou particularmente engraçados com aquelas roupas de juízes trouxas. O duende do meio parecia o mais carrancudo. Ao notar Harry, o encarou com um ar de profundo desprezo e disse:

-Estamos aqui para a Leitura do Testamento do Sr. Dumbledore. – disse o duende do meio, tirando uma folha de pergaminho de uma grande pasta amarela que estava na sua frente. – Os presentes no Testamento são o Sr. Hagrid, a Sra. McGonagall, o Sr. Moody, O Sr. Dumbledore, a Srta. Granger, o Sr. Potter e os Sr. e Srta. Weasley. Todos presentes?

Todos acenaram com a cabeça afirmando. Harry notou que o terceiro duende trazia uma caixa de madeira bem pequena e a colocava em cima da bancada, defronte ao duende do meio. O duende retirou um objeto que parecia uma pequena adaga de prata e a encostou na caixinha. Na mesma hora, a voz de Dumbledore irrompeu a sala. Era como se ele estivesse falando ali, ao vivo, com eles.

-"Bom...eu queria que nunca vocês pudessem ouvir o meu testamento antes da hora certa, mas, como percebem, não foi possível adiar isso. Eu quero que todos saibam que para mim, ter bens materiais nunca significou nada, e só os estou dando para vocês porque eu os tinha.
“Para Harry Potter, eu deixo a minha Penseira e mais uma caixa que contém lembranças que ele ainda não viu, e também deixo a espada de Godric Gryffindor, para que ele não cometa o mesmo erro que eu, e para que ele também não fique com a mão podre ao destruir algo e também uma boa quantia de ouro em seu cofre no Gringotes. Para Gina Weasley deixo uma carta, na qual só ela poderá ler, deixo também um objeto de grande importância que já me foi muito útil e creio eu, que será também muito útil para a líder da Ordem da Fênix. Deixo também um livro que está há anos em minha família e que será muito útil pra ela e também um bracelete que não vem ao caso explicações. Para Hermione Granger, deixo todos os meus livros pessoais e o meu Vira-tempo, que lhe será muito útil. Para Ronald Weasley, deixo metade de meu ouro em sua mais nova conta individual no Gringotes e uma casa em Londres, Godric Hollow . Para Minerva McGonagall deixo uma carta e um certificado de que poderá receber meu prêmio da Ordem de Merlin e meus parabéns pelo novo posto de diretora de Hogwarts. Para Hagrid, deixo a torre do lado oeste do castelo para que possa morar e se preferir, deixo também minhas propriedades com tudo que dentro delas possuir. E para finalizar, deixo para meu irmão Aberforth o que sobrou de meu ouro e uma ordem de que ele doe metade do que receber para o Hospital St. Mungos, para Doenças e Acidentes Mágicos. Peço que não dêem muita importância a esse testamento, porque bens materiais, não levamos para o túmulo e eu sou uma prova morta disso. – disse Dumbledore com uma voz irônica - Peço que não se culpem, principalmente você Harry, pela minha morte, porque Deus sabe o que faz. E lhe peço também que não abandone seus amigos, que retorne a Hogwarts porque não há nada mais importante que seus estudos. E um último pedido, não termine com a Srta. Weasley. Se você já fez isso, pense bem naquilo que Voldemort não possui e você possui de sobra junto a essa menina. Não se iguale a ele Harry."

Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore

-Testamento lido no dia 1º de agosto de 2007. (N/A: eu não sei que ano seria se eu acompanhasse a data real dos livros.. por isso coloquei essa [;)]) – disse o duende do meio, despertando todos de seus pensamentos. Principalmente Harry. A cabeça do garoto estava pensando louca e freneticamente em se deveria ou não deveria seguir o conselho de Dumbledore. Sim....voltar a namorar Gina era o que ele mais queria...mas também ele queria protegê-la. – Por favor, nos acompanhe.

Todos se levantaram de um pulo e seguiram os duendes que haviam sumido por trás da bancada. Todos deram a volta pela sala circular, sem nenhuma palavra, apenas ouvindo os murmúrios de palavras muito feias de Aberforth, até chegar nas grandes e antigas portas duplas por onde entraram os duendes. Harry notou que a maçaneta tinha a forma de asas e um H maiúsculo luxuoso no meio. O duende a abriu com facilidade, porque ela era localizada bem abaixo do normal de uma porta. Assim que o duende a abriu, todos fecharam os olhos por causa da claridade amarelo-ouro que vinha da sala. Harry abriu os olhos devagar e viu que já estava dentro dela.

A sala era incrível, não possuía portas nas paredes, mas sim no chão, separadas por pelo menos um metro de distância, o suficiente para uma pessoa passar de cada vez. Vários bruxos estavam transitando pela sala seguidos de duendes que iam em direção há uma porta e pulavam dentro delas, com os bruxos em seu encalço. Harry também percebeu que no canto do lado direito da sala havia um quadro bem grande com luxuosas bordas douradas e pintado nele havia uma mulher muito bonita, chamada Helga Huflepuff, a fundadora da casa Lufa-lufa em Hogwarts.

-Este é um lugar bastante seguro Harry. – disse Hermione – Este espaço foi construído aqui antes do Ministério da Magia, então, eles aproveitaram a sala e a segurança que ela possui para fazer esta. Eu li sobre isso em: “Hogwarts e Seus Fundadores”.

-Por aqui por favor! – disse o duende que já estava segurando uma porta que estava ao lado deles aberta.
Todos seguiram juntos para a porta e foram pulando um de cada vez. Quando Harry pulou, teve uma sensação estranha. Por um momento, pensou que ia cair no chão, por causa da decida vinda do “teto”, mas na hora em que pulou,o garoto se viu em pé, numa sala onde não havia nada a não ser algumas prateleiras de cor bege.

-Daqui pode aparatar. - disse Hermione aos cochichos para Harry, Gina e Rony. – Mas desaparatar aqui não dá. Esta sala é extraordinária! Eu li sobre isso em...

-Ta, Mione! – disse Rony. Na mesma hora, Hermione fechou a cara para o amigo.

-Vocês aí! – gritou Moody – Venham logo pra cá! Potter, o que Dumbledore lhe deixou já foi para o seu cofre em Gringotes. Granger, os livros ficarão em Hogwarts, quando você quiser levar para casa, á vontade. E toma o Vira-tempo. Weasley, toma aqui a escritura que diz que agora a casa pertence a você, e o dinheiro já foi adicionado em sua conta no Gringotes. Srta. Weasley, toma aqui a carta, o livro, o bracelete e essa coisa que eu não sei o que é. Agora podem ir. Vão!

Moody os empurrou para uma área da sala (que para Harry tinha acabado de surgir) que continha no chão um circulo redondo com insígnias luxuosas e um grande cristal lapidado que estava exatamente no meio do circulo que brilhava fortemente.

-Toquem no cristal! – gritou Moody – Agora!

Todos se abaixaram e tocaram no Cristal juntos, mas não antes de ver que uma grande onda de fogo e um grito envolveram a sala.

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=DDD

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