Philip Brian



Alvo voltou para Hogwarts quase que em estado de depressão. Fora muito difícil para ele, ver sua irmã Lilly chorando na plataforma nove e meia enquanto ele entrava no Expresso de Hogwarts. Ela devia estar bem mais sentida e sozinha do que ele. Pelo menos, ele ainda tinha algo com que se distrair em Hogwarts.
Ele viajou acompanhado de Rosie, Scorpius e Kemily novamente. Mas não fora uma viagem tão agradável. Scorpius na maioria do tempo ficou beijando a Kemily, fazendo Alvo passar muita raiva. Será que ele não se tocava?
Enquanto Alvo e Rosie trocavam olhares pesarosos em relação à Malfoy e a Parkinson. Fora uma viagem realmente tediosa, exceto pelas horas em que a mulher que vendia doce passava em sua cabine. Na semana seguinte, Alvo estava tão atolado de dever, que não tinha nem tempo para reclamar.
Tinha que fazer uma lista completa de feitiços transfiguratórios para a professora McGonagall e tinha que praticar o feitiço Flipendo para a professora Lovegood. Fora os ingredientes que ele tinha que caçar para a gincana de poções, do professor Slughorn. Mas Alvo sabia que não teria problemas com ele.
Alvo, como Rosie e James, fazia parte do Clube do Slug. Eles faziam reuniões semanalmente, para comentar como foi à semana e tomar cervejas amanteigadas que Slughorn trazia de Hogsmeade especialmente para eles. Alvo gostava das reuniões, só se sentia um pouco constrangido, quando ele lhe perguntava sobre seu pai.
- Ele está desaparecido! - disse Alvo em uma dessas reuniões
- Não! – disse Slughorn lamentando – Por Merlin...
Slughorn não ficara nada feliz em saber que Harry e Gina havia desaparecido e começara a chamar Alvo e James para reuniões individuais, para contar como eles se sentiam em relação a isso. Alvo odiava, mas fazia de tudo para não demonstrar.
James também não gostava muito e fazia de tudo para desviar seu olhar de Alvo. Slughorn quase nunca percebia isso e dizia que eles estavam em crise, por isso que não se falavam direito. Mas Alvo sabia que não era.
Scorpius ficava com um pouco de inveja de Alvo quando ele ia para as reuniões de Slughorn, Alvo sabia. Scorpius nunca fora convidado para uma dessas reuniões e Alvo sabia mais ou menos o porquê.
Por mais que Slughorn fosse diretor da Sonserina, ele fazia questão de dizer que não fazia apologia ao mal e muito menos aos Comensais da Morte. Era esse o motivo para Scorpius não ser convidado, Alvo tinha quase certeza, uma vez que Draco Malfoy, pai de Scorpius, fora um Comensal da Morte.
- Menos cinco pontos para a Grifinória! – rugiu a Professora McGonagall na aula de Transfiguração - Crevey!
Colin Crevey era um garoto do primeiro ano da Grifinória. Ele era bem baixo e muito magro, todos debochavam de sua cara e ele não era bom em quase nada, apenas em vôo. Alvo sabia muito bem de sua historia. Ele tinha aquele nome em homenagem a seu tio, que também se chamava Colin, que morrera na guerra contra Voldemort. Alvo sabia porque Harry havia lhe contado uma vez. Ele era filho de Denis Crevey.
- Mas professora... – disse Colin imediatamente – Eu...
- Sem mais Crevey! – disse McGonagall – Tente novamente e vê se dessa vez não destrua sua carteira novamente!
Colin limpou a garganta alto e apontou sua varinha para uma replica de uma gárgula que tinha em Hogwarts. Ele respirou fundo e disse, dando um toque de leve:
- Lapifors!
A gárgula em miniatura criou um focinho de coelho branco e criou duas patas. Contudo, a parte que ficaria a barriga do coelho, nem ao menos se transformou, arrancando alguns risos dos alunos da Sonserina. McGonagall fez um movimento com a varinha e a gárgula voltou a normal.
- Francamente... – disse ela apontando a varinha para a gárgula – Lapifors!
A gárgula, de repente, se transformou em um grande coelho branco, o qual McGonagall podia controlar. Ela moveu sua varinha e o jogou pela janela a fora.
- Envergonhada! – disse ela e dispensou os alunos.
Colin saiu derrotado da sala. Alvo se sentiu na mesma pele que ele, mas pelo menos, aquele feitiço ele conseguira produzir. Alvo ia se levantando com sua mochila nas costas, quando McGonagall o chamou.
- Vai na frente... – disse ele para Scorpius
Fazendo uma careta, Scorpius se juntou a outros alunos da Sonserina e desapareceu de vista, quando cruzou a porta da sala. Alvo se adiantou até a professora.
- Sim? – perguntou
- Eu tenho lhe visto abatido ultimamente... – disse McGonagall se sentando em sua cadeira – Tem acontecido alguma coisa?
- Não, nada! – disse Alvo sinceramente – Eu só não me sinto bem estando na Sonserina, só isso, eu bem que queria estar na Grifinória... Mas eu não sou como meu pai...
- Escute... – disse McGonagall – Seu pai vai ser encontrado... Fique tranqüilo está bem? Nós vamos encontrá-lo...
- Já me disseram isso milhões de vezes, mas nenhum resultado veio até agora... – disse Alvo imediatamente.
- É eu sei... – disse McGonagall – Mas nós vamos achá-los, você vai ver... Eu quero lhe fazer outra pergunta, isso está lhe atrapalhando nos estudos?
- Nenhum pouco! – disse Alvo
- Certeza?
- Absoluta!
- Então pode ir... – disse McGonagall objetivamente
Alvo virou as costas e saiu andando. Ele cruzou a porta e saiu pelo extenso corredor. Ele ia virar a esquina, quando levou um susto, ao ver Scorpius parado ali, esperando-o.
- O que ela queria? – perguntou Malfoy
- Nada não... – disse Alvo começando a andar – Agora é tempo livre não é?
- É
Alvo já não estava suportando mais aquela situação. Todos os adultos que ele conhecia, estavam falando que tudo ia ficar bem e eles iam encontrar seus pais e era pra ele ficar tranqüilo. Como ele ia ficar tranqüilo? Era praticamente impossível...
James nunca mais conversara com ele, nem ao menos lhe dava um “oi” ou um “Bom dia Al”. Ele estava sendo frio e fingia que ele não existia. Alvo estava sofrendo demais. Ele desceu varias escadas com Scorpius do lado e entraram no Salão Comunal da Sonserina, nas Masmorras.
- Eu acho que você deveria ir falar com seu irmão Alvo... – disse Scorpius enquanto eles entravam – Ele vai voltar a conversar com você...
- Ah sim! – disse Alvo colocando sua mochila em cima do sofá e se esparramando nele – Vai voltar depois que me der belas patadas...
- Pelo menos tenta! – disse Scorpius
- Não! – disse Alvo irritado – Eu não quero falar com...
- James? – disse um garoto alto da Sonserina, que foi se aproximando dos dois – Prazer... Sou Philip Brian! Não pude deixar de ouvir...
- Mal Educado! – disse Malfoy – Você estava ouvindo a nossa conversa é?
- Eu...
- Sai daqui! – disse Scorpius
- O deixa... – disse Alvo – O que tem meu irmão?
- Eu soube que ele anda muito triste... – disse Brian sentando-se ao lado de Alvo – Eu sou amigo dele sabe...
- É? – exclamou Alvo
Scorpius fez uma careta.
- Ninguém está interessado em saber suas amizades Brian! – disse Scorpius o atacando – Está bem?
- Por que está me tratando assim Malfoy? – disse Brian grosseiramente – Só porque eu lhe derrotei naquele duelo que tivemos ontem à tarde?
- Como ousa...
- Em que ano você está? – perguntou Alvo ignorando as caretas que Scorpius fazia para Brian
- Eu estou no quinto ano... – disse Brian – Sou amigo dele desde o segundo ano... Ele estava no terceiro ano... Muito legal ele...
- Então... – disse Scorpius – Deixa nós terminarmos de conversar Philip...
- Espere Scorpius! – rugiu Alvo – Deixa-o falar...
Scorpius fez outra careta e se afundou nas almofadas do sofá em que estava sentado. Brian tomou fôlego e disse:
- Bem... Ele anda meio triste ultimamente... Agora eu não sei se é por causa do desaparecimento de seus pais ou porque não está conversando com você...
- Pode ser os dois! – disse Alvo
Alvo estava percebendo que a historia do desaparecimento de seus pais já havia se espalhado pelo mundo mágico inteiro. Todas as pessoas que iam falar com ele, falavam sobre esse assunto. Já estava se tornando muito banal.
- Eu acho que se você fosse falar com ele de irmão pra irmão... – disse Brian – Ele voltaria a conversar com você sabe...
- Uma coisa que está me intrigando... – disse Alvo imediatamente – Ele é seu amigo mesmo? Ele nunca me disse que tinha um amigo Sonserino...
- Ah! – disse Brian – Ele não gostava mesmo...
- Ele não gosta de nós! – disse Scorpius
- Claro que não é assim! – disse Brian nervoso
- Claro que é... – disse Scorpius com uma expressão furiosa estampada em seu rosto – Se eu fosse o Alvo nunca mais falaria com ele, pra ele aprender...
Alvo olhou estranhamente para Scorpius. Como ele estava dizendo uma coisa daquelas? James era seu irmão. Não iria ficar sem falar com ele nunca mais. Brian se levantou e disse:
- Scorpius... Se você está tentando colocar um irmão contra o outro, você pode desistir dessa idéia... Eu não vou deixar que isso aconteça!
Scorpius gargalhou friamente, levantando do sofá em um pulo. Ele observou Alvo e Brian e depois saiu andando para as escadas. Antes de descer, ele disse:
- Brian... Você é que nem o Alvo! – e desceu
Brian pulou e sentou-se onde Scorpius estava sentado e olhou seriamente para Alvo. Ele também encarou o novo colega.
- Eu acho que...
- Ciúmes! – cortou Brian – Puro ciúmes...
- É, deve ser mesmo! – disse Alvo convencido das palavras de Brian.
- Mas o que ele quis dizer quando disse que eu era igual a você hein Alvo? – perguntou Brian atentamente.
- Ah... – disse Alvo – É que eu não sou como os outros Sonserinos... Você deve saber... É estranho ser da Sonserina quando não se quer!
- Bem... Você tem a alma da Grifinória! – disse Brian
- Você acha? – perguntou Alvo. Seu rosto se iluminara
- Sim, eu acho... – disse Brian rapidamente – Sua família inteira esteve na Grifinória Potter... Você só teve o infeliz destino de ir para a Sonserina...
- Por que infeliz?
- Porque a Sonserina é ruim! – disse Brian tornando-se serio de repente – A Sonserina sempre criou grandes bruxos das Trevas...
- Incluindo Lorde Voldemort! – completou Alvo
- Sim, ele mesmo... – disse Brian com a voz tremida – Você acha que eu queria estar na Sonserina também? Não... De forma alguma!
- Nossa... – disse Alvo – Pensei que eu fosse o único!
- Mas eu já me acostumei... – disse Brian – Tive que me acostumar, uma vez que o Chapéu Seletor nunca muda de idéia...
- Nunca?
- Nunca
Alvo então percebeu, que ele teria de ficar na Sonserina pelo resto de seus anos escolares. Se bem, que ele já sabia isso desde o inicio.

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