No expresso de Hogwarts



O Expresso de Hogwarts já havia chegado à estação de Hogsmeade. Alvo andava em direção a ele com dificuldades em carregar seu malão, que se tornara muito pesado com a quantidade de deveres e de livros. Rosie se juntara a ele e ambos foram para a mesma cabine quando entraram no Expresso.
- Frio não? – disse Alvo nas pontas dos pés, enquanto tentava sem sucesso colocar seu malão na prateleira de madeira acima de sua cabeça – Isso não entra!
- Wingardium Leviossa!
Rosie bradou sua varinha e o malão entrou direitinho na prateleira. Alvo fez uma reverencia a ela, agradecido.
- Posso tentar? – disse ele sacando a varinha
O Malão de Rosie ainda estava no chão.
- Claro! – assentiu Rosie
- Wingardium Leviossa!
Não aconteceu nada. Desconcertado, Alvo tentou de novo, e não conseguiu e mais uma vez e o Malão não deu nenhuma manifestação. Ele se derrubou no banco, derrotado.
Rosie olhou para ele e deu uma risadinha. Ela bradou a varinha novamente e seu Malão levitou e ela o encaixou na própria prateleira. Ela a guardou nas vestes e disse:
- Você não é muito bom com feitiços não é?
Alvo corou e não respondeu.
- Eu vi você lançando aquele feitiço de desarmamento e o achei muito corajoso e brilhante... – disse Rosie – Você sabe fazer sim... Só precisa de pratica!
- Pratica? – disse Alvo impaciente – Aposto que você não teve que fazer nenhuma pratica para realizar esse feitiço teve?
- Bem... Eu... – disse Rosie, mas pela cara dela Alvo tinha certeza que não – É eu não tive que praticar, mas eu leio bastante teoria e... Esquece!
- Ah tudo bem! – disse Alvo rapidamente, a vendo corar – Eu não sou muito bom mesmo... As coisas só deram errado pra mim, desde que entrei em Hogwarts...
- Como assim? – perguntou ela
- Eu fui pra Sonserina... – disse Alvo dando um sorriso triste – A pior casa da escola... Os Sonserinos são todos renegados e excluídos dos restantes...
- Mas você não é... – disse Rosie sorrindo alegremente, tentando contagiar Alvo – Eu converso com você, seu irmão também...
- Eu não falo mais com meu irmão! – disse Alvo sentindo um grande interesse nos cordões de seu sapato preto e brilhante – Ele, bem, prefere que eu fique longe.
Rosie encarou Alvo por um instante, e depois disse:
- Eu não acho que seja isso... Seu irmão não lhe deixaria só por coisas banais, acho que tem alguma coisa realmente seria acontecendo...
Alvo a olhou estranhamente e então inclinou suas costas, de modo que sua cabeça ficasse perto das pernas dela. Rosie fez o mesmo, ficando cara a cara com ele.
- Ele não gosta que eu ande com Scorpius Malfoy! – disse Alvo rapidamente e baixinho, olhando de relance para a porta da cabina, verificando de que não havia ninguém ouvindo – Ele, bem, foi meu único amigo até agora...
Rosie e Alvo voltaram a suas posições normais. A Weasley ficou muito pensativa e Alvo ficou apreensivo para ver qual era a resposta que ela iria lhe dar.
- Bem... – começou ela – Os Malfoy não tem muita fama mesmo, mas esse Scorpius pode ser diferente não pode? Talvez ele não seja igual ao pai...
- É talvez...
De repente, a porta da cabine se abriu e duas pessoas entraram. Para o horror de Alvo, Scorpius Malfoy estava beijando a Kemily Parkinson e eles nem haviam notados que não estavam sozinhos. Rosie olhou horrorizada para Alvo e limpou a garganta alto. Eles pararam e se desgrudaram.
- Er... – disse Scorpius olhando a cara de desgosto de Alvo – Eu... Não queria, serio, pensei que... Ah Meu Deus!
- Tudo bem Scorpius! – disse Alvo tentando parecer firme, mas na verdade, sua vontade era de chorar – Você quer ficar aqui?
Parkinson olhou Rosie e Alvo assustada. Ficaram segundos em silêncio. Segundos, que pareceram a Alvo, longas horas. Enfim, Parkinson estendeu a mão a Alvo.
- Prazer! – disse ela apertando sua mão – Sou Kemily Parkinson e você deve ser Alvo Severo Potter não é mesmo?
- Sim... Eu sou! – disse Alvo ficando pálido e ao mesmo tempo vermelho de vergonha. Apertara a mão da Parkinson.
Ela se virou e encarou Rosie.
- E você deve ser a Weasley! – disse Parkinson rapidamente, apertando a mão de Rosie – Prazer em conhecer vocês...
- O prazer é nosso! – respondeu Alvo e Rosie juntos.
Scorpius e Kemily se sentaram um em frente ao outro. Kemily estava ao lado de Rosie e Scorpius ao lado de Alvo, que não ousava a dirigir seu olhar a ele. O Trem deu um solavanco e começou a se mover.
Aos poucos, Alvo foi perdendo a visão das casas da Vila de Hogsmeade e também ganhando o pensamento que passaria um natal não muito legal. A principio, Alvo imaginou que iriam viajar todos em silencio, mas, com o passar do tempo de viagem, eles foram conversando.
- Minha viagem pra França foi remarcada sabe... – disse Kemily entusiasmada - Mamãe disse que a França está um caos por esses dias...
- Também... – disse Scorpius – Com aquele bruxo perverso andando por lá, o que ele faz com as pessoas Kemmy, você sabe?
- Ah não exatamente... – disse Kemily – Mas eu imagino que ele mata na maioria das vezes... Ou até mesmo tortura... Muito mal!
Rosie e Alvo se entreolharam.
- Onde vocês vão passar o natal? – quis saber Scorpius
- Aqui na Inglaterra mesmo... – disse Alvo rapidamente
- Vamos passar juntos! – disse Rosie também entusiasmada, dando uma piscadela discreta para Alvo – Nosso natal vai ser realmente bom...
- Não pra você né Potter? – disse Kemily parecendo caridosa – Fiquei sabendo que seus pais estão desaparecidos não é?
- É! – disse Alvo sem emoção
Ele olhou furiosamente para Scorpius, que deu uma risadinha sem graça e continuou a conversar.
- Mas com certeza vai achá-los... – disse Scorpius imediatamente – O Lorde das Trevas já se foi faz tempo e ninguém era forte o bastante...
- Eu já não tenho tanta certeza assim! – disse Alvo
Todos olharam apreensivos para ele.
- Eu... – disse ele desconcertado. Agora iria ter que falar, uma vez que começara – Eu fiquei sabendo que Draco Malfoy, Vicente Crabbe e Gregório Goyle foram aceitos no Ministério da Magia!
Scorpius ficou pálido de repente. Rosie percebeu e lançou um olhar de duvida a Alvo. Kemily pareceu pensativa.
- Mas o que isso tem haver? – disse Scorpius
- Bem... – disse Alvo engolindo em seco – Eles foram Comensais da Morte não foram? Talvez...
- Você está insinuando que meu pai ainda seja um Comensal da Morte Potter? – disse Scorpius olhando Alvo nos olhos – Hein?
- Claro que não! – disse Rosie rapidamente, vendo o olhar de suplica de Alvo lançado para ela – Ele não quis dizer isso...
- Melhor assim! – disse Scorpius se acalmando – Meu pai cometeu um grande erro na vida dele se unindo ao Lorde das Trevas...
- Mas o engraçado... – disse Alvo – Que meu pai me disse que apenas os Comensais da Morte chamavam Lorde Voldemort de Lorde das Trevas!
Houve um momento de silencio. Scorpius ficara pálido novamente, talvez, só por ter ouvido o nome do antigo mestre de seu pai. Kemily ficou perplexa e atordoada e Rosie ficou normal.
- Eu não sou um Comensal da Morte! – disse Scorpius profundamente irritado – E a propósito, por que você está me atacando?
- Eu... Eu não estou te atacando! – disse Alvo firme
- É o que parece... – disse Scorpius dando como o assunto encerrado – Vou pedir algum doce no corredor...
- Vou com você! – disse Alvo se levantando. Scorpius fez à mesma coisa e eles saíram da cabine, começando a andar pelo corredor – Sinceramente...
- Eu sei que você não estava me atacando Alvo... – disse Scorpius imediatamente – Mas soou como se estivesse, eu sei que não foi à intenção...
- É... – disse Alvo desconcertado
Eles andaram um bom pedaço, até acharam uma bruxa velha passando com um carrinho com prateleiras repleta de doces mágicos. Eles se adiantaram.
- Dez sapos de chocolate! – disse Alvo dando a mulher um galeão – E mais três feijoezinhos de todos os sabores, por favor...
A mulher apanhou três objetos empacotados e entregou a Alvo. Scorpius pegou a mesma quantidade de doces que Alvo e foram voltando para a cabine.
- Teddy! – exclamou Alvo ao esbarrar em Teddy Lupin, que saíra de repente de uma cabine.
Os cabelos de Teddy que antes estavam ruivos mudaram, de repente, para um amarelo claro, ofuscando a visão de Alvo e Scorpius. Ele rapidamente mudou para ruivo de novo.
- Me desculpem... – disse ele sem jeito – Eu ainda sofro algumas alteração na aparência com emoções repentinas, mas isso não vem ao caso... Como você está Alvo?
- Muito bem obrigado! – disse Alvo feliz
- E você... Hã... Malfoy? – perguntou Teddy receoso
- Bem também! – disse Scorpius
- A gente se vê então! – disse Teddy passando por eles e indo até a mulher que vendia doce. Scorpius e Alvo continuaram a seguir pelo corredor.
- Ele é filho de Remo Lupin não é? – disse Scorpius curioso
- É sim!
- E de Ninfadora Tonks? – perguntou Scorpius
- Sim, por quê? – quis saber Alvo
- Ah! Nada não...
Eles voltaram para a cabine rapidamente. Alvo tomou um susto, quando viu que Rosie e Kemily estavam conversando como se fossem velhas amigas. Eles se sentaram nos seus lugares e distribuíram os doces.
Rosie foi abrir o sapo de chocolate e ele pulou de sua mão, voando pela janela de repente. Ela lamentou, mas seu rosto clareou ao ver o rosto de seu pai na figurinha.
- Meu pai... – disse ela – Está aqui!
- O meu também... – disse Alvo enfiando o sapo de chocolate na boca e erguendo a figurinha, onde o rosto de Harry Potter estava estampado – Que legal...
Ele leu o que estava escrito abaixo da figura:

Mais conhecido como O-Menino-Que-Sobreviveu, Harry Potter derrotou o Lorde das Trevas, juntamente com seus melhores amigos, Ronald Weasley e Hermione Granger.

- Que legal! – exclamou Kemily, mas Alvo percebeu que havia um pouco de falsidade em suas palavras, mas não se importou.
As horas passaram rápido, uma vez que eles se tornaram ótimos amigos. Conversaram sobre muitas coisas, até que o Expresso parou e eles foram obrigados a descer do trem. Scorpius e Kemily saíram antes, dizendo adeus e desejando um feliz natal.
Rosie pegou seu malão manualmente e Alvo fez o mesmo com o dele. Eles o colocaram no chão e saíram andando. No momento em que eles pisaram na plataforma nove e meia, eles ouviram um grito de prazer.
- Alvo... Rosie! – Hermione vinham correndo em suas direções – Que bom ver vocês novamente... Cadê o James?
- Ele não veio na mesma cabine que a gente... – disse Alvo desanimado – Ah! Olha ele ali...
Ele apontou para James, que trocava algumas idéias com uma menina de sua casa. Ele viu o grupo esperando-o e se despediu da menina. Ele veio correndo em direção a eles.
- Tia Mione... Tio Rony!
Rony havia aparecido de repente, guardando um documento plastificado no bolso. Ele não estava com uma cara nada boa.
- Quase fui multado! – disse ele – Sorte que eu Obliviatei o guarda de transito...
- Ronald! – disse Hermione seria – Você...?
- Claro! – disse Rony – Tive que fazer se não perderia muita grana Trouxa... Ele queria me multar por que parei em uma faixa branca!
Alvo e Rosie riram, mas Hermione e James ficaram rígidos.
- O que você tem James? – perguntou Rony
- Nada! – respondeu James
- Bem... – disse Hermione assumindo o controle da situação – Seu irmão nos disse que vocês estavam brigados, era verdade?
Pronto. Alvo estava simplesmente perdido nas mãos de seu irmão. Hermione não podia ter dito aquilo para ele, realmente não podia. James lançou um olhar de “Eu te pego depois”.
- Um pouco, mas vai passar! – disse James sorridente
- O que estamos esperando? – disse Rosie
- Oh sim... – disse Rony – Estamos esperando o Teddy Lupin e a Victoria Weasley Delacour! Olha eles ali...
Rony apontou dois jovens que estavam descendo do Expresso em meio a uma densa fumaça branca. Eles acenaram.
- Olá irmão! – disse Gui Weasley aparantando ao lado direito de Rony e Fleur do outro – Que bom lhe ver... Olá Hermione...
- Oi Gui! – disse Hermione animada – Olá Fleur...
Alvo de repente, sentiu um grande aperto no coração e uma vontade imensa de chorar. Ele estava vendo, ali, o encontro de família animadas, mas a dele, não estava lá e sim desaparecidos. Mas ele sabia que Teddy se sentia muito pior do que ele, uma vez que seus pais já estavam mortos.
- Vamos então? – disse Gui – Temos muito a fazer...
- Nós vamos passar o natal todos juntos? – perguntou Rosie
- Claro que vamos! – disse Teddy se juntando ao grupo ao lado de Victoria – É como fazemos todos os anos...

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