Ao anoitecer



O homem distinto apareceu de repente do meio de uma rua cercada por poucas casas e bastante arvores. Fazia uma noite fria. Suas vestes longas e pretas não o tornava muito amigável e um pedaço fino e cumprido de madeira em uma de suas mãos muito menos. Ele virou sua cabeça coberta por um capuz negro para os dois lados, constatando que a rua estava completamente deserta.
- Já era hora... – disse uma voz masculina
Da sombra de uma arvore próxima, surgiu outro homem, quase que idêntico ao que estava no meio, porem, mais baixo. Ele também levava em sua mão, uma varinha. Ele se aproximou do outro rapidamente.
- Chegamos aonde queríamos... – disse Draco Malfoy em um tom ameaçador
- É o que parece não é? – disse Vicente Crabbe – Draco...
- Silencio inútil! – Malfoy disse e Crabbe se calou – Acho que nosso amigo já chegou...
CRACK
Um terceiro homem surgiu das sombras e trajava as mesmas vestes dos dois que o aguardavam ao meio da rua. Ele se aproximou e fez uma curta reverencia a eles. Gregory Goyle olhou para Draco e disse:
- Qual o propósito de estarmos aqui...
- Ora... – disse Draco sorrindo ironicamente – Vou repetir o feito...
Crabbe e Goyle se entreolharam
- Que feito Draco? – perguntou Crabbe – Nós...
- Eu sei que vocês não são capazes de matar alguém... – disse Draco ignorando Crabbe que fez uma careta de indignação – Contudo, quero que vocês presenciem meu feito histórico...
- Por que estamos trajando essas vestes? – perguntou Goyle rapidamente enquanto ficava de frente com Malfoy – Não somos e nunca fomos Comensais da Morte e Tom Riddle já está morto!
Malfoy gargalhou e sua risada foi capaz de invadir cada janela das poucas casas que haviam na rua. Ele elevou sua varinha até a altura do peito de Goyle e a pressionou contra ele.
- Goyle... – disse Malfoy – Lorde Negro está morto sim, mas Draco Malfoy não...
Crabbe apontou a varinha para Malfoy.
- Não ouse...
Draco apenas deu um leve sorriso e se afastou de Goyle, abaixando sua varinha e guardando-a nas vestes. Goyle pôde respirar um pouco melhor, enquanto Crabbe ainda mantinha sua varinha apontada para Malfoy.
- Bem... – disse Malfoy começando a andar de um lado para o outro, impaciente – Eu não tenho chance contra dois bruxos qualificados – Ele deu uma leve risadinha de deboche – Mas eu chamei vocês aqui para um propósito...
- O que é? – perguntou Goyle grosseiramente sacando sua varinha e também apontando para Malfoy – Vamos... Diga!
- Bem... – disse Malfoy limpando a garganta – Como vocês sabem, o Lorde Negro assassinou os pais de Harry Potter no passado... Ocasionando uma serie de fatos indesejáveis...
- O que você pretende nos contando isso? – cortou Crabbe
- Ora meu caro... – disse Malfoy calmamente – Eu quero repetir o feito de Tom Riddle... Mas comigo não vai acontecer nada de errado, eu garanto...
- O que você quer fazer Draco? – perguntou Goyle. A mão em que empunhava a varinha, tremia rapidamente, como se fosse soltar um feitiço extremamente poderoso em instantes.
- Eu quero matar Harry Potter! – disse Malfoy rapidamente
Crabbe e Goyle abaixaram suas varinhas e se entreolharam.
- Não somos mais capachos seu! – disse Crabbe finalmente – Não faremos seu serviço sujo Draco... Não mataremos ninguém, ninguém mesmo...
- É! – disse Goyle – Agora nós somos pais de família...
- Então porque vieram? – cortou Malfoy rudemente – Se fossem pais de família, por que se vestiram com vestes de Comensais da Morte e vieram até mim? Eu tenho certeza que vocês sentem saudade do triunfo que vocês tinham quando andavam ao meu lado em Hogwarts!
- Nenhuma saudade! – sussurrou Crabbe
- Repito... Por que vieram então?
- Não sei... – disse Goyle – Bem que eu achei que seria perca de tempo...
- Vocês não percebem? – disse Malfoy – Eu vou ser o novo Lorde Negro depois que eu matar o Potter e a garota Weasley... E vocês, se quiserem, serão meus mais confiáveis seguidores...
- E o que ganhamos com isso? – perguntou Crabbe olhando nos olhos de Malfoy
- Gloria, fama e poder! – disse Malfoy simplesmente – Vão me ajudar ou não?
- O que teremos que fazer? – perguntou Goyle
- Nada! – disse Malfoy – Apenas presenciar o fato... Tirar fotos...
- Só isso? – disse Crabbe desconfiado – Então está bem...
- Vamos então... – disse Malfoy dando uma risadinha
Eles iniciaram uma caminhada que não seria tão longa. Em poucos minutos, eles passaram por uma placa de madeira, que ficava no canteiro de uma calçada, esta, dizia:

Bem Vindo a Godric´s Hollow

Eles andaram mais um pouco. Passaram por causas medíocres feitas de madeira desgastada, passaram por terrenos baldios abandonados e protegidos da limpeza periódica que devia ser feita. Até que eles chegaram realmente na cidade. Belas mansões se erguiam atrás das calçadas esplendidas. Uma igreja enorme estava plantada ao meio da cidade. Ela brilhava a luz do luar da lua cheia.
- Vamos... – disse Malfoy
Eles rodearam a igreja e andaram mais um pouco, até que Malfoy parou em frente a uma casa enorme. Dois lampiões de rua se erguiam majestosamente na sua calçada e uma placa feita de ouro, estava cravada no muro incrustado de pedras brilhantes:

Aqui reside os Potter, 7

Malfoy deu uma risadinha insignificante.
- Vejo que o Potter não é tão pobre quanto parece...
- Malfoy... – começou Crabbe – Você é tão rico quanto era antes?
Malfoy virou para Crabbe e o fuzilou com os olhos, mas, disse calmamente:
- Eu apenas perdi um pouco da fortuna que meu pai me deixou... Coisa boba...
Malfoy passou seus dedos finos e cumpridos nas grades do portão da casa dos Potter. Ele sentiu uma sensação de alivio, misturado com ansiedade e maldade. Seria aquela noite que ele faria. Acabaria com tudo lá mesmo. Ele elevou sua varinha até o cadeado do portão e sussurrou:
- Alohomora!
Um som metálico quebrou o silencio e o cadeado se abriu, caindo instantaneamente no chão. Malfoy abriu o portão cuidadosamente e avançou sem guardar sua varinha. Ele caminhou em cima das gramas bem podadas da casa dos Potter. Crabbe e Goyle iam ao seu encalço, ambos já estavam com a varinha em punho. Malfoy chegou até a entrada principal da casa. Ele fez um simples aceno com a varinha e o trinco se destrancou, abrindo a porta imediatamente.
Malfoy avançou com Crabbe e Goyle, que sentiram arrepios no mesmo instante em que pisaram na primeira taboa de madeira da Sala de Estar. Tudo estava escuro. Malfoy ergueu a varinha e sussurrou:
- Lumus!
Uma luz branco-azulada ergueu imediatamente da ponta de sua varinha, iluminando sua frente. A luz o ajudava muito para desviar dos diversos moveis que compunham a grandiosa Sala de Estar.
- Onde eles estão? – perguntou Crabbe – Hein Draco? Onde...
- Dormindo é claro! – disse Malfoy batendo sua mão na testa – Eu estou começando a me arrepender de ter chamado vocês para esse serviço... Acho que o Montague se encaixaria melhor no serviço junto com o Zabini!
Crabbe e Goyle pararam de andar no mesmo instante.
- Se você quiser podemos ir embora agora... – disse Goyle ameaçadoramente
- Não pedimos para vim, pedimos? – completou Crabbe
Malfoy parou abruptamente e se virou para Crabbe e Goyle, apontando a varinha acesa para eles. Ele sorriu de canto e disse bem baixo, quase como um sussurro:
- Se vocês se atreverem a me deixar, não sei o que posso fazer com a filha de cada um de vocês...
Goyle e Crabbe pareceram de repente, perderem a cor. Ficaram brancos de um segundo para o outro. Eles se entreolharam tristemente e Malfoy se virou e voltou a avançar dentro da Sala de Estar. Temendo que algo pudesse acontecer com suas filhas, Crabbe e Goyle acenderam suas varinhas e o seguiram.
Malfoy iluminou uma escada grande de madeira e começou a subi-la, com Crabbe e Goyle em seu encalço. Logo, chegaram a um longo corredor, composto por três portas grandiosas nas laterais. Malfoy entrou em um e logo reconheceu que deveria ser o quarto de um dos filhos. Crabbe e Goyle chegaram a mesma conclusão, quando invadiram os outros dois.
Eles encontraram uma outra escada, que levavam até o andar de cima. Eles a subiram sorrateiramente, com as varinhas em punho para qualquer coisa que pudesse sair errado. Eles pisaram no solo de madeira de um corredor longo e mal iluminado. Havia uma porta formosa ao fim dele. Malfoy respirou fundo, elevou sua varinha até a altura do peito e iniciou sua caminhada até lá.
Ele parecia maquinar todas as ações rápidas que teria de fazer quando estivesse cara a cara com Harry e Gina. Malfoy, Crabbe e Goyle chegaram até a porta e com um aceno da varinha de Draco, ela se abriu lentamente e sem fazer barulho algum. Eles entraram e Malfoy pode ver Gina e Harry Potter deitados numa cama grande casal. Ele sorriu ao ver a cena.
Malfoy fez um aceno longo com a varinha e duas maquinas fotográficas foram projetadas nas mãos de Crabbe e Goyle, que se assustaram. Crabbe sussurrou:
- Nós vamos ter que fazer isso realmente?
- Claro! – respondeu Malfoy grosseiramente – Chegou à hora...
Harry se mexeu e levou seus braços envolta do pescoço de Gina.
- É a hora... – disse Malfoy estralando o pescoço e respirando profundamente.
Ele ergueu sua varinha e Crabbe e Goyle ergueram as maquinas fotográfica. Crabbe e Goyle sabiam que aquela cena seria terrível, mas teriam que agüentar assisti-la, se não, algo de muito ruim poderia acontecer a suas filhas.
- Potter... – chamou Malfoy
Harry abriu os olhos lentamente, mas quando enxergou as três figuras encapuzadas, ele deu um pulo da cama e empunhou sua varinha. Malfoy foi mais rápido e o desarmou imediatamente.
- Boa Noite! – disse Malfoy – Tudo bem Potter?
- Eu... O que faz aqui? – quis saber Harry
- Ora... – disse Malfoy rindo – Vim fazer um serviço
- O...
- Eu vou lhe matar Potter! – disse Malfoy com um sorriso desdenhoso – Vou matar você e a sua mulher! Repetir o que o Lorde Negro fez com seus pais... Acho que seus filhos ficaram ótimos sem vocês!
Gina acordou de repente e deu um grito ensurdecedor, antes de Malfoy lhe lançar um feitiço trava língua. Ela se juntou ao marido, sem poder dizer uma palavra. Eles estavam abraçados. Gina tremia dos pés a cabeça e lagrimas insistiam em percorrer seu rosto.
- Os dois juntos... – disse Malfoy – Que lindo me dará menos trabalho!
Gina se moveu bruscamente, tentando dizer alguma palavra, mas nenhuma saiu de sua boca. Harry a abraçou fortemente. Pensava em sua filha, Lílly. Ela estava dormindo no quarto ao lado.
- Cadê sua filha? – perguntou Malfoy como se tivesse lido os pensamentos de Harry
- Não te interessa! – gritou Harry – Nos deixe em paz!
- Não...
Harry moveu sua mão por trás de Gina e murmurou:
- Accio!
A varinha de Gina, que estava pousada delicadamente na mesa de cabeceira, tremeu violentamente e voou para a mão de Harry. Ele apontou a varinha para Malfoy e avançou.
- Saia da minha casa! – vociferou – Você é mal vindo aqui...
- Consegue fazer magias só com a mão Potter? – perguntou Malfoy – Naquela vez no trem, você não conseguiu, conseguiu? – ele riu – Alguém teve que lhe salvar...
- Expelliarmus!
Um estampido e um grito ecoaram pela casa. O raio vermelho partira da varinha de Harry e Malfoy conseguira se defender habilmente, gritando um feitiço protetor.
- Marca registrada... – sussurrou Malfoy
- Nos deixe em paz! – gritou Harry com a varinha apontada para o peito do rival
Malfoy fez um movimento com a varinha e Harry voou para trás silenciosamente, batendo na parede e caindo no chão. Este se ergueu novamente e jogou Draco para o chão. Crabbe e Goyle olhavam aquilo horrorizados, enquanto Gina tentava se desvencilhar do feitiço que Malfoy jogara nela. Os dois pararam. Estavam frente a frente, com as varinhas apontadas um para o outro. Crabbe ergueu sua varinha e desfez o feitiço de Gina, sem que Malfoy percebesse.
- Harry! – disse Gina agachando e pegando a varinha do marido – Expelliarmus!
- Protego! Avada Kedavra! – gritou Malfoy em resposta
Gina pulou para cama antes que o feitiço verde a atingisse.
- Harry...
- Papai? Mamãe? – disse uma voz fina e doce
Todas as cabeças se viraram. Uma menina pequenina estava parada em frente à porta do quarto. Ela olhava para a cena com muito medo. Seus cabelos ruivos eram idênticos ao da mãe e seus olhos verdes ao do pai.
- Avada Kedavra! – berrou Malfoy e um grito aterrorizante ecoou pelo bairro.

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