Cada Vez Mais Perto...

Cada Vez Mais Perto...



Draco e Sarah, espantados, rapidamente se levantaram da grama e se depararam com o semblante aborrecido de Filch. Enquanto a garota, que ainda estava chocada com a atitude de Draco, ficou sem saber o que fazer, o loiro, que conseguia se controlar muito bem, disfarçou o susto.
- Já terminamos. Se quiser pode verificar. – Ele disse com cinismo e superioridade.
Filch se aproximou do canteiro e viu que eles realmente pareciam ter feito tudo.
- Podem ir então e não se metam mais em confusão!
Sarah parou estática, fitando os dois. Não sabia para onde ir e o que fazer. Olhou para o sonserino ao seu lado, que virou-se em sua direção. Quando ele ia dizer algo, ela saiu correndo para o castelo. Não queria encará-lo de maneira nenhuma. Estava morrendo de vergonha do que havia acontecido há minutos atrás. Quando estava chegando na Torre da Grifinória, viu Dumbledore caminhando pelo corredor.
- Tio! – Ela gritou, surpreendendo Dumbledore.
- Olá, Sarah. O que está fazendo aqui há essa hora?
- Estava na detenção. – respondeu envergonhada.
- É mesmo. Minerva me contou.
- Ah tio... – disse num muxoxo, agarrando Dumbledore em um abraço muito angustiado.
- O que houve? – perguntou preocupado enquanto acariciava os cabelos da sobrinha com carinho.
- Estou tão triste e ao mesmo tempo tão feliz. – Sarah falou acometida pelo bem-estar por finalmente se achar diante de uma pessoa que lhe escutaria e lhe daria um bom conselho.
- E qual é o motivo para tanta confusão de sentimentos?
- Qual motivo não. Quem é o motivo...
- Então tem alguém envolvido nisso. – Ele afirmou como se já soubesse daquilo.
- Estou gostando muito de uma pessoa tio, mas eu não sei se ele gosta de mim. – confessou ao se afastar do abraço e fitar o sábio senhor.
- Eu não posso te ajudar muito nesse assunto, mas eu posso dizer uma coisa: siga o seu coração. Se ele diz pra você que deve confiar nele, por que não confiar?
- O senhor tem razão, mas – Sarah disse um pouco aliviada, mas logo suas dúvidas voltaram. – mesmo se ele não tiver uma boa reputação?
- O senhor Malfoy não é tão ruim. – Dumbledore falou com um sorriso esperto e os olhos atentos sobre os óculos.
- Eu sei, mas tenho medo... Peraí! – Sarah parou, o encarando surpresa. – Como o senhor sabe que é ele? – Não conseguia se acostumar com as adivinhações do tio. Como ele conseguia sempre saber de tudo?
- Eu sou um tio observador. – Ele disse em tom divertido. – Eu reparo muito nas coisas que estão em minha volta e os olhares que vocês trocam no Salão Principal ficam muito a minha vista. Mas não se preocupe pois ninguém percebeu.
- Então o senhor acha que...
- Tem uma coisa que os trouxas falam, que é a mais pura verdade. – Ele a interrompeu. – Cada um é cada um. Cada pessoa é uma pessoa, Sarah. Você não é igual a ninguém e acho que o senhor Malfoy pode ter percebido isso.
Sarah parou. Parecia refletir sobre o que ouvia.
- Obrigada, tio. – Ela o abraçou novamente. – Não sei o que seria de mim sem o senhor, mas não creio que seja assim.
- Está bem. Você vai se resolver muito bem sozinha, mas estarei aqui para o que você precisar. Agora vá dormir. Boa noite.
Sarah chegou na Sala Comunal exausta. Não só fisicamente, mas mentalmente. Pensamentos negativos a perseguiam mesmo depois do que ouvira de Dumbledore. Não conseguia esquecer que Draco quase a havia beijado. Estava explodindo de felicidade, mas não tinha certeza se aquilo era o certo. Por um lado, gostava de Draco, mas sabia que ele nunca a levaria a sério.
- Eu sou apenas uma nova conquista. – resmungou resignada.
Encostou-se na poltrona e acabou caindo no sono. Em um sono muito pesado sem sonhos, somente flashes de lembranças da detenção.

Draco voltou ao castelo e procurou por Sarah, mas não a encontrou. Resolveu ir para o seu dormitório. Trocou de roupa e se deitou, muito cansado. De repente, um mar de pensamentos veio a sua cabeça. A lembrança de Sarah sob a luz da lua o fazia delirar e a sua voz, como a mais perfeita música, tornava toda aquela cena um sonho. Quando se lembrou de que quase a beijou entrou em agitação profunda. Havia chegado tão perto, tão perto... Depois de horas se remexendo na cama viu que não conseguiria dormir. Só então compreendeu, ou melhor, teve certeza do que estava acontecendo com ele.
- Eu gosto realmente dela. – falou para si mesmo. – Mas isso é errado...
Novamente tentou dormir e novamente não conseguiu. Após horas de tentativas frustrantes de conseguir enfim dormir olhou para o relógio e viu que já passava das quatro horas da manhã. Decidiu se levantar. Tomou banho e vestiu suas vestes. Desceu para a Sala Comunal e não viu ninguém. “Claro! Quem estaria acordado a essa hora? Só eu mesmo!” ele pensou. Sentou-se em uma poltrona, a mais confortável é claro. Acendeu a lareira já que estava muito frio e novamente a imagem de Sarah invadiu sua mente. Ela parecia não mais sair de seus pensamentos.

- Sarah! – Uma voz impaciente gritava pela terceira vez até que finalmente a menina acordou.
- Ai! O que é?... – Sarah levantou assustada. – Gina?! O que houve? – perguntou ao voltar a si.
- Você dormiu aqui? – Gina perguntou rindo com a cara de susto que Sarah tinha feito.
- Acho que sim. – Olhou em volta. Desabou novamente na poltrona.
- O que houve ontem? – A ruiva perguntou curiosíssima.
- Nada. – Sarah falou com desgosto. – Absolutamente nada.
- Você é muito mentirosa. Vá se ajeitar. – Gina puxou Sarah da poltrona e foi a empurrando para as escadas.
Sarah subiu até o dormitório e viu que Adriene estava dormindo. Entrou no banheiro e tomou banho. Colocou suas vestes, penteou os cabelos e desceu. Gina estava na janela olhando para fora muito distraída.
- O que você estava olhando? – Sarah foi até aonde a amiga estava.
- Nada. É que acho que logo irá começar a nevar. O tempo está esfriando muito.
- Não vejo a hora. Nunca vi neve e imagino que seja maravilhoso. – Tentava se animar um pouco.
- Sim, é lindo. – disse a ruiva empolgada. – Adoro a neve, é muito divertido.
- Vamos? – indagou ao se aproximar do Quadro.
- Sim. Você aproveita e me conta o que aconteceu ontem.
As duas desceram até o Salão Principal. Sarah procurou Draco com o olhar e logo o viu, sentado entre Goyle e Pansy. Essa, conversava animadamente com ele. Sarah engoliu a seco. Sentiu o estômago embrulhar. Remoeu-se de tanta raiva. Mais do que qualquer outra coisa, teve a certeza de que a noite anterior não tinha passado de uma grande brincadeira. Imediatamente, sentiu um grande vazio no peito. Observou que Draco e Pansy se tratavam com muita intimidade. A garota várias vezes o tocava no ombro enquanto gesticulava ao falar. Sarah começou a se sentir realmente muito mal. Caminhou com lentidão até a mesa da Grifinória. Gina a seguiu preocupada. Teve a impressão de que Sarah poderia cair a qualquer momento de tão lentos que eram seus movimentos. Sentaram-se juntas de Rony e os outros.
- Bom dia. – cumprimentou o ruivo animadamente.
- Oi. – Sarah respondeu triste ao se encostar à cadeira. O ruivo logo compreendeu que a garota não estava em um bom dia.
- Sarah, – Gina cochichou no ouvido da amiga. – vamos para aquela ponta da mesa. – Apontou com o dedo para as duas últimas cadeiras que tinham na mesa.
- Vamos. Eu não quero falar com ninguém.
As duas se levantaram e foram para o outro lado da mesa e se sentaram bem longe de todos.
- O que houve com elas? – Hermione perguntou estranhando o comportamento das meninas.
- Eu não sei, mas boa coisa não é. – Rony disse sério tentando imaginar o que estaria acontecendo.
- Então, – começou Gina tentando parecer natural ao se sentarem. – o que aconteceu ontem na detenção?
Sarah colocou a mão em um dos bolsos da veste e sentiu o lenço de Draco. Pegou-o e limpou com um feitiço.
- O que é isso? – Gina perguntou.
- Machuquei meu dedo e o imbecil do Malfoy me deu isso. – Sarah disse bem rápido.
- Então, o que aconteceu?
- Já disse, machuquei meu dedo.
- É sério! – disse Gina brava, a encarando, querendo saber o que havia acontecido.
Sarah deu um longo suspiro e falou:
- O Malfoy tentou me beijar. – Olhou para o próprio prato. Sentiu o rosto queimar de vergonha e um frio no estômago. Talvez fosse conseqüência do misto de tristeza e imensa alegria que sentia ao lembrar do fato.
- Verdade? – Gina perguntou surpresa.
- Não, eu estou mentido todo esse tempo. – disse irritadíssima. – Estou fingindo que estou morrendo de raiva desde a hora que eu acordei. Estou fingindo que...
- Desculpa. – Gina a interrompeu com os olhos arregalados. Jamais havia visto a menina ser tão ignorante. – Eu só pensei...
- Não. Desculpe-me você. Estou com tanta raiva que... – Não conseguiu terminar.
- Mas por que você está com tanta raiva?
- Olha ele com a Parkinson.
Gina olhou para trás e reparou que eles estavam bem animados enquanto conversavam.
- Ele nunca gostaria de mim.
- Por que? Você é legal, simpática e muito bonita. Qualquer garoto cairia por você.
- Ele não. Você mesmo me disse como ele é e eu confirmei. Ele fica com qualquer uma. Olha a Rita. Tinha certeza de que iria namorá-lo e o que ele fez? Deu um fora nela.
- Mas isso não significa que ele irá fazer o mesmo com você.
- Não. Significa que ele pode fazer pior. – Ela afirmou com piedade de si mesma. Imaginava coisas horríveis como Draco a humilhando na frente de todo o colégio. – Eu não quero vê-lo mais e dessa vez é sério. Eu o odeio mais do que tudo.
- Sarah, – Gina recomeçou. – não se engane. Não pense que você pode esquecê-lo de uma hora pra outra. O ódio e o amor são sentimentos que estão muito próximos um do outro.
- Eu só não sei o que eu faço.
- Alunos do terceiro ano em diante, – Dumbledore começou a falar, tomando a atenção de todos. – podem se encaminhar para os jardins que as carruagens partirão.
Todos os alunos se levantaram e foram para os jardins como o diretor pediu. A empolgação era vista facilmente. Todos comprariam suas vestes para o baile e os pares já estavam começando a se formar. Sarah era a única que parecia não estar nem um pouco empolgada.
Sarah entrou na carruagem logo depois de Gina. Contou o que acontece na detenção e Gina ficou realmente surpreendida. Olhou para a carruagem de trás e viu Draco conversando com Pansy novamente. Até parecia que o rapaz agia propositalmente para provocar Sarah, embora não fosse verdade.
- Viu?Viu? Mandou um dos amiguinhos dele ir em outra carruagem só para dar lugar para a Parkinson. – Sarah disse inconformada como se fosse algo proibido e errado.
- Não fique se torturando Sarah. – Gina disse. Como estavam somente elas duas na carruagem não precisavam falar baixo.
- Eu sou uma idiota! Idiota! Idiota! Idiota!
- Pare! – Gina a repreendeu muito séria.
- Tenho que esquecê-lo. – Ela disse decidida.
- E como você vai fazer isso?
- Peter...
- Não faz isso, Sarah. Você vai magoar a si mesma e vai magoá-lo também e isso não é justo.
- E se ele só estiver precisando de uma chance? Vou dar essa chance pra ele. Isso vai ser bom pra mim.
- Eu só espero que você não saia magoada dessa história.
- Mais magoada do que eu estou?! – Sarah indagou enfurecida. – Eu não quero mais falar nisso.
As duas ficaram caladas e quando Gina olhou para Sarah viu que ela estava se segurando para não chorar. Preferiu não falar nada. Apenas a abraçou. Ficaram assim durante alguns minutos. É bem certo o que dizem: um gesto vale mais que mil palavras. E Sarah sabia disso. Nada como aquele abraço de sua amiga para tranqüiliza-la naquele momento.
Chegaram em Hogsmead e desceram todos das carruagens. Hermione foi até Sarah e Gina falar com elas.
- O que houve com vocês hoje? – Ela perguntou desconfiada. Tinha certeza de que tinha algo de errado com as amigas.
- Não dormimos muito bem. – Gina se apressou em falar.
- Ah... Sarah, você falou para o professor Dumbledore sobre o seu sonho?
- Sim. Falei ontem e ele disse que já sabia e que o Ministério já está preparado para quando Voldemort voltar.
- Não fale o nome dele. – Gina falou em tom receoso.
- Que mania você tem de não falar o nome dele. Pois falo sim. Voldemort, Voldemort, Voldemort. Falo o nome desse bruxo idiota, sim!
- Vocês estão aí. – Rony interrompeu ao se aproximar das meninas. – Venham, vamos tomar alguma coisa no Três Vassouras.
Chegando lá, o garçom juntou duas mesas para todos sentarem. Conversavam animadamente, com exceção de Sarah, que permanecia triste e muito calada.
- Sarah, não fique assim. – Gina falou baixinho no ouvido da amiga. Começava a ficar realmente chateada com o ânimo da amiga. Não gostava de vê-la tão triste.
- Está certo. – Ela ergueu a cabeça tentando parecer forte.
De repente, ficou paralisada. Draco e o resto do time de quadribol da Sonserina estavam entrando no Três Vassouras. Gina olhou para Sarah e viu a amiga sem ação.
- Fica normal!
- Está bem, está bem. – falou um pouco nervosa enquanto arrumava os cabelos, jogando-os para trás.
Quando Sarah viu que eles estavam chegando perto da mesa onde estava começou a “prestar atenção” na conversa dos seus amigos. Draco e os outros se sentaram logo na mesa ao lado. Sarah estava de costas para eles e agradeceu por isso afinal, assim, não teria que encará-lo.
- Ele tinha que vir. – Rony disse aborrecido ao ver Draco.
- Ignore-o. – Harry aconselhou, sempre mais paciente do que o amigo.
Na mesa de Draco, os garotos conversavam sobre quadribol e outras coisas não muito importantes, mas um deles acabou mudando de assunto. Um assunto que não agradaria Draco em nada.
- Essa Sarah Wynette é uma gata. – O novo artilheiro do time da Sonserina comentou.
- Você tem razão, Johnny. – O outro concordou a olhando. Não perceberam o olhar fuzilador de Draco.
- Esperem aí. – Johnny se levantou da mesa e foi até Sarah. – Olá. – cumprimentou com um sorriso mal-intencionado.
- Oi. – Ela disse timidamente evitando olhá-lo.
- Você é a Sarah, não é?
- Sim, por que?
- Você é muito bonita. Bonita mesmo.
- Obrigada. – respondeu sem-jeito e deu uma olhadela em Rony que estava ficando literalmente vermelho de fúria.
- Você já tem acompanhante para o baile? – Ele perguntou maliciosamente. Rony não estava gostando nada daquela conversa, muito menos Draco. Lógico que os dois tinham motivos diferentes.
- Sim, já tenho.
- Que pena... – lamentou. –Então você aceita sentar ali em uma mesa só comigo. Podemos conversar um pouco.
Sarah não estava acreditando. Essa era uma boa oportunidade para provocar Draco. Olhou rapidamente e viu que ele estava com uma cara péssima. Estava cada vez mais irritado.
- Claro. – Ela levantou da cadeira e se sentou em uma outra mesa.
- O que? – Draco perguntou a si mesmo. Ficou simplesmente chocado. Chocado e, por mais que tentasse negar a si mesmo, magoado.
- O que ela pensa que está fazendo!? – Rony quase explodiu de raiva. – Conversando, flertando com alguém da Sonserina! Uma desonra para a Grifinória!
- Pare de gracinha, Rony. – falou Gina tentando acalmar o irmão, mas também não conseguia disfarçar o desgosto, por outro motivo. “Ela acha que pode se vingar dele” pensou. Sabia que a amiga estava sendo infantil.
Johnny e Sarah ficaram conversando durante um bom tempo até que Gina a chamou para ir embora. Ela se despediu de Johnny com um beijo no rosto, deixando o garoto decepcionado e um pouco irritado também.
- Johnny, você quebrou a cara mesmo, hein? – Antony comentou, rindo da cara de tacho dele.
- Eu não entendi. Ficamos conversando durante um tempão e na hora ela se despede de mim com um beijo no rosto. Ou ela é muito distraída ou se finge de desentendida.
- Bem feito! – Draco zombou muitíssimo satisfeito. – Acha que sempre consegue todas que quer.
- Vamos embora. – Johnny disse aborrecido.
Hermione não conseguia se segurar de curiosidade. Precisava saber o que tinha acontecido. Soltou-se da mão de Rony e correu em direção a Sarah.
- O que aconteceu?! O que ele queria?
- Só conversamos. Ele tinha certeza que conseguiria alguma coisa comigo, mas acabou quebrando a cara. – falou sorrindo. Conseguira provocar Draco e estava satisfeita. – Agora vamos a nova galeria de roupas. Uma menina da Corvinal me falou que lá têm as melhores roupas.
- Depois eu encontro vocês. Vou falar com Rony primeiro. – Hermione disse.
Sarah e Gina foram até a galeria formada por várias lojinhas de diferentes tipos de vestes. Entraram em uma só de roupas para festa. Viram que estava bem cheia. Enquanto os outros experimentavam várias roupas, elas apenas escolhiam as que lhe interessavam. Havia muitos vestidos, um mais bonito que o outro. Gina escolheu bem rápido um vestido longo lilás bordado com miçangas. Era de alças e não muito decotado. Simples, mas muito bonito, como Gina.
Sarah demorou um bom tempo para escolher, mas pegou um dos vestidos mais bonitos que havia na loja. Parecia feito especialmente para ela. Era tomara-que-caia verde-água. Tinha uma fenda em uma das pernas que ia do joelho até os pés. Nenhum dos dois vestidos precisaram de ajustes. As garotas pagaram e foram embora. Quando estavam se aproximando dos seus amigos, Sarah lembrou dos sapatos. As duas riram. Como haviam esquecido? Voltaram pra loja.
- Eu já tenho os meus. – Gina disse desanimada. – Não posso comprar.
- O seu dinheiro acabou? – Sarah perguntou com pesar.
- Sim. – Gina parecia triste. Não ligava por não ser rica, mas em algumas horas o dinheiro fazia falta e ela não podia negar.
- Pode escolher que eu pago.
- Não precisa. Eu já tenho...
- Se você não aceitar vou ficar chateada. É um presente.
- Obrigada. – Gina falou muito agradecida e feliz. Não poderia recusar.
Então as duas escolheram os sapatos. Gina escolheu uma sandália de salto não muito alto lilás, como o vestido e Sarah escolheu uma sandália de salto fino alto prata. Estavam indo pagar quando Sarah esbarrou em alguém na área de vestes masculinas e deixou cair os sapatos.
- Desculpe. – Ela disse sem olhar para a pessoa.
- Não, tudo bem. – Draco disse também sem olhar com a voz meio desanimada.
- Você? – Sarah levou um susto ao ver quem era e quase caiu para trás, mas Draco a segurou.
- É você... – Um sorriso se abriu no rosto do loiro.
- Com licença, eu quero passar. – Sarah disse séria e evitou encará-lo.
- Espere. Por que você não me olha? – Draco segurou o braço dela, impedindo-a de ir.
- Eu estou com pressa.
- Você parecia animada com o Johnny. Vai sair com ele, ou será que vai ao baile com ele? – Ele perguntou sério.
- Não, e você sabe disso.
- Por que? – Um pequeno sorriso satisfeito pelo que ouvira se fez no canto da boca de Draco.
- Por que ele é um idiota! – Sarah resolveu encará-lo. – Nunca ficaria com um garoto que fica com qualquer uma que vê pela frente. Agora com licença.
Sarah se soltou da mão de Draco e foi pagar os sapatos. Gina foi atrás da amiga e viu que ela tentava se controlar para não correr atrás de Draco e falar tudo que queria pra ele.
- Você está bem?
- Eu tinha que encontrá-lo aqui? Isso parece perseguição!
- Vamos embora. – Gina aconselhou.
- Sim, vamos.
Elas pegaram os sapatos e foram embora. Ao sair, Sarah acabou esbarrando novamente em Draco, mas continuou andando e não o olhou. Preferiram ir logo para as carruagens. Por mais que Sarah tentasse, não conseguia deixar de pensar em Draco.
O loiro fez suas compras muito pensativo. Pensava no que Sarah havia dito. Então era por isso que ela o evitava. Ele já havia ficado com várias meninas e depois as deixava. Deduziu corretamente que Sarah pensava que ele faria o mesmo com ela. Pagou o que devia e saiu da loja. As carruagens já estavam prestes a partir. Subiu em uma correndo e não percebeu que tinha sentado ao lado de Rita.
- O que você quer aqui? – Ela perguntou zangada.
- Eu quero voltar para o colégio e você? – respondeu cinicamente, com raiva de si mesmo por ter sentado ali.
- Tem outras carruagens, por que você quer vir aqui? – Rita procurava um motivo pois queria que Draco estivesse ali por causa dela.
- Eu entrei na primeira que vi, mas se quiser eu posso sair. – Começou a se irritar. – Não estou aqui por você, pode ter certeza.
- Mas poderia, você não acha? – Rita disse maliciosa.
- Não! Eu não quero falar com você, ok?!
- Eu conheço um ótimo método para não falarmos um com o outro.
- Qual?! Faço qualquer coisa.
- Esse... – disse e foi para cima de Draco, o beijando.
Draco ainda tentou afastá-la, mas não conseguiu. Empurrava-a para longe de si embora fosse inútil. A garota parecia um grude que não soltava.
Sarah estava conversando com Gina quando escutou burburinhos de outras carruagens. Olhou para trás e viu numa carruagem Draco e Rita se beijando. Ficou paralisada e não conseguiu falar nada, apenas ficou os olhando com fúria e mágoa. Gina queria dizer algo para consolar a amiga, mas sabia que nada adiantaria.
- Eu sabia. – gemeu bem baixinho a única coisa que conseguiu.
- Sarah, não fique se martirizando. Não olhe.
- Eu o odeio. Sabe o que eu quero fazer? Pegar o pescoço dele e torcer como se fosse um pedaço de tecido. – Ela dizia apertando os punhos e cerrando os dentes. – Quero que ele se...
- Ferre. – Gina preferiu completar. – Sarah, ele não merece você. Talvez seja melhor que ele fique com a Rita ou com a Parkinson. Qualquer uma delas, porque ele não te merece.
- Não! Eu não poderia ver ele novamente com outra menina. – disse triste ao cair lágrimas dos seus olhos.
- Eu não vou deixar que você chore por ele! – Gina falou brava.
- Eu não vou chorar mais por ele! – declarou determinada e enxugou algumas lágrimas que caíram com as mãos.
Logo já haviam chegado em Hogwarts. Gina e Sarah não esperaram ninguém e foram rapidamente para o dormitório guardar as coisas. Sarah, no fundo, estava triste, mas mais do que triste, estava furiosa consigo mesma. Achava-se completamente boba e imbecil. Abriu a gaveta de uma mesa que ficava no dormitório e pegou um caderno grande e fino, de capa preta, com estrelas prateadas. Sentou na cadeira, molhou uma pena no tinteiro e começou a escrever enquanto Gina a observava. Escrevia e chorava. Por mais que tentasse se controlar, não conseguia.
- Que caderno é esse, Sarah? – perguntou Gina curiosa.
- É um caderno onde escrevo meus poemas, pensamento e coisas assim. – respondeu secando o rosto.
- Posso ver?
- Eu tenho vergonha. São apenas pensamentos. – Tentou disfarçar.
- E você já escreveu muita coisa? – Gina estava fazendo de tudo para distrair um pouco Sarah. Se ela pensasse em outra coisa seria melhor pois ficaria menos triste.
- Na verdade sim. Tem bastante coisa.
- Por falar nisso, você nunca mais cantou pra gente. Quando você vai cantar de novo?
- Não sei. Quando a gente estiver sem nada pra fazer, quem sabe. – Por mais que tentasse ser educada, não conseguia manter o ânimo.
Sarah sorriu para a amiga, mas não conseguiu manter-se assim por nem um minuto. Abaixou a cabeça e novamente começou a chorar.
- Idiota! Isso o que eu sou! – gritou.
- Esqueça isso. Você tem que esquecê-lo. – Gina disse ao jogar os sapatos que estavam em suas mãos na cama. Correu até perto da amiga e a abraçou.
- E eu vou. Vou dar uma chance ao Peter e vou esquecê-lo. Não é tão difícil esquecer alguém que nunca se teve.
- Lamento desanimar você, mas isso não é verdade. Eu nunca tive Harry e não consigo esquecê-lo. – Gina falou um pouco triste.
- Não custa tentar e eu vou tentar. Nunca sofri por garoto nenhum e o Malfoy não vai ser o primeiro que vai ter minhas lágrimas. Ele que fique com aquela magrela da Rita.
- Ótimo. Você está certa, agora vamos descer para comer. Estou morrendo de fome.
No Salão Principal, preferiram se sentar afastadas dos amigos de novo. Elas queriam conversar à vontade e não poderiam fazer isso com todos por perto. Sem perceber, Sarah se sentou na direção da mesa da sonserina. Melhor dizendo, na direção de Draco. Ela percebeu que o garoto evitava olhá-la, mas pensou que não era nada de mais. Ela não sabia que Draco a evitava por vergonha. Ele tinha percebido que Sarah tinha visto Rita o beijando e isso o deixava extremamente sem jeito. Agora ele tinha mais do que certeza de que gostava realmente de Sarah, mas não tinha coragem de confessar, acima de tudo, por medo da rejeição. Nunca tinha sido rejeitado por garota nenhuma e se Sarah fosse a primeira ele não suportaria. Além do mais, agora sim havia acabado todas as chances que ele poderia ter. “Como eu sou idiota! Nem sei se ela sente ou sentia algo por mim.” ele pensou ao ver Peter se aproximar da garota.
- Olá, Peter. – Sarah fingiu animação ao ver que Draco a observava. – Está ansioso para o baile? – Ela tentava desviar o olhar de Draco, mas não conseguia.
- Sim, mas estou muito mais ansioso para ver como você vai estar. – Ele falou em tom maroto.
- Pode esquecer, pois vou estar com uma roupa bem simples.
- Mentira! – Gina falou animada ao terminar de engolir. – Você vai adorar Peter, ela vai estar linda.
- Tenho certeza que sim. E você Gina, vai com quem?
- Com Neville, você sabe disso. – Gina estranhou a pergunta.
- Neville ainda vai com você?
- Sim, por que não iria? – Gina começou a ficar um pouco preocupada.
- Ele começou a namorar uma menina da Lufa-lufa. Pra mim ele iria com ela.
- Ah não... – Gina disse desanimada.
- Bom, eu vou indo. Até mais. – Peter despediu-se e foi sentar com seus amigos.

A semana foi passando rapidamente para todos, menos para Draco e para Sarah que não se viam e nem brigavam a semana toda. Neville contou para Gina que não poderia ir com ela, mas logo a garota foi convidada por outro menino da Grifinória.
O sábado chegou e logo pela manhã todo o colégio estava muito agitado. Os alunos não poderiam estar mais eufóricos. No café da manhã já havia uma decoração diferente no Salão Principal, mas nada muito especial. Gina e Sarah se sentaram junto dos outros. Estavam conversando animadamente quando Adriene comentou:
- Sarah, você nunca mais cantou pra gente.
- Eu sei, mas esses últimos dias estão sendo tão corridos. Ainda mais com esse baile.
- E se você cantasse hoje no baile? – Rony falou imaginando a cena.
- É mesmo, seria muito legal. Pensou Sarah, você cantando no palco para o colégio todo? – Hermione falou animada.
- Não. Eu morreria de vergonha. – Ela falou séria, mas no fundo sabia que seria maravilhoso. Como um grande show.
- O que aconteceu? – Andrew perguntou ao ver a feição séria da menina. – Você não parece muito animada.
- Não, eu estou animada. Não como vocês, mas estou. – Sarah mentiu. Sabia que não estava nem um pouco animada. Havia muito tempo que não via Draco de perto. – Eu já acabei, vou para o dormitório, Gina. Se você quiser pode ficar aqui.
- Não, eu vou subir com você. Também já acabei. – Gina falou e as duas se levantaram e subiram para o dormitório.
- Você passou a semana toda com essa cara de tristeza. Não pode continuar assim.
- O que eu posso fazer? A pessoa que eu gosto é um safado que fica com todas e o Peter não sai do meu pé. Ele acha que só por que eu aceitei ir ao baile com ele quer dizer que gosto dele.
- A situação não está tão ruim assim. Pior sou eu. Você tem alguém que goste de você e eu não. – Gina comentou um pouco triste.
- Por que temos que sofrer tanto por amor, não é? – Sarah falou e abraçou a amiga.
- Eu não sei. – Apoiou a cabeça em seu ombro.
- Quem sabe um dia nós descobrimos.
- Enquanto não descobrimos, vamos arrumar nossas coisas para hoje à noite?
- Vamos. Eu não sei porque, mas sinto que hoje será uma noite especial para nós duas.
O dia foi passando muito rápido e quando as meninas se deram conta já estava na hora delas se arrumarem. Adriene entrou no quarto e foi separando suas coisas. Hermione também foi se arrumar lá afinal, ficava mais à vontade com suas amigas. Conforme foram tomando banho, iam colocando suas roupas. O vestido de Hermione era azul, na altura dos joelhos e bordado. O de Adriene era um pouco mais “exuberante”, vermelho e longo com um decote discreto. Depois de colocarem os vestidos, as quatro começaram a se maquiar e logo depois arrumaram os cabelos, lógico, com a ajuda de Sarah. Hermione deixou seu cabelo preso em um coque muito bonito com vários pontinhos brilhantes, mas Sarah, Gina e Adriene preferiram deixar os cabelos soltos. Sarah emprestou várias jóias para suas amigas e elas adoraram. Foi indicando o que cada uma deveria usar. Sarah usou uma jóia linda. Um colar de ouro branco e também colocou uma pulseira de ouro branco em cada braço.
O dormitório estava uma bagunça. Roupas, coisas para cabelo, maquiagem e muitos outros objetos. Parecia que um furacão havia passado e como Hermione terminou de se arrumar primeiro, foi arrumando tudo.
Já estava na hora de descerem. As garotas se olharam novamente no espelho e Adriene comentou com um sorriso de orelha a orelha:
- Estamos simplesmente lindas! Seremos as garotas mais bonitas de Hogwarts. – Convencida, ajeitava o cabelo pela última vez. – Você entende realmente de maquiagem e de cabelo também, Sarah.
- A mãe de uma amiga minha me ensinou. – disse ainda sem ânimo. Gina sentiu vontade de bater nela para ver se seu humor mudava. Não conseguia entender como ela, que sempre estava tão feliz e contente podia ficar daquele jeito por causa do Malfoy. – Ela trabalha com isso.
- Bom, agora vamos. Os garotos devem estar esperando. – Hermione falou e foi andando até a porta. – Vamos?
- Sarah, não esqueça a sua echarpe. – lembrou Gina.
- É mesmo... obrigada Gi. – Sarah foi até o armário, pegou a echarpe da mesma cor de seu vestido e colocou. – Agora sim vamos.
As quatro garotas desceram até a Sala Comunal e perceberam que, apesar de aborrecidos por esperarem tanto, os garotos ficaram impressionados ao vê-las. Adriene foi logo em direção de Andrew e os dois desceram rapidamente pois queriam aproveitar o máximo possível da festa.
- Nossa! – Rony disse de queixo caído. – Vocês estão lindas! Vou ter que ficar de olho aberto hoje em dose tripla.
- Gina, você está linda, simplesmente linda. – Harry comentou abobalhado.
- Obrigada. – Ela agradeceu sem jeito e as garotas disfarçaram uma risadinha.
Rony acompanhou Hermione e foram em seguida, depois de Andrew. Gina procurou com o olhar por seu acompanhante, mas ele não estava lá.
- Parece que Bruce não está aqui. – Ela disse meio desapontada.
- Eu posso te acompanhar... até lá embaixo. – Harry ofereceu-se disfarçando o interesse.
- Obrigada, Harry. – Gina estava com um enorme sorriso no rosto.
- Vai ser um prazer. – Ele estendeu o braço a Gina e quando a garota ia segurá-lo Bruce apareceu.
- Me desculpe, Gina, me atrasei. É que deu um problema com minha roupa e tive que ajeitá-la.
- Tudo bem. Vamos?
- Claro. – Ele falou e estendeu o braço para Gina, que segurou, após sorrir para Harry.
Sarah, que apenas observava os casais indo para o baile, percebeu que Harry tinha ficado um pouco decepcionado e sorriu. Concluiu que ele gostaria e muito de acompanhar Gina.
- Parece que sobrou só a mim para você acompanhar, não é Harry?
- Claro que não. Pra mim é uma honra acompanhar uma das garotas mais bonitas do colégio. Onde está Peter?
- Combinei de nos encontrarmos no salão.
- Sabe, é bom estarmos sozinhos porque preciso falar com você. – Harry falou enquanto saíam da Sala Comunal.
- Falar o que? – Sarah indagou ao segurar o braço do garoto que estava ao seu lado.
- Eu vou terminar meu namoro. – Ele disse sério.
- Por que? – fingiu surpresa afinal já sabia.
- Não gosto mais da Cho. Há muito tempo deixei de gostar realmente dela. Gosto de outra pessoa. – falou com um pequeno sorriso na boca.
- De Gina?
- Sim, disfarço muito mal? – Riu.
- Não, eu que adivinhei mesmo. – disse também rindo.
Enquanto a maioria dos alunos já se encontravam no Salão Principal, Draco terminava de se arrumar. Olhou-se no espelho e viu que estava muito bonito. Trajava um terno cinza bem escuro sobre uma camisa azul e penteou os cabelos para trás como não fazia há muito tempo. Não estava nem um pouquinho animado para o baile, mas uma coisa ele esperava ansiosamente: ver Sarah. “Como será que ela está?” ele se perguntava.
- O que me importa?! Ele vai estar com o idiota do...do... Qual o nome dele? Há é... Peter. Idiota!
Terminou de se arrumar e desceu, pois se encontraria com Pansy no salão. Chegando lá, viu que o lugar estava muito bonito. As quatro grandes mesas deram lugar a varias mesinhas de quatro cadeiras. A decoração estava bárbara com várias abóboras flutuando pelo teto. Tudo estava perfeito. Draco encontrou Pansy e foram se sentar junto com o capitão do time da Sonserina e sua acompanhante. Draco havia sido chamado para ser capitão do time várias vezes, mas não queria ter mais responsabilidades do que já tinha e não aceitou.
O salão já estava bem cheio quando Harry e Sarah chegaram. Todos olharam para os dois. Será que Harry estava com Sarah? Essa era a pergunta que passava pela cabeça de todos até Sarah largar o braço de Harry. Ela se sentiu muito envergonhada, mas isso não foi nada perto do que ela sentiu ao Draco olhá-la.
O sonserino começava a ficar entediado com aquela conversa sobre quadribol. Não agüentava mais ouvir sobre táticas e estratégias quando viu que todos olhavam para a entrada do salão. Foi quando ele a viu. Linda como um anjo, delicada como uma flor e serena como as nuvens. “Perfeita” ele pensou. Chamou a atenção também como seus olhos entravam em harmonia com a cor do vestido. Nunca havia visto uma pessoa mais bela, mais formosa. Contudo, quando viu que ela estava de braço dado com Harry uma fúria o invadiu. Como se não bastasse tudo que estava acontecendo, ela tinha que entrar no salão com Potter. “Primeiro Peter, agora Potter?” ele pensava irritadíssimo até Peter se aproximar dos dois e levá-la para uma mesa.
Harry procurou Cho por todo o salão até que a encontrou junto com suas amigas em uma mesa bem no canto.
- Cho, posso falar com você?
- Claro. – Ela pareceu um pouco receosa. Já imaginava o que ele iria dizer.
- Bom... Você sabe que o nosso namoro... – começou ao se afastarem da mesa.
- Pare de enrolar Harry, você quer terminar o nosso namoro, não é?
- É. Você sabe que não estava mais dando certo.
- Eu sei. Vai ser melhor assim. Se não somos bons namorados, talvez devemos ser bons...
- Amigos? – Ele perguntou estendendo a mão.
- Amigos. – Ela concordou e apertou a mão de Harry.
- Foi bem mais fácil do que eu pensei. – comentou sorrindo aliviado e estranhou um pouco por ter sido realmente muito mais fácil do que imaginara antes.
- Mas tem uma coisa que eu preciso falar. Corra atrás de quem você quer, não deixe ela esperando por mais tempo.
- Do que você está falando? – Ele perguntou confuso.
- Ora Harry, nós dois sabemos que você está gostando da Gina. Então, vá atrás dela. Apesar de tudo que eu já disse mal dela, – Cho continuou meio envergonhada. – sei que você a merece. Ela é uma ótima garota.
Harry sentiu-se muito feliz pelo que ouvira. Despediu-se da menina com um abraço e cada um seguiu seu caminho dentro do salão. Cho voltou para a mesa junto com suas amigas e Harry foi se sentar com seus amigos afinal uma coisa precisa acabar para outra começar.
Peter e Sarah foram se sentar na mesma mesa de Gina. O garoto a elogiava a todo o momento e Sarah começava a ficar meio irritada. Não que ela não gostasse de ser elogiada, toda mulher gostava, mas ele conseguia encher a paciência de qualquer uma.
O baile ficava cada vez mais animado. Os alunos iam pro meio do salão, onde todos dançavam e até alguns professores caiam na dança. Gina e Bruce dançavam animadamente enquanto Harry a observava. Hermione e Rony preferiram ficar em uma mesa isolada namorando. Peter e Sarah ficaram em outra mesa, em silêncio vendo as outras pessoas. Ela não agüentava de tédio e não conseguia parar de olhar para Draco. “Ele está tão lindo” ela pensava reparando em cada detalhe da roupa dele e na mecha de cabelo que sempre teimava em cair sobre seus olhos. Enquanto isso, Peter não parava de beber.
- Peter, acho que você bebeu um pouquinho demais. – falou ao tirar uma taça de vinho da mão dele.
- Claro que não. Estou comemorando por estar na companhia da garota mais linda de Hogwarts. – Ele disse ao pegar a taça de volta e beber outro gole. – Você quer dançar?
- Não, não. Prefiro ficar aqui. – disse tentando evitar sentir o hálito desagradável de álcool que saia da boca dele.
- Então vamos dar um passeio pelo jardim. Por favor?
- Eu não sei... – Ela olhou para a mesa onde Draco estava e viu ele e Pansy indo para a pista de dança. – Sim, vamos.
Os dois, então, foram para os jardins. Caminharam em silêncio durante algum tempo até que Sarah pediu para sentarem um pouco. Procuraram um banco e acabaram achando um perto do jardim onde ela e Draco haviam cumprido a detenção. Sentaram-se e continuaram sem falar nada. Estava tudo sendo bem diferente do que Sarah esperava. Ela esperava dar uma chance para Peter, mas ele não mostrava merecer. Havia bebido muito e estava conseguindo aborrece-la. Ela estava distraída olhando para o canteiro onde Draco quase a havia beijado. Suspirou discretamente e continuou a olhar para as flores que estavam lindas e coloridas. Cada uma tinha uma cor, um tom diferente e era uma cor mais encantadora que a outra. De repente, sentiu uma mão em sua perna. Olhou para Peter e viu que ele estava muito próximo e a olhava estranho, de uma maneira que a assustava.
- O que você está fazendo? – Ela perguntou afastando a mão dele.
- Sarah, você está muito bonita. Queria tanto que você me desse uma chance.
Peter voltou a se aproximar dela.
- Não Peter, é melhor entrarmos. – Ela se levantou e já ia em direção ao castelo quando Peter se levantou e a segurou violentamente pelo braço.
- Só se você me der um beijo. – disse com uma voz irritada. – Um só, Sarah.
- Não Peter! – Ela gritou assustada com o tom de voz do garoto.
- Ah, vai sim.
Ele então a agarrou e a beijou no pescoço forçadamente. Sarah tentou se soltar, mas Peter a segurava com força. Ela poderia passar mal a qualquer momento de tanto nojo que estava sentindo. Batia-se para conseguir se soltar dos braços dele.
- Me larga! Me solta, me deixa em paz! – Ela gritava desesperada. Estava muito assustada e com medo. Não imaginava que Peter pudesse fazer aquilo.
Ele foi levando as mãos até as costas dela e tentou abrir seu vestido, mas, repentinamente, alguém apareceu e lhe atingiu um soco em cheio no olho direito.
- Larga ela agora! – Draco gritou ao acertar outro soco em Peter e jogá-lo no chão.

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