Momentos Bons Só Com amigos
Sarah respirou fundo tentando manter-se calma. Sabia que acabaria discutindo com o loiro. Tão pouco tempo que haviam passado juntos e ela não já o suportava. Deu um pequeno passo desconfiado para trás ao vê-lo se aproximar mais.
- Olha aqui, eu não gostei nada do jeito que você falou comigo no trem. Você é muito corajosa perto dos seus namoradinhos, mas...
- Quem são meus “namoradinhos”? – Sarah o interrompeu.
- Quem você acha? O idiota do Weasley e o babaca do Potter. – Draco quase cuspiu a última palavra.
- Eles não são meus namoradinhos, são meus amigos. Aliás, você nem deve saber o que é ter amigos. As únicas coisas que você tem são esses dois guarda-costas seus. – Ela completou apontando para Crabbe e Goyle que estavam atrás do sonserino.
- Cale a boca, garota idiota! – Draco começava a ficar irritado, mas como sempre, passava uma imagem fria e indiferente, coisa que deixava Sarah nervosa. – Você é muito valente nas palavras, mas deve ser uma vergonha pro mundo bruxo. Não deve nem ao menos saber um bom feitiço.
- Quer ver? – Sarah disse em tom desafiador que Draco não resistiu.
- Claro. Ou você acha que vou perder a chance de ver uma idiota como você errar?
- Quem será minha vítima? – Ela indagou e viu que Crabbe se escondia atrás de Goyle. Apontou a varinha pra ele. –Tarantallegra! – proferiu e ele começou a dançar desengonçadamente. Tentava parar, mas não tinha controle sobre as pernas. Olhou para Goyle que se escondia atrás de Draco. – Densaugeo! – E os dentes do garoto começaram a crescer.
Quando Draco se virou e viu os garotos começou a rir. Riu muito, quase descontroladamente. Riu tanto que seus olhos lacrimejavam. Pôs um dos braços sobre a barriga e encurvou o corpo para frente.
- Do que você tanto ri?
- Do que você acha? – Ele tentava falar dentre os risos. – Desses dois. Eles estão ridículos.
- Como você fala assim dos seus amigos?
- Eles não são meus amigos. – disse ao se recompor do ataque de risos e voltar com seu ar sério e superior. – São apenas dois burros que eu tenho que aturar. Eu não tenho e não preciso amigos.
- Não é possível que você não tenha amigos. Todo mundo tem...
- Eu sou diferente de todo mundo. – Ele a interrompeu mantendo a arrogância. – Eu sou um Malfoy e um Malfoy nunca deve ser comparado com todo o resto.
- Realmente você tem razão. Eu rebaixaria demais o resto se fosse comparar com você.
- Acho melhor você parar. – Draco disse enquanto apontava violentamente a varinha para Sarah, que ficou encurralada na parede. – Não quero que você fique falando de mim. Você não me conhece.
- Vai me atacar? Então vai, vai. – Sarah falou com muita coragem, mas estava com medo. Ele tinha razão. Ela não o conhecia e não sabia do que ele seria capaz.
- Não é má idéia, mas não vou me prejudicar por causa de uma sangue-ruim como você. – Ao falar, Draco abaixou a varinha. Todos em Hogwarts pensavam que Sarah fosse filha de trouxas pois eram raríssimos os casos de famílias puras no Brasil.
- Sangue-ruim? O que é isso? – Sarah não entendeu. Ninguém havia falado com ela sobre aquilo. O que significava?
- Como você é cínica. Agora tire o feitiço deles que eu quero ir comer algo.
- Finite Encantatem! – Sarah fez aquilo com muito contragosto. Odiou ter que obedecer ao Malfoy.
Deu as costas para os meninos fingindo não escutar as ameaças de Crabbe e Goyle e foi para o Salão Principal. Chegou lá muito brava e sentou de maneira brusca no lugar que Gina tinha guardado.
- O que foi Sarah? – Adriene perguntou assustada ao ver o estado da garota.
- O idiota do Malfoy. Ele foi tirar satisfação comigo porque ele não gostou de como eu falei com ele no trem. –Sarah falou com deboche e raiva. – Além do mais ele me chamou de... – Tentou se lembrar. – Acho que de sangue-estranho, sangue-mal... Sangue-ruim na verdade. O que é isso?
Hermione, a pessoa que mais entendia o que era aquilo, explicou para Sarah perfeitamente o que significava. A garota achou uma idiotice aquela diferença entre bruxos puros e mestiços.
- Não liga para o Malfoy. Ele é assim mesmo. – Rony, que estava sentado à frente da garota, falou enquanto comia.
- Não Rony, ele está muito pior esse ano. – Adriene falou em um tom sombrio, como se estivesse querendo assustar alguém.
- Por que? – Sarah perguntou intrigada tentando fingir desinteresse.
- A mãe dele sumiu. Ninguém sabe se ela morreu ou foi embora porque ninguém conta. Só se sabe que desapareceu. – Adriene era muito bem informada e procurava sempre saber de todas as fofocas.
- Sinto por ele, mas eu não sou obrigada a agüenta-lo. – Sarah terminou irritada, mas sentiu muita pena dele. “Não, ele não é digno de pena.” ela pensou tentando se convencer.
Depois de comerem, Adriene, Gina e Sarah foram pra a Sala Comunal procurar Andrew, mas não o acharam. Então decidiram ir para o jardim. Gina mostrou o campo de quadribol para a nova amiga enquanto conversavam. Depois de um tempo, as meninas voltaram para o castelo e foram para a Sala Comunal novamente, onde finalmente encontraram Andrew. Sarah andou em direção a poltrona em que ele estava sentado. O rapaz parecia muito pensativo.
- Com saudade da sua guitarra? – Ela perguntou ao sentar no colo dele. Ela estava acostumada a fazer isso com os amigos dela. Não tinha nenhuma maldade naquele ato, mas aos olhos dos outros alunos tinha e muita. Todos ficaram olhando para eles meio surpresos.
- Não. De uma pessoa. – falou timidamente.
- Eu já até sei de quem é. – Sarah disse enquanto apoiava a cabeça no ombro do amigo.
- Sabe é? De quem?
Sarah se aproximou ao ouvido de Andrew e falou:
- Da Cíntia. Ou acha que eu não sei que você gosta dela? – cochichou e riu para ele.
- Como você sabe? – indagou espantado olhando para Sarah.
- Há... Eu não sou burra, eu percebi. Sempre quando ela ia ver o ensaio, você ficava olhando... Além do mais eu tenho um bom sentido para essas coisas. – Ela começou a rir.
- Você é muito espertinha menina. – Ele disse brincando enquanto fazia cócegas em Sarah e esta começou a rir e a gritar ao mesmo tempo.
- Pára! – Sacudia-se no colo do garoto tentando se desvencilhar dele. – Por favor.
Todos em sua volta ficaram olhando a cena, inclusive Adriene e Gina.
- Acho melhor você parar de gritar, porque está todo mundo olhando pra você. – Andrew disse e parou. Sarah ficou muito vermelha ao olhar em volta e ver que todos realmente a encaravam.
- Desculpe, pessoal. – Ela disse sem graça. – Você é muito chato! – Sarah se levantou e começou a bater em Andrew, mas parou quando viu Rony, Hermione e Harry entrando. Acenou para eles. – Venham cá! Eu quero que vocês conheçam uma pessoa. – Assim que eles se aproximaram continuou: – Andrew, esses são...
- Harry, Rony e Hermione. – O amigo disse adivinhando cada palavra que ela diria.
- E esse é o Andrew. – Harry também falou com um sorriso no rosto olhando para Sarah.
- Vocês se conhecem? – Sarah perguntou sem jeito por causa da gafe que cometera.
- Sim. Já nos esbarramos por aí. – brincou Andrew.
- Vocês se conhecem? – Harry perguntou.
- Sim. Andrew é meu amigo de lá do Brasil. Além do mais era da mesma banda que eu cantava.
- Andrew também é do time de quadribol. – Rony comentou.
- Você não me conta nada, hein?! – Sarah bateu nele novamente. – O que você é?
- Artilheiro.
- Legal. E você Harry?
- Eu sou o apanhador e o treinador.
- E o Rony é o goleiro. – Gina disse enquanto ela e a amiga se aproximavam do grupo.
- Você faz parte do time também Rony? Que legal! Bom, já que eu tenho três amigos que são do time, eu tenho direito a um ótimo lugar para ver os jogos, não?
Eles ficaram conversando durante um bom tempo sobre quadribol e o início das aulas. Andrew e Sarah falaram sobre a banda. O nome era T-Group. Ninguém sabia o que significava. Eles então explicaram que era a abreviação de Training Group, o nome que se dava a um grupo que procurava adquirir comportamentos novos através de processos observados, experimentados e analisados no grupo. Uma definição que haviam encontrado em uma enciclopédia certa vez. Para simplificar: verdadeiros caçadores de novas experiências. Adriene pediu para Sarah cantar, mas a menina morreria de vergonha e não teve coragem. Quando anoiteceu, todos ficaram lá e Sarah foi para o dormitório e se deitou na cama do jeito que estava. Ficou pensando um pouco até que teve uma idéia e desceu até a Sala Comunal novamente.
- Andrew, venha cá. – pediu ao pé da escada.
- Pra que? – Ele perguntou sem entender.
- Vem cá que eu te falo. – disse autoritária e ele não teve escolha.
- O que houve? – perguntou ao chegar até onde Sarah estava.
- Eu tive uma idéia e quero sua ajuda. – Sarah disse animada.
- Qual? –perguntou ele curioso pela animação da garota.
- Não vou dizer. Como eu faço para pegar algo na minha casa?
- Pode ser da mesma maneira que você faz para receber e mandar cartas: corujas. – Ele disse confuso sem entender o propósito da pergunta dela.
- Mas uma coruja agüenta algo grande?
- Uma não, mas várias sim. – Ficou ainda mais intrigado.
- Obrigada. Foi de grande ajuda. – Sarah novamente subiu as escadas e voltou para o dormitório. Andrew não tinha entendido muita coisa. Voltou para junto dos amigos.
- O que houve? – Adriene, como sempre, estava muito curiosa.
- Na verdade eu não entendi muito bem. – disse ainda confuso.
- Ei, pessoal! – Colin apareceu correndo em direção ao grupo que estava em frente à lareira. – Algum de vocês viu a Sarah?
- Ela está no dormitório. – Gina respondeu logo.
- Ah... Eu queria entregar a foto do trem pra ela. – Ele tirou do bolso um envelope azul. – Você pode entregar pra mim Gina?
- Claro. – Ela estendeu a mão e pegou o envelope.
- Eu posso ver? – Harry disse se virando para onde Gina estava. – Afinal, estou na foto. – disse sorrindo e Gina se encantou. Para ela, aquele era o sorriso mais bonito que já existira no mundo.
- Tudo bem. – Ela deu o envelope para ele. Não gaguejava ou parecia nervosa ao falar. Ela queria esquecer aquele moreno, e para isso acontecer, ela não podia demonstrar que gostava dele.
- Até que saiu legal para uma foto tirada de surpresa. – Todos estavam em volta de Harry para ver a tal foto. Ele e Sarah haviam saído muito bem. Harry estava com um braço sobre os ombros de Sarah, acenava com a mão e sorria simpático. Sarah parecia um pouco mais tímida, mas estava com um sorriso encantador nos lábios. Os dois ficavam muito bem juntos e Andrew não deixou de comentar.
- Vocês dois saíram muito bem juntos. Quem olha essa foto pensa que vocês tem algo a mais. – Ele debochou. Gina ficou chateada com o comentário e Hermione percebeu.
- Mas não há nada, não é Harry? – Hermione perguntou com uma expressão muito séria.
- Claro! Se alguma pessoa tem chance com Sarah, esse alguém é Rony. – Rapidamente o ruivo ruborizou e Hermione ficou irritadíssima com o comentário.
- Então a Sarah é sua nova vítima Rony? – perguntou Hermione sarcasticamente.
- Claro que não. O Harry que fica falando besteiras. E esse alguém que tem chance com Sarah é o Andrew.
- Não, não. Nós somos amigos há muito tempo e nunca aconteceu nada e nem vai acontecer.
- Que bonito! – Sarah apareceu na escada com os braços cruzados. – Todos discutindo sobre mim. Vocês não têm outro assunto não?
- Não. Você é o assunto mais interessante do momento. E não é só a gente que acha isso não. Toda Hogwarts pensa assim. – Adriene comentou observando a foto atentamente.
- Você não ia dormir? – Rony perguntou.
- Ia, mas desisti. Não consigo.
- Aqui Sarah. – Gina pegou a foto e deu para ela. – Colin pediu para eu te entregar.
- Uau! A foto... a foto... tá se mexendo? – Sarah parecia incrédula. Encarava o papel em suas mãos boquiaberta.
- Está sim. Gostou? – perguntou Harry ao se aproximar da menina.
- É demais! Com certeza as coisas bruxas são mais legais que as trouxas.
Algum tempo depois Sarah, Gina e Adriene subiram e foram para o dormitório. Elas estavam colocando seus pertences no guarda roupa quando se assustaram com um barulho que vinha da janela. Sarah se aproximou e viu que era Gal. Abriu a janela e deixou a coruja branca entrar.
- Tudo bem. – Sarah tranqüilizou as amigas. – Deve estar trazendo a resposta da minha mãe.
- Menos mal. Bom, já terminei. – Adriene pegou uma camisola e foi para o banheiro.
- Eu também. Já vou dormir, boa noite Sarah. – Gina, que já estava com seu pijama, se deitou na cama.
- Boa noite. Vou ler a carta e depois vou dormir.
- Estou exausta! – Adriene saiu do banheiro e se dirigiu à cama. – Boa noite.
- Boa noite. Gina já está dormindo.
- Ela sempre dorme primeiro.
Depois de alguns minutos Adriene adormeceu e Sarah pode ler sua carta em silêncio, mas preferiu trocar de roupa antes. Foi ao banheiro e colocou uma camisola. Silenciosamente ela saiu do banheiro, pegou o envelope e se deitou. Pegou a carta da mãe dentro do envelope e começou a ler.
“Querida filha,
como você está? Quantas perguntas! Está tudo bem por aqui. Clara vai se divorciar e Cíntia não para de ligar querendo notícias suas. Pediu que você mandasse uma carta pra ela. Os meninos da banda também estão enlouquecidos atrás de você e eu disse que você teve que fazer uma viagem urgente. Depois conversaremos sobre os meus motivos de não ter lhe contado nada antes. Fico muito feliz em saber que você é amiga de Harry Potter e dos Weasley. Eu conheci os pais de seus amigos e sempre me dei muito bem com eles. Eu e seu pai também fomos da Grifinória e fico muito feliz que você tenha ficado na melhor casa. O nome do seu pai era Phil e eu já havia dito. Você que não tem boa memória. Lindo nome, não? Espero que você não apronte nada e nem brigue com ninguém, principalmente com o filho do Malfoy. A família dele não é uma das melhores. entende? Você tem duas obrigações: estudar e se divertir muito, por isso mãos à obra.
Um grande beijo de sua mãe que te ama muito,
Sabrina.
P.S.: Qualquer coisa que aparecer de ruins nos seus sonhos me avise.”
Quando ela terminou de ler sentiu seu coração apertado de tanta emoção. Não sabia que poderia sentir tanta falta de seus amigos e de sua mãe. Colocou a carta no envelope e pôs na mesinha ao lado da cama, junto com sua varinha. Ficou pensando muito. Nas aulas, na mãe, nos novos e nos velhos amigos, no pai, no tio, enfim, em tudo que podia pensar, mas quando se lembrou de Malfoy um terrível aborrecimento a invadiu. Como aquele garoto conseguia ser tão chato e insuportável? Ela não conseguia responder. Mas uma coisa ela não podia negar, ele era realmente muito bonito. Mesmo com aquele sorriso debochado ele era lindo e ficava tão sexy! “Pare de pensar besteiras menina! Você está ficando louca!” ela se repreendeu. Depois de muito tempo acordada enfim conseguiu pegar no sono.
A semana passou normalmente para todos, menos para Sarah que a cada coisa que descobria se encantava mais. Ela estava muito feliz. Os professores a adoravam, com exceção de Snape, que sempre procurava uma chance de humilhá-la e tirar pontos dela. Mas ela nunca dava o braço a torcer. Estudava bastante com Adriene e Gina e estava indo muito bem. Já havia escrito para a amiga Cíntia, mas não contou nada sobre sua nova vida. Preferiu manter tudo em segredo. Sempre que podia, se encontrava com Rony, Harry e Hermione, mas nem sempre era possível pois o horário estava muito diferente.
Harry se encontrava sempre com Cho e Gina ficava cada vez mais triste. Tentava esquecê-lo, mas não era fácil. Sarah sempre ficava na companhia dela, de Adriene e Andrew. Uma coisa que ela adorou na semana também: não havia encontrado com Malfoy. Isso, para ela, era um motivo de alegria imensa. Queria ficar o máximo de tempo possível longe daquele garoto insuportável. Havia mandado sua coruja, a do Harry e a de Rony para sua mãe há alguns dias atrás com uma carta. Pediu para que ela mandasse seu violão.
O sábado chegou e todos, desde o 1º ano ao 7º, inusitadamente, foram liberados para ir à Hogsmead. Sarah achou ótimo pois, no sábado, seu violão chegaria. Praticamente todos foram e a minoria que não havia ido ficou nos jardins. Gina e os outros tentaram convencer Sarah a ir, mas a garota disse que não se sentia bem e
preferia ficar deitada. Na verdade, seria a oportunidade perfeita para ela. Não teria ninguém na Torre. Ela pegaria seu violão livremente e guardaria sem que ninguém visse.
E assim aconteceu. Todos que não haviam ido à Hogsmead estavam lá fora. Estava um dia quente apesar do céu ligeiramente nublado, mas Sarah ficou em seu dormitório esperando. Estava quase adormecendo quando um barulho altíssimo veio da janela. As corujas que ela havia mandado pra mãe entraram pela janela aberta e pousaram na cama, jogando o violão com uma capa preta no colo de Sarah. A menina ficou muito feliz ao abrir a capa e ver que seu violão estava em ótimo estado. Era preto e tinha três estrelas brancas na parte de baixo, uma pequena, uma média e uma grande. As corujas logo voltaram para o corujal após receberem pequenos biscoitos da menina. Sarah passou a manhã toda com seu instrumento, sentada na cama. Ninguém escutava nada e a garota ficou bem à vontade. Depois de algumas horas, ela olhou no relógio e viu que já estava na hora de todos chegarem de Hogsmead. Pegou seu violão, o colocou no guarda roupa e desceu para a Sala Comunal. Não tinha ninguém lá. Então se sentou na poltrona mais confortável, colocando as pernas sobre o braço da poltrona e as costas no outro braço.
Depois de um tempo seus amigos chegaram. Sarah, um tanto sonolenta, levou um susto quando viu o olho de
Rony roxo.
- Meu Deus! – Ela se levantou correndo da poltrona e foi em direção a ele. – O que houve com você?
- Não foi nada. – Ele estava muito aborrecido e evitava levantar a cabeça. Não queria que ninguém visse seu rosto.
- Mentira! – Hermione parecia muito irritada. – Ele brigou com o idiota do Malfoy!
- Verdade Rony? – Sarah perguntou se aproximando mais do ruivo e ele concordou com a cabeça. – Aquele idiota! Como foi? O que aconteceu?
- Ele, como sempre, estava ofendendo a minha família! – Rony explodiu. – Eu não agüentei e parti pra cima dele. Mas ele ficou bem pior do que eu. – Agora ele pareceu um pouco mais feliz dando um sorriso triunfante.
- Você o matou? – Sarah perguntou suplicando por uma resposta afirmativa.
- Infelizmente não. – Ela e Rony desmancharam os sorrisos com um muxoxo. – Ele só ficou com um olho roxo e com o nariz arrebentado.
- Pelo menos alguma coisa. Andrew! – Ela gritou ao se lembrar de algo. – Vem cá. – Puxou-o pela escada acima e o levou até o dormitório.
- O que houve? – Ele estava ofegante pela pequena corrida que deram.
- Espere. Deixa eu ver se tem alguém no quarto. – Sarah abriu a porta, espiou e viu que não tinha ninguém. – Vem, pode entrar.
- O que foi Sarah, estou ficando curioso já.
- Olhe. – Sarah abriu o guarda-roupa e tirou seu violão de dentro. – Eu pedi para minha mãe me mandar.
- Que legal! – Andrew pegou da mão dela, tirou a capa, o colocou na posição e tocou alguns acordes. – Ele é muito bonito. Pra que você trouxe?
- Já que eu não posso tocar na banda, vou tocar aqui na escola pra me distrair um pouco. – Sarah se sentou ao lado dele. Ao escutar batidas na porta, pegou o violão da mão do amigo, a capa e jogou tudo no guarda-roupa rapidamente. – Pode entrar!
- Estamos atrapalhando? – Adriene e Gina entraram no quarto.
- Claro que não. Estávamos apenas conversando. – Andrew falou ao se levantar da cama. – Logo eu pego emprestado com você, ok?
- Claro que sim. É só falar.
- Tchau, meninas. – Foi até a porta e a abriu.
- Tchau, Andrew. – Gina e Adriene falaram e o garoto saiu.
- Ele é lindo! – Adriene completou baixinho enquanto se sentava ao lado de Sarah.
- Eu sei. – Sarah concordou sem malícia alguma afinal ele era apenas seu amigo e nunca havia acontecido nenhum interesse entre os dois para a felicidade de Adriene.
- Realmente ele é um gatinho. – Gina também se sentou junto das amigas.
- Gatinho? – Adriene indagou inconformada. – Ele é simplesmente maravilhoso. Pena que só tem olhos pra Sarah como a metade da população masculina de Hogwarts.
- Mentira! Primeiro: ele não gosta de mim. E segundo: é mentira que metade dos garotos de Hogwarts...
- Há não. Não nega! – Adriene afirmou.
- É verdade, Sarah. – Gina concordou. – Você é a mais famosa daqui.
- Pare vocês duas. E mesmo se isso fosse verdade, eu não gosto de ninguém. – Sarah pareceu um pouco desanimada.
- Sério que você não gosta de ninguém? – Adriene se aproximou um pouco mais da menina.
- Sim. Acho um garoto bonito aqui, ali, mas nada muito sério.
- Vamos mudar de assunto porque de assunto sentimental eu não gosto muito. – Gina falou enquanto se levantava.
- Eu sei porque.
- Não sabe não.
- Eu sei sim. – Sarah se levantou e se aproximou da ruiva. – E acho que você tem que lutar por ele e não ficar sofrendo cada vez que o vê com a Cho.
- É verdade. – Adriene concordou da cama.
- Você tem que mostrar pro Harry que você tem suas qualidades. Além do mais, ele é um cego se não reparar em você.
- Ele gosta e está namorando a Chang. – Gina, em um gesto triste, abaixou a cabeça.
- Mas você pode mostrar pra ele que você é melhor que a Chang. – Adriene tentou animar a amiga e levantou-se, para se aproximar das meninas.
- Isso mesmo. Você é tão bonita e tão legal. – Sarah levantou o rosto de Gina e deu um sorriso de motivação para a amiga.
- Claro! Só precisa mudar um pouco esse penteado. – Adriene falou enquanto mexia em algumas mechas da ruiva.
- Isso mesmo. – Sarah concordou. – Sabe o que vamos fazer agora? Vamos nos arrumar e dar um passeio pelo jardim. Todos estão lá fora. – Sarah empurrou as amigas para dentro do banheiro. Adriene vai se arrumar para o Andrew e você para o Harry. Vão indo que eu vou pegar umas coisas.
Sarah foi até o guarda roupa, pegou duas bolsinhas e levou para o banheiro.
- Aqui está! – Ela colocou em cima da pia.
- O que é isso? – perguntou Gina curiosa.
- São umas coisas minhas. Nessa tem algumas bijuterias e jóias. Nessa outra estão minhas maquiagens.
- Mas pra que vamos nos maquiar se não tem festa nem nada? – Adriene pegou uma das bolsas e abriu. Estava cheia de brincos, cordões e etc.
- E quem disse que a gente só pode se maquiar quando tem festa? Espere. – Sarah se lembrou de algo e saiu do banheiro correndo, mas logo voltou com outra bolsinha na mão.
- Nossa! Pra que tantas? – Gina estava surpresa.
- A azul é de bijuterias, a rosa de maquiagem e essa branca é de coisas pro cabelo. Vem você primeiro Adriene. –Sarah transfigurou um tapete em um banco alto para a menina sentar. – Vem, senta aqui.
Sarah pegou os cabelos de Adriene e prendeu em um rabo de cavalo alto e cacheou as pontas. Passou um
batom de cor parecida com a pele dela.
- Acabei, você está linda! Agora vem você Gina.
- Eu não sei se quero. – Estava receosa. Não gostava muito de chamar a atenção arrumando-se. – Se ficar feio em mim? Não estou acostumada.
- Eu não vou pintar você de palhaça, Gina.
- Então faz assim, parecido com o de Adriene. Bem leve tá?
- Claro né? Ainda é dia e eu não vou fazer você passar vergonha.
- Então... – Gina se sentou na cadeira e relaxou.
Em Gina, Sarah usou um batom rosa claro, dando aos lábios uma aparência saudável. No cabelo, Sarah não fez nada de muito diferente. Apenas penteou jogando para um lado e deixou solto.
- Prontíssima. Você também está linda.
- E você? – Gina perguntou enquanto se levantava da cadeira.
- Eu o que? – Sarah ficou surpresa com a pergunta da amiga.
- O que você vai fazer no seu cabelo?
- Eu nada. Não tenho pra quem me arrumar.
- Como não? – Adriene perguntou empurrando Sarah na cadeira. – Você vai se arrumar sim. Só eu e Gina que vamos ficar assim? Você vai se arrumar agora!!! – Adriene gritou junto com Gina e Sarah preferiu obedecer.
Sarah apenas prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo. Depois passou um batom para dar cor aos lábios e pôs um par de brincos vermelhos.
- Você está abalando menina! – Gina falou ao ver Sarah. – Agora você vai encontrar alguém para o qual você vai se arrumar.
- Até parece, mas vamos logo passear no jardim. Quero sair um pouco daqui. – Sarah puxou as duas pelo braço e saíram do dormitório. Na Sala Comunal todos ficaram olhando para as garotas que anadaam com um enorme sorriso, mas elas fingiram que não viram e foram caminhando normalmente entre risos. Na entrada do castelo, as meninas se depararam com Malfoy, Crabbe e Goyle para desagrado de Sarah.
- Ah não... – A menina gemeu ao sacudir a cabeça negativamente. – De novo não...
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