A última luta
Duas horas depois o céu começava a ficar laranja e, Hannah e Tonks, saiam da loja carregadas de sacolas, estavam felizes, afinal, que mulher não ficaria com uma tarde de compras? Tomaram a rua principal do povoado em direção a estrada de terra que iria dar em Hogwarts, chegariam lá antes do anoitecer e Severo não teria nada do reclamar. Foi quando tudo aconteceu, antes que pudessem chegar à saída do povoado, vários “craques” e “pops” explodiram ao redor das mulheres, que soltaram as sacolas na hora e sacaram as varinhas antes que as formas pudessem ser definidas, mas logo Hannah notou que elas estavam encrencadas, em sua frente a forma negra surgiu, os rosto coberto pela máscara, mas ela reconheceria aqueles olhos azuis e frios de qualquer forma. “Lucius Malfoy.”
-Tonks, precisamos da Ordem! –gritou quando a metamorfomaga já começava a lutar com dois comensais. Estranhamente nenhum parecia querer chegar perto dela, apontou a varinha para o céu e um fio prata correu dela, mas Lucius agarrou seu braço.
-Nem pensar. –um brilho malicioso por trás da máscara. Puxou o braço da mão dele e apontou a varinha para o comensal. Com sorte alguém tinha visto um vislumbre do seu patrono e com mais sorte ainda seria alguém ligado a Ordem da Fênix. Impossível, uma vozinha irritante gritou no fundo da sua mente. A ignorou e lançou um raio azul na direção de Malfoy, ele defendeu. –Vamos, eu não quero ter motivos para machucar você. –ela riu em deboche e acompanhou Tonks com o conto do olho, que lançou uma maldição incrível e conseguiu derrubar um comensal e deixar outro desorientado.
-Desculpe, Malfoy, mas acho que vou ter de te encher de motivos... –mais luzes saíram da varinha.
-Hannah, aparate, saia daqui. –Tonks gritou no meio de uma luta, mas comensais tinham chegado. Como se ela ainda não tivesse tentado... Algo a prendia.
-Não posso. –viu alguns dos comensais entrando nas casas próximas, gritos.
-É só você vir comigo. – Lucius estendeu a mão, e ela o acertou com um feitiço verde-claro, o homem puxou a mão machucada e agora os olhos dele emanavam raiva.
-Vai pro inferno, Malfoy. –gritou e afastou-se dele.
-Ora, ora, ora, ela continua atrevida. –a voz fria às suas costas fizeram o sangue de Hannah por um momento gelar para logo depois correr freneticamente em suas veias. Virou-se rápido tendo os dois comensais a sua frente. – E mal-educada. Não vai me cumprimentar?
-Com maior prazer, Bellatrix. –falou amarga, para logo em seguida gritar “Estupefaça”. A comensal desviou o feitiço e revidou.
-Sem deixá-la impossibilitada, Bella. –Lucius gritou.
-Vai brincar com minha querida sobrinha, vai, Lucius. Que eu tenho alguns assuntos para resolver com essa aí. –Hannah estreitou os olhos, alguma coisa estava fervendo dentro dela e não ia demorar a sair. Porém ela ainda precisava de ajuda, ela e Tonks não iam conseguir dar conta de todos aqueles comensais da morte. –Então, Hannah, você está mesmo grávida? –Hannah viu um sorriso mão pela fenda da máscara.
-Não acredito que isso seja de sua conta. –outro feitiço, que dessa vez passou bem perto.
-Ah, é sim. Afinal, um filho da preciosidade de Dumbledore com o traidor pode ser de alguma serventia, nem que seja para uma tarde de tortura variada.
-Você não irá nem chegar perto! Stunning! –gritou. O feitiço passou perto e atingiu um comensal que preparava-se para atacar Tonks pelas costa, ele caiu no chão sem sentidos.
-Aprendendo a brincar?
-Você ainda não viu nada. –a noite estava caindo, o céu escurecendo trazia uma nova onda de terror. Viu Tonks apontar a varinha para o céu enquanto corria depois de derrubar mais um comensal. Com sorte a Ordem apareceria o mais rápido possível.
-Eu estava pensando... Quanto tempo um recém-nascido aquenta sob cruciatos? Um minuto? –ela fingiu pensar. –Muito rápido, a diversão acabaria logo. Você tem alguma sugestão?
-Você nunca irá saber. –rosnou entre dentes. –Mas eu tenho outra pergunta. Quanto tempo mais será que você agüenta em Azkaban sem ficar completamente louca? Ah, esqueci! Você vai ser morta. –A comensal voou em cima dela.
-Crucio! –Hannah viu o raio de luz aproximando-se, não daria como livrar-se, se aquilo a atingisse com certeza mataria seu bebê. Aquilo que vinha fervendo em seu sangue pareceu aquecer-se mais, o tempo ficou lento, ela sabia o que fazer. Fechou os olhos e esticou a mão, no mesmo momento o feitiço desviou-se. Hannah abriu os olhos e ouviu uma exclamação da mulher a sua frente.
-Mas o que diabos é isso? –Hannah sorriu, agora sabia exatamente como livrar-se daquela mulher. Luzes amarelas saiam de suas mãos e Bellatrix as evitava a todo custo.
Então Hannah viu. Das extremidades do “campo de batalha” os membros da Ordem surgiram. Severo correu em sua direção, mas parou surpreso quando olhou pra ela, com a varinha em punho defendeu-se de um comensal que se jogou na frente dele e começou a lutar. Bellatrix tentou acertá-la novamente. Hannah concentrou suas forças e lançou um raio vermelho na direção da mulher, que não conseguiu repeli-lo, seu corpo caiu inerte segundos depois. A amarrou com cordas conjuradas de sua varinha, mas não teve nenhum segundo se sossego. No instante seguinte Lucius voou em sua direção. “Império”, ele gritou. Mas Hannah o repeliu. Ele estava desarrumado, as vestes agora sujas de sangue, olhou para os lados procurando alguns sinal de corpos. Nada. Os membros da Ordem continuavam de pé. Severus, Tonks, Remo, Kim, Moody, Sírius, Harry... Olhou novamente. Harry! O que aquele garoto maluco estava fazendo ali? Correu até ele, desviando-se de feitiços hostis, lançado por Lucius às suas costas, ou de comensais errantes. Ela estava começando a sentir-se fraca, como se alguma coisa sugasse sua energia.
-Harry! Saia daqui! –gritou para o menino chegando perto dele. Ele abriu a boca pra responder, mas a frase estagnou na sua garganta quando uma figura de negro aparatou na frente deles.
-Ele não vai sair, não é, Potter? –Voldemort apontou a varinha para o menino. Hannah tentou defender o garoto. –Hannah! –fingiu surpresa em vê-la.- Vejo que já está absorvendo o poder doado pelo seu pai, mas ainda não é como ele, precisa de mais... domínio. –ele ergueu a mão esquerda e Hannah viu primeiro uma luz muito forte, mas de repente tudo foi ficando escuro, ela sentiu cair e não chegar ao chão nunca.
Quando finalmente sentiu o chão notou que ele não era duro o suficiente, na verdade era bem macio, tateou ao seu redor e tudo era fofo. Abriu os olhos e a claridade a cegou. Não devia estar escuro? Mas claro que ela não estava mais na batalha, abriu novamente os olhos, agora pode ver melhor, conhecia aquele teto. Suspirou. Conhecia aquele teto. Com certeza estava na enfermaria, mas tinha duas opções: Ou estava se recuperando de algum feitiço da batalha, ou tinha morrido e ido parar no inferno. Percebeu um movimento ao seu lado, Remo estava ao lado de sua cama. Então era a primeira opção, Remo não estaria no inferno. Sentou-se e Remo que estava sentado sorriu levemente para ela, mas não conseguiu disfarçar uma ponta de preocupação nos olhos castanhos. Não teve tempo de questionar, Madame Pomfrey veio correndo em sua direção com vidros de poção balançando precariamente numa bandeja.
-Que bom que a senhorita acordou! –colocou a bandeja ao lado em cima de uma mesinha. –Pensei que demoraria mais, mas só foram quatro dias! –disse um tanto impressionada.
-Quatro dias?! –colocou a mão sobre a barriga proeminente instintivamente. –Não... Não aconteceu nada... Com... Com... –não conseguiu completar a sentença.
-Não houve nada com a criança, não se preocupe. –pegou um frasco da bandeja e entregou a Hannah. –Beba. –mandou e saiu para sua saleta.
-O que aconteceu, Remo? –perguntou depois de beber a poção. O amigo abriu um grande sorriso.
-Estamos livres. O mundo é livre! –Hannah ficou mais ereta.
-C-como assim? –seus olhos brilharam e Remo lembrou-se de algo que tinha de perguntá-la.
-Harry conseguiu... –então se pôs a contar o que tinha acontecido depois de Voldemort a enfeitiçou. Como Harry tinha lutado bravamente e conseguido enfim derrotar o maior bruxo das trevas já existente. Como os comensais tinham gritado de dor quando a marca negra sumiu e como eles haviam sido presos.
-Onde está Severo? –perguntou preocupada depois que Remo havia falado sobre a marca, e viu aquela mesma preocupação estampada nos olhos dele.
-Ele vai ficar bem, Hannah. Está sendo cuidado pelos melhores curandeiros.
-Onde ele está, Remo? –falou mais alto que pretendia e começou a levantar.
-Espere, Hannah, isso não é sensato.
-Me diga, Remo! Onde está Severo?
-St. Mungus. –falou baixo. Hannah se deixou cair na cama.
-O que aconteceu? Por que ele não está aqui conosco? Nós estamos sendo tratados aqui, por que ele também não pode? –Remo balançou a cabeça.
-Nós tivemos ferimentos leves. Aparentemente Voldemort não queria te machucar, ele tinha intenções de te usar. Mas o que usaram em Severo foi mais forte, quando você caiu no chão ele tentou correr para te ajudar e foi atingido pelas costas.
-Foi minha culpa...
-Não, Hannah, por Merlin! Você não teve culpa de nada!
-Preciso falar com ele.
-Acho que isso não será possível no momento. –Remo falou ainda sem graça.
-Como assim? –Hannah o encarou apreensiva.
Na tarde daquela mesma quarta-feira, Hannah caminhava triste pelos jardins. A conversa com seu pai não tinha sido nada alegre. Apesar do mundo mágico está em festa, ela não estava. Todos estavam bem e preparavam-se para comemorar ainda mais na formatura dentro de dois dias, mas Severo não estava lá, ele não estava para comemorar e beijá-la. Ela não podia ver o alívio estampado nos olhos dele. Severo estava numa espécie de sono sem prévia para despertar. Poderia ser agora como também poderia ser nunca. Descansou as mãos sobre o ventre, Madame Pomfrey havia dito que já poderiam determinar o sexo do bebê e seu exame estava marcado para o dia seguinte. Pediu a seu pai para ir ver Severo no hospital, mas ele havia dito “hoje não”, então só restava ficar recolhida em seus pensamentos e pedir ajuda a todos os deuses para que Severo voltasse logo para perto dela.
-Hannah. –enxugou as lágrimas e virou-se para ver Sírius chegando. Ele estava com uma grande marca de corte no rosto bonito. Ele sorriu e apontou o rosto. –Eu tinha de deixar de ser tão perfeito, não acha? –ela abriu um sorriso doce.
-Mas vai diminuir... –ela tocou a cicatriz com as pontas dos dedos.
-Vai, mas não vai sumir. –disse de olhos fechados.
-Você ainda continua bonito, Sírius. Nada consegue mudar isso, sua beleza começa de dentro nenhum corte pode atingi-la. –ele a abraçou.
-Ele vai ficar bem, princesinha. –Hannah soluçou contra o pescoço dele. –Vaso ruim não quebra fácil. –riu para animá-la. –Além do mais ele tem um família pronta esperando por ele, nem o Snape seria tão burro para entregar-se com tudo isso a mão. –separaram-se.
-Obrigada, Sírius. –ele enxugou as lágrimas dela.
-Mas se alguma coisa acontecer você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. Comigo e com o Aluado. –Hannah balançou a cabeça afirmativamente. –Agora, eu estou curioso, bom, eu e o Remo. Na verdade acho que todo mundo está, o Aluado ia te perguntar, mas não teve chance...
-O que? –franziu a testa.
-Como você fez aquilo?
-Aquilo o que, Sírius? Ah, você está falando dos feitiços com as mãos?
-Também e os olhos. –disse espantado. –Parecia seu pai.
-Que é que tinha meus olhos?
-Como é que você não sabe? Seus olhos ficaram azuis! Azuis como os do seu pai!
Hannah ainda ficou alguns instantes olhando espantada para Sírius, mas as coisas finalmente começaram a fazer sentido. Por isso que Bellatrix ficara tão assustada, por isso que Voldemort havia dito que finalmente absorvendo dom. Mas ainda precisava de uma confirmação. Ela veio na manhã seguinte quando foi chamada ao escritório da diretoria.
-Sente-se, querida. –ela sentou olhando do seu pai para sua mãe. –Você vai visitar Severo hoje. –ele sorriu doce.
-Papai, antes eu tenho algo a perguntar. –ele assentiu com a cabeça. –O que aconteceu comigo na batalha?
-Estava me perguntando quando tempo demoraria para você vir a mim. –encostou-se na cadeira. –Houve uma manifestação muito forte de sua magia.
-Sei, mas não entendi o motivo dela ter se manifestado de uma hora para outra, não devia ser diferente?
-Teoricamente sim. Mas acho que você não pensou na força que está dentro de você e fez a magia querer sair para sua própria defesa.
-Foi o bebê? –arregalou os olhos.
-Foi. Ele impulsionou a força que só deveria manifestar-se com o avanço da sua idade.
-E meus olhos...?
-Apenas uma reação. Você tende a ficar mais parecida comigo, acho que as pessoas só perceberam os olhos, pois deles emana poder, mas eu pude perceber algumas coisas em você que mudaram na hora da batalha.
-Vai ser sempre assim?
-Sim, querida. –Hannah ficou em silêncio pensando nas informações recebidas. –Acredito que agora podemos ir. –ela levantou-se e seguiu seu pai.
Com o som de deslocação de ar, Hannah, chegou ao hospital. Dentro de um minuto ou dois sua mãe também apareceu pela lareira. Seguiram pela recepção em direção às escadas. Ela ia no meio dos dois idosos, observando as pessoas e com um apreensão incomum. Subiram lance por lance até chegarem às portas duplas marcadas com o letreiro DANOS CAUSADOS POR FEITIÇOS. O coração de Hannah deu um salto, lógico que Severo estava ali, mas chegar ao local era diferente. Ela podia sentir a opressão que só um hospital possui, passou pelas portas fechadas, o casal Longbottom estava ali em algum lugar, anos de aprisionamento dentro de suas próprias mentes. Seu estomago afundou. Severo não ficaria ali para sempre, simplesmente não podia. Dumbledore abriu uma das portas e ela o seguiu, sentiu a mão de sua mãe em seu ombro, logo no canto esquerdo estava Severo, inerte numa cama, o peito subindo e descendo muito devagar. Hannah mordeu os lábios para não chorar em cima dele. Sentou-se perto dele na cama. Ele estava só dormindo e ia acordar a qualquer momento. Sentiu mais que viu seus pais saírem da enfermaria. Passou a mão pelo rosto tranqüilo que ele ostentava. Apenas dormindo. Curvou-se sobre ele, a boca quase encostando no ouvido.
-Estou aqui, Severo. –sussurrou. –Estou esperando você acordar, estamos esperando. –agora não pode mais segurar as lágrimas, ele iria acordar iria atender ao seu chamado. –Vamos você ainda tem tempo de tirar alguns pontos da Grifinória. –Droga! Ele tinha que acordar! –Vamos, Severo, por favor... –soluçou. Mas nada adiantou, ele nem chegou a se mexer.
Ela só estava comparecendo naquele maldito baile de formatura porque era obrigada, por sua vontade estaria na enfermaria do St. Mungus tentando, de alguma forma, trazer Severo de volta. Os casais dançavam animados e ela os olhava com desgosto. Será que eles não tinham percebido que o professor de poções não estava presente? Tudo bem que Severo não era querido, mas ele havia lutado para que eles pudessem estar dançando naquele momento. Passou a mão pela barriga e sorriu. Severo ia ficar louco quando soubesse. Levantou-se com sua taça de suco de abóbora e seguiu para os jardins, era onde ela mais passava tempo agora, o castelo a sufocava. Depois de algum tempo escutou passos as suas costas, virou-se para ver o rapaz que se encaminhava em sua direção. Assim que ele chegou a abraçou.
-Então? –ela perguntou.
-Talvez seja burrice... –nervoso, passou as mãos pelos cabelos e os assanhou mais ainda, logo em seguida tentou achatá-los.
-Burrice, Harry? Do que você está falando? –tirou as mãos dele soa cabelos e começou a tentar ajeitá-los.
-Pode ser difícil pra ela aceitar a idéia, nós ainda vamos demorar um bom tempo...
-Pelo o que entendi, Harry, você quer assumir um compromisso com ela, não é isso? –ele fez que sim com a cabeça. –Ela ainda vai terminar o colégio e você precisa se formar e ela também, claro.
-Mas ela pode pensar que é demais.
-Por Merlin, é apenas um anel, você está dando mais trabalho que seu pai! Vá lá antes que eu tenha que te arrastar pelos cabelos, só não fiz isso ainda porque não é bom esse esforço todo com essa barriguinha aqui. –sorriu e o beijou no rosto. –Sua mãe ficaria orgulhosa de você hoje. –os olhos dele brilharam de lágrimas e saiu sem dizer nada, não conseguiria de qualquer forma.
Mais uma vez nos jardins, hoje observando o lago, era fim de tarde e ela estava absolutamente irritada. Três dias! Três dias que ela estava sendo proibida de ir ver Severo no hospital. Seu pai dizia que era para sua proteção “hospital não é um ambiente saudável”, ela estava ótima! Ela já estava sentindo os movimentos dentro da barriga. Sentou-se na grama, o vestido claro espalhando-se, estava quente. Talvez ela invadisse a sala de seu pai e fosse escondida até o hospital, mas provavelmente a sala nem se abriria para ela, se havia alguma intenção proibida. Tinha visto seu pai sair logo depois do almoço, como ele tinha feito no dia anterior. Ela sentia alguma coisa escondida.
Continuou a olhar o lago sem vê-lo de fato. Uma sombra a cobriu, olhou o formado, uma bengala? Legal, tudo que ela precisava agora era ser vigiada por Moody. Fechou os olhos para que ele não quisesse atrapalhar e fosse embora, mas ele não foi, sentou-se perto dela e com um gemido rouco, ela franziu a testa, aquilo não parecia Moody. Tentou lembrar mentalmente a sombra, parecia um pouco alta pra ser do ex-auror. Abriu os olhos e virou-se aos poucos. Só podia estar sonhando, era algum tipo de miragem, fechou os olhos novamente e os abriu rápido. Não podia ser!
-Severo! –ele curvou os lábios um tantinho, a bengala estava ao seu lado, as pernas esticadas na grama e ele se apoiava com as mãos espalmadas do chão. –Merlin!
-Acho que você vai ter que decidir... É Severo ou Merlin? –levantou uma sobrancelha.
-Oh, Deus! –ela não sabia o que dizer, estava estática.
-Mais um... –brincou.
-Oh, Severo! –as lágrimas caíram dos olhos e ela encostou seus lábios nos dele.
-Ainda bem que decidiu. –disse quando afastou por um momento para logo em seguida beijá-la.
-Quando... Você... Acordou? –perguntou entro os beijos que ele lhe dava com a mão acariciando sua barriga.
-Há três dias. –beijou o pescoço dela.
-Eu sabia! –exclamou assustando Severo, que se afastou. –Desculpa. Não me contaram.
-Eu sei. Acharam que você poderia querer ficar lá no hospital até que eu pudesse sair.
-E você concordou com isso? –estreitou os olhos.
-Claro.
-Severo! E eu que fique aqui pensando que nunca mais vou te ver de pé!
-Você não devia ter pensado nisso em nenhum estante, eu lhe prometi.
-Desculpe. Eu fiquei desesperada... O que houve com sua perna?
-Nada que não seja resolvido com alguns dias andando com o Moody e tomando umas poções nada agradáveis. –ela sorriu e o beijou novamente. –Como vocês estão? –perguntou olhando para a barriga dela.
-Nós três estamos bem. –ele a olhou tão rápido que Hannah teve certeza que o pescoço dele tinha estralado.
-Três?!
-Hum-rum. –ela confirmou. – Um casal, não é fantástico?
-É incrível... –ele tinha as sobrancelhas juntas e Hannah riu.
-Estive pensando em nomes...
-Eu penso em nomes há muito tempo.
-Mesmo? –agora ela estava surpresa.
-Eu havia escolhido um masculino, acho você irá concordar.
-Pensei que você fosse querer dar seu nome a um filho.
-Não, não o primeiro nome. Ele terá o nome do homem mais honrado que conheço e a única pessoa que me apoiou quando mais precisei... –não pode continuar Hannah havia colado a boca na sua mais uma vez, e ele podia sentir o gosto de sal do choro dela.
-Eu te amo.
-Também amo você. – mais beijos, que foram interrompidos de repente. –Que foi isso?
-Isso o que?
-Na sua barriga, contra minha mão. –Hannah riu.
-Ora, são eles. Fazem isso o tempo todo. –pegou a mão dele e a pôs de volta no lugar onde havia movimento. Ele sorriu.
-Talvez não seja tão ruim assim ter uma família grande como os Weasley. –Hannah riu e ele encostou a cabeça no ventre da mulher querendo chegar mais perto dos filhos.
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