A Decisão
Acordou cedo e arrumou-se com calma, quando achou conviniente desceu até o salão principal. Alunos e professores chegavam aos poucos. Comprimentava-os polidamente, absorta em pensamentos. Os acontecimentos do dia anterior iam dar trabalho. E como. Pensava ao mesmo tempo que brincava com a colher em seu prato de mingau, fazendo circulos. Sem a menor vontade de comer. Olhou pro lado viu que o humor de Snape não devia ter melhorado, tinha a cara amarrada e não comia, apenas bebia de sua xícara. Remo parecia ter a mesma sensação que ela, pois mexia no prato, mas não levava o garfo à boca. Era uma tarefa difícil a que eles precisavam cuprim, mas ela o faria, Remo também, porém Snape já tinha negado. Tinha que haver um jeito dele concordar, tentaria todos que lhe viessem a cabeça. Não estava pedindo para matar ninguém, pelo contrário. Leu o jornal, nada de novo. Parecia mesmo que Fudge saíria do ministério. Ela só fazia votos que quem ficasse no lugar quisesse e tentasse derrotar as trevas. Fudge não tinha pulso para controlar, não era mau, só fraco. Desistiu de tentar comer. Levantou-se e saiu dalí. Aulas tranqüilas. Grifinória e Sonserina, segundo ano e depois Lufa-Lufa e Corvinal, quinto ano. Não comeu muito no almoço, apesar das reclamações cochichadas de sua mãe. Não ligou. Não sentia fome, estava demasiado preocupada. Mais aulas à tarde. Tinha decidido iria falar com Snape após o jantar. Chegou ao salão quando já estava cheio, alguns alunos faziam fila para entrar. Esperou. Quando encontrou um espaço, entrou e dirigiu-se à mesa. Obrigou-se a comer, não ajudaria em nada passar mal por falta de comida.
-Está tudo bem? -perguntou seu pai, enquanto servia-se de mais ensopado.
-Hum...
-Foi o que imaginei.
-Eu e Remo já nos decidimos, o problema é o outro envolvido. - disse baixo, não queria correr o risco de Snape escutar, não ia se dar ao luxo de aborrece-lo mais. Dumbledore a analisou por alguns segundos.
-Planos? -perguntou.
-Sempre.- decidida. -Só que esse é de difícil prática.
-Imagino que sim.
-Porém não vou desistir. - Dumbledore deu a conversa por encerrada e concentrou-se na conversa de Minerva que parecia bastante aborrecida com alguns alunos que estavam duelando nos corredores.
Esperou que Snape saísse, para que ela pudesse fazê-lo. Despediu-se de Remo com um beijo no rosto enquanto susurrava em seu ouvido "Vou às masmorras. Não se preocupe.", ele acenou afirmativamente com a cabeça e ela saiu pelo salão, ainda falando com alguns alunos. Entrou por uma porta próxiama a escadaria de mármore, seguiu pelo corredor, sempre descendo, chegou às masmorras, várias portas. Qual seria a dele? Iria esperar um aluno aparecer e perguntaria. Qual mal nisso? Não demorou muito para que um grupinho de alunos vinhesse andando em sua direção, fingiu que tinha acabado de chegar, não ia se fazer de perdida para os sonserinos. Conhecia a raça. Reconheceu os alunos. Malfoy. Só faltava essa.
-Sr. Malfoy. - falou com um cumprimento com a cabeça, sabia fazer o tipo deles. -Sr. Crabbe, Sr. Goyle...- continuou os cumprimentos.
-Professora. - falou Malfoy com um sorriso típico.
-Malfoy, creio que possa me dizer onde posso encontrar o diretor da sua casa, não? -perguntou aristocrática.
-Deve estar nos aposentos dele. -sem acabar com o sorrisinho. - Alí. -apontou um das portas.- Quer que eu chame, professora? -fingindo-se de doce.
-Não, Malfoy. Obrigada. -retribuiu o sorrisinho. -Creio que agora podem ir.
-Boa noite, professora. -disse Draco e os seus brutamontes baubuciaram algo que ela entendeu com um "boa noite".
-Boa noite, senhores.
Esperou que eles desaparecessem de vista, entraram por uma passagem num quadro mais a frente. Dirigiu-se até a porta indicada por Malfoy. Respirou. Bateu. Um minuto. Dois. Três. Foi aberta.
-Que foi? -perguntou ríspido. Que diabos ela está fazendo aqui?
-Preciso falar com você.
-Porém eu, não tenho nada pra falar com você. - sorriu ironico. -Boa noite.
-Não. É importante. Me de dois minutos. Por favor. -ele não respondeu, apenas afastou-se da porta para que ela entrasse. Algo nele não conseguia resistir a ela, tê-la tão perto. Nos seus aposentos. Tão proximo ao seu quarto. Nem pense nisso! Está maluco.
-Diga logo o que quer, seu tempo está correndo.
-Sobre ontem. Queria que você pensasse mais sobre o assunto, é um resgate, vamos salvar uma pessoa. -por um momento de delírio ele chegou a achar que ela falava do beijo deles.
-Não tem o que pensar. Já me decidi.
-Por favor, Snape. Uma vida. Nós vamos evitar que uma vida se perca.
-Nós não vamos evitar nada. Ele já foi, vocês estão querendo trazê-lo de volta. E não é uma vida. É o Black. -disse como se o nome queimasse em sua boca.
-Não era a hora dele. E por causa de você não gostar dele ele merece morrer? É isso? Por causa de coisas bobas de adolescente por favor, Snape. Que infantilidade.
-Você não sabe o que fala! Nunca foram coisas bobas. E agora, saia. Seu tempo acabou. -indicou a porta.
-Snape, por favor. Se você não quer fazer pelo Sírius, faça pela guerra. -ia usar todos os argumentos.
-A guerra não precisa daquele cão!
-Precisamos de todos.
-Saia! -gritou.
-Faça por mim, então. -disse rápido, apelando pra tudo que tinha. O silêncio tomou conta do lugar. Agora ela tinha certeza que o tinha irritado.
-E por que diabos eu faria algo por você? Ah, talvez por que você é o centro do universo e todos a amam. Desculpe lhe decepcionar. Eu não. Eu não amo você. Odeio! -realmente ela o tinha irritado. - Você quer todos os homens aos seus pés, é isso? Não se contentou com o Lobisomem. Quer ressuscitar o cão. Me diz como vai fazer, vai casar com o lobo e ter o cão como amante, ou ao contrário, mas coitado do lobisomem já até te pediu em casamento e tudo.-sorriu maldosamente- Esqueça! Eu não vou ajudar nessa sua palhaçada.
-Eu não sei do que você está falando. -ela não tinha entendido nada ele só podia ter enlouquecido de vez.
-Ah, coitada, ela não sabe do que eu falo. -chegou perto. - A santinha. -Segurou o queixo dela com força. -Me diz como se fica noiva sem saber? - não a soltou.
-Noiva? -tentou se soltar mas ele não deixou. -Eu não estou noiva. Quem disse isso? -que conversa estranha. Snape estava tomando satisfações de sua vida amorosa, ou ela estava obtusa o suficiente pra entender errado?
-Eu vi. No lago. Ontem. Com o lobisomem. -ela riu. Só podia ser piada. Noiva do Remo? Era piada mesmo. Ele era como um irmão. -Qual a graça?
-Eu não estou noiva do Remo. -não conseguia parar de rir. -Ele me mostrou a aliança que vai dar a Tonks. -não devia estar respondendo, mas não conseguiu, era cômico ver Snape com aquela cara.
-Saia! -disse saltando-a.
-Você ainda não me respondeu se vai participar do resgate.
-Nem vou.
-Vai pensar?
-Saia!
-Ok. Você vai pensar.Boa noite! -e saiu antes que ele pudesse retrucar.
Apesar de tudo achava que tinha ido bem, amanhã iria lá novamente, não se livraria fácil dela, ah não ia mesmo. Ia dormir, que hoje ela merecia uma boa noite de sono, afinal tinha feito algum progresso e na primeira tentativa. Noiva de Remo?! Ilário!Absolutamente ilário.
Quarta-feira, o dia começava com as turmas do N.I.E.M.s, significava que teria alunos de todas as casas, as vezes era difícil controlá-los, mas era só lembra-los a responssábilidade que tinham de ter esse ano que a situação melhorava. Depois alunos do quinto ano e depois aulas duplas com alunos que já tinham feito os N.O.M.s, o sistema era o mesmo que as turmas do N.I.E.M.s, alunos das quatro casas, os que tinham obtido notas suficientes em feitiços. Chegou sorrindo ao grande salão, sentia-se bem, quando sentou em seu lugar Remo logo curvou-se para falar.
-Sorridente. Então você foi bem ontem?
-Hum, digamos que tivemos progressos, mas eu ainda não acabei.
-Vai me diz como foi.
-Você vai gostar muito de algumas, hum, digamos, observações dele. Achei bastante engraçado.
-O que? -estava curioso.
-Depois, agora nosso querido amigo está chegando. -e indicou com a cabeça Snape que vinha caminhando entre as mesas dos alunos.
Ambos endireitaram-se em suas cadeiras e deram atenção aos seus pratos. Snape sentou-se na mesa sem falar com ninguém. "Mal-educado!". Terminou de comer e foi para sua sala de aula, ainda faltava pouco mais de dez minutos para sua aula começar quando Remo entrou na sala.
-Oi. Aconteceu algo? -estranhou ele alí.
-Não. Só queria saber...
-Sobre ontem?
-É.
-Você está bastante curioso, em? -riu. -Ah, ele teve um ataque daqueles de fúria, acho que as vezes ele pensa que eu me assusto como os alunos. Disse que eu só queria trazer o Sírius de volta porque eu quero todos os homens aos meus pés, e um monte de coisa sem sentido. -revirou os olhos. -Mas o melhor, ele acho que eu era sua noiva. -riu. -Pode?
-Minha noiva? Mas qual o fundamento dele?
-Ele nos viu no lago, quando você me mostrou o anel. Ele achou que o anel era meu.
-Mas isso é realmente estranho. Todo mundo sabe da Tonks. O que foi que ele disse?
-Ah, "você quer ficar com os dois, o lobo e o cão" , disse que eu estava sendo fingida e coisas do tipo. Ele realmente estava com ráiva, mas na verdade eu não sei exatamente o motivo disso tudo, porém achei bastante graça, você devia estar lá quando eu disse que não estava noiva, ele ficou desconcertado. -riu mais uma vez.
-Eu acho que sei o que é. -ele não ria, na verdade parecia chocado.
-Que foi? -achou estranho a expressão dele. -O que é?
-Ciúmes. -sério.
-Ah qual é, Aluado?- riu forte.
-Não tem como ser outra coisa. -ela disse algo como um "Ah, tá bom." - Estou falando sério, nós sabemos como é o Snape, ele perdeu o controle e isso não acontece. Para falar a verdade eu nunca o vi perder o controle, mesmo com ráiva ele consegue pensar e calcular o que pretende fazer.
-Sim, mas isso não significa que ele esteja com ciúmes. Por favor, Remo.
-Vá por mim. Agora tenho de ir. Mais tarde nós conversamos. Ah, você tem aula hoje com a turma dos N.I.E.M.s, não é?-ela acenou a cabeça afirmativamente.-Avisa sobre as aulas de feitiços verbais.To indo.-deu-lhe um beijo na cabeça e saiu deixando Hannah com a cabeça cheia de pensamentos. Será? E Aluado nem sabe sobre o beijo. Muito estranho. Já estava na hora da aula, foi até a porta e à abriu. Os alunos entravam fazendo barulho, era normal.
-Silêncio, por favor. Atenção aqui na frente. -chamou.- Os pregaminhos com a redação em cima das carteiras. -esperou os alunos obedecerem. - Accio pergaminhos. -e a tarefa de todos os alunos voaram para suas mãos, olhou e logo em seguida os colocou em cima da mesa. -Bem, não sei se algum aluno olhou o programa mas nós temos que estudar feitiços e contra-feitiços verbais. Porém os feitiços e contra-feitiços verbais também serão estudados por vocês na matéria de DCAT, então essas aulas serão conjuntas, o horário será afixado em suas salas comunais, e se, por algum acaso, tiver algum aluno que não faça DCAT, vai assistir as aulas conjuntas mesmo assim. Alguma dúvida? -os alunos não se manifestáram. -Ótimo. Agora alguém pode me dizer como são executados os feitiços verbais? -Hemione ergueu o braço no ar. -Srt. Granger. -as aulas foram tranquilas, o tempo passava rápido e ela logo se viu no jantar.
-Remo, avisei sobre as aulas. -falou por cima de Snape.
-Ok. Os horários estaram nas salas comunais hoje à noite.
-Perfeito. Começaremos na próxima segunda?
-Hum-rum.
Continuou a comer, e se preparou para ir à sala de Snape. Quando ele levantou-se ela esperou um pouco e fez o mesmo, piscou para Remo, desejou boa noite a todos e em pouco tempo estava na frente da porta de Snape. Bateu e esperou.
-Entre. -escutou ele dizer de dentro. Esitou uns instantes, mas depois deixou o receio de lado e entrou. Ele estava de cabeça baixa, curvado sobre alguns pergaminhos, achou que eram pergaminhos de alunos.Não levantou a cabeça pra vê-la.
-Snape? -levantou a cabeça rápido, como se perguntasse "Você?".
-Que você quer? -ríspido como sempre.
-Quero saber se você pensou sobre nosso assunto de ontem e se vai me dar uma resposta positiva. -ele semicerrou os olhos.
-Se eu aceitar participar dessa palhaçada você me deixa em paz e vai pro inferno com aquele maldito namoradinho?
-Se é isso que você quer...não garanto ir pro inferno, sabe, lá deve ser quente demais...
-Não estou com tempo pra suas brincadeiras idiotas!
-Tudo bem. Ótimo, então você aceita, se eu não te pertubar mais.Palavra de grifinória. -Remo estava errado, Snape queria distância dela, mas e o beijo, será que foi só um impulso?Não importa. Tinha conseguido o que queria. Trazer Sírius de volta era mais importante.
-Isso.
-Então tá. Vamos falar com papai.
-Agora?
-É agora. Vamos.
-Eu não vou agora!
-Eu só saio daqui quando você for comigo, durmo aqui se preciso.
-Não. Vamos agora.
Saíram das masmorras e foram andando, no meio do caminho Hannah desviou dizendo que eles tinham de chamar Lupin.Bateu na porta.
-Aluado, sou eu. Abre. -Snape revirou os olhos nas costa dela.
-Que foi? -Remo abriu a porta vestindo um roupão por cima do pijama.
-Já ia dormir? -perguntou lançando um olhar feio à Snape que tinha um sorriso de desdem no rosto.
-Ia. Que foi que houve?
-Bem, temos que falar com papai. Snape aceitou participar. -sorriu.
-Ah, ótimo, vou tracar de roupa.
-Não tá bom assim, vamos. -e puxou o amigo para o corredor.
"Balinhas Ácidas", disse a senha fazendo o gárgula pular e revelar a escada. Subiram. Bateu.
-Pode entrar. -era a voz de Dumbledore. Entraram. -Meus filhos, estava justamente esperando vocês. -Os três se perguntaram como Dumbledore podia saber, Hannah achava que nunca ia se acostumar com esse tipo de coisa que seu pai fazia. -Então?
-Nós vamos fazer. -disse Hannah.
-Que ótimo que todos pensaram direito.- olhou profundamente para Snape. -Vamos sentem-se. -eles o fizeram.- Nós temos um mês para se preparar. -eles o olharam assustados. -Temos de ser rápidos. Corremos o risco de se enrraizar lá, se ficar mais tempo lá. E com um mês o novo minístro já vai estar no cargo. Eu já conversei com ele, vai ser a primeira coisa a ser feita, vocês terão autorização para entrar lá e resgatar Sírius. Quero vocês toda noite aqui, depois do jantar.
-Quem vai ser o novo minístro? -Remo.
-Arthur Weasley. -era uma ótima notícia, com certeza era. -Melhor vocês irem..., creio que tiraram você da cama, não Remo? -sorriu.
-Verdade. Boa noite. -e saíram, cada um em direção ao seu quarto. Pensando na difícil tarefa que vinha por aí.
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