A Estranha Família
Tudo havia acontecido muito rápido e silencioso. Fazia apenas um verão desde que aquela casa se tornara vazia e oca mas aparentava que passara muito menos tempo do que tantos meses. Parecia ontem mesmo que tudo aquilo acontecera, aquele grito, aquela correria e aquela cena tão estranha e diferente.
Dona Felícia era uma mulher de família. Era casada e exatos trinta anos com seu marido e possuía três filhos já bem educados, crescidos e casados com suas respectivas esposas e maridos. Morava naquela casa escura e de sustentação velha e fraca fazia um bom tempo. Pertencera a família de seu marido e, logo após a morte de seu pai, veio a pertencer ele. Não que fosse uma casa quente, aconchegante e confortável como sempre havia sonhado, pelo contrário, era cheia de traças e insetos e vivia tendo alguns tipos de animais que ela nunca vira em lugar algum, mas a vizinhança não era de se jogar fora, principalmente para Dona Felícia que adorava fazer novas amizades.
Lembrava de quando chegara ao Largo Grimauld Place pela primeira vez. Era uma sexta feira de manhã e muitas donas de casa limpavam suas casas com produtos e as varriam e espanavam. Como sempre fora ligada a detalhes pode perceber logo de cara como cada uma das famílias ali presente se portava. Como a senhora de idade que morava a três casas de distancia da dela ia caminhar todos os dias de manhã, como o jovem rapaz filho da vizinha passava horas na praça beijando a menina da rua de baixo ou até como a mulher da casa a frente ajeitava sua janela quando o amante vinha visita la. Dona Felícia era e sempre fora uma mulher muito observadora, porém uma família lhe chamou muito a atenção.
Moravam numa casa idêntica a dela. Feita de madeira gasta e escura e parecia não ter muita vida. As janelas eram quadradas e raramente se via luz dentro delas. Assim era o número doze no Largo Grimauld Place. Demorou um bom tempo até Dona Felícia saber todos os membros daquela família tão misteriosa e que dificilmente saiam para fora.
Era uma família composta por quatro pessoas, o pai, a mãe, a filha e o filho. O pai era um homem não muito alto, tinha sobrancelhas grossas e extraordinariamente espessas de uma cor negra fortíssima. Tinha uma cara não muito agradável e seu rosto era cheio de marcas de expressão. Seus cabelos eram negros e possuía grandes entradas vindas das testas o que anunciava sua calvície. A esposa era alta, para uma mulher, possuía quase a altura do marido. Seu rosto tinha uma expressão menos carrancuda e as vezes parecia bondosa. Seus lábios eram crispados e finos e seus olhos castanhos claros. O cabelo parecia longo mas era oculto pelo grande coque alto e negro que lhe subia a cabeça. Quanto aos filhos, pouco se podia analisar pois passavam todo o ano fora e somente voltavam nas férias de Natal e de Verão. Provavelmente estudavam em algum colégio interno por ai o que significava que deveriam ter uma boa quantidade de dinheiro pois um colégio interno naquela época não era nada barato.
Anos haviam se passado e Dona felícia envelheceu com o tempo junto com aquela casa, com seu marido e com as inúmeras famílias que ainda moravam naquele lugar. Ao olhar ao seu redor, as vezes, ela se sentia extremamente sozinha e vazia pois afinal seus filhos não moravam mais lá e seu marido vivia no quarto dormindo ou reclamando de dores no joelho. Sua única diversão, ainda a mesma depois de anos lá dentro, era a janela. Lá ela podia observar tudo o que acontecia na vizinhança como por exemplo quando viu aquela senhora que caminhava todas as manhãs ser levada num caixão, ou então quando presenciou o casamento e todas as sete gravidez daquele casal que quando jovem namoravam na praça ou até a briga da mulher com o marido quando este descobriu que o filho não era dele e sim do amante de sua esposa. Tudo havia mudado e se transformado em conseqüências e novas histórias para serem contadas, menos uma coisa que aguçava muitíssimo a curiosidade de Dona Felícia. Aquela casa, o número doze, continuava a mesma coisa. O marido nunca era visto saindo para trabalhar, a esposa nunca era vista limpando a casa e os filhos, depois de alguns anos quando pareceu que haviam terminado o colégio, acabaram desaparecendo dando algumas suspeitas de casamento.
Embora fizesse já um verão desde o ocorrido Dona Felícia não conseguia entender nem compreender a tranqüilidade daquela esposa ao ver o estado em que o marido se encontrava. Era lastimosa aquela cena, o marido ao chão preso por cordas brilhantes e com uma aparência que parecia um bicho ou seja lá que fosse. Mas algo de estrema estranheza ocorreu lá dentro pois caso contrário a mulher não teria dado aquele grito que pode ser ouvido por todos dentro daquelas paredes que parecia que nenhum som existia. Era um grito de terror e surpresa como se estivesse vendo algo horrível e totalmente assustador.
Não fora somente Dona Felícia que saíra de dentro de sua casa para ver o que estava acontecendo naquela noite. Quase toda a vizinhança estava em meio a rua seguindo para aquela casa de onde viera o grito ver o que estava acontecendo. Todos usavam roupões e pantufas ou chinelos com meias o que dava a entender que estavam já repousando. Dona Felícia usava um roupão antigo e de seda cor de rosa que ganhara do marido a dois anos de presente de aniversário de casamento.
A senhora estava a frente de todos os vizinhos, parecia a mais preocupada, prestes a ajudar e até entusiasmada em ver o que estava acontecendo. Seus cabelos brancos se moviam com o leve vento quente que batia em sua cabeça e seus ouvidos pareciam dois radares prontos para captarem qualquer atitude suspeita. Ergueu a mão, todos os vizinhos pararam de falar e prestaram atenção na mulher. Com um leve movimento deu três batidas na porta de madeira. Nada aconteceu. Todos ficaram curiosos e começaram a murmurar coisas. Novamente ela bateu a porta e nada ocorreu. Agora quem estava preocupada era Dona Felícia. Poderia ter ocorrido algo de extrema importância e periculosidade e assim os vizinhos deveriam saber para poderem ajudar e fazerem o que puderem.
Dona Felícia deu mais três toques na porta, um tanto mais forte desta vez para que pudessem ser ouvidos com clareza. Ficou ali com as mãos juntas parada em frente a porta com a esperança de que fosse aberta. Passou alguns segundos e então puderam ouvir alguns passos, alguns murmúrios de excitação foram ditos atrás e Dona Felícia preparou sua postura para receber quem abrisse a porta.
A porta se abriu. Todos ficaram calados. Dona Felícia deu um sorriso largo e juntou as mãos mais firmemente próximas as coxas. Sua respiração estava leve e lenta e seu olhar confiante e perspicaz.
- Boa noite – disse a mulher cujos cabelos prateados continuavam presos na cabeça com aquele digno coque – o que desejam?
- Igualmente, senhora.... – a mulher não respondeu continuou a olhar a todos com um olhar sereno e calmo, porém bem sério - .... bem isso não é importante, sou Felícia Adams e moro ali no número dez.
- Sei quem é a senhora – disse a mulher como se quisesse apressar a conversa – já a vi muitas vezes olhando para minha casa e para minha família com um certa curiosidade.
Dona Felícia se surpreendeu com aquela resposta. Nunca pensara que a dona daquela casa pudesse ser tão observadora quanto ela, pior nunca achara que ninguém fosse tão quanto ela.
- Bem, entendo, é que os senhores causam uma certa curiosidade na vizinhança já que não são muito sociáveis.
- O que desejam? – perguntou a mulher não dando ênfase ao que Dona Felícia disse.
- Bem, ouvimos um grito de mulher vindo de sua casa e achamos que algo pudesse ter acontecido – disse a senhora com o olhar curioso passando pelo ombro da mulher tentando observar o que ocorria na sala da casa – houve alguma coisa séria?
A mulher nada respondeu. Observou no fundo dos olhos de Dona Felícia o que fez com que seus cabelos na nuca se arrepiassem um pouco. Depois a observou pelo todo corpo e logo em seguida pois a observar todo o resto das pessoas ali paradas como se analisasse o que deveria dizer.
- Não aconteceu nada – disse ela – meu marido que se cortou com uma faca mas já resolvemos o problema, agora com licença.
E a mulher deu as costas entrando pela porta para sua casa. Antes que pudesse fechar a porta Dona Felícia a segurou firmemente para que não escapasse de seus dedos, afinal era a primeira vez que falava com aquela família e não ia deixar aquilo acontecer tão rapidamente e sem nenhuma informação.
- Tem certeza que não aconteceu nada?
- Tenho sim – respondeu a mulher friamente – quer por favor soltar a minha porta?
- Não minta, nós podemos ajudar em alguma coisa.
- Solte minha porta.
- Se seu marido se cortou tenho alguns medicamentos.
- Já mandei largar minha porta! – disse a mulher fazendo sua testa se enrugar mais que o normal.
Dona Felícia deu um sorriso compreensivo e soltou a porta. A mulher a olhou com uma cara nada satisfeita e recomeçou sua marcha para dentro da casa. Mas Dona Felícia não iria sossegar enquanto não descobrisse de fato o que estava acontecendo lá dentro e esticou seu pescoço o máximo possível para conseguir ver o que realmente estava ocorrendo e então pode ver. Lá estava ele, o marido daquela mulher, parecia um tipo de monstro ou seja o que fosse. Tinha a pele azulada e o rosto cheio de brotoejas, seus olhos estavam vermelhos e seu cabelo totalmente desgarrado. Estava deitado no chão com suas roupas rasgadas preso a várias cordas brilhantes como se fossem de fogo.
- O que o seu marido tem? – perguntou Felícia num tom muitíssimo alto fazendo com que todos se voltassem para ver.
A mulher que estava de costas parou de repente. Rapidamente se voltou para Dona Felícia e a olhou com um olhar de raiva e puro ódio. Segurou a porta firmemente e com total força a bateu diante de centímetros do grande nariz de Dona Felícia. Sem mais o que fazer e impressionada com o que vira voltou para sua casa para continuar a dormir, isso se conseguisse.
Os dias seguintes daquela situação se passaram como sempre, mas agora todas as mulheres donas de casa tinham um assunto em especial para conversar, a visão que Dona Felícia teve da casa número doze. Lógico que toda a história foi um tanto distorcida pelas vizinhas e pela própria Dona Felícia que disse que o homem estava se debatendo e tinha sangue espalhado sobre suas costas.
- Está melhor agora querido? – perguntou Dona Felícia.
Era noite e toda a vizinhança já estava se aprontando para dormir. As luzes já estavam sendo apagadas e algumas pessoas já estavam a colocar alguns cachorros e gatos para fora de casa. Dona Felícia, diferentemente dos outros, estava sentada sobre a cama onde seu marido estava deitado com o joelho direito a mostra resmungando de dor.
- Espere um momento que essa compressa irá lhe ajudar – disse a senhora passando os dedos sobre o rosto do marido.
- Espero mesmo, esta dor está horrível, engraçado como já doera antes, mas não deste jeito – disse ele logo se calando ao ouvir um barulho pela janela – onde vai?
Dona Felícia havia se levantado e saiu pela porta do quarto rapidamente dando saltinhos. Desceu as escadas correndo e parou, ainda descalça, diante da janela da sala com a boca crispada e com os pés juntos. Puxou a cortina e com os olhos quase fechados ficou olhando para o número doze onde acontecia algo muito estranho.
A frente da casa estava parado um carro bem antigo sobre quatro rodas bem finas, parecia até um tipo de carruagem. A casa estava com a porta de entrada aberta e com as luzes acesas e de dentro vinha saindo um ser totalmente enrolado em uma capa marrom encardida cobrindo totalmente seu corpo. Um outro homem, que de costas parecia mais jovem saltou de dentro do carro e ajudou a levar o homem para dentro. Logo a mulher, que atendera Dona Felícia dias antes, vinha vindo. Tinha acabado de trancar a porta e vinha dando passos largos pela escadinha de pedra. Parou diante do homem, que usava um chapéu elegante, conversou alguma coisa com ele e logo entrou ao carro. O segundo homem também entrou, mas no lugar da direção e depois de ligar o carro seguiu pela rua até desaparecerem de vista.
No dia seguinte nenhuma outra coisa se comentava a não ser a estranha saída daquela família na noite anterior. Parecia que não fora somente Dona Felícia que estava olhando pela janela. Todos contavam histórias mirabolantes e misteriosas sobre teorias do por que deles terem saído de lá. Dona Felícia era a mais cética quanto aos comentários que rolavam pelo Largo Grimauld, sabia que tinha algo a ver com aquele horrível monstro que vira no chão amarrado aquelas cordas a algumas noites atrás.
Durante os meses que se prosseguiriam nada aconteceu. A família que saíra não voltara mais e o número doze continuava vazio e oco. Dona Felícia continuou com sua vida de dona de casa limpando, lavando, arrumando e fofocando muito com as outras vizinhas que pareciam nunca esquecer o sumiço da família.
Era Dia das Bruxas e toda a vizinhança estava esperando para comemorar. Como todos os anos as crianças dali iriam se fantasiar e bater de casa em casa pedindo doces ou travessuras. Dona Felícia aquela hora estava em sua cozinha terminando de preparar os diversos biscoitos caseiros que sua mãe lhe ensinara quando era mais nova para dar aos garotos e garotas que bateriam em sua porta mais para noite. Já havia feito duas bandejas e estava orgulhosa de si mesmo por te los deixados tão perfeitos como nunca fizera antes.
- Onde estava? – perguntou a mulher para o marido que vinha descendo a escada mancando – Achei que iria provar meus biscoitos.
- Me desculpe acabei pegando no sono – disse o velho se sentando a mesa enquanto pegava um biscoito em formato de abóbora – você viu o que acabou de chegar ai na vizinhança depois de todos esses meses?
Dona Felícia largou seu caderno de receitas na hora sobre a mesa e olhou incisivamente para seu marido com aquela enorme curiosidade de sempre saber as coisas primeiro que todos.
- Quem? – perguntou com um leve sorriso.
- Não sei bem mas vi pela janela – disse o velho pegando outro biscoito – mas parou um carro em frente a casa número doze e de dentro saiu um casal, parecem ser bem mais novos que os antigos.
Dona Felícia nada disse e apenas olhou em direção a seu marido tentando enxergar algo além dele, se novos moradores iriam morar naquela vizinhança e mais especificamente naquela casa ela teria que ser a primeira a dar boas vindas.
Com uma pressa nunca vista antes Dona Felícia se pos a agir. Primeiramente seguiu veloz para a pia da cozinha onde lavou as mãos o mais que pode. Em seguida arrancou o avental e jogou para perto do marido que se assustou com a atitude da mulher. Logo , sem pensar mais, correu para o armário de parede que já estava cheio de traças e começou a procurar freneticamente aquela cesta de vime que ganhara a cinco anos de aniversário e que nunca usara. Ao achar pegou as duas bandejas de biscoitos e os jogou dentro da cesta fazendo um monte de biscoitos. Ainda teve tempo de colocar um belo laçarote cor de rosa sobre a alça da cesta e foi em direção a porta com seu belo sorriso simpático de sempre.
- Onde vai? – perguntou seu marido a olhando desconfiado.
- Dar boas vindas ao novos vizinhos – disse ela toda alegre.
Primeiramente deu três toques sobre aquela porta velha onde já batera outra vez, mas ninguém a atendeu. Parecia até que os moradores daquela casa eram todos estranhos e anti sociais. A frente da casa estava um carro idêntico ao da noite onde os antigos donos saíram e não mais voltaram. Bateu mais uma vez e nada e então como última tentativa educada bateu com um pouco mais de força. Desta vez ninguém apareceu mas a porta deu uma leve mexida o que significava que estava aberta. Não podia deixar passar aquela oportunidade, era a chance que Dona Felícia tinha para ver o que tinha dentro daquela casa onde nunca ninguém entrara, sem contar que se os moradores a pegassem lá dentro poderia muito bem pedir desculpas e mostrar sua magnífica gentileza de sempre.
Pos os pés para dentro da casa e automaticamente a porta se fechou com um pequeno estrondo a suas costas. Os pelos da nuca se arrepiaram e os do braço também, mas estava confiante, sabia que eles iriam adora la e iriam acabar ao final se deliciando com os biscoitos de Dia das Bruxas.
A casa estava escura e portanto não se podia ver quase nada pelo caminho que percorreu, portanto Dona Felícia não se prendeu muito aos detalhes. Andou por pouco tempo até que finalmente avistou uma luz vindo de uma entrada logo adiante. Apressou o passo e logo que vira já estava dentro de um ambiente não muito agradável.
Era um lugar quadrado e escuro. Era totalmente empoeirado e cheio de teias de aranhas. O chão rangia de acordo com que ela pisava e as paredes pareciam gastas e imundas. Uma das únicas coisas que existia ali eram duas poltronas verde musgo totalmente empoeirada e um relógio grande com um pendulo dourado que balançava sem parar. Existiam também caixas e mais caixas com alguns conteúdos dentro e logo adiante uma escada de madeira mostrava um largo caminho para os andares acima.
A curiosidade de Dona Felícia bateu mais forte desta vez. Sua língua passou por seus lábios e sua mão coçou levemente. Ela poderia descobrir muito mais do que viera ver, poderia ver quantos cômodos havia lá dentro, como os donos a organizavam, se eram limpos, organizados e acima de tudo o por que de tanto mistério. Aquelas informações com certeza iriam ser um ótimo assunto para suas vizinhas saberem.
Subiu, começou a lentamente por pé ante pé por cada degrau. Parecia uma pluma de tão leve. Não queria ser pega ali bisbilhotando a casa dos outros mas não podia deixar de olhar. Subiu mais um pouco e finalmente chegou num local escuro com uma porta mostrando que ali existia um quarto. Estava realmente muito escuro e Dona Felícia começara a temer um pouco se devia ou não entrar naquele quarto. Decidiu que sim, mas antes resolveu dar uma olhada em torno de si e o que viu lhe fez tremer da cabeça aos dedos dos pés.
Estavam ali grudadas e paradas na parede que anteriormente estava a suas costas, eram cabeças. Dona Felícia não sabia do que eram aquelas cabeças e nem queria saber mas sentiu dentro de si que aquela visita já havia bastado para ela, afinal se fosse algo que ela estivesse pensando com certeza sua cabeça poderia ser a próxima ali.
Desceu rapidamente as escadas e, diferentemente da outra vez, pareceu não se importar com o barulho que fazia. Seu objetivo agora era sair daquela casa e talvez nunca mais voltar. Pulou dois degraus de uma vez e quando se viu já estava parada ao pé da escada, mas o que mais assustou Dona Felícia foi a visão que teve naquele exato momento em sua frente. Lá estavam parados e sentados nas poltronas os dois donos daquela casa, o homem que parecia ser jovem e a mulher com um sorriso simpático mas pesado e com a barriga saltada parecendo estar grávida.
- Olá – disse Dona Felícia com seu rosto ficando rapidamente vermelho e quente – desculpe minha intromissão em sua casa mas a porta estava aberta, vim trazer esses biscoitinhos de Dias das Bruxas e lhes desejar boas vindas, ah! Já ia me esquecendo, muito prazer sou Dona....
- Felícia – disse o homem com uma voz grossa parecendo um latido.
- Oh – disse a mulher surpresa mas amedrontada – como sabe meu nome?
- Ora passei meus trinta anos de vida aqui dentro de casa, ou não está lembrada de mim? – perguntou com um sorriso malicioso no rosto – Aquele menino que dificilmente a senhora via, filho dos antigos donos dessa casa, recorda? Então, me casei e tive que morar em outro lugar, mas agora que meu pai ficou doente e está com Vampirismo avançado teve que se mudar para outra casa e como sou o filho homem vim morar em sua casa.
Dona Felícia sorriu entendendo então o que acontecera aos antigos moradores. O marido estava doente, estava com vampirismo e teve que se cuidar, por isso se mudaram a tanto tempo, por isso aquele grito a um verão atrás, por isso aquela aparência horrível que o homem tinha. Apenas uma coisa não batia direito.
- O que é vampirismo?
- Uma doença, uma doença muito preocupante – disse o homem se sentando – e se não tratada pode ter efeitos irreversíveis, sabe como é não, doença de bruxo.
Aquele homem só poderia estar gozando da cara de Dona Felícia. Com certeza estava, estava tentando lhe dar uma lição por ter entrado em sua casa sem autorização, por isso estava tentando assusta la. Com certeza era aquilo, ela sabia que não existiam bruxos de verdade, eles eram mito, lenda, folclore.
- Ah sim entendo – disse ela sorrindo – mas acho melhor eu ir embora, tenho que terminar os biscoitos.
- Mas já? – perguntou o homem dando um salto parando em pé – Fique um pouco mais, tome uma bebida conosco, Monstro!! – o homem bateu as mãos – Por favor traga Uísque de Fogo para nós.
- Monstro? – perguntou Dona Felícia franzindo a testa – Quem é Monstro?
- Nosso criado – disse o homem sentando se novamente – sabe é muito jovem e está um pouco triste, embora não queira admitir, sua mãe morreu faz alguns dias e não teve sua cabeça cortada ainda, oh olá Monstro, dê boas vindas a nossa visitante.
Dona Felícia olhou aquela cena como se estivesse em um filme de terror onde criaturas estranhas aparecessem para come la viva. Monstro, o tal criado, não era humano, não, pelo contrário parecia até um extraterrestre ou coisa do tipo. Sua cabeça era igual as que ela viu no andar de cima, redonda e com as orelhas pontudas. Seus olhos eram grandes e pareciam duas bolas de tênis. Tinha alguns fiapos de cabelos negros pela cabeça e nas orelhas e vestia uma tanga um pouco limpa.
- Muito bom dia Senhora – disse a coisa – Monstro se agrada em vê la.
- O que é isso? – perguntou a mulher se assustando com a criatura – Que animal, criatura ou seja lá o que for é isso?
Os donos da casa nada responderam, apenas começaram a dar risadas como se Dona Felícia fosse uma total ignorante e não entendesse de assunto algum. Logo o homem, ainda rindo, fez um sinal e o criado desapareceu da sala. Aquilo estava assustando Dona Felícia cada vez mais. Poderia ser uma piada ou uma pegadinha mas aquela criado, o que era? Era real, não parecia um boneco nem outra coisa do tipo, como era possível?
- Sente se Dona Felícia iremos lhe explicar tudo – disse o homem dando seu lugar para a senhora – aquele que acabou de sair é nosso criado Monstro, ele é um Elfo Doméstico que servem para nos servir pela vida inteira. Nós, Dona Felícia, somos bruxos, eu e minha esposa e nosso filho, Sirius, que logo nascerá também será bruxo como nós. Esta casa minha querida é pertencente a nossa família de bruxos a séculos e séculos e passa de familiar para familiar. Eu me chamo Orion e minha mulher Walburga e sou filho de Arcturus e Melania e todos nós estudamos no mesmo colégio desde os onze anos, Hogwarts e fazemos parte da casa da Sonserina onde somente bruxos de sucesso são escolhidos e quanto a senhora Dona Felícia é apenas uma trouxa que não possui nenhum dom mágico.
- Já chega! – disse Dona Felícia se levantando – Nunca me senti tão ofendida na minha vida, não sabem como lamentei ter vindo aqui, vocês são todos loucos com idéias de bruxaria e esses tais de elfos sei lá das quantas, para mi já chega, vou me embora e nunca mais dirijam a palavra para mim!
Dona Felícia se levantou e com uma careta deu as costas aos dois e se dirigiu a entrada por onde havia entrado poucos minutos atrás. Mas antes que pudesse sair foi surpreendida com uma risada rouca e arrogante.
- Minha senhora – disse o homem em pé a olhando fixamente nos olhos junto a mulher – não acha que vai sair da minha casa assim depois de saber tantas coisas nossas acha?
- Eu achei que.... o que vão fazer comigo? – perguntou Dona Felícia se encostando na parede.
- Não se preocupe, será rápido e sem dor – disse o homem retirando junto com a mulher um tipo de vareta de dentro do bolso – me desculpe pelo que irei fazer.
- O que vai fazer? – perguntou a velha desesperada.
- OBLIVIATEE!!
Deram mais risadas e então o casal se sentou novamente saboreando a bebida que Monstro havia lhes trazido. Dona Felícia continuava ali atrás paralisada e com uma expressão indefinida no rosto como se algo tivesse se apagado. Tomaram mais alguns goles e então o homem se pos a falar novamente.
- Não disse como eles são idiotas amor? Adorei a cara que essa velha trouxa fez ao ver as varinhas – ele agora elevou sua voz como se falasse para Dona Felícia – agora quanto a você minha senhora, bem irá sair da minha casa imediatamente sem olhar para trás, depois vai voltar para sua casa e terminar o que estava fazendo, não se lembrara de nada que viu e ouviu aqui dentro e quando lhe perguntarem como foi essa visita dirá que não lhe atenderam está entendendo? Ah sim e uma última coisa, quando lhe perguntarem quem somos diga que sabe apenas nosso nome, diga a quem perguntar que nós somos, A Família Black.
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OLÁ PESSOAL!
BEM ESTE É O PRIMEIRO CAPITULO DESTA FIC. ESTOU MUITO ANCIOSO PARA CONTINUAR A ESCREVE LA E ESPERO CONTAR COM A AJUDA DE VOCÊS COMENTANDO E DANDO SUAS OPNIÕES PARA QUE EU POSSA MELHORAR.
ESTE PRIMEIRO CAPITULO É UM COMEÇO. QUIS MOSTRAR QUE ESTA FAMÍLIA É BASEADA EM GERAÇÕES E CADA UMA POSSUI SEUS ORGULHOS E SUAS CONQUISTAS. A PARTIR DESTA NOVA FASE COMEÇA UMA NOVA GERAÇÃO BEM INTERESSANTE.
ESPERO QUE GOSTEM DA FIC E COMO JÁ DISSE PEÇO QUE COMENTEM PARA QUE POSSA FAZER MELHOR O MEU TRABALHO NESTA FIC.
OBRIGADO A TODOS.
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