Vizinhança Nova
Se eu te contar o que eu descobri... Vai cair pra trás (tudo bem, você é um diário e cair ou não depende do que eu faço...) quando souber. Juro! Temos duas vizinhas novas e adivinha quem são? Lene e Lice! Cara, elas tinham me dito que não iriam mudar mais... Ora essa... Aposto como sabiam que eu também moro nesse condomínio e... Enfim, o que importa é que ao menos três de nós estamos juntas. E elas não sabem que eu moro aqui também, ou sabem? Tá, se sabem então por que não vieram falar comigo ainda? Sabe, vou lá dar um susto nelas...
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”Alice querida, ajude-me com essa caixa, por favor.”
Deus, eu não agüentava mais ouvir essa pergunta, mas, se queria uma casa nova, tinha que ser forte, concorda? Ao menos, quando eu terminar com isso, vou poder dar uma volta nesse lugar lindo e conhecer as vizinhas; Será que tem garotas assim, como eu? Digo, com a mesma idade? Seria perfeito! Olhei de relance pela janela da sala, a rua aparentava estar... Deserta. Pudera, quem queria sair quando um dos times londrinos mais famosos estava jogando beisebol ao vivo na televisão? Eu, ao menos, era uma exceção.
Assim que terminei de arrumar meu quarto, desci rapidamente as escadas, gritando um “Mãe vou dar uma volta!”, batendo a porta e em seguida, pude ouvir um grito de estresse da minha mãe. Ela simplesmente odiava que batessem qualquer porta com ela dentro do lugar. Vai entender as mães, principalmente a minha.
Mal pisei pra fora de casa e uma brisa gélida soprou. Adoro o frio. Coloquei minhas mãos dentro dos bolsos do agasalho e segui caminhando, parando, de vez em quando, na frente de uma casa ou outra, imaginando quem vivia ali.
”Liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiice!!!”
Ouvi um grito, um grito bem familiar. Virei a cabeça, abrindo um sorriso de orelha a orelha ao ver uma cabeleira ruiva correndo na minha direção.
”LILY! Ai meu Merlin, não acredito que você também mora aqui!”
Eu não sabia, mas, pela expressão dela, ela sabia sim que eu também morava ali. Um riso vindo dela, e eu não sabia muito bem o motivo. Ok, vai entender a Lily, né?
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Eu tinha acabado de sair de casa, depois de um “VOLTE CEDO, LILIAN EVANS!” gritado por minha mãe e, mal virara uma rua, lá estava os conhecidos cabelos negros, encaracolados nas pontas e a pele meio morena: não restavam dúvidas, era mesmo a Lice. Eu gritei por ela e é óbvio que ela se assustou. É simplesmente demais ter – ao menos – um pouco mais da metade do grupo num mesmo condomínio, só faltava a Dorcas mas, se bem que ela não morava tão longe assim dali, eu acho.
Ri ao ouvir o que Lice dissera, de certo modo, era estranho ver que ela, justo uma das que mais está por dentro, não saber o nome do condomínio que a amiga mora e logo, envolvi-a num abraço apertado, disposta a encher um pouco o saco dela. Tá, acho que exagerei um pouco no abraço, ou era só gracinha dela.
Depois, começamos um tour pelo condomínio, conversando animadamente sobre alguns possíveis planos para aquelas férias, que prometiam...
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”Marlene McKinnon, se você não arrumar agora o seu quarto, não sai.”
Não adianta nem argumentar quando minha mãe fala alguma coisa dessas, com tanta vontade, doida pra me por de castigo. Mal abri a boca e ela já me cortou.
”Sem mais nem menos, Marlene.”
Já disse que odeio quando me chamam pelo nome? Prefiro Lene, soa mais amigável. Desse jeito, parece que estão bravos comigo, tudo bem, minha mãe já é um caso perdido. Subi, batendo um pouco os pés, a escada, fechando a porta do meu quarto. Revirei tudo, só pra encontrar o rádio e um CD de uma cantora trouxa, Alicia Keys. Meu vicio por ela é enoooooooooorme.
Se pudesse, claro que usaria magia. Mas não, sou menor de idade ainda e não posso usar magia fora da escola. Argh, que lei mais... Imprestável. Seis anos de estudo e eles ainda acham que a gente não sabe controlar a magia, diferentemente dos primeiros anos de vida. Mas, não demorou tanto assim pra arrumar toda aquela baderna que tava o meu quarto. É, quarto, não “moquifo”, como minha mãe costuma dizer.
”Ela não pode reclamar de nada.”
Disse pra mim mesma, sorrindo satisfeita e saindo daquele lugar abafado. E o sol insistia em vir justamente na MINHA janela. Por que não na da minha mãe? Revirei os olhos. Antes de sair, dei um “pulinho” na cozinha, sabe, arrumações me dão fome. Arqueei uma das sobrancelhas, franzindo o cenho. Espera, era a voz da Lily! Sai com o copo de suco na mão mesmo, correndo feito uma doida desvairada.
”LILY! Ei, Lily!”
Gritei, dos primeiros degraus do jardinzinho, certa de que ela me ouviria. E claro, eu acertei.
”Lene?
Ela perguntou, parando e virando, hesitante. Nada melhor, Lily! Então, meu plano com os Marotos ia dar certinho. Ai, espera só até o James saber que a Lily mora no mesmo condomínio que a gente, ele vai surtar. Não demorou muito pra que a ruivinha e a Lice viessem correndo pra porta da minha casa, gritando ‘Lene!’. Essas duas, me envergonham um pouco. Mais são minhas amigas, pow! Quem não tem amigas malucas?
Ótimo, eu derrubei suco em mim, na Lily e na Lice e nós três, rindo, entramos em casa. Fui buscar umas blusas lá em cima e deixei as duas lá embaixo, na sala de visitas.
Comentários (1)
Posta maissssssssssssssssssss.
2012-02-02