Wormtail?



James perdera a noção do impossível. Quer dizer, ele sabia que as aulas de Transfiguração podiam ser assustadoramente aborrecidas, quando se tratava de assuntos que ele dominava na perfeição. Mas o que nunca lhe ocorrera era que conseguiam ser MAIS! O rapaz bufou, talvez, pela décima vez consecutiva naquela aula e virou-se para o outro lado da mesa olhando a professora quase a dormir. McGonagall tivera a “excelente” idéia de o mudar de lugar. Estava TÃO bem ao lado do Sirius e aquela velha ranhosa tinha logo que o por ao lado da Lindsay-chata-Murray?? Como a vida sabe ser injusta, meu Merlin.

Instantaneamente começou a desenhar na mesa. Não conseguia controlar, a mão tinha vida própria, credo, e ainda por cima parecia que só tinha aprendido duas letrar : “L E”. Afundou a cara na mão esquerda enquanto embelezava as letras com a mão direita. Usando o cérebro para tentar travar a mão que não obedecia. Sério, tem dias em que apetece despedir as ligações cerebrais por incompetência. Com a manga do manto limpou os sarrabiscos, com uma expressão triste no rosto.

Tantos anos, a tentar sair com a Lilian e nunca conseguira nada sem que depois fosse bombardeado por xingamentos. Pelo o amor de Merlin, paciência tem limites e determinação também. E o dele já fora bastante extenso.

Flashback

Ele próprio pára ao meio das escadas da torre de astronomia. Lily estava uns 20 degraus a baixo, conversando com umas amigas Gryffinfors. Ela ria de maneira descontraída, não fazia aquele olhar assassino e irônico. Era Lilian Evans, a Lily por quem se apaixonara no primeiro ano, mas que nunca conhecera. Afinal onde estava o problema? Seria ele tão chato, tão maçador para que ela não o suportasse dessa maneira? Sinceramente estava a ficar farto daquele teatrinho Olhou para o relógio que marcava 21:48m. Tinha exactamente doze minutos para chegar ao dormitório, e ela…ah pois, ela era monitora, tinha mais meia-hora.

-Evans! –Chamou, ela fechou a porta e revirou os olhos.

-Faltava.

-Faço das tuas palavras, as minhas. –Ela ergueu as sobrancelhas surpreendida, as outras garotas murmuravam. –Eu preciso falar contigo.

-Sobre…

-…Nós!

-Não existe um nós nesta história. –Insistiu ela mantendo a serenidade.

-Por favor.

-Tens dois minutos. –Levantou-se das escadas, sacudindo a saia, esperou que ele acabasse de as descer também e afastaram-se das outras garotas, que continuavam a olhar curiosas. –Tá a contar.

-O que é que eu te fiz?

-Sei lá, o que é que tu me fizeste?? –Acrescentou aumentando o tom de voz.

-Tás a ver! Eu não te fiz nada! –Ela olhou para o lado revirando os olhos.

-Desculpa? Que drogas andas a tomar?

-Tu passas a vida a dizer que me odeias para não te torrar o saco etc etc.

-E tu passas a vida atrás de mim a convidar-me para sair!

-Passo?

-A maior parte do tempo.

-Pois, deve mesmo ser. Tu criaste essa idéia de mim e agora nem as horas te posso perguntar!...

-E odeio pessoas como tu James!

-Ah! Afinal não me odeias, odeias o tipo-James!

-Tás sempre a armar-te em bom, achas que todas as garotas de caiem aos pés, metes-te com os mais fracos porque és um covarde!

-Ei!...

-Ei nada! Ah, desculpa se te magooei, pensei que com esse teu ego de isolamento, nada passava.

-E eu sou exagerado?? Olha, queria que fosses natural comigo, como és com as outras pessoas!

-E eu só queria que parasses de me humilhar e acima de tudo que parasses de te atirar a mim.

-Tás a dizer que eu não tenho hipóteses nenhumas?

-Aleluia que perguntas!! –Ela fechou o rosto, e um pouco mais tarde os olhos, respirou fundo e hesitou. –Estou sim, e desde à 5 anos que tenho esperado por essa pergunta.

-Então vou mesmo parar de tentar. Temos acordo? –Estendeu a mão. –Espero que sejamos amigos ao menos.

-Não sei, ou já te esquecesses te que odeio pessoas como tu.

-Faz o que quiseres.

-Claro que aceito.

Apertaram as mãos com expressões indecifráveis no rosto.

Fim Flashcback.

Quando olhou de novo para a mesa nem queria acreditar no que tinha escrito: I hate that, I love you.

**
Alana continuava sentada na varanda do pátio da escola. Havia invocado uma almofada de bordado inglês, para se manter mais confortável. Aquela espelunca nem tinha condições para alojar a menina Smith! Que pobreza, será que tinha que ser sempre ela a arranjar-se naquele ninho de ratos?...falando em ratos.

-E o que é que você quer?

-Eu só vim dizer uma coisa. –Alana olhou para Peter, surpreendida com a confiança do rapaz. Cruzou as pernas com um sorriso intimidador, ao que este não reagiu.

-Siim…

-Quer que saibas…-ela inclinou ligeiramente a cabeça. –Quero que saibas que eu…eu…

-Alana!! –Ambos se viraram para quem chamava: William Smith. –Algum problema?

Peter revirou os olhos.

-Will, por favor. – Disse Alana aborrecida.

-O que é que tu queres? –Disse para o rapaz que ainda segurava os livros da aula de transfiguração.

-O que é que tu tens a ver com isso?

-Tenho e muito! É a minha irmã!

-Não vi propriedade de William Smith em lado nenhum!

-Ela é minha IRMÃ paspalho!

-WILLIAM!! Para com isso!!! –Vez de Alana reagir.


-Então Mary? Como vai isso? –Cumprimentou James com um sorriso, ela sorriu também e tirou uma carta do cacifo.

-Bem, obrigada!

-O que é que se passar lá fora? –Estranhou James indo em direcção ao pátio.

-Eu vou para o corujal, até logo. –Mas desconfiou, acertadamente, que James já não a ouvia.

-Prongs, chegas-te em má hora.- Disse Peter para o amigo recém-chegado, que ao ver quem estava à sua frente esboçou um sorriso debochado.

-Willy, –Zombou –à quanto tempo.

**

Maryanne nem olhou para a porta quando tentava entrar no corujal. Foi lançada batendo contra algo.

-Ah, ai desculpa! –Quando olhou para a frente deparou-se com uns olhos azul noite, inconfundíveis – S-Sirus?

-Hei Mary.

-Ah…eu…desculpa.

-Então! Sem stress, estava aqui a…ver umas coisas.

Mary olhou para dentro do corujal confusa. –Aqui? A ver o quê? Corujas?

Ele riu. –Eu até costumo vir para aqui.

-Ah, pensei que era a cabana dos gritos o vosso refugio.

-Mais ou menos e…como é que sabes?

-Peter. –sorriu.

-Ah! Vocês são muito amigos, não é verdade?

-É, ele compreende-me e eu a ele.

-Como eu dizia…na cabana tá o pessoal todo, eu à vezes sinto necessidade de sossego.

-Devias trazer a Maureen para aqui muitas vezes.

-Nem por isso.

-A sério?

-Ya, ela não gostava disto aqui. Era mais sala precisa.

Mary ficou a olhar para ele com um olhar surpreso e de gozo ao mesmo tempo. –Quer dizer que…

-Não!! –Apressou-se a emendar. – Nunca fomos tão longe.

-Nem sei porquê.

-Acho que estávamos demasiado ocupados a discutir e a descobrir as nossas divergências.

-É que são burros…

-Quem?

-Vocês. Duh!

-Porquê? –Perguntou vagarosamente.

-Então…Porque vocês gostam um do outro e deitaram tudo a perder.

-Eu já não gosto dela.

-Sim, mas já gostas-te e muito que eu sei.

-Oh, e depois?

-E depois que deve ter sido a única garota de quem realmente gostas-te.

-Foi nada! –Olhou-a imitando o ofendido, ela levantou a sobrancelha, ele sorriu. –Okey, foi sim.

-Eu sabia.

Sem se aperceberem estavam sentados nas escadas a falar de banalidades sem importância. Era tão agradável poder conversar com alguém assim daquela maneira. A conversa fluía de uma maneira instantânea, quase sem querer. Sirius começava a reparar agora no lindo sorriso da amiga, e sem pensar estava a ficar atrapalhado, mas nem por isso deixava de falar coisas triviais, parecia que tinha medo que a conversa terminasse.

-Ah! –Lembrou-se a garota, levantando-se num salto. –Tenho poções.

-Eu não tenho nada. –Espreguiçou-se acabando com as costas sobre outro degrau. Mary olhou para ele de lado e sorriu.

-Foi óptimo falar contigo, subis-te muito na minha consideração.

-Devia estar maravilhosamente posicionado. –Gozou, ela só lhe sorriu ao longe. Sirius abanou a cabeça nem querendo acreditar no que estava a pensar naquele momento, não deixando um sorriso dançar nos seus lábios.

**

-Bem, bem, bem. – Continuou William em frente a James.

-Sabes que eu contigo já não tenho mais talões de desconto!

-Que pena. O que me vais fazer.

-William. – Alana agarrou-lhe um braço chamando-o entre dentes.

-Deixa-me eu tenho muito que resolver com este palhaço do Potter! – Ao ouvir isso o próprio não se conteve. Os dados estavam lançados, era agora a sua oportunidade de impor respeito por parte daquele sonserino de meia tigela.

Antes de ter tempo de agarrar a sua varinha deu-lhe um murro que o fez recuar uns quatro passos até cair. Alana gritou. William agarrou a sua varinha e tentou pronunciar algo mas James fora mais rápido e atirara-o contra a parede, quando todos os alunos presentes se reuniram à sua volta gritando :”porrada, porrada, porrada”. Não demorou a que William estivesse numa posição ridículo a que Snape fora exposto no ano passado. De cabelo a roçar o chão e de pernas para o ar, soltou um grito de raiva. Alana guinchou ao ver o irmão assim mas não conteve um soluço que seria o inicio controlado de uma gargalhada. James sacudiu-se vitorioso ao mesmo tempo que se sentiu agarrado pelo braço.

-Tens que perder essa mania. – Disse Peter entre dentes, James pareceu admirado.

-Que mania?

-Essa. – Apontou para o loiro que ainda tentava a todo o custo libertar-se daquele feitiço, ao seu lado Alana estava dividida entre rir e em ajudar o irmão.

-Essa qual? Espera aí, ele começou eu ajudei-te e ainda vens com essa conversa Wormtail??

-Eu sei, mas será que não consegues fazer nada sem conversar?

-Será que podes deixar de andar tanto com o Moony, pareces ele a falar! – Sacudiu a mão ferida por William e virou costas.

-Pettigrew? – Chamou Alana depois de ver que James anulara o feitiço e deixara o seu irmão cair no chão queixando-se e armando uma de vítima. – Desconhecia esse teu lado.

-Que lado? – Ele corou ligeiramente, a garota pareceu reparar e sorriu meigamente.

-Tu enfrentaste o babaca do meu irmão, eu sempre pensei que eras um, tu sabes, um timidozinho insignificante.

-E não sou?

-Pois, agora deixas-te na dúvida. Deixas-me descobrir?

-Er…descobrir o quê? – o rapaz sentiu o coração querer sair-lhe do peito, inclinou a cabeça dando ênfase à questão que acabara de fazer.

-Como tu realmente és. Próximo sábado?

-Próximo sábado…-repetiu tentando ganhar tempo para articular uma resposta decente –por mim, como quiseres.

-Então está combinado, espero que estejas contente. – Piscou-lhe um olho e virou costa, agarrando o irmão pelo braço e obrigando-o a abandonar o local.

N/A: Nhá! Dois em um pessoal! *-*
Eu postei dois capitulos num só dia tou mega orgulhosa di mim! TT.TT

Bom, como eu estava a dizer, este capitulo é, como eu heide explicar, a transição para o verdadeira sequela, (Só porque a Mariana fez merda na separação mal feita de Marda e Mac u.u'). A partir de agora não se surpreendam porque vão ser surpresas atrás de surpresas! *_____*

Mariana ;**************

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