Jantar em Hogsmeade
Laura realmente não demorou. Colocou um dos vestidos que comprou no Beco Diagonal que ainda não havia usado. Não era um vestido de festa, mas queria estar bem bonita para seu Mestre de Poções. Penteou os cabelos, colocou um perfume e voltou para a sala dele.
Snape só ajeitou os cabelos, não trocou de roupa.
- Para onde vamos, professor?
- Antes de lhe dizer para onde, tenho que fazer um pedido.
- O que é?
- Quando estivermos a sós, esqueça essas formalidades. Não precisa me chamar de “professor”.
- Estou tão acostumada....mas tudo bem.....Severo.
- Assim está melhor.
- E você...também não vai ficar me chamando de “senhorita”.
- Combinado.
- E agora, vai me dizer onde vamos jantar?
- É surpresa, mas tenho certeza de que vai gostar.
A noite, apesar de fria, estava bem agradável. Eles foram a pé até o vilarejo. Era a primeira vez que Laura via Hogsmeade a noite. De longe já avistaram as luzes da rua principal, que a cada passo, se aproximavam.
Chegando lá, Laura observou que a maioria das lojas ainda permanecia aberta. Diferente do mundo trouxa, as lojas de Hogsmeade funcionavam muito à noite, pois os bruxos achavam mais agradável fazer suas compras nesse horário. Eles seguiram pela rua principal, em direção a Dervish & Bangues. Laura já desconfiava para onde estavam indo, mas não comentou nada. Teve certeza quando, ao dobraram a esquerda, viu que, na esquina, estava a loja “Scrivenshaft’s.
Pararam em frente ao local.
- Então, já conhecia Madame Puddifoot’s?
- Só de ouvir falar....
- Vamos entrar?
Eles entram. O lugar era bem aconchegante. Perfeito para encontros de namorados. Estava todo esfumaçado e pouco iluminado. Havia mesinhas circulares que acomodavam confortavelmente duas pessoas. Durante o dia funcionava mais como uma casa de chá. À noite, eles serviam jantares especiais.
Eles se sentaram numa mesinha num canto bem no fundo. Preferiram, pois Snape não queria ser visto, para não haver comentários a seu respeito.
Não demorou muito e um bruxo veio atendê-los. Entregou um cardápio para eles escolherem o que queriam. Laura nunca havia visto um cardápio mágico. Os desenhos dos pratos e bebidas se mexiam e, se quisesse, podia até sentir o aroma, era só pedir.
- O que vamos comer? – perguntou Laura. – Tem tanta coisa nesse cardápio que não tenho idéia do que pedir!!!
- Sugiro escolher os pratos mais simples. A culinária bruxa é muito ampla e tem que ter cuidado, pois pode se pensar que está pedindo uma coisa e é outra...bem diferente.... E com os mais variados sabores....
- Como os feijõezinhos?
- Exatamente. Mas...tem bruxo que gosta.....
- Então....acho melhor você escolher. Não quero arriscar.
- Vamos começar com este aqui: “aveludado de vieiras ao leite de amêndoas”. É uma delícia, eu já provei. Ele vem aromatizado com alecrim.
- Adoro alecrim!
- E para beber....pode ser vinho?
- Sim, vinho é um ótimo acompanhamento.
Enquanto saboreavam a comida e o vinho, aproveitaram para conversar um pouco.
- Laura...estive pensando...
- O que?
- Você...sabe tanto a meu respeito e eu, não sei praticamente nada sobre sua vida.
- Não há muito o que falar sobre a minha vida. O que aconteceu de mais importante...o que realmente me deixou feliz....foi conhecer o mundo bruxo, e isso você já sabe da história.
- E, antes disso, o que você fazia? Morava com seus pais? Era casada? Estudava?
- Nossa, quantas perguntas!!! Não pensei que você fosse tão curioso....
- Há muita coisa sobre mim que você não sabe.
- Vou ter que descobrir!!!
- Talvez eu conte alguma coisa...mas agora me fale sobre você!
- Bem....eu trabalhava num escritório. Sou contadora formada por uma universidade trouxa, é claro! Morava com meus pais. Nunca fui casada e tive poucos namorados, mas muitos amigos e amigas.
- Nunca casou, então....por quê?
- Nunca achei um trouxa que me interessasse realmente....
Snape riu.
- E você...já foi casado?
- Isso não tá escrito no livro também? – disse com um jeito irônico.
- Para tristeza das fãs do Mestre de Poções...não fala nada, praticamente nada da sua vida pessoal.
- Fãs?! Eu tenho fãs?
- Muitas...mas não me peça detalhes....sou ciumenta....
Snape riu novamente.
- Então...vai me dizer alguma coisa?
- Não muita....não gosto de falar de mim, pensei que soubesse.
- Isso eu sei, mas também sou curiosa....
- Só vou lhe dizer que nunca fui casado, só para a ciumenta não ficar preocupada...
- Porque?
- Nunca achei uma bruxa que me interessasse realmente.... – disse num tom irônico.
- Humpf! Roubando minha frase, então.....
- Não roubei...só peguei emprestado..... Queria era roubar outra coisa.....
- O que?
- Não sabe? Nem imagina? - disse com um olhar sedutor.
Laura entendeu e sorriu para ele.
- Acho que aqui não dá.....tem muita gente... – comentou ela.
- Concordo...não quero esses bruxos fofocando sobre nós....
- Já pensou se a Rita Skeeter desconfia...
- Não quero nem pensar...aquela louca consegue virar o mundo bruxo de cabeça para baixo.... Ela um dia vai acabar presa em Azkaban.....pelo menos é o desejo de muitos bruxos!!!
- Tomara!!!
Eles ficaram no restaurante conversando por um longo tempo. Laura estava conhecendo outro Snape, diferente do comentado nos livros. Ele, com todo aquele jeito cruel e sarcástico, se mostrava muito gentil e até divertido. Laura adorava o “humor negro” de Snape.
Quando o restaurante fechou, eles saíram caminhando vagarosamente em direção ao castelo. Fazia muito frio, mas a noite estava agradável. As nuvens haviam ido embora e as estrelas começavam a aparecer. A lua, que estava na sua fase cheia, iluminava a noite.
Laura sentia vontade de passar a noite inteira ao lado dele. Ele também queria, mas a respeitava muito. Não tinha nem coragem de convidá-la para mais uma taça de vinho na masmorra, por medo de não resistir.
Chegando no castelo, na entrada do salão comunal, Snape mexeu com a varinha e lançou um feitiço de ilusão.
- Para que isso, Severo?
- Quero te desejar....boa noite.
A voz dele parecia ainda mais macia e quente, o que fez o sangue de Laura ferver. Ela olhou nos olhos dele e ele a puxou para junto de seu corpo e a beijou. Snape também sentia seu corpo pegando fogo e se controlava o máximo que podia o desejo de tê-la como mulher naquela noite mesmo....
Ele se afastou, vagarosamente, e desfez o feitiço ilusório. Esperou que Laura entrasse e foi para seu quarto tentar dormir.
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