De volta a Hogwarts
Capitulo 3 – De volta a Hogwarts
Acordei no dia seguinte a aquele outro conturbado e cheio de novos sentimentos, simplesmente pensando em Hermione. Por que eu penso nela o dia todo? Eu cultivo agora um novo sentimento, ela continua sendo especial pra mim, mas ela passou a ser de outra forma. Eu ainda não sei, como já disse estou confuso e não sei o que pensar direito. O que eu não daria para ter um pai presente para me dar conselhos sobre as garotas, porque por mais que eu queira entende-las elas ainda são para mim um universo totalmente novo e diferente do meu.
Passei a encarar o teto e suas rachaduras, aquela parece a Hermione. Droga! Estou pensando nela de novo, ate parece que eu estou apaixonado! Será que é isso? Eu gosto da Mione! Talvez seja por isso que ela não sai dos meus pensamentos, dia e noite, tudo me lembra dela. Por que eu demorei tanto pra perceber, agora pode já ser tarde demais!
O mês se passou, e eu não criei coragem pra falar com ela, muito menos com qualquer outra pessoa. Embora eu tenha vontade de falar sobre isso com Gina, que como melhor amiga da Hermione deve saber se ela ainda gosta de mim, ou se ela gosta de outro. “Se ela estiver gostando de outro eu vou matá-lo, eu quero a Mione só pra mim” me peguei pensando outro dia.
-Harry, mamãe falou que é para nós arrumarmos nossos malões hoje, para evitar a correria de sempre. – Rony já juntava suas coisas. Como é possível que eu tenha espalhado meus pertences pela casa toda?
Levei quase toda à tarde para juntar e colocar tudo no malão. Quando dei por mim, já era a hora do jantar. Desci correndo as escadas, porque a Sra. Weasley me chamara fazia tempo.
-Você demorou Harry. – Hermione fazia uma cara preocupada – pensamos que você tinha fugido. – seus olhos traziam consigo uma expressão de pura preocupação. Eu adorava quando ela ficava preocupada comigo desse jeito.
-Desculpe, estava arrumando as minhas coisas para a volta a Hogwarts. – respondi me sentando ao lado de Hermione. – Mas agora se me dá licença, estou morto de fome. – acrescentei me servindo de uma coxa de galinha e um pouco de macarrão.
Hermione ficou me fitando, eu sabia que ela adorava me ver comer, não sei por que, afinal eu pareço um porco comendo. Ela ficou ali sentada ao meu lado e só se levantou quando eu terminei.
-Deixa que eu levo para a pia. – ela me ofereceu, não pude recusar afinal eu não queria mesmo levar para a pia.
-Obrigado. Acho que vou me deitar, estou com so... – não pude reprimir um bocejo, Hermione riu de mim. – O que foi? – perguntei intrigado.
-Nada, a sua cara ficou engraçada. – ela ainda ria, mas que lindo sorriso.
-Você tem um lindo sorisso sabia? – não pude segurar essas palavras, que me escaparam da boca assim que as pensei.
-Obrigada. – a garota respondeu corando um pouco. – Você nunca me disse nada disso antes Harry.
-Você esta certa, eu nunca te disse. Mas quem disse que eu nunca pensei. – mais uma vez eu não pude segurar minhas palavras. E quando dei por mim, estava indo na direção dela.
Nós estávamos nos aproximando, repousei minhas mãos na sua cintura e inclinei meu corpo um pouco para frente e fechei os olhos. O beijo. Ele até podia ter acontecido, mas Hermione interferiu com a mão, que pousou em meus lábios.
-Escute. Eu não posso fazer isso, eu estou gostando de outra pessoa. – mentiu a garota. – eu não quero nem magoar você, e muito menos ele.
-Eu... Me desculpe. Não pude me controlar. – droga. Não devia ter dito isso, o que ela vai pensar de mim? – É que você esta muito linda! – sussurrei em seu ouvido, afinal eu ainda estava muito próximo dela.
Percebi a Hermione corar, e depois a minha visão foi obsurecida pelos seus cabelos. Retribui aquele abraço, mas ainda assim eu não tinha coragem suficiente pra dizer que a amo. Ficamos colados por alguns minutos. Quando nos afastamos, ela me sorriu, sincero e puro, como se nada tivesse acontecido. Agradeci internamente por isso, porque não iria saber o que fazer se eu a tivesse beijado.
Fomos para a sala e sentamos no sofá para conversar. Não sei quanto tempo ficamos ali, mas só me lembro da Sra. Weasley nos mandando ir dormir, porque amanha acordaríamos cedo para irmos para a estação.
-Boa noite Mione. – eu disse após chegarmos ao primeiro andar.
-Noite Harry. – a garota já ia entrando no quarto quando eu perguntei.
-Sem ressentimentos por hoje? – a garota simplesmente assentiu com a cabeça me dando um sinal de concordância. – Certo, e isso fica só entre nós, ok? – eu não queria que o Rony descobrisse que eu quase beijei a nossa melhor amiga.
-Calma o Rony não vai descobrir nada. – ela pareceu ler meus pensamentos. Ela acenou e fechou a porta do quarto das meninas.
Eu fiquei ali parado no mesmo lugar, pensando no que eu quase fiz provavelmente não me arrependeria, mas agora não tenho do que me arrepender. Subi as escadas e fui em direção ao quarto que eu ocupava. Ao abrir a aporta me deparei com o Rony sentado na cama lendo uma carta e uma coruja estranha ao lado dele.
Rony pareceu perceber a minha entrada e apenas me entregou a carta e fez um sinal para que eu a lesse.
Querido Rony,
Será que eu já posso chamá-lo assim com tanta intimidade? Bom acho que sim. Estou lhe escrevendo para lhe dar uma resposta sobre sua pergunta feita semana passada. Ela é SIM, eu aceito ser a sua namorada. Achei lindo o que você me escreveu naquela carta, que eu vou guardar para sempre, ela é o sinal do seu amor por mim. E espero que você guarde essa, como mostra do meu amor por você. Nos vemos amanha no expresso de Hogwarts.
Obs: Eu te amo muito!
Beijos da sua querida
Luna.
Terminei de ler a carta e não tive fôlego para dizer nada ao meu amigo, que ainda sentado me encarava. Num único movimento ele levantou e apenas com o olhar percebi o quão feliz ele estava. Como melhor amigo, nada pude fazer senão lhe dar um abraço, expressando toda a minha felicidade por ele.
-Ela aceitou o meu pedido cara. – Rony estava com um largo sorriso.
-Quando foi que você mandou essa carta pra ela, e não me contou? – fiz cara de decepcionado.
-Ah. Eu... Você tava tão calado, parecia em outro mundo. Eu não queria te perturbar. Você parecia pensar muito, pensar em alguém. – fiquei corado, acho que esta na hora do Rony saber sobre tudo.
-Eu estava pensando na Mione. – disse mais para mim do que para ele. – eu amo ela. Ela não me sai da cabeça. E hoje eu quase a beijei. – ao dizer aquilo desabei na cama, lembrei das palavras de Hermione, lembrei que ela gostava de outro cara, que não eu.
-Finalmente você descobriu o que sentia por ela não?! Já não era sem tempo. – Rony parecia mais feliz. – Mas você disse que quase a beijou, porque não o fez?
-Ela disse que gostava de outro. – respondi meio cabisbaixo.
-Ah. Que pena cara, mas ela vai desencanar desse cara, pode apostar. – Rony tentava me animar, mas isso não surtia efeito algum, isso não mudava o fato que ela não me amava, e o que eu sentia por ela, ela sentia por outro. Se ao menos eu soubesse quem é esse cara.
-Obrigado pelo apoio. Eu acho que vou me deitar. – e andei em direção a minha cama. – Noite.
-Noite. – respondeu o ruivo.
A noite passou inquieta. Cheia de sonhos em que a Hermione me dizia descontroladamente que não queria nada comigo, e eu insistindo dizendo que eu a amava como ninguém mais amou e nunca vai amar. Tantos sonhos que eu não consegui dormir direito. Dada à hora de acordar eu ainda estava morrendo de sono.
Troquei de roupa e desci para a cozinha, onde encontrei Hermione e Gina sentadas à mesa.
-Bom dia. – anunciei minha chegada, já que elas pareciam estar entretidas demais conversando. Hermione pareceu se assustar e ao olhar para mim corou, Gina encarou o olhar da amiga e o interpretou corretamente.
-Aconteceu alguma coisa entre vocês dois? – perguntou ao perceber que nós trocavamos olhares constrangidos.
-Não... Nada. – apressei-me em responder.
-Gina eu já te disse o que aconteceu entre mim e o Harry ontem. – Hermione deixou escapar. – Me desculpe Harry, a gente combinou que ninguém ia ficar sabendo.
-Tudo bem. O Rony também já sabe, eu deixei escapar. – respondi no mesmo seu mesmo tom desesperado.
-Bom dia. – era Rony, falando nele, ele aparece. – nossa vocês tão com umas caras. – era verdade, Harry e Hermione estavam com aquela cara de quem não tinha dormido a noite.
-Que bom que vocês acordaram queridos. Vamos partir daqui a pouco. – por sorte a Sra. Weasley chegou e evitou conversas constrangedoras, pelo menos pra mim.
Eu e Rony terminamos de comer e subimos para pegar nossos malões. Quando descemos a Sra. Weasley esperava na porta nos fazendo gestos frenéticos sinalizando que os carros já tinham chego. Nós nos apertamos em um carro do ministério, agora que éramos apenas quatro não tinha problema.
A viagem foi tranqüila, exceto pelo bichento que se assustou e pulou da cestinha para os cabelos de Hermione, e ficou enganchado naqueles cachos castanhos, ate que com uma ajuda de Gina conseguimos retirar o gato de lá.
Entramos no trem sem mais demora, eu estava ansioso para voltar para aquela que eu posso chamar de casa. Hermione foi para a reunião dos monitores, eu não mencionei, ela virou monitora-chefe. E a Gina trocou de lugar com o irmão, ela agora era a monitora em vez de Rony.
Ficamos então só eu e Rony na cabine, já que as meninas foram para a reunião. Mas eu fui deixado sozinho pela chegada de Luna que levou seu namorado embora, me dizendo que queria “falar” com ele. Ate parece que aqueles dois iam conversar alguma coisa, eles iam logo partir para a linguagem não-verbal.
Então eu fiquei sozinho. Não lamento, porque afinal eu preciso colocar meus pensamentos em ordem. Quando eu vou falar para a Mione que eu a amo? Como eu posso fazer isso? Dizer a ela que eu já entendi meus sentimentos, mas que estes não são aceitáveis com seis anos de uma grande amizade. Será que vale a pena correr o risco de perdê-la para sempre, dizendo que é com ela que eu quero passar o resto da minha vida? Ou pior, será que eu quero envolve-la nessa guerra na qual eu me encontro expor sua vida que eu preso tanto? Fui despertado de meus devaneios pela batida na janela ao meu lado.
Era Edwiges. Ela trazia em seu bico uma carta, reconheci pela caligrafia ser de Hermione. Confesso que fiquei preocupado, ela estava no trem, porque me mandou uma carta.
Harry,
Eu estou escrevendo para te avisar sobre quem é o garoto por quem eu estou apaixonada não sei se você e o Rony irão aceita-lo, mas ele mudou. Isso eu posso lhe afirmar, pois tenho certeza. Bom não vou mais enrolá-lo. O garoto é o Draco Malfoy.
Não me contive e senti uma lagrima rolar em meu rosto. Draco? Poderia ser qualquer pessoa, mas o Draco, aquele que eu mais odeio. Droga! Eu deveria ter falado com ela antes. Mas o meu medo foi o vencedor e agora ele é o causador de tudo isso. A perda do meu grande amor, embora só descoberto agora, foi um choque para mim.
Deixei a carta cair e com um movimento desesperado levantei com a intenção de ir falar com ela. Mas meus joelhos pareciam fracos e cederam. Cai de joelhos no chão, ao lado da carta do meu amor. Peguei-a de volta e recomecei a lê-la.
Talvez você queira saber o motivo de eu acreditar que o Draco mudou então ele veio me procurar depois da reunião pedindo que eu falasse com Dumbledore, para que o diretor pudesse protegê-lo, porque ele não quer se aliar ao Voldemort.
Eu sabia que eu sentia algo especial por Draco, talvez eu pensasse ser pena daquele garoto cujos pais eram comensais, mas esse sentimento mudou e eu percebi que era amor. Eu me apaixonei pelo inimigo do meu melhor amigo, engraçado como às vezes as coisas acontecem não?
Decidi lhe escrever ao invés de falar, porque eu não agüentaria encarar esses seus olhos e perceber ao fundo um coração despedaçado e sentimentos quebrados. E olhar para sua tristeza e lembrar que foi minha culpa. Portanto achei melhor escrever.
“Só se for melhor pra você Mione, porque te encarar e olhar seus lindos olhos castanhos não me fariam mal algum, ate que eles podiam me trazer paz.” Pensei comigo.
Espero que eu não tenha te magoado e que seus sentimentos por mim sejam apenas de carinho por uma melhor amiga.
Beijos,
Hermione
Droga, porque eu não revelei a ela meus sentimentos, antes que ela pudesse falar com o Malfoy. A raiva tomou conta de mim, não sentia raiva do Draco, sentia de mim mesmo, que por pura fraqueza perdi a mulher com quem eu queria passar o resto da minha vida.
Voltei ao meu assento caso alguém adentrasse na cabine, eu iria ter muito que explicar se me visse sentado no chão chorando e segurando um pedaço de pergaminho.
Minha vontade era de rasgar em pedaços aquela carta, mas uma parte de mim não queria fazer isso, essa parte era o meu coração. E resolvi por obedece-lo, pelo menos dessa vez. Dobrei e guardei a carta cuidadosamente entre minhas roupas para que ninguém a pegasse. Fiquei ali sentado olhando sonhadoramente pela janela pensando nos momentos que eu poderia ter com Hermione se eu tivesse lhe falado que eu a amo.
Não sei quanto tempo passou, mas já estava escurecendo quando as meninas chegaram. Não tive coragem de encarar Hermione, apenas continuei olhando pela janela, ate que ouvi alguém chamar meu nome.
-Harry. – era aquela voz suave e calma de Hermione. – A Gina foi embora. Será que podemos conversar? – ela levantou meu rosto pelo meu queixo de modo que nos encarássemos e embora ainda estivesse chateado esse gesto de ternura e carinho me animou um pouco.
-Claro o que você quer conversar? – perguntei no meu tom mais normal possível, embora isso fosse muito difícil.
-Eu só queria saber se você recebeu a minha carta. – era sobre isso que ela queria falar? Será que ela não percebeu o quanto me magoou.
-Eu... – não agüentei, as lagrimas começaram a escorrer de meu rosto e não pude prosseguir com o que eu ia falar.
-Harry! Eu sinto muito. – foram só essas palavras que Hermione conseguiu pronunciar. – Eu estava confusa.
-Eu também estava, mas um mês antes de voltarmos para a escola, eu encontrei a resposta que eu tanto procurava. – eu parecia não ter mais controle sobre o que eu estava dizendo. – Eu descobri que te amo. – essas palavras antes tão difíceis de falar escaparam com tanta facilidade da minha boca.
Hermione ficou estática e paralisada. Por que ele não disse isso antes? Antes que eu descobrisse que eu amava o Malfoy. Antes de o Malfoy me pedir. A garota não sabia o que falar, Harry fora sincero naquelas palavras, mas ela não podia corresponder a esse amor.
-Harry, eu estou namorando o Draco. – a garota disse timidamente, com medo da reação da minha reação.
-Você esta... Com o Draco? – eu não sabia o que fazer, agora era verdade, eu perdi a mulher da minha vida.
Hermione apenas concordou com a cabeça. Um silencio caiu sobre nós. Eu por não saber o que dizer e ela por receio do que viesse a acontecer. Fiquei ali a olhando furtivamente de vez em quando.
Não tenho a mínima idéia de quanto tempo passou, só sei que não agüentaria ver Hermione andando de mãos dadas com o Draco, por mais que ele tivesse mudado eu tenho medo que ela queira apenas usar a Hermione. Era isso, o Malfoy só quer usá-la para me pegar. Mas que droga, afinal tudo o que acontecer a ela pelo Draco vai ser culpa minha.
-Mione, você tem certeza de que gosta do Draco? – perguntei quebrando o silencio.
-Sim. – respondeu ela me olhando desconfiada. – Por quê?
-Eu estava pensando, será que ele não quer apenas te usar para chegar ate mim? – será que ela vai me entender, entender meu medo de perdê-la?
-Eu... – ela não sabia o que responder. Parecia estar pensando na minha possibilidade. – Mas ele me pareceu tão sincero.
-Talvez ele seja um bom ator. Por favor, Mione, verifique as reais intenções dele, por mim. – quase implorei por isso, não quero vê-la machucada, não só fisicamente, mas também por dentro.
-Esta bem Harry, eu vou verificar o que ele quer comigo. Mas lembre-se que essa é por você viu?! – disse a garota com um sorriso no rosto.
-Obrigado. – agradeci por ela me ouvir um pouco e por esse ultimo comentário dela.
O resto da viagem transcorreu bem, conversamos bastante, mas nada que envolvesse relacionamentos. Até que Rony chegou puxando Luna pela mão.
-Vejo que estamos atrapalhando. – comentou Rony enquanto se retirava do local.
-Não Rony, vocês não estão atrapalhando nada. – Hermione me olhava desconfiada.
-Eu explico. – me ofereci para explicar para ambos o que estava acontecendo. – eu não estou namorando a Mione Rony, ela esta com o Draco. - falar isso foi a coisa mais dolorosa que eu tive que fazer, dizer para meu melhor amigo que a minha amada esta namorando outro, ninguém merece.
-Hermione você com o Draco? – Luna nunca fora discreta mesmo. – Quem te viu quem te vê hein?! – eu falei que era não era discreta.
-É nós estamos namorando mesmo. – Hermione estava totalmente corada.
-Você esta bem Harry? – Rony tentava ser solidário comigo.
-Estou. – menti para ele, depois quando estivéssemos no dormitório a gente conversava melhor.
-Acho melhor nós trocarmos de roupa. Já devemos estar chegando. – Hermione já começara a se trocar e Luna estava indo para sua respectiva cabine.
Enfim chegamos a tão querida Hogwarts. O que eu posso chamar de lar. As pessoas desembarcavam e por todos os lados você podia ver alunos se movimentando para pegarem as carruagens. Lá fomos nós, apenas Rony e eu, porque a Hermione tinha que cuidar dos alunos novos do primeiro ano.
Quando finalmente chegamos ao castelo, nem sinal de Hermione, então eu e Rony guardamos um lugar para ela. As pessoas iam chegando e se acomodando nas mesas. E finalmente Hermione chegou acompanhada de Draco Malfoy, isso mesmo Draco Malfoy, e os dois estavam de mãos dadas e tudo.
-O que é aquilo? – perguntei para Rony que também estava olhando para aquela cena.
-Eu acho que ela ta namorando mesmo com o Malfoy. – Rony parecia que tinha levado uma bordoada na cabeça.
-Disso eu já sabia, mas eu... – eu não sabia nem o que falar. Eu não achei que fosse verdade, e vê-los assim juntos fez com que minha dor aumentasse.
-E parece que é serio. – agora nós não éramos os únicos a olhar para aquela cena, porque afinal eles não estavam se escondendo.
Agora era pra valer, o namoro era sério. Eles estavam se beijando na porta do salão principal. Ou eles queriam que todos vissem ou eles queriam que eu visse. Não consegui me segurar.
-Rony eu já vou subir, perdi a fome. – e sai do salão passando ao lado deles, que nem perceberam a minha rápida presença ali e continuaram a se beijar.
Andei pelo castelo com aquela imagem na cabeça. Parei em frente ao retrato da mulher gorda e me lembrei que eu não sabia a senha para entrar. “Ótimo” pensei comigo. Acabo de ver a Mione com outro cara, e ainda por cima não consigo entrar na minha casa. Me sentei no chão e esperei que a cerimônia de abertura acabasse.
Ouvi um burburinho de conversas e presumi que a cerimônia tinha acabada, me levantei e esperei que alguém subisse logo para a Torre da Grifinória.
-Harry, depois que você subiu que eu me lembrei que você ainda não sabia a senha. – Rony vinha correndo em minha direção. – Torrão de Batata. – disse para a Mulher Gorda, que girou o retrato e os admitiu no salão comunal da Grifinória.
-Rony eu acho que já vou me deitar, foi um dia longo hoje. Noite. – e fui em direção às escadas, mas quando estava no primeiro degrau ouvi alguém me chamar.
-Harry! Espera. – me virei e quem me chamava era Hermione. – Eu queria saber se esta tudo bem com você. Você não estava na cerimônia de abertura.
-Esta tudo bem sim. E você e o Malfoy? – não me segurei tinha que perguntar. A garota corou e hesitou um pouco antes de me responder.
-Bem... Esta tudo ótimo. – me respondeu abrindo um sorriso no rosto. Eu senti que aquilo não era verdade, mas não me pronunciei.
O tempo passou e foi ficando tarde. No salão comunal ficaram somente eu, Rony e Hermione, como sempre acontecia.
-Bom eu acho que já vou dormir. Noite. – disse me levantando e indo para a escada do dormitório dos garotos.
-Noite. – falaram em coro os outros dois.
Eu subi as escadas e abri a porta do dormitório, encontrei a minha cama e me deitei nela, pensativo. Hoje foi um longo dia pra mim, muitas descobertas sendo que todas elas envolviam meu lado emocional.
-Mione agora que o Harry subiu, vamos colocar as cartas na mesa. – Rony parecia decidido.
-O que você quer! – Hermione não parecia tão aberta a conversas como essas.
-Eu só queria saber se você ama o Malfoy do jeito que o Harry te ama. – Rony queria muito que o amigo não sofresse com um amor não correspondido, assim como ele.
-Você queria que eu esquecesse o Harry, então ai esta. Eu o esqueci! – e dizendo isso a garota subiu pisando forte para seu respectivo dormitório.
-Mulheres. – resmungou Rony para si mesmo.
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