Entre Sombra e Água Fresca



Capítulo 3 - Entre Sombra e Água Fresca






“Estava um dia bonito, dia de Sol. O ambiente parecia demasiadamente agradável e o céu se mostrava sem nenhuma nuvem. O campo de girassóis que o cercava era mais magnífico ainda que o dia que o contemplava: o amarelo preenchia tudo ao redor e tomava conta de cada pedacinho que causasse algum contraste à sua exuberância. Mais perfeito ainda era aquela mulher de vestido florido, combinando com a paisagem em volta, cabelos ao vento e com os braços bem abertos, contemplando tudo aquilo o que lhe parecia ser muito novo. O sorriso estampado na face lhe dava um ar infantil e doce e os olhos fechados lhe criavam uma sensação mais prazerosa ainda ao sentir o vento gelado batendo em sua face. Monique estava mais linda do que nunca. Ele foi se aproximando, passando a mão delicadamente em cada girassol, sentindo a textura e experimentando as mais variadas sensações naquele ambiente descomunal. Quando se aproximou a garota abriu os olhos e ainda mantinha aquele sorriso infantil em seu semblante. Foi então que a menina enlaçou os braços ao redor do pescoço do menino de cabelos castanhos e de repente as trevas tomaram o dia magnífico: a menina desvencilhou-se dele e lhe olhava com um ar muito assustado. Então os gritos começaram e de súbito a menina ficou toda ensangüentada. Seu vestido antes florido agora exibia uma cor vermelha e parecia grudado ao corpo. E então, ela desapareceu.”


-Cara, eu acho melhor acordar ele...Aluado não parece estar tendo um sonho bom. –Disse Sirius

Tiago então começou a chacoalhar o menino que estava suando frio e falando coisas ininteligíveis naquele sofá vermelho. E então Remus pareceu despertar de um sonho ruim: fazendo perguntas, enxugando o suor do rosto com um olhar exaltado.

-O que...o que foi que aconteceu? –perguntou aflito


-Nós é que te perguntamos, meu caro amigo –respondeu Sirius com um olhar de questionamento –você estava delirando aqui. Há, por sinal você passou a noite inteira aqui, aposto como foi ‘aconchegante’...


-Devo ter pego no sono sem querer...deixa pra lá, foi apenas um sonho.


-E ‘que’ sonho em? Estávamos tentando te acordar há tempos. Agora conta vai, com o que você sonhou? –questionou Pontas


-Hum, com a Monique. Sonhei com a Monique.


-Aposto que foi sonho erótico - falou Sirius com um olhar pervertido


Lupin apenas lançou um olhar fulminante na direção em que Almofadinhas estava. Tiago se limitou apenas a dizer:


-Sirius, você é um idiota. Se fosse sonho erótico o Aluado não ia estar indignado desse jeito!


-Você tem razão, Pontas. Acho que foi um sonho QUASE erótico, por isso nosso amigo parece frustrado.


E os dois caíram em gargalhadas, o que aborreceu demais o Maroto que tinha virado assunto na Sala Comunal. Resolveu então ir tomar um banho antes de ir dar uma volta no jardim. Aquele banho lhe pareceu demasiadamente agradável: deixou a água correr em suas costas e pescoço, aliviando uma grande tensão. Após se ensaboar, enxaguar, e deixar a água correr por mais algum tempo, desligou o chuveiro e vestiu-se com uma calça jeans escura, tênis all star e uma camiseta branca, vestes típicas de trouxa. De relance mirou-se no espelho e encontrou ali uma expressão cansada, com brutas olheiras e uma palidez anormal. Foi então que se lembrou:

“A Lua Cheia se aproxima. Espero não dar muito trabalho aos Marotos dessa vez” pensou Remus com um sorriso se traçando em seu semblante

Antes de descer lembrou-se de pentear os cabelos e depois se dirigiu para o jardim, dispensava o café matinal.


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Mal sabia Remus que em um dormitório próximo uma garota pensava nele. Não uma garota qualquer: a garota dos seus sonhos. Aquela que batia na porta da cabeça dele e que era responsável por cada suspiro aleatório que o garoto apaixonado dava. Monique estava a olhar pela janela para lugar nenhum: estava e não estava ali. Seus olhos então caíram no lago, que refletia os brilhos aconchegantes do Sol e ela se sentiu fortemente atraída para o local. Sem delongas, colocou um vestido cor-de-rosa simples, mas não menos belo por isso e desceu sem nem pensar em café da manhã. Avisou então Anna e Lily, que iria até o lago para ler um pouco. As duas aquiesceram com um “Ok” e então ela partiu com um livro na mão, de capa surrada.

“Trouxa ou não, ‘Romeu e Julieta’ é uma bela história” pensou antes de encontrar uma bonita árvore que fazia uma enorme sobra à beira do Lago Negro. Monique ainda conseguiu avistar a Lula Gigante estendendo seus ‘humildes’ tentáculos para fora antes de entrar naquele mundo de Shakespeare.



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Remus Lupin parecia deslocado. Caminhava sem ponto de chegada, sem rumo: deixava-se levar pelos seus sentidos. O Sol das dez já se mostrava lá no céu e o calor tomava conta do lugar. Remus passou a procurar por uma sombra que estivesse disposta a abrigá-lo. Foi então que avistou a figura que mais esperava no dia: ELA, e quem mais deveria de ser? Sem saber direito o que seus pés pretendiam ele seguiu até a beira do Lago e se aproximou. Limpou a garganta e falou:


-Posso me sentar aqui, Monique?



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“Meu inimigo é apenas o teu nome. Romeu risca o teu nome e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteiro.
(...)
Sendo inimigo, acesso junto dela não obtém ele para suas juras; nem ela sabe, como, com cautela, lhe poderá dizer palavras puras. Mas o amor, em tamanha extremidade, sabe fazer da dor felicidade.”

Monique mantinha uma linha tênue de concentração frente ao livro: as palavras pareciam lhe fazer muito sentido. Shakespeare lhe parecia um escritor fascinante mesmo sendo trouxa; foi quando uma sombra cobriu seu livro e a voz que lhe fazia tremer proferiu algumas palavras:


-Posso me sentar aqui, Monique?


Gaguejando a menina conseguiu dizer algumas palavras:


-Cl-ca-claro, Lupin...o espaço é público –falou a garota meio atordoada


-É público, mas eu não me sentiria confortável se você não me quisesse aqui... Ah, e pode me chamar de Remus.


-O que faria eu não querer sua presença, Lupin? –pronunciou a menina meio atordoada ainda


-Remus, por favor. –falou o menino, fazendo menção ao seu comentário anterior - Não faço idéia, Senhorita Waldorf, mas se quer saber... A sua companhia é muito agradável... –ruborizou Aluado


Monique ruborizou também e não poderia imaginar o quanto o garoto a sua frente queimava por dentro. E quem disse que amor não queima?


-Er...é muito bom estar aqui com você também Lupin, digo...Remus


As palavras que o menino tentava pronunciar se resumiram a um sorriso sincero e largo, que fizeram Monique tremer.


“Se eu não estivesse sentada, juro que eu balançava” falou consigo a menina


-Lendo Shakespeare, é? –olhou Remus para o livro de capa vermelha surrada


-Ah, sim. Não é a primeira vez que eu leio este livro –bateu a menina com a ponta dos dedos no livro –mas não me canso... –falou meio sem jeito


-Não sei se parece, Monique, mas por mais que eu tenha essa cara de bobão, eu gosto de livros. Inclusive já li este aí - apontando para o exemplar antigo de “Romeu e Julieta” - uma história bonita, sim.

Após o comentário, olhou para o Lago Negro e fitou a Lula Gigante que parecia divertir-se sob o Sol já escaldante. Foi aí que uma idéia surgiu em sua cabeça e dali não saiu. Lupin, de salto, levantou-se e limpou a roupa que estava suja de mato e começou a tirar os sapatos. Monique olhava como quem não entendia o que estava acontecendo e pareceu meio intrigada. O menino que parecia rir proferiu:


-Tire os seus sapatos também, vamos molhar um pouco os pés! Ninguém suporta esse calor!

Mas a menina relutou:


-Ahn? –fez cara de assustada- Na-na-não...estou bem aqui.


-Qualé, Mô! Por favor, por mim! –e então este fez cara de coitadinho, de lobisomem manhoso


Ouvindo aquele pedido assim, ela não pode negar e acabou cedendo. Começou a tirar as sandálias que a acompanhavam com uma cara de descrente: “Não acredito que estou fazendo isso...Merlim, onde eu estou com a cabeça? Ahn? Ah é...estou com a cabeça nele.”
Lupin então estendeu uma das mãos e puxou a menina que estava sentada. Mas ao sentir o toque de sua pele, ele estremeceu. O calor emanava de sua pele, não apenas pelo Sol escaldante, mas pelo toque da menina que o encantava cada dia mais; e o calor do amor invadia cada célula sua, dominando cada pedacinho seu e ela ali, parecendo totalmente indiferente a tudo aquilo. Mas ela fingia bem:

“Merlim, me segura! Não... REMUS ME SEGURA!” pensava a garota morena

Deixou-se conduzir para mais perto do Lago, ainda com a mão unida à de Remus. Sentaram-se e colocaram os pés na água, que parecia extremamente agradável. Indubitavelmente, ter descido para apreciar o jardim tinha sido uma idéia brilhante e assim pensavam os dois que ainda seguravam a mão um do outro.

“Merlim me abana! Está muito quente por aqui...” pensou Monique

“Céus! Que calor divino!” pensou Remus


E como quem não quer nada, Monique deixou sua cabeça pender no ombro do menino que afagava sua mão e fechou os olhos: a brisa cruzou o Lago para bater em seu rosto para proporcionar mais uma vez aquela sensação que ela tanto gostava. Remus pareceu gostar do que acontecia ali e respondeu à garota com um sorriso, um daqueles que a faria tremer novamente. Pena, porque ela estava com os olhos fechados. Foi então que sentiu o toque caloroso do menino nas costas de sua mão: afagava-a com tamanho carinho que ela não conseguia não pensar em como ele era maravilhoso. Ele era o garoto dos seus sonhos.



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De longe, duas meninas pareciam estar maravilhadas com a situação que presenciavam:

-Oun, que bunitinhos! –falou Anna com um tom doce


-Por que ela não beija ele? –falou Lily irritada com a demora de o ato acontecer

-Por que você não beija o Potter? –deliciou-se Anna com o sarcasmo


-Por que você não vai pedir para o Black apagar seu fogo, mulher? –bradou Lily


-Por que ele não me parece o bombeiro certo! –riu Anna com a ‘piada’ da amiga


-Ontem me pareceu que o Bombeirão lá estava te agradando...



-Todo bombeiro tem mangueira, Lily. O Black me parece o tipo de homem que tem canudinho!


Foi então que ambas desataram em um ataque de risos que não parecia acabar. Quando as duas acalmaram-se, Anna disse:


-Lily, vamos lá acabar com a alegria dos dois. Já está quase na hora do almoço!


-Mas eles vão se beijar, Anna!


-Não vão não! O Remus tem vergonha até do próprio espelho e a nossa Excelentíssima Monique é mais lenta do que jaboti!


-Você tem razão... Se formos esperar pela Mô a gente fica espiando eles até o jantar de amanhã!



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Remus e Monique pareciam estar entorpecidos. Aquele momento mágico entre os dois parecia aumentar ainda mais o calor que ambos sentiam um pelo outro: paixão. Como se despertasse de algum sonho bom, Monique ouviu a voz da amiga estraga-prazeres:


-O casal 20 que me desculpe, mas o almoço está servido! – balbuciou Anna


Lily e Anna então se retiraram, dando pulinhos no gramado bem cuidado. Remus e Monique involuntariamente soltaram suas respectivas mãos, em sintonia perfeita, e colocaram os sapatos novamente.
Mais do que nunca, a tarde valera a pena.




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MÔ! ESTÁ AÍ SEU CAPÍTULO M/R! :D
EU FALEI QUE IA TE COLOCAR DE CASTIGO SEM ESSE CAPÍTULO, MÃÃS, NÃO RESISTI!

ENTREM NA FIC DA MINHA AMIGA MÔ [ a inspiradora da personagem sim! ]:
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=17842

Beijos,

Ana ;*

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