UMA DÚVIDA, UMA CASA,UM CIGANO
Douglas, Neil e Alvo carregaram James até a Cabana de Hagrid logo após pousarem, bateram algumas vezes na porta e não demorou muito para sentirem leves tremores no solo, o que indicava que o meio-gigante já estava a caminho. Os cabelos e a barba de Hagrid já apresentavam pequenos detalhes brancos aqui e ali, mostrando que o fiel companheiro já não estava mais tão novo. Olhou espantado para os meninos parados à sua porta trazendo um corpo desacordado, e pegou James rapidamente, sem nenhum esforço e colocou-o em uma poltrona desproporcional ao tamanho do garoto, que se situava perto da lareira até então apagada.
- Mas que diabos... O que vocês andaram aprontando dessa vez? – o Guarda-Caças falou enquanto olhava mais de perto o grande calombo roxo que se formava na testa de James.
- Foi um mínimo erro de cálculos. Não pensei que eles fossem nos arremessar pedaços de armaduras. – defendia-se Alvo – Elas são patrimônio de Hogwarts!
- Com o que mais eles iam nos atacar Alvo? Ou pensou que eles iam aceitar a derrota e ficar quietinhos lá? – contrapôs Neil.
- Mas falando do que deu certo... – Douglas entrou na conversa, mudando o assunto – Como vocês conseguiram trocar as varinhas? Você não disse que eles tinham descoberto o plano?
- Eu ensaiei um teatrinho com Molly e Phillip. Foi até engraçado, eles acreditaram direitinho. Acho que engoliram que os dois tinham nos traído e passado para o lado deles, foi basicamente isso.
- Suponho que devemos redobrar a atenção nessa última semana de aulas antes do feriado de Natal, provavelmente eles vão tentar aprontar para cima de nós. – Douglas completou cauteloso.
- Ah, isso eu tenho certeza! Creio que a maneira mais fácil de evitá-los é passar todos os tempos livres dentro do Salão Comunal. – advertiu o Lufa-Lufa.
Sem falar nada, Hagrid já tinha posto um bule de aço para esquentar no fogo da lareira enquanto trazia alguns pedaços de bolo e uma barra de chocolate, sendo que nenhuma das duas opções aparentava ter o mínimo de sabor. A ação do meio-gigante fez os meninos trocarem olhares apreensivos, já que não tinham dado um tempo grande para que Molly e Phillip fossem chamar o professor e isso poderia complicar um pouco as coisas. Passaram-se poucas horas antes de ouvirem a batida na porta da cabana.
Dylan Chalmers, o professor substituto de poções e atual diretor da casa Sonserina tinha chegado com uma expressão de poucos amigos, estava vestindo um terno bruxo lilás com detalhes brancos combinando com seu chapéu da mesma cor. Ele vinha acompanhado de Neville Longbottom, que parecia preocupado com uma coisa mais importante do que procurar alunos para aplicar detenção e demonstrava isso através de suas roupas amarrotadas e seu olhar aéreo.
- Hagrid, tenho que levar estes alunos para detenção pelo resto do dia, eles vão limpar todas as estufas, e depois... – Alvo, Douglas e Neil estavam se apavorando com as afirmações do professor.
- Espere um pouco. – interrompeu o Guarda-Caças, educadamente – O que os garotos fizeram?
- Há algumas horas, estes quatro pequenos delinqüentes fizeram vandalismo com patrimônio escolar, além de roubar pertences de outros alunos. – algumas veias já começavam a pulsar fortemente na testa de Chalmers.
- Hoje à tarde? Impossível! Eles vieram para minha cabana logo após o almoço. Estava contando algumas histórias familiares para eles, tanto que James pegou no sono em minha poltrona, como você pode ver. Acho que acusaram os garotos errados. – Chalmers foi olhar James bem de perto, e felizmente ele estava deitado em uma posição que escondia a tremenda marca roxa em sua testa gerada pela guerra de armaduras.
- Você não inventou essa história apenas para protegê-los Hagrid? – tentou mais uma vez o diretor da Sonserina.
- Não, senhor. Eles realmente estão aqui desde cedo. – o sonserino ainda pensava rapidamente mais algum meio de flagrar os pequenos grifinórios.
- Vamos embora Chalmers, isso não vai dar em nada. – Neville disse, puxando o braço do outro com uma mão e batendo a porta atrás de si com a outra.
Um clima meio tenso pairou por um momento no aposento, e como se tivesse sentido as emoções James começou a abrir os olhos bem devagar. Hagrid olhou com um ar reprovador para os meninos, e desabafou:
- Parece que livrei vocês de uma bela enrascada não é? – ele respirou fundo e prosseguiu – Uma ou duas vezes eu posso ajudar, mas não devem sempre contar comigo para escapar de detenções. Não quero que aprontem nada até o fim do ano, entendido? Nem sequer pensem em alguma traquinagem!
- Tudo bem Hagrid, já captamos a mensagem. – James disse, em tom de arrependimento – Além do mais, falta uma semana apenas. Passa bem rápido.
Porém, as coisas não saíram bem como o jovem Potter esperava. Aqueles sete dias foram repletos de exames e longos deveres, que exigiam de todos uma boa dose de estudos. Para Rose então, era preocupante, já que ela passava horas na biblioteca lendo e relendo livros cada vez maiores, relembrando os hábitos de sua mãe. Os garotos estavam ainda mais desanimados pois quase não andavam pela escola, tudo para evitar maiores intrigas com os sonserinos. A salvação foram as partidas de Snap Explosivo, Xadrez Bruxo e a contagem regressiva para o feriado de Natal, que esse ano seria um pouco diferente graças às notícias que Harry e Rony dariam assim que encontrassem com seus filhos.
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Harry e Rony surgiram junto com o cigano bem em frente à antiga casa dos Potter. O clima não estava nem um pouco agradável, uma fina neve caía como cascata do céu, prejudicando a visão e diminuindo a temperatura local. Kalderash, acostumado com o calor de sua loja, tremia fortemente fazendo seu queixo bater sem parar. Harry e Rony emprestaram casacos para ele e avançaram em direção à casa abandonada. Primeiramente, Harry recordou-se de seus pais, que tinham dado a vida por ele naquele mesmo lugar, e tentou não ficar nostálgico, porém, os vestígios de sua última passagem ainda estavam bem nítidos e Harry não conseguiu impedir a lembrança do episódio envolvendo ele próprio, Hermione, Voldemort e Bathilda Bagshot, que havia gerado estragos severos na construção erguida pelos descendentes grifinórios de várias décadas atrás.
Rony não havia presenciado o combate que aquela casa abrigou entre seu amigo e o Lord das Trevas, e por isso o local não o abalava tão profundamente quanto a Harry. O ruivo tratou logo de entrar para procurar algum lugar em que eles pudessem se aquecer, já que na maioria dos cômodos as janelas estavam quebradas. Encontrou um pequeno ambiente que parecia ser uma cozinha, era um lugar bem desgastado pelo tempo, havia duas pias do lado esquerdo, perto de um fogão elétrico muito avariado e corroído por ferrugem, na direita um pequeno armário com uma das portas pendendo na dobradiça, onde estavam guardadas panelas velhas e um bule de metal meio amassado. Uma mesa balançava no meio da sala por falta de uma perna, e não havia cadeiras. Nesse aposento o frio castigava menos e ele tratou de conjurar alguns feitiços que aquecessem o local, fazendo até uma fogueira com os restos da mesa quebrada. Harry e Kalderash entraram logo que ele acabou a tarefa, e sentaram-se no chão em torno das chamas feitas por Rony.
- Sabe Ron, estava pensando em não passar o Natal na Toca com o resto da família, pode ser muito perigoso... – os olhos verdes cintilavam refletindo o tremular das chamas, e uma leve fumaça saía da boca de Harry.
- De novo isso cara? Quantas vezes todo mundo terá que provar coragem para você parar com essa superproteção?
- Acho que alguns dos meus comportamentos nunca mudam, não é? - Harry disse cabisbaixo.
- É por isso que eu afirmo que você é um dos maiores mongolóides do Mundo Bruxo. – o ruivo sorriu, mas também estava aflito com a segurança de seus familiares – Você tem toda a razão de se preocupar, mas eu não acho que deveríamos nos separar, e sim juntar todos para ir celebrar o feriado em outro lugar.
- É verdade, mas onde faríamos isso? Na antiga casa do Sirius, no Largo Grimmauld? Ou em Hogwarts?
- Não, acredito que depois da casa dos meus pais e das nossas próprias residências esses seriam os locais mais prováveis. Quem sabe poderíamos alugar uma casa na Irlanda, ou na Escócia e levar todos para lá?
- Teríamos que ir com Chave de Portal, por causa das crianças. Tem que ser um local mais próximo. - Rony disse, com ar pensativo.
- O Caldeirão Furado? Talvez o Cabeça de Javali? Acho que Aberforth iria apreciar a nossa companhia, além de ter contato com Hogwarts através do quadro de Ariana.
- O Caldeirão Furado é a hospedagem mais freqüentada pelos bruxos de Londres, já o Cabeça de Javali é um pub muito mal cuidado e freqüentado por pessoas muito estranhas, além de ter um cheiro horrível.
- O que você acha desta casa aqui. – Harry disse, com seus olhos brilhando – Atualmente o vilarejo está bem desabitado, e a maior parte dele já está desgastada pelo tempo. Vai ser difícil alguém nos encontrar aqui, e enquanto perderem tempo tentando encontrar nossos rastros aproveitamos para nos divertir em família.
- A casa está toda acabada Harry! – o ruivo disse revirando os olhos – Honestamente... Está um lixo!
- Como você é preguiçoso Rony! Sem contar com nós dois, teremos Hermione e Gina para ajudar na reforma, além dos seus pais. Nossos filhos podem ajudar também...
- Alto lá! Você quer meter as crianças na reconstrução dessa espelunca? Eles iriam detonar com o que resta em pé aqui nesse lugar!
- Amanhã eles voltam de Hogwarts, Rony. É melhor que eles fiquem por perto como você mesmo disse, além do mais a folga de fim de ano de Gina também começa amanhã. Quanto à Hermione, acho que se pedirmos da maneira correta ela tira férias nesses últimos dias do ano.
- Está certo sabichão, mas e quanto ao nosso amigo cigano aqui? – disse Rony, apontando na direção em que Kalderash estava sentado.
- Estou mais seguro com vocês, tenha certeza. Não me arrisco por bobagens e não faria nada para atrapalhar a cerimônia familiar que vocês estão planejando. Ficarei quieto, atento a qualquer distúrbio na segurança da casa. Não me tenha como um fardo Sr. Weasley, vocês salvaram minha vida e ainda não devolvi o favor. – o cigano afirmava com clareza e em tom firme, para não deixar dúvidas sobre sua lealdade.
- Então... – disse Harry após um breve suspiro, e continuou em um tom muito pouco animado – Temos que dar as boas novas às nossas esposas...
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N/A:muito obrigado por visitarem minha fic \o/
obrigado pelos comentários
enfim obrigado por tudo leitores, vou tentar postar mais rápido daqui para frente
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