ORQUÍDEAS NEGRAS
O luar não saíra naquela data, a noite estava bem escura e mal dava para distinguir uma pessoa que andava sorrateiramente por aquele caminho de terra. Ao longe, as luzes da cidade pareciam apenas pequenos borrões desfigurados. As sombras quase não se mexiam, e os barulhos eram tão discretos que eram facilmente confundidos com o vento que vinha da praia. Aquele velho farol já não era freqüentado por ninguém há alguns anos, por isso os líderes da organização o escolheram para ser a nova sede.
Muitos feitiços garantiam a segurança do local, e só para os aceitos era permitido o acesso sem maiores contratempos. Como todo membro daquele conjunto, Garret Fowler carregava uma tatuagem no seu pescoço, que aparecia nas vezes em que era requisitado em reuniões como a daquela noite. A flor desenhada que aparecia entre seu ouvido e o ombro esquerdo era a marca registrada daquele grupo de bruxos. Eles se autodenominavam Corporação das Orquídeas Negras, e sua cúpula era composta na maioria por mulheres adeptas das Artes das Trevas.
Garret Fowler não era um bruxo muito poderoso, mas por ser muito bem relacionado tinha a importante função de Mensageiro, estabelecendo comunicação com qualquer um dos membros que estivesse em missão. Sua função tinha ficado ainda mais respeitável pois a organização inteira estava focada em um única obrigação, de modo que ninguém poderia falhar, principalmente os que faziam essa ligação entre o espião e a corporação. Apesar de estar pontual, ele foi o último a chegar e logo foi chamado ao centro da reunião para falar dos progressos feitos em seu trabalho.
- A invasão foi um sucesso. Stirling conclui sua parte da missão e está esperando novas ordens, Chalmers já foi acionado e provavelmente assumirá o posto do antigo professor de Poções, que foi destituído de seu posto sem nenhuma suspeita sobre nós.
- Stirling precisa de algum suprimento ou coisa do gênero? – perguntou a líder, uma mulher de cabelos castanhos e olhos cinzentos.
- Sim Lady Pollock, ele possui Polissuco para apenas mais uma semana, duas no máximo. Como conseguiu se apossar da diretoria de Hogwarts, está livre para enviar e receber corujas sem ter que dar muitas explicações a ninguém. Dessa forma podemos dar total apoio a ele, sem restrições.
- Muito bem Sr. Fowler, suas informações foram de grande ajuda, pode relaxar – o homem retirou-se e foi sentar em meio aos demais
– Orquídeas Negras, está na hora de dar início ao próximo passo da operação...
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Já havia se passado algum tempo desde o ataque aos seus filhos, mas Harry e Rony ainda não tinham progredido muito com o caso e sem a ajuda de Callahan as coisas ficaram ainda mais complicadas. Como já estavam se esgotando as alternativas, a proposta agora era visitar a Travessa do Tranco pessoalmente, e para isso eram necessários muitos preparativos.
- Os disfarces já estão prontos Harry, mas eu ainda acho que deveríamos utilizara a Poção Polissuco ou alguma transfiguração avançada.
- Você sabe que é muito mais fácil detectar magia do que um disfarce bem feito, além do mais acho que ficaremos bem camuflados com essas aparências que Hermione escolheu.
- Vamos parecer dois mendigos, isso sim! – resmungou o ruivo.
- Ninguém deve nos notar, não é? Acredito que eles pensem que não estamos mais envolvidos nesse caso. Isso é um ponto a nosso favor, porém até agora a única coisa que sabemos é que alguém na Travessa mantém contato com a pessoa que entrou escondida em Hogwarts.
- Se tudo nesse lugar envolve dinheiro, acho que teremos que fazer algumas dívidas então meu amigo. – conclui Rony.
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- Essas aulas de História da Magia ainda vão me matar! – Molly reclamava, assim que saíra da sala.
- Nem assim você estaria livre do Binns, afinal ele é um fantasma bem chato. Iria te encontrar no além e continuar falando de todas aquelas datas e nomes de bruxos. Com certeza você não descansaria em paz Molly. – respondeu Phillip.
- Você é muito pessimista! Eu não ficaria por perto dele nem se virasse um fantasma.
- Já está bom de discussão por hoje, não acham? – Rose interveio.
- Na verdade, eles não estavam bem discutindo...
- Cala a boca Alvo! Vamos andando que temos vários deveres para entregar semana que vem, não podemos deixar as matérias acumularem e...
- É claro! Esqueci que tia Hermione tinha voltado a estudar e engana a todos fingindo ser sua própria filha, cobrando de todos dedicação aos estudos em tempo integral. Sabe de uma coisa Rose? Vou aproveitar o resto do dia e pedir uma vassoura do colégio para brincar um pouco de Quadribol, vou chamar o James também.
- Nós vamos também não é Phillip? Adoramos Quadribol!
- Lógico! Não podemos perder essa oportunidade, ainda mais que hoje é sexta-feira, temos que aproveitar o fim de semana. – os três se distanciaram rapidamente da pequena Weasley, acenando de longe.
- Esses idiotas! Ah, que raiva eu tenho do Alvo! Ele me paga!
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A tarde já ia embora e a noite jogava seu longo véu em cima dos campos de Hogwarts quando os seis entraram no castelo. Além dos três alunos do primeiro ano da Grifinória, James havia levado mais dois de seus amigos para jogar com eles, Neil MacKenzie e Douglas Kinkaid. Neil era um aluno da Lufa-Lufa muito habilidoso como Goleiro e Douglas era companheiro de quarto de James.
- Acho que esse ano vou me inscrever nas seletivas do time de Quadribol. – afirmou Neil.
- Acho que você ganharia fácil sua posição, pelo que me disseram a Lufa-Lufa não teve muitos bons goleiros nesses últimos anos. – Phillip disse para animá-lo.
- De fato, não tiveram nenhum bom goleiro esses tempos. Mas vou tentar quebrar esse tabu. – sorriu o Lufa-Lufa.
- Pessoal, antes disso temos ainda uma importante tarefa para esse final de semana, não se lembram? Falamos nisso todos esses dias.
- Lógico que lembramos, mas já falou para o seu irmão? – Douglas rebateu.
- É mesmo James, o que você vai fazer?
- Eu sozinho não, nós faremos. – ele olhou atentamente para Alvo – Vamos dar o troco no Zabini!
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