Capitulo 6



Capítulo VI

Na quarta-feira seguinte Harry encontrou-se com Blake Kemp e Fred Granger no escritório do advogado, a fim de redigir o contrato de sociedade.

- Jamais poderia agradecê-lo o suficiente, Harry – disse Fred, quando terminaram de preparar a minuta.

- O simples fato de ter permitido que o ajudasse me deixa feliz - replicou Harry com simplicidade e então se virou para o advogado – Quando os papéis estarão prontos para as assinaturas?

- Na segunda-feira – garantiu Kemp.

- Então marcarei uma hora com sua secretária – Harry levantou-se – Obrigada Blake.

- Gostaria que todos os negócios fossem fechados com tanta simplicidade e clareza como este – comentou o advogado, entendendo a mão para cumprimentá-los.

Harry voltou-se para Fred.

- Por que não vamos até Shea’s comer uma pizza.

Com estranheza percebeu que o amigo empalidecia, como se houvesse sido pego de surpresa. Fred tentava rapidamente pensar em alguma desculpa para não irem lá.

- Ora, Harry, Hettie preparou chili – lembrou-se de supetão – Por que não vamos até minha casa? Temos pão de milho para acompanhar.

Harry hesitou. Imaginou se Hermione poderia estar em casa também, e a idéia o deixava desconfortável. Continuava se sentindo mal pelo comportamento que tivera, e tentou recusar o convite. Em rasgo de inspiração, bateu a mão na testa.

- Nossa! Ia me esquecendo! Prometi jantar com Draco e Gina. Preciso me apressa, Fred.

- Sim, é claro – replicou o outro com genuíno alivio – Divirta-se!

Harry riu.

- Costumo brincar com meu sobrinho sempre que vou lá. Gosto de crianças.

- É difícil acreditar – replicou Fred com sinceridade.

- Não penso em me casar, mas adoro todos os meus sobrinhos.

O velho senhor apenas sorriu, Harry agradeceu:

- De qualquer modo, obrigado pelo convite de jantar. Lamento, já tenho compromisso.

- Tudo bem. Vai sobrar mais chili para mim – brincou Fred – Mais uma vez obrigado, meu amigo. Se puder fazer algo por você algum dia, basta pedir.

Harry sorriu.

- Sei disso. Vejo-o depois.

Despediram-se no estacionamento, e Harry partiu na picape. Fred observou, e sentiu-se relaxado. Pelo menos mais uma vez escapara de revelar onde Hermione trabalhava, pensou consigo mesmo.

Enquanto isso, Harry telefonava para Draco, convidando-se para o jantar a fim de discutirem a compra de novos touros. Enquanto dirigia até a casa do irmão, ia pensando que dois animais mortos no mesmo mês era triste coincidência. Pegou o celular e ligou para informações.


Draco e Gina pareciam dois namorados, observou Harry, enquanto brincava de cavalinho com o sobrinho de menos de dois anos de idade, que segurava suas orelhas. O casal sentava-se abraçado no sofá da sala, irradiando amor. E os dois também o observavam com interesse.

- Gosta de crianças - comentou Draco.

Harry ergueu o garotinho no ar, e brincou:

- Tenho muito pratica. Neville tem dois meninos, Rony um casal e agora seu filho. E, pelo que ouvi, Cedrico e Mary também já pensam em ter um herdeiro.

- Sim – redargüiu Draco, lançando-lhe um ar malicioso – E você? Quando pretende jogar a toalha no ringue e se unir a nós?

- Eu? Nunca – exclamou Harry com convicção – Tenho uma casa só para mim, dezenas de mulheres, nada de responsabilidade, e muitos sobrinhos para mimar – lançou um olhar inocente para o casal – Por que desejaria me prender a alguém?

- Foi só um comentário – replicou Draco – Em breve irá se cansar de ir todo dia no centro da cidade para comer biscoitos.

- Pretendo fazer um curso de culinária e preparar meus próprios biscoitos- zombou Harry, entregando o bebê para a mãe - Posso cozinhar também!

Draco resmungou alguma coisa, e Gina nada disse, mas seu olhar era de descrédito.

Harry enfiou as mãos no bolso da calça.

- Bem, na verdade não quero aprender. E é um longo caminho até a cidade. Mas posso dar um jeito – esparramou-se em uma poltrona – Há algo que desejo conversar com vocês.

- O quê? – perguntou Draco desconfiado.

- O touro de Fred morreu de maneira misteriosa. Christabel e Judd Dunn também perderam o seu.

- O de Judd morreu de timpanismo.

- Vi a carcaça, e posso afirmar que não foi isso. Mas Christabel não chamou o veterinário, e nada podemos afirmar. Também não havia marcas no touro de Fred – Harry suspirou - Draco, andei fazendo averiguações. Os dois touros eram descendentes de um mesmo Salers aqui da região. Acabei de emprestar outro touro para Fred.

- Está brincando – exclamou o irmão mais velho.

Harry balançou a cabeça em negativa.

- Estranho, não acha?

- Pode conversar com Jack Handley, em Victoria, o fazendeiro que nos vendeu o animal – sugeriu o irmão mais velho.

- Já fiz iss. Handley me contou que despediu dois homens no inicio do ano porque roubavam. São irmãos, John e Jack Clark. Quando outro fazendeiro despediu Jack Clark, perdeu seu touro premiado e mais quatro animais. E nada constou que fossem mortes premeditadas – fez uma pausa e fitou Draco - Handley fez uma investigação e descobriu que, por onde passam os Clark , sempre há roubos e mortes de gados. Pelo menos quatros ex-patrões disseram ter tido problemas com eles. Recentemente os dois foram suspeitos em um caso em Victoria, mas não conseguiram juntar provas suficientes para incriminá-los.

- Como é que sempre conseguem escapar? – perguntou Draco revoltado.

- Não há evidências. E os dois intimidam pessoas.

- Não iriam nos intimidar.

- Sim, mas percebeu a ligação? Handley aborreceu os Clark. Tinha um touro novo e caro, vendeu cria para Christabel e outra para Fred – fez uma pausa significativa – Trata-se de vingança. Estão tentando fazer com que os fazendeiros daqui percam seus melhores animais.

- Onde estão esses dois irmãos? – quis saber Draco.

- Handley me disse que John Clark está trabalhando em uma fazenda perto de Victoria, e Jack, o vingativo, está aqui em Jacobsville, e dirige um caminhão de gado para Duke Wright. - disse Harry – É bom ficarmos atentos ao motoristas de Wright. Handley me contou que esse Clark gosta de beber, então seria interessante irmos ao Shea’s de vez em quanto.

Draco franziu a testa.

- Você pode conversar com Hermione e ...

- O que Hermione tem haver com isso?

- Sim, Hermione Granger – repetiu o irmão com impaciência – Faça uma descrição do homem e peça que ela avise caso o veja por lá.

Harry fitou Draco, sem nada entender.

- Pode me explicar o que está dizendo? Por que deveria encontrar Hermione no Shea’s?

Percebendo que Harry nada sabia respeito do emprego da filha de Fred, Draco ficou embaraçado, fazendo Gina sorrir.

- Seu irmão não sabe querido. Conte!

- Contar o que? - inquiriu Harry, começando a perder a paciência.

- Bem, é o seguinte – começou Draco, escolhendo as palavras - Hermione trabalha no Shea’s há algumas semanas, e...

- Ela trabalha em um bar???!!!! - explodiu Harry.

Draco pigarreou.

- Ora, mano! É uma mulher adulta!

- Mal completou vinte e um anos! Não tem que trabalhar no meio de bêbados – interrompeu Harry com raiva – Que diabos Fred estava pensando para deixar a filha trabalhar em um lugar como esse?

Draco suspirou.

- Dizem que Fred está em péssima situação financeira, e creio que Hermione insistiu para que a deixasse ajudá-lo.

Harry levantou-se de um salto e agarrou o chapéu, os olhos com um brilho feroz.

- Não vai arrumar confusão no Shea’s – alertou o irmão mais velho – Não envergonhe a moça na frente do patrão!

Harry nada respondeu. Suas palavras rápidas e nervosas denotavam o estado de espírito em que se encontrava. Sem dizer mais nada, saiu, batendo a porta com força.

Draco fitou Gina com preocupação, enquanto ouvia o motor do carro de Harry.

- Devo avisá-la? - perguntou Gina.

O marido aquiesceu.

- Pelo menos estará preparada.

Embora duvidasse de que alguém pudesse se precaver contra uma explosão temperamental de Harry Potter, Gina pegou o telefone e ligou para Hermione.


O Shea’s não estava muito cheio, quando parou o carro no estacionamento. Com olhos injetados, entrou no salão principal, e três homens em uma mesa da porta pararam de falar. A aparência do recém-chegado era ameaçadora.

Hermione teve o mesmo pensamento. Minutos antes, no telefone, garantira a Draco e Gina que não tinha medo de Harry, mas sentiu os joelhos trêmulos ao vê-lo avançar em sua direção, os olhos semicerrados.

Ele parou junto ao balcão e observou o longo avental que Hermione usava, as mãos sujas de farinha e lápis atrás da orelha para anotar os pedidos. Parecia muito atarefada. Alguns caubóis bebiam cerveja, sentados no bar, aguardando suas pizzas. Um cozinheiro adolescente retirava o disco de massa do forno, utilizando uma larga espátula de madeira.

- Arrume suas coisas - sibilou para a filha de Fred Granger.

Hermione percebeu em seu tom de voz era o mesmo que Harry usara com ela, muitos anos atrás, quando quase aceitara carona de um desconhecido na estrada.

Na ocasião tinha dez anos de idade e não entendera o motivo de Harry ter agido com tanta raiva, mas quando crescera compreendera que ele a salvara, quem sabe, de um maníaco sexual.

Porém já era adulta e não precisava ser salva de nada, pensou, não corria perigo.

Ergueu o queixo e o encarou, lembrando a fatídica noite do baile:

- Como vai o seu pé? – perguntou em tom irônico.

- Ótimo. Pegue seus pertences – repetiu Harry com frieza.

-Trabalho aqui.

- Trabalhava. Vamos embora.

Hermione cruzou os braços sobre o peito, em um gesto de desafio.

- Pretende me carregar a força? Pois saiba que vou gritar e espernear, pois só assim sairei daqui!

- Como quiser!

Assim dizendo, Harry começou a dar a volta no balcão. Rápida como um raio, Hermione atirou-lhe o conteúdo de uma caneca de cerveja.

A bebida ensopou-lhe a camisa, porém não o fez titubear. Tomou-a nos braços de meia-volta, dirigindo-se à saída, enquanto Hermione cumpria a promessa, e começava a gritar e espernear.

Isso atraiu a atenção de Miudinho, o leão-de–chácara. No instante em que viu Hermione em tal situação, avançou para Harry como um trator.

- Ponha a moça no chão – murmurou, frente e frente com o visitante.

-Vou levá-la para casa que é o seu lugar – Harry conhecia Miudinho, um sujeito bom e gentil, mas com muitos músculos e pouco cérebro. E por causa de sua força, era conveniente mostrar-se educado. - Hermione não deve trabalhar em um bar.

- Shea’s é um restaurante de estrada, e não um bar – replicou com segurança – E um dos bons. O senhor Ducan não permite bêbados aqui. Ponha a senhorita Hermi no chão, Harry Potter ou serei forçado a lhe dar uma surra!

- E vai cumprir o que esta dizendo – alertou Hermione – Já o vi em ação. Bateu em homens maiores que você, não é verdade Miudinho.

- Sem dúvida, senhorita.

Mas Harry não pretendia recuar e enfrentou o segurança.

- Já disse que vou levá-la para casa – replicou em tom baixo e ameaçador.

- Creio que Hermi não quer ir, senhor Potter! – disse uma voz masculina às costas de Harry.

Ele voltou-se com ímpeto, sempre mantendo Hermione nos braços. Era Harley Fowler, encostado no batente da porta, e com um ar agressivo. Há um ano a cana parecia uma piada, mas Harley amadurecera e não parecia estar brincando.

- Diga a ele, Harley! – exclamou Hermione triunfante.

- Fique quieta! – replicou Harry muito zangado – Deveria saber que este não é um lugar para uma moça de família!

- Não tem o direito de me dizer o emprego que devo ou não aceitar – reclamou ela, vermelha de raiva – O que dirá Marilee quando souber que esteve aqui me molestando?

Harry corou até a raiz do cabelo.

- Não vejo ela há muito tempo, pouco me importo se a verei de novo.

Isso era novidade. Hermione e Harley o fitaram com interesse. Porém Miudinho não queria saber de nada, e insistiu:

- Ponha a moça no chão.

- Acha que pode enfrentar Miudinho e eu ao mesmo tempo? – desafiou Harley.

Harry começou a ficar descontrolado.

- Não sei sobre Miudinho – replicou com honestidade, recolocando Hermione sobre o solo, sem tirar os olhos de Harley – Quanto a você, posso vencê-lo com uma das mãos.

Assim falando, deu um passo adiante e desfechou um soco inesperado, que fez o outro rapaz perder o equilíbrio e cair sobre a mesa. Harry fitou Hermione.

- Se quer este emprego fique com ele – murmurou com brilho gelado no olhar – Mas caso seja molestada por bêbados ou se machuque quando estourar uma briga aqui dentro, não me chame!

- Ora! Como se fosse precisar de você! - redargüiu ela, chocada com nova atitude de Harry.

Ele deu meia-volta e saiu sem lançar nem sequer um olhar para Harley.

Hermione correu para o amigo e ajudou-o a se levantar.

- Está ferido? – perguntou com uma voz débil.

Harley esfregou o queixo.

- Só no orgulho meu bem – resmungou com um riso contrafeito – Raios! Harry Potter sabe dar um soco! – os olhos brilhavam com malicia – Acho que ele se preocupa mais do que imaginávamos.

Hermione corou.

- Só estava querendo dar ordens, como está acostumado a fazer.

Miudinho se aproximou e examinou o queixo do outro.

- Está bem machucado, senhor Fowler - comentou.

Harley sorriu. Sabia enfrentar derrotas e vitórias e percebia quando um homem estava com ciúme. Harry desejara dar-lhe um soco no baile, quando o vira com Hermione, mas se contivera. Por certo agora se sentia vingado, pensou. De qualquer maneira preferia ter chegado a um acordo mais civilizado, concluiu voltando a esfregar o queixo dolorido.

- Harry Potter é um animal – exclamou Hermione – Venha, Harley. Vou fazer um curativo antes que os clientes do restaurante comecem a chegar – Voltou-se para os caubóis que continuavam ali sentados, com olhos esbugalhados – Muito bem, pessoal! A festa acabou! Bebam suas cervejas e comam suas pizzas.

- Sim, mamãe – brincou um deles.

Hermione lançou-lhe um olhar furioso e conduziu Harley para os fundos. Jamais admitiria que se sentia inebriada com a atitude de Harry, mas estremecia de prazer a cada instante.


Harry teve sorte de não ser preso por excesso de velocidade, enquanto se dirigia à casa de Fred Granger. Os pneus de carro esporte pareciam flutuar na estrada.

Fred o ouviu chegar e logo percebeu o que acontecera.

Ficou na porta da casa, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans e observou o céu escuro que emoldurava a figura de Harry, avançando em sua direção. O chapéu encobria-lhe os olhos, e o rapaz jamais lhe parecera tanto um Pooter como naquele instante. Os irmãos eram conhecidos por não levar desaforo para casa.

- Exijo que ela deixe aquela espelunca – Harry foi logo dizendo, sem cumprimentar o dono da casa – Pode considerar isso uma cláusula de nosso acordo, se assim preferir, mas faça com que ela volte para casa!

Fred fez uma careta de desespero.

- Tentei dissuadi-la, quando descobri onde pretendia trabalhar. - replicou na defensiva - Mas pela primeira vez na vida Hermi impôs e tomou sua própria decisão. O que posso fazer? Ela tem vinte e um anos.

Harry praguejou e Fred perguntou:

- O que aconteceu com a sua camisa? Nossa! Está ensopada de... cerveja!

- Claro! Sua filha me batizou na frente de um monte de caubóis, atirando-me uma caneca – replicou Harry com indignação.

Fred esbugalhou os olhos.

- Hermi? Minha filha?

-E depois pediu ajuda a Harley.

- Para quê?

-Dava chute e socos no ar, gritava desesperadamente, e pensaram que eu a estava molestando.

- Chutes? - repetiu o pobre Fred.

Harry comprimiu os lábios e resmungou.

- Muito bem! Vou lhe contar! Tentei arrastá-la para fora daquele bar para trazê-la para casa! Ela resistiu.

Fred soltou um longo assobio.

- Posso ver que resistiu mesmo – fazia força para não rir, mas parou ao observar uma das mãos de Harry estava sangrando e tirou suas conclusões. - Andou batendo em alguém?

- Harley – respondeu Harry de modo lacônico - Ele não deveria ter interferindo! Não é dono de Hermione, e pensei que fosse me apoiar na tentativa de convencê-la a voltar para casa. Mas não! Ficou ali parado, ordenando-me que a pusesse no chão! Querendo dar ordens a mim!Teve sorte de só ter levado um soco.

- Nossa – exclamou Fred, enterrando o rosto entre as mãos, e imaginando o assunto que o incidente daria para os fofoqueiros da cidade.

- Não tive culpa – exclamou Harry – Fui ao Shea’s para evitar que sua filha fosse insultada e molestada pelos bêbados que freqüentam o bar, e por acaso recebi agradecimentos? Não, ela me ensopou com cerveja, fui ameaçado por uma montanha humana, riram de mim....

- Quem?

- Alguns caubóis sentados no bar.

Fred pigarreou, disfarçando o riso, e comentou:

- Deve ter sido uma cena e tanto.

Harry fez uma careta e flexionou os braços.

- Quase quebrei os dedos quando soquei o queixo de Harley. Ele precisa ficar de boca fechada.

- Tenho certeza de que agora sabe disso, Harry.

- Diga a sua filha que precisa deixar o emprego de qualquer maneira!

- Direi – replicou Fred sem grande convicção.

Hermione cada vez mais demonstrava estar determinada a seguir seu próprio caminho, pensou.

Harry suspirou fundo e fitou-o de modo intenso.

- Não volto atrás em minhas promessas, Fred, e não negarei o empréstimo a você, mas Hermione precisa sair do Shea’s. É um lugar perigoso. Certas noites em que estive lá, o segurança não tinha nem tempo para se coçar, tamanha arruaça. Principalmente agora...

Algo no tom de voz do amigo fez Fred se sentir mal.

- Por que? – perguntou.

- Fred, não diga uma palavra do que eu vou lhe contar a ninguém, nem mesmo a Hermione. Compreende?

O velho senhor acenou de maneira afirmativa, e Harry então contou o que ouvira falar sobre os irmãos Clark. Fred ficou de boca aberta, tamanha sua surpresa.

- Acha que meu touro foi morto de propósito?

- Sim – respondeu Harry com ar solene – Lamento ter de lhe contar tal coisa, por que nenhum de nós dois pode provar. Clark é esperto. Jamais será pego em flagrante, e sem provas não há progresso.

Fred deixou escapar um suspiro de irritação.

- Miserável!

- Concordo, meu amigo, e é por isso que pus dois de meus homens aqui na sua propriedade para vigiar meu touro. Nenhum matador de gado vai pegar meu animal e sair impune! Também vou instalar câmeras de vídeo. Caso Clark se aproxime daquele touro, vou metê-lo na cadeia.

Fred riu.

- Adoraria que o sem-vergonha tentasse!

- Penso o mesmo, mas não tenho muita esperança que isso aconteça – replicou Harry, dando de ombros. Ainda se sentia dolorido, talvez por ter sido obrigado a segurar Hermione, chutando e esperneando, por vários minutos.

Sem querer lembrou-se da suavidade e calor dos seios rijos de encontro ao seu peito, e estremeceu.

- E .. sobre Hermi – continuou Fred, sem jeito.

Harry o fitou sem dizer nada.

- Muito bem – disse o senhor de modo cansado – Tentarei incutir um pouco de bom senso na cabeça de minha filha. Entretanto... bem que ela poderia ser de ajuda no momento, permanecendo lá. Pode ficar alerta e nos avisar se Clark aparecer no Shea’s. Se ele gosta de beber, por certo acabará indo ao bar.

- Hermione nunca o viu, como poderia reconhecê-lo? - replicou Harry.

- Talvez você pudesse descrevê-lo para ela.

Harry voltou a suspirar.

- Detesto a idéia de colocá-la na linha de fogo.

- Penso o mesmo, mas você, eu e Harley poderíamos nos revezar e estar sempre lá, só para protegê-la – murmurou Fred, lançando um olhar perspicaz para o amigo.

- Não vou pedir nada a Harley - teimou Harry.

- Mas está considerando a idéia não esta?

Sim, Harry pensava no assunto, e acabou por dizer:

- Meus irmãos e nossos peões também poderiam passar pelo Shea’s de vez em quanto.

- Conheço Cy PArks e Eb Scott – acrescentou Fred – Irão me ajudar também.

Bem, com tantos espiões voluntários, concluiu consigo mesmo, Hermione seria vigiada constantemente. Acabou por sorrir, e Fred apressou-se a encorajá-lo.

- Foi ou não uma boa idéia, Harry?

- Está morrendo de medo de confrontar Hermione e obrigá-la a deixar o emprego, Fred - comentou Harry em tom de brincadeira – O que houve? Teme que sua filha também o encharque com cerveja?

Fred caiu na gargalhada.

- Devo admitir que é muito engraçado imaginar Hermi agredindo alguém.

- Tem razão.

Foi apenas depois do episódio com Marilee que a jovem começara a mostrar sua força, lembrou. Antes sempre fora uma menina comportada e dócil.

- Ela é terrível quando fica zangada – comentou em voz alta – Jamais a tinhas visto perder a paciência.

- Há muito sobre Hermi que ainda não conhece – replicou Fred de modo enigmático.

- Tudo bem! Concordo que ela continue trabalhando no Shea’s – disse Harry com improviso – Vou descobrir qual a aparência de Clark, e até conseguirei um retrato dele, se possível. Talvez Grie, da delegacia, possa me ajudar. Um homem que mata um touro a sangue-frio, envenenando-o pode muito bem assassinar um homem. Quero pegar Clark, e Hermione poderá nos ajudar. Ela será bem vigiada, ninguém a machucara.

Fred fitou o amigo, notando a emoção que o invadia ao falar de sua filha, e apenas disse:

- Obrigado, Harry.



Obs:Capitulo 6 postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Segunda tem mais atualização!!!Ainda hoje tem fic nova na área!!!Bjux!!!!

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