Prólogo
Prólogo
Harry Potter sentiu-se só no mundo. Cedrico, o último solteiro entre seus irmãos, tinha se casado, e se mudara da casa havia quase um ano. Isso deixara Harry sozinho, com uma governanta reumática que trabalhava dois dias na semana, e ameaçava se aposentar a qualquer momento. Caso cumprisse o que dizia, ele ficaria abandonado à própria sorte e seria obrigado a ir sempre a um restaurante. Levando em consideração seu ritmo de trabalho, isso seria impraticável.
Recostou-se na cadeira giratória atrás da escrivaninha do escritório que, no momento, era todo seu. Sentia-se feliz pelos irmãos. A maioria já tinha sua própria família a não ser pelo recém-casado Cedrico. Neville e Tina tinham dois meninos, Draco e Gina um, Rony e Luna um casal.
Lembrando o passado, Harry percebeu que as mulheres estavam fora de sua vida havia muito tempo. Tanta coisa precisa ser feita na fazenda que mal tinha tempo de sair à noite.
Enquanto pensava em sua solidão, o telefone tocou.
-Por que não vem jantar conosco? - convidou Cedrico, assim que Harry atendeu.
-Não se convida o irmão para jantar quando se está em lua-de-mel.
-Casamos depois do natal, no ano passado.
-Então ainda estão em lua-de-mel – insistiu Harry de bom humor - Obrigado mais tenho muito que fazer.
-O trabalho não compensa a falta de amor. Em todo caso, o convite está feito, aceite-o se quiser.
-Obrigado de novo.
-Por nada
Harry recolocou o fone no gancho. Junto aos irmãos, era proprietário de cinco fazendas. Fazia grande parte do trabalho braçal diário, adorava cuidar do gado, e seu físico musculoso era prova disso.
Às vezes se questionava se tanto esforço era apenas uma tentativa se suprir certas necessidades físicas. Quando mais jovem, as mulheres sempre estavam a sua volta, e jamais se furtava às aventuras amorosas.
Entretanto, já estava com trinta e cinco anos e romances casuais já não o satisfaziam como antigamente.
Planejara passar um fim de semana tranqüilo em casa, mas Marilee Morgan, amiga de Hermione Granger, convencera-o a levá-la para Houston, onde jantariam e assistiriam ao espetáculo de balé. Explicara que seu carro estava na oficina, e já tinha os ingressos para a apresentação.
Harry não planejava iniciar um romance com Marilee, apesar dela ser bonita e sofisticada, por que era uma grande amiga de Hermione Granger. Sabia que Marilee jamais o teria convidado para se encontrarem em Jacobsville, por que era uma cidade pequena, as fofocas se espalhariam com a velocidade do vento e logo chegaria aos ouvidos de Hermione.
Apesar de ser um homem livre, Harry tinha conhecimento de que Hermione alimentava uma paixão adolescente por ele. Isso não o deixara muito envaidecido, mas não desejava criar problemas entre as amigas. Teria um encontro discreto com Marilee em Houston, e ninguém jamais saberia de nada.
Além disso o encontro o livraria de um jantar na casa de Fred Granger, pai de Hermione e seu grande amigo. Gostava da companhia do senhor mais velho, mais havia dois membros da família Granger que o deixavam pouco à vontade. Lygia, a irmã de Fred, uma mulher pretensiosa e intrometida, que, por sorte, não morava com o irmão e nem sempre estava nos jantares de família, e... Hermione.
A jovem lhe causava sentimentos contraditórios. Era simpática, tinha vinte e um anos, estudava psicologia e adorava analisar os outros.
Era muito linda, tinha cabelos castanhos, longos e lisos, um corpo pequeno e bem feito, e não tentava disfarçar a atração que sentia por ele. Harry não tinha a menor intenção de se envolver com Hermione, devido à diferença de idade entre eles, e procurava se manter alheio, tratando-a com gentileza, mas com distancia.
Os dois se conheciam desde que Hermione tinha dez anos de idade, usava aparelho nos dentes e tranças. Era difícil para Harry Potter, afastar a imagem da mente, e encará-la como uma pessoa adulta.
Além disso, Hermione não sabia cozinhar, e quando resolvia cozinhar era um desastre!
Lembrando-se subitamente do gosto horrível dos biscoitos que ela lhe oferecera um dia, Harry pegou o telefone e ligou para Marilee, que atendeu de modo brusco. Mas ela, ao perceber de quem se tratava, tornou-se mais suave.
-Ora, ora! Alô Harry – murmurou
-A que horas deseja que vá buscá-la, no sábado à noite?
Houve uma breve pausa e, em seguida, Marilee sussurrou:
-Vai falar desse encontro para Hermi?
-Quase nunca a vejo, sabe disso - disse ele com impaciência. - Que tal se eu for buscá-la o cinco? Poderíamos dançar e depois ir ao Balé.
-Maravilhoso, vou espertar ansiosa pelo sábado. Até lá!
Harry desligou, mas voltou a pegar o fone e digitou o número da casa da casa de Fred. Hermione atendeu, quase sem fôlego:
-Como vai Harry? Quer falar com meu pai?
-Pode ser você mesma. Lamento, mas preciso cancelar o jantar de sábado. Tenho outro compromisso.
Fez-se uma breve pausa, e Hermione murmurou:
-Tudo bem.
-Perdão, mais esqueci esse compromisso, quando seu pai me convidou outro dia- mentiu - Pode se desculpar por mim?
-Claro! Divirta-se - A voz de Hermione soou tensa.
-Algo errado? - quis saber Harry.
-Não. Foi um prazer conversar com você. Até logo!
Hermione Granger desligou e cerrou os olhos, sentindo uma terrível frustração. Planejara um jantar perfeito, pensou. Passara a semana escolhendo um bom cardápio, e decidira-se por uma nova receita de frango, macio e suculento, e pudim de chocolate, sobremesa favorita de Harry. Todo esse trabalho para nada! Sem dúvida ele arrumara uma desculpa para não comparecer ao jantar, concluiu consigo mesma.
Sentou-se junto do telefone, com o avental todo sujo e farinha no rosto. Podia ser tudo naquele momento menos a garota ideal para um encontro, pensou desanimada. Havia dois anos que tentava conquistar Harry, que nem parecia notá-la. Flertara com ele sem dó nem piedade no casamento de Micah Steele e Callie Kirby, até que pegara o buquê da noiva no ar. Aquilo parecia ter irritado Harry, que se afastara sem sequer lhe lançar um olhar.
Nos meses seguintes, sempre que tivera a oportunidade, tentara se aproximar dele, mas não obtivera sucesso. Seguindo os conselhos da amiga Marilee, vinha aprendendo a cozinha, e evitando parecer uma garota sofisticada de cidade grande.
Marilee tentava ajudá-la a conquistar Harry, e Hermione procurava aperfeiçoar as qualidades que, segundo a amiga, ele admirava em uma mulher.Estava tentando até se acostumar com cavalos, gados e poeira, mas como exibir as novas aptidões se Harry não vinha visitá-la?
-Quem era ao telefone? - pergunto Hettie, a governanta. - Seu pai?
-Não. Era Harry Potter. Não poderá vir jantar no sábado por que tem um encontro.
Hettie sorriu com simpatia, já que percebia o interesse da jovem por Harry.
-Haverá outras ocasiões meu bem.
-Claro que sim - Hermione se levantou da cadeira - Bem, vou diminuir as porções da receitas.
-Só por que tem negócios com o senhor Fred, não quer dizer que Harry precise vir sempre aqui. - lembro Hettie com delicadeza – É um homem muito ocupado e... um tanto velho para você.
Hermione não respondeu. Apenas sorriu e voltou para a cozinha.
Harry tomou banho, fez barba, vestiu-se e dirigiu-se ao Lincoln esporte que acabara de comprar. Era o ultimo modelo e, veloz como raio. Merecia uma noite na cidade, pensou, e os simples fato de se livrar do frango emborrachado de Hermione já era uma vitória.
Entretanto, de um modo estranho, sua consciência não estava em paz.Talvez devido ao que Marilee falava de Hermione. Nas ultimas semanas dera para lhe contar sobre os comentários entusiasmados da amiga que fizera ao seu respeito. E Harry não queria que Hermione alimentasse falsas ilusões. Precisava ser mais cauteloso com ela, concluiu. Não tinha o menor interesse pela filha de Fred. Hermione era apenas uma criança.
Entrou no carro examinando a estrada pelo espelho retrovisor. Tinha cabelos pretos, um rosto de traços marcantes, além dos dentes brancos e uma boca que parecia sempre estar sorrindo. Não se considerava bonito, mas em comparação a alguns de seus irmãos, até que ele era bastante atraente, conclui, satisfeito consigo mesmo.
Além disso, era rico, e não precisa de mais nada para atrais uma mulher. Não era uma conclusão arrogante, apenas realista.
Sabia que Marilee não se sentia atraída por sua personalidade, e estava somente interessada no seu dinheiro. Mas era bonita, e ele não se importava de levá-la a Houston e exibi-la como os troféus que tinha no escritório. Um homem podia se dar ao luxo dessas pequenas vaidades, pensou com humor.
Porém, lembrou-se do desapontamento na voz de Hermione quando desmarcara o jantar, e imaginou a dor que sentiria se soubesse que saíra com sua melhor amiga. Ante ao pensamento, uma enorme sensação de culpa o invadiu.
Afivelou o cinto, ligou o motor e partiu. Não precisava se sentir culpado, tratou de dizer a si mesmo. Era solteiro e jamais dera motivos para que Hermione Granger pudesse considerá-lo um pretendente.
Sim, concluiu de modo decidido. Precisava de uma boa noitada em Houston. Estava solitário a tempo demais!
Obs:Prólogo postado pessoal!!!Continuem que tem mais....Bjux!!!!!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!