Um pedido

A sala de Dumbledore estava praticamente toda encoberta pelas sombras, apenas Dumbledore, Snape, Harry e Alari restavam na sala, a preocupação era visível na cara do professor de poções, e um Dumbledore sereno deu lugar a um Dumbledore intrigado e até mesmo curioso na visão dos alunos.

-Dumbledore você tem que fazer algo, o menino não pode deixar essa sala com uma informação dessas, ele não pode continuar sabendo sobre a Alari. - Snape deixara cair a mascara, e para Harry ele não passava de uma pessoa preocupada, ansiosa e angustiada, um Snape que Harry nunca havia visto um Snape preocupado e pensando em uma pessoa que não era ele.

-Acalme-se Severo, nós já tentamos os feitiços de memória, vamos ter que achar outra solução que não a de apagar a mente do menino, afinal ele não tem nada com a história, a culpa não é dele de ter ficado sabendo. – Para Severo a serenidade de Dumbledore era muita para a situação que eles estavam vivendo. O menino não podia continuar sabendo, “AQUELE” menino não podia continuar sabendo. Enquanto isso lagrimas teimavam em inundar os olhos de Alari, pela cara de seu pai seu erro era mais grave do que ela pensava, mas ninguém contava nada a ela, o que a deixava irritada e ao mesmo tempo confusa. Ela se afastou um pouco conseguindo ouvir a conversa, mas não deixando ninguém ver seu rosto

-Me acalmar Alvo? Esse menino precisa ter a memória apagada! – Falou ele com raiva

-Sem querer interromper, mas porque ele não pode ficar sabendo de quem eu sou filha? Porque aqueles dois tiveram a memória refeita e PORQUE eu fui OBRIGADA a sair de Beauxbatons as pressas no final do ano????- a menina tinha lagrimas silenciosas caindo em seu rosto e sua confusão e raiva eram percebidos a distancia.

Sem que Harry ou Alari pudessem protestar Dumbledore tocou na varinha, e no momento seguinte os dois caíram em um sono profundo. Snape não se espantou quando os corpos levitaram e pousaram deitados no chão, ele já havia visto Dumbledore fazer isto antes, isso queria dizer que Dumbledore já tinha um plano e que ele não gostaria nada do plano.

-Meu caro Severo, há quanto tempo você trabalha para mim?- Perguntou Dumbledore analisando a cara do professor que se sentou em uma cadeira com o ar pesado, parecendo que já sabia o que Dumbledore queria

-Há 14 anos diretor, desde que Alari tinha 1 ano de idade.- Falou o professor com um ar de tristeza.

-E você diria que eu estou em pena condição de saúde física e mental sim?- Disse o diretor divertido com a cara de Snape ao ouvir ele falando sobre coisas tão estranhas.

-Sim, acho que sim, mas o que isso tem com o caso?- Snape pareceu prever o que estava vindo a seguir

-Eu acho que a memória de Harry não será apagada, mesmo que este tente fazer, ele está predestinado a muitos tempo a conhecer a menina Alari, e o senhor sabe muito bem disso, então eu sugiro, sugiro não proponho de um jeito ... Como madame Ponfrey diria Mandão, a você confiar no garoto. Ele não irá contar a ninguém, eu mesmo conversarei com ele, e essa história ficará aqui nessa sala, somente entre nós

-Diretor eu não acho prudente...É sobre a vida da minha filha que estamos falando

-Mas eu sei que é o melhor a fazer, e de esse assunto como encerrado. Agora eu tenho uma outra coisa a falar com você que é melhor que os dois estejam dormindo enquanto eu te...Convenço. E essa acredite tenho certeza que você não gostará nenhum pouco.- O professor se afundou um pouco mais a cadeira, sua expressão era de cansaço e como poucas vezes sem irritação, ele sabia que a única opção seria amedrontar o Potter para que esse não falasse nada.

-Bom, o Ministério continua atrás de Sirius, como você sabe ainda não conseguimos provar que ele é inocente, e a cada dia fica mais difícil para ele se esconder, porém se ele conseguisse um lugar onde o ministério não tem autoridade, ele estaria seguro, não concorda? - Perguntou o diretor preparando sua armadilha

-Sim, acho que sim - Disse o professor sem prestar muita atenção em um assunto sobre Black.

-Bom, já que concordamos tenho certeza que o senhor não se incomodará de acomodá-lo em seus aposentos, antes de resmungar deixe-me terminar Severo. - Dumbledore previa a reação de Snape que olhava indignado para o diretor.

-A escola está com uma proteção, e eu não posso tirá-la, por isso ele ficaria na forma animaga o tempo todo, ele precisaria ser alimentado, e tratado como um cachorro do lado de fora dos seus aposentos e lá dentro ele dormiria no chão de seu quarto. E os únicos professores em que posso confiar são McGonagall e Hagrid, com McGonagall está claro porque não posso colocá-lo, ela é uma moça e merece privacidade, não dividir o quarto com um bruxo adulto transformado em cachorro. - Snape achou engraçada a menção de Dumbledore sobre a professora ser moça.

-E o Hagrid, ele é um bom bruxo, porém poderia fazer confusão e acabar entregando o Black, e confesso que Sirius é um bruxo que precisa de disciplina, e é por isso que ficaria mais tranqüilo se ele ficasse sendo vigiado por você Severo, deixe as rixas do passado, elas só fazem mal a você. Ajude ele, eu sei de tudo o que aconteceu, mas lembre-se que sempre existem pessoas que nos ajudam nos momentos mais difíceis.

-Isso é absurdo, você está pedindo que eu cuide do homem que quase me matou Alvo, como eu poderia?- Disse o professor alterado

-Do mesmo jeito que eu ajudei um homem que me traiu, porém foi humilde para pedir socorro do lado das sombras e vir para o nosso lado. - O diretor disse muito pacificamente.

-Diretor eu - Snape não podia questionar mais, ficaria em divida com Dumbledore até o dia de sua morte, e se o diretor pedia que ele agüentasse o maldito do Black ele teria de fazer mesmo a contra gosto.

-Se não tem outro jeito eu farei, mas não me peça para gostar dessa palhaçada de ser babá de um bruxo-cachorro adulto. - Disse ele caminhando em direção ao corpo da filha, se abaixando e passando a mão pelos cabelos da garota. – Ela é a única coisa que sobrou de bom entre mim e aquele desgraçado incapaz.

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