Beco Diagonal
Aquela manhã fazia pouco frio, ele acabara de sair da casa dos Durslay. Acordou arrumou suas coisas e saiu da casa, estava com um agasalho cinza, puxando seu malão, que agora parecia pesar mais do que o necessário. Ele estava ansioso para a chegada do Hagrid, queria ir rápido para o mundo onde todos eram como a ele. Hagrid estava atrasado. Harry sabia que o guarda-caça de Hogwarts devia ter um bom motivo para não estar lá no horário combinado, mas aquela demora o estava matando.
Harry estava achando que teria de voltar a casa dos Durslay quando um imenso ônibus roxo apareceu na rua, a cor roxa e os 2 andares fizeram Harry lembrar de seu terceiro ano em Hogwarts, muita coisa havia mudado, agora ele tinha uma “família” bruxa, e era um campeão tribruxo. Muita coisa havia se passado desde a ultima vez que entrara naquele ônibus. Mas, quando Lalau o tirou de seus pensamentos, foi que Harry lembrou. Não tinha chamado o ônibus.
-Bem vindo ao Noitebus andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos, meu nome e Lalau e serei seu condutor por essa manhã! Aonde os senhores vão?- Perguntou Lalau com o mesmo tom pouco interessado. Ele ainda era o mesmo, suas espinhas espalhadas pela cara toda e seu cabelo muito liso e seboso, o que o fazia parecer não ter tomado um banho há séculos.
-Bom dia Lalau, mas eu não o chamei, não tenho idéia porque o ônibus veio para esse endereço, eu estou esperando... - Mas Harry não terminou, quando um imenso e ansioso Hagrid apareceu na janela e falou:
-Harry suba logo, temos muito que comprar, eu decidi vir de um jeito que não chamasse muita atenção, então pensei no Noitebus. Agora vamos que não podemos ficar perdendo tempo. - Hagrid estava com o mesmo jeito de sempre, sua aparência era de um bruxo gigante que colocaria medo em qualquer pessoa, mas logo que abria seu sorriso ou falava alguma coisa mostrava ser o mais inofensivo possível.
Harry subiu no Noitebus e se sentou em uma cama de frente para Hagrid gigante, olhava-o com um ar bem curioso, como se esperasse que o menino se transformasse em algo.
-Hagrid você está bem?- Perguntou o menino estranhando o olhar curioso do meio gigante.
-Você está muito diferente Harry, está mais alto, mais forte, diria até mais maduro. As férias o deixaram com um ar mais... Velho. - Dizia Hagrid como quem elogia um animal vencedor de concurso, pelo que o amigo dissera Harry devia ter mudado bastante desde a ultima vez que eles haviam se visto, ou o gigante não estaria tão chocado.
-Bom, obrigado, eu acho. Mas agradeceria se você parasse de me olhar como se eu fosse um estranho. - Pediu Harry percebendo que Lalau estava interessado na conversa dos dois.
-Está bem. Hermione e Rone farão as compras com você, pois eu terei de dar uma saidinha para resolver alguns problemas das encomendas que fiz para as aulas deste ano. Aparentemente eles se confundiram e as comidas que eu pedi foram parar em beauxbatons. Ao Mencionar a escola Hagrid deu um sorriso, Harry sabia que ele provavelmente estava se lembrando de Madame Maxine, porém resolveu deixar o amigo pensando que ninguém sabia do caso dele com a diretora.
-Está bem, você sabe onde eles vão estar?- Perguntou o menino tirando Hagrid de seus devaneios.
-Ah... Eles combinaram que estariam hospedados no Caldeirão Furado, eles estão hospedados lá desde ontem. - Disse ele – Preparado para mais um ano em Hogwarts meu garoto?
-E para mais coisas estranhas acontecerem né Hagrid?- Os dois caíram na gargalhada ao comentário de Harry.
Após chegarem à entrada do Caldeirão Furado Hagrid constatou que era muito cedo, então falou para Harry que era melhor os dois tomarem café da manha juntos, enquanto esperava que todos acordassem.
Enquanto isso em um dos quartos a cima uma garota e seu pai se arrumavam para ir as compras para os novos materiais escolares. A garota tinha o cabelo loiro escuro, compridos e encaracolados, ela era magra, e muito bonita. Seus olhos bastante negros lembravam o pai, pois todo o resto havia puxado a mãe.
O homem que estava com ela revisando a lista de material tinha cabelos pretos e lisos, um pouco mais compridos que o normal, os olhos pretos que expressavam uma tristeza que quase sempre era confundida com ódio ou desprezo. Aquele homem havia sofrido muito sua vida inteira, e estava sempre alerta para proteger as pessoas que amava, mas pagava um preço alto. Vivia sempre longe de sua filha, e era constantemente ridicularizado por seu jeito de ser, mas os acontecimentos de seu passado o havia tornado esse homem.
-Mas pai, porque você só resolveu me trazer para Hogwarts esse ano? – Perguntou a garota com cara de quem já havia feito essa pergunta muitas vezes, mas que até agora só havia recebido respostas evasivas.
-Eu já te expliquei, eu conversei com Madame Maxine e nós resolvemos que você ficaria melhor em Hogwarts, perto da família, já que todos moram em Londres.- Disse o homem fugindo do olhar da filha e lhe dando a mesma resposta de sempre.
-E por que eu não posso ir ao Beco Diagonal com você do jeito que é?- Disse a menina começando a bateria de perguntas que o pai sempre dava um jeito de fugir.
-Porque é melhor que todos descubram que você é minha filha apenas quando chegarmos em Hogwarts, se não os alunos não vão mais me deixar em paz! E vamos parar logo com esse interrogatório, que nós temos muita coisa para comprar, você não estudava em Hogwarts e agora terá todo seu material renovado. E eu vou mudar um pouco para não ser reconhecido. O que a senhora excelentíssima sugere?- Falou o pai em um tom brincalhão.
-Para começar um cabelo mais curto, um nariz menos pontudo, roupas trouxas e é claro a cor dos olhos terá de ser outra. Que tal verdes? – Começou a menina em um fôlego só.
-Que tal você ir parando por ai, se não vou achar que está escolhendo um pai novo, e que não vai me deixar voltar a ser como antes.
-Não seja bobo, eu amo você de qualquer jeito pai! – Disse a garota abraçando o pai fortemente. – Sabe, às vezes eu queria que a mamãe tivesse aqui.
-Eu também meu amor, eu também. - Disse ele se afastando e enxugando uma lagrima que corria em seu rosto, e apontando a varinha para ele mesmo. – Mãos a obra então.
Harry estava tomando seu café quando duas pessoas desceram as escadas da “hospedaria”, a menina era muito bonita, porém o homem que estava com ela era familiar a Harry, mas ele não lembrava de onde. Eles não cumprimentaram ninguém que estava lá, mesmo que só estivessem Hagrid, Harry e mais uma bruxa no balcão, parecendo morta de sono, mas sem dinheiro para alugar um quarto.
-Quem eram aqueles Hagrid? – Perguntou Harry em sussurros após as pessoas terem saído do estabelecimento.
-Eu não sei Harry, porém a menina me lembra uma aluna de Hogwarts que estudou lá a muito tempo. – Disse Hagrid com tristeza
-Às vezes é a filha dela?- Tentou Harry um parentesco para ver se fazia o amigo lhe dizer mais.
-Não sei Harry, a aluna de quem eu te falei morreu à muito tempo. Na verdade ela morreu no mesmo dia que seus pais Harry. - Disse ele com um tom melancólico.
Após eles terminarem o café os Weasley desceram, junto com Hermione, que era acompanhada pelos pais, eles decidiram não tomar café e ir logo comprar os materiais, pois se demorassem muito a sair as lojas ficariam com filas muito grandes, já que esse era o ultimo dia de férias.
Todos eles conversaram animadamente, e contaram sobre as férias que tiveram, Hermione como sempre fora para um lugar turístico com os pais, pois esses como eram trouxas gostavam bastante, Rony contou a todos que havia melhorado muito como goleiro, e até os gêmeos admitiram que ele estava bem melhor. Não que eles fosse ruim, mas ele havia treinado bastante, queria muito entrar para o time.
Após a compra de vários itens escolares eles se encaminharam até a ultima loja onde tinham que comprar os livros, os olhos de Hermione brilhavam ao entrar na loja, ao que parecia seus pais iriam comprar mais livros extracurriculares para ela esse ano, e a paixão de Hermione sempre fora ler.
A loja estava quase vazia a não ser por duas pessoas, os mesmo que Harry havia isto sair do Caldeirão Furado aquela manhã, a menina loira e o pai, eles estavam pegando livros das prateleiras, aparentemente competindo para quem pegava mais livros.
-Pai, qual o limite de livros esse ano?- Perguntou a menina olhando para a pilha que o pai fazia.
-Nem pensar mocinha, eu preciso desses livros, e você pode ler alguns dos meus, agora nem pense em aumentar a lista de extra Hogwarts que eu vi você fazer ontem à noite. Você já me fez pedir a Dumbledore para cursar mais matérias do que ele normalmente deixa os alunos fazerem, além de que você vai estar um ano adiantada.
Hermione olhava para a garota com certa curiosidade, afinal ela era uma das poucas que era fã por estudo. Rony olhava para menina incrédulo, ele nunca pensaria que outra pessoa que não era Hermione compraria livros que não era pedidos, e a pilha que ela fazia de livros deixava a de Hermione para traz. Harry continuava a pensar que já havia visto o homem em outro lugar, mas quando pai e filha repararam que eram observados resolveram parar de pegar livros.
-Olha quantos livros de Poções nós vamos ter esse ano, isso quer dizer que nossas aulas com o Snape vão ser mais do que as que agente tinha ano passado. - Disse Rony com raiva.- Eu realmente odeio ...
-Cuidado com o que fala às vezes pessoas erradas podem te escutar. - Disse a menina para Rony
-E quem é você? – Perguntou um dos gêmeos interessado na audácia da menina.
-Meu nome é Alari Snape. - Com isso a menina saiu acompanhada do homem, que havia mando entregar os livros na escola. Foi ai que Harry perceberá, o homem que ele havia reconhecido era o professor de poções.
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