º Meus Confusos.. Sentimentos



Depositou a gatinha delicadamente entre as patas de Sam, deu- lhe um tapinha na cabeça e levantou-se, acompanhando Harry até o carro.
A estrada estava coberta por nuvens escuras e era varrida por um vento frio que entrava pelas frestas do vidro do carro. As árvores balançavam loucamente, como se a qualquer momento fossem desprender-se do solo com uma rajada mais forte. O assobio eternamente, melancólico do vento não cessava um só instante.
Harry dirigia em silêncio, concentrado, impenetrável. Ela se virou para olhá-lo.
- E se descobrirmos que tenho um lar... alguém... o que vamos fazer a respeito do nosso casamento?
- Eu já lhe disse - respondeu ele friamente. - Casamentos podem ser desfeitos facilmente.
- Principalmente quando nunca existiram - comentou ela com amargura.
- Você é legalmente minha esposa - disse ele com indiferença.
- Não - argumentou desesperada, como se esperasse que ele dissesse o contrario. – Foi tudo um erro.
- Estamos casados, até que volte à sua antiga vida, vamos continuar assim - disse sem olhar para ela.
Ela continuou argumentando.
- Deve haver alguém... - Calou-se, trêmula.
Harry a olhou com o rosto duro.
- Alguém esperando? Acha que não pensei nisso? Seja ele quem for Hermione, tenho certeza de que não era seu marido, você era virgem quando a possuí.
- Harry! - murmurou com voz trêmula.
- Desculpe se estou sendo bruto, mas, se existe um homem, como vai explicar o fato de ter dormido comigo?
Ela cobria o rosto com as mãos, gemendo. Harry parou o carro no acostamento e virou-se para abraçá-la. Ela o empurrou raivosamente.
- Deixe-me! Será que ainda não me maltratou o bastante?
- Lyn - murmurou ele.
- Lyn, não!
Aquele nome fez com que a raiva dela aumentasse ainda mais.
- Não me chame assim... odeio você! - Esbofeteou com força e encolheu-se, sentindo raiva e vergonha ao mesmo tempo.
- Não me odiava ontem à noite - disse ele, cortante.
Ela se contraiu de raiva e vergonha.
- Seu... seu animal
Harry jogou-a contra o banco e comprimiu seu corpo contra o dela, procurando-lhe a boca numa ânsia punitiva, que a deixou impotente diante de tanta fúria. Agarrou-a pelos cabelos, forçando-lhe a cabeça para trás até que os lábios dela se entreabriram numa resposta indecisa.
Lentamente ele afastou a cabeça, como se isso lhe custasse, e observou o rosto afogueado com satisfação e desejo.
- Não comece nada que não possa terminar Hermione – disse com voz pausada.
Ela se endireitou no assento, passando a língua trêmula sobre os lábios secos. Harry ligou o motor e partiram em silêncio. De alguma forma, aquela explosão de violência desanuviou o ambiente entre eles, como se ambos estivessem precisando colocar para fora os sentimentos reprimidos.
O Hotel Balmoral era uma construção rustica de pedras, como a maioria das casas locais, localizada entre jardins bem tratados que conservavam a beleza mesmo agora no inverno. Entraram jun­os no amplo vestíbo-lo e foram recebidos por um homem moreno e atarracado, que encarou Hermione fixamente.
- Como está srta. Granger? – Estendeu a mão. - Lamento muito o acidente que sofreu, ficamos imaginando por que não teria voltado. Mas, como disse que ia visitar sua irmã, imaginamos que tivesse decidido ficar por lá. - Manteve o ar mais discreto possível.
- Às vezes um hóspede ou outro se esquece de reclamar a bagagem e nós a vendemos depois de determinado tempo. No seu caso, decidimos esperar um pouco mais.
- Estou muito agradecida - disse ela timidamente. Percebeu que o homem a reconhecera e ficou embaraçada por não se lembrar dele.
- Quanto lhe devemos? – perguntou Harry, retirando do bolso um talão de cheques.
O gerente disse o total, Harry fez o cheque e entregou-o a ele.
- Obrigado, sr. Potter - disse o gerente, sorrindo. – Minha esposa e eu fomos a sua última exposição em York... Gostamos muitíssimo.
- Obrigado - disse Harry amavelmente.
- Posso lhes servir um drinque? - perguntou o gerente.
- Não, obrigado - disse Harry. - Estamos com um pouco de pressa. Se puder trazer-nos a mala...
- Naturalmente - respondeu o homem, retirando a mala de um armário sob o balcão. - Excelente couro – observou passando os dedos sobre o material. - Imaginamos que um artigo de tão boa qualidade não seria deixado para trás de propósito.
Harry sorriu.
- Entendo. Bem, felizmente tudo terminou bem.
- Não a abrimos - disse o gerente. - Para isso seria necessário forçar a fechadura e nesse caso a mala estaria arruinada.
Hermione não conseguia tirar os olhos da mala macia, com alça de couro e fechadura de ouro. Provavelmente ali estava a possível resposta a seu passado e ela tremia de ansiedade enquanto Harry trocava as últimas gentilezas com o gerente.
Assim que chegaram ao carro ela disse:
- Abra-a Harry.
- Só quando chegarmos em casa - respondeu secamente.
- Harry, não vou conseguir esperar - murmurou ela.
- Tenha um pouco de paciência.
- Paciência! Estou a ponto de explodir, não seja cruel, Harry!
- Não tenho com que abri-la - disse com um suspiro de impaciência. - Você não está com a chave, Hermione. Vamos ter que fazer o que o gerente estava relutando tanto em fazer: arrebentar a fechadura, a não ser que eu encontre um jeito de abri-la. - No caminho de volta, o som sinistro do vento intensificou a sensação de pânico que a dominava.
Ao chegar, esperava-os uma surpresa, o carro de David Lane estava estacionado diante da casa, Harry olhou-o com raiva e Hermione sentiu que seus nervos se contraíam, Harry ainda sentia ciúme de David, o que provava que não havia esquecido Lyn, a verdadeira Lyn.
David estava com a gata no colo quando entraram na cozinha. Pareceu um pouco embaraçado quando Hermione passou por ele sem cumprimentar.
- Dei uma passada para ver como estão as coisas - gaguejou, evitando o olhar frio de Harry.
- Está tudo ótimo – disse Harry bruscamente.
- Linda gatinha - David falou, animado. - Leve-a para tomar algumas vacinas um dia desses.
Harry abriu a porta.
- Está bem. Até logo, David.
Embaraçado, David saiu sem dizer nada. A sra. Potter olhou para o filho compreensivamente.
- Por que não lhe dá um murro, se é isso que quer? - perguntou, divertida.
- Talvez eu faça isso se ele vier atrás dela outra vez – retrucou com voz carregada.
- Não sou Lyn - disse Linda com amargura. - Não está esquecendo disso, está?
- Não estou esquecendo nada - respondeu ele com raiva. - Você é minha esposa e não quero David andando trás de “você”.
Ela fitou-o, incrédula, e disse, tentando parecer indiferente.
- Abra a mala Harry, pelo amor de Deus!
Ele colocou a mala sobre a mesa. A sra. Potter olhou-a com admiração.
Ei, que beleza! Pelo jeito você não é nada pobre menina. Harry saiu por uns minutos e voltou com uma chave defenda e um martelo. A mãe olhou-o assustada.
- O que vai fazer com isso, filho?
Harry não respondeu. Com uma expressão carregada no rosto, colocou a chave sobre a fechadura e golpeou-a com o martelo. A mãe deu um grito horrorizado quando a fechadura de ouro saltou no ar.
- Não havia necessidade de ser tão violento, Harry – disse, reprovando-o.
- Havia sim, toda a necessidade - respondeu ele bruscamente.
Hermione percebeu que ele tivera necessidade de cometer aquele ato violento da mesma maneira que na noite anterior a possuíra com brutalidade semelhante.
Ele levantou a tampa e todos olharam com ansiedade para os objetos que havia lá dentro. Hermione aos poucos foi retirando algumas peças de roupa, todas delicadas e de cores discretas: uma calça amarela, algumas, camisetas, algumas roupas de baixo. Não ficou surpresa ao vê-las, como havia ficado ao ver as roupas que pertenciam à outra, pois elas estavam de acordo com sua personalidade.
Em um compartimento fechado com zíper encontrou uma bolsa de documentos. Abriu-a e encontrou uma série de papéis, o primeiro foi um passaporte inglês que se abriu de repente, revelando uma fotografia dela própria. Passou os olhos pelas anotações. Idade: 22. Cabelos castanhos. Olhos: castanhos. Marcas características: nenhuma.
- Não menciona minha marca de nascença - disse ela com angústia.
Harry pegou uma folha de papel que tinha caído de dentro do passaporte e leu-a com expressão carrancuda, entregando-a em seguida a ela.
- 0 homem desconhecido - disse friamente.
Ela corou e começou a ler, cada vez mais embaraçada.
"Minha querida Hermione. Essas flores levam uma mensagem de profundo amor e a esperança de que muito em breve esteja novamente conosco”... - A carta continuava por mais dois parágrafos, mencionando sua viagem à Inglaterra e qualquer coisa sobre "deveres de família", mas sem nenhuma referência específica que pudesse ajudá-la. Surpresa foi um endereço, que leu duas vezes: Rímini, na Itália.
Harry estava lendo o passaporte quando ela ergueu os olhos.
- Pela data dos carimbos, você estava na Inglaterra há apenas dois dias quando sofreu o acidente - disse. - Isso explica por que ninguém a procurou. O único homem que sabia da sua viagem provavelmente não tinha idéia de onde procurá-la. - Seu rosto estava sério. - Pobre Emílio. Deve estar pensando que você fugiu.
Ela olhou para a carta, os dedos trêmulos, depois subiu correndo as escadas e se atirou na cama.
Harry também subiu e sentou-se ao lado dela, na cama, acariciando seu cabelo.
- Não seja tão trágica! - disse ele com delicadeza. - Explicaremos tudo a ele, se tiver um pouco de compreensão humana, vai entender que você não tem culpa nenhuma.
- Se estivesse no lugar dele, você perdoaria? - perguntou entre soluços.
A mão dele se contraiu e ela sentiu tensão nos cabelos.
- Nessas circunstâncias... - começou com hesitação. De repente sua voz tremeu. - Não, diabos, não perdoaria.
- Não devia ter me casado com você – murmurou tristemente. - Oh, meu Deus, não devia ter sido tão tola!
Harry saiu do quarto sem dizer mais nada e ela ficou ali deitada, num silêncio desesperado, desejando estar morta.
Depois de algum tempo Harry voltou. _
- Quer ir até York hoje? - perguntou bruscamente.
Ela continuava deitada no mesmo lugar, com o rosto mergulhado no travesseiro. Balançou a cabeça sem dizer nada, incapaz de conter um gemido angustiado.
A sra. Potter trouxe-lhe um jantar leve e insistiu para que comesse. Hermione enxugou as lágrimas tentando sorrir.
- Desculpe, estou sendo muito infantil. Afinal de contas, não há novidade alguma sobre minha vida.
- Coma e tente dormir um pouco - disse a sra. Potter. Está apenas precisando de uma boa noite de sono.
Hermmone comeu um pouco e desceu para levar a bandeja até a cozinha. Harry estava sentado lá, com os cotovelos apoiados sobre a mesa e um olhar distante. Havia uma garrafa de uísque diante dele. Como ele não costumava beber, Hermmione ficou um pouco preocupada.
Deixou a bandeja e voltou para a cama exausta, adormecendo em seguida, um sono profundo e inquieto, agitado de vez em quando por sonhos angustiantes.
Sonhou que estava outra vez perdida no meio da névoa toda molhada e com o rosto banhado de lágrimas, gritando desesperadamente por Harry, que se afastava cada vez mais, embora ela corresse sem parar...
Acordou sobressaltada, ouvindo a voz dele, e encontrou-o sentado ao lado da cama com os braços em volta dela. Suspirou, deitando a cabeça no peito nu do marido. Ele vestia só a calçado pijama e estava com a pele fria, como se estivesse se despindo quando a ouviu gritar.
Acariciando o cabelo dela com uma das mãos, enquanto com a outra apertava-a firmemente contra o peito. Ela o abraçou e comprimiu as mãos contra as costas dele, soluçando.
- Tive um pesadelo - murmurou com voz insegura. - Harry, foi horrível!
- Agora está tudo bem - murmurou ele, inclinando a cabeça sobre os cabelos dela. – Eu estou aqui, meu bem. Você está segura, Hermione.
- Fiquei muito assustada... não conseguia encontrar o caminho...
- Eu sei - murmurou ele, esfregando suavemente o rosto nos cabelos dela. - Eu sei. - Muito de leve desceu a mão pelo pescoço e pelas costas de Hermione. A carícia aos poucos foi fazendo com que ela se acalmasse, segura e protegida nos braços dele.
Ele quis soltá-la e afastar-se, mas as mãos dela o seguraram com força.
- Não, Harry, não vá.
- Agora está tudo bem, Hermione - disse delicadamente. – O pesadelo já passou.
- Não me deixe sozinha, por favor. Estou com medo do escuro... é como a neblina... Harry, não vá embora! - Agarrou-se desesperadamente á ele, afundando o rosto no peito forte.
Os braços de Harry a envolveram ferozmente e ele gemeu de encontro aos cabelos dela.
- Hermione, será que preciso dizer por que não posso ficar? Não percebe o que me faz? Não vou conseguir manter meu autocontrole por muito tempo se ficar aqui a seu lado.
Ela suspirou, sem se mover.
- Desculpe, não quero bancar a tola outra vez.
Empurrou-a para trás, sem soltá-la, e segurou-a com mãos de ferro. O verde dos olhos dele estava ainda mais escuro.
- Meu Deus, Hermione, pensa que quero ir? -Sacudiu-a com violência, o rosto contraído pela mesma selvageria com que quebrara a fechadura da mala. Ela tremeu ante aquela onda de fúria.
- Harry, desculpe.
- Desculpar? - repetiu. - Antes cheguei a pensar que estivesse tentando deliberadamente fazer com que eu perdesse a cabeça, mas descobri que sua inocência é real Hermione. - Os olhos dele percorreram o corpo esbelto com paixão. – A coisa que mais desejo é ficar aqui. Só o fato de vê-la com essa camisola faz meu sangue ferver. Sou um homem, não um robô, e a noite passada ainda está muito clara na minha mente.
- Não diga mais nada, Harry ... murmurou ela escondendo o rosto, sem conseguir conter as lágrimas.
Harry murmurou uma exclamação irritada e abraçou-a novamente.
- Pare de chorar - disse asperamente - Meus Deus Hermione, se pudesse apagaria tudo o que aconteceu ontem.
- Acredito em você - disse ela com voz embargada. O que ele lamentava era ter feito amor com a pessoa errada, e agora sentia pena dela. As palavras apaixonadas que dissera não tinham valor algum, pois eram dirigidas à sua irmã, a quem Harry queria de verdade.
Ele a segurou pelo queixo e ergueu-lhe a cabeça com delicadeza.
- Será que algum dia vai conseguir me perdoar? - perguntou com ansiedade. – Ou o que aconteceu vai estar sempre entre nós? Será que vai ser capaz de esquecer a brutalidade com que a amei ontem? Eu devia ter percebido que você era tão inocente quanto aparentava... tudo indicava isso! Mas eu prossegui cegamente, sem me importar com o que estava vendo, porque simplesmente não podia acreditar. - Passou a mão delicadamente pelo rosto molhado de Hermione. - Como gostaria que nada disso tivesse acontecido.
- Não tem importância - disse ela com voz sofrida, tentando reunir os restos da sua coragem. - Não se recrimine Harry.
Os olhos dele fuzilaram:
- Não tente tornar as coisas mais agradáveis, sei o que fiz a você e com que ferocidade.
Ela sentiu o rosto afogueado e soltou uma exclamação patética de protesto.
- Está bem Harry, se quer que diga que o odeio, então aí vai: eu o odeio! – Olhou-o com raiva. - Não consigo perdoá-lo e odiei tudo o que aconteceu entre nós ontem à noite!
Um sorriso estranho e terno brotou dos lábios dele.
- Querida... - disse com tanta suavidade que o coração dela começou a bater descompassadamente. Ele se inclinou e passeou os lábios pelo ombro dela. Hermione se contraiu e fechou os olhos.
- Não, Harry.
Os lábios dele cobriram os dela, sem que Hermione pudesse evitar a repentina onda de desejo que a invadiu. Trêmula e ansiosa, entregou-se toda num abraço, sentindo que o coração de Harry batia tão violentamente quanto o dela. Deitou-se sobre os travesseiros, atraindo-o para baixo com os braços, incapaz de pensar, suave, vulnerável, consciente de que não seria capaz de recusar nada a ele.
Harry deu um gemido e afundou o rosto no pescoço dela.
Meu Deus, precisamos parar com isso! - gemeu. - Hermione, ouça-me. Não se esqueça de que existe aquele maldito homem, na Itália, esperando que sua querida Hermione volte para ele. - Havia um profundo sarcasmo na última frase. - Nunca pensou que, quando recuperar a memória, pode descobrir que o ama

Ela abriu os olhos, incerta. Era verdade, pensou consternada.
Quem podia garantir o que a esperava na vida que havia deixado?
- Deve sentir alguma coisa por ele - disse Harry agressivamente. – Nenhum homem escreveria daquela forma a uma mulher se não tivesse certeza de ser correspondido, especialmente a uma mulher doce como você, Hermione. - Sentou-se e olhou-a com um sorriso irônico.. – Seu rosto é quase transparente e isso costumava deixar-me totalmente confuso enquanto pensava que era Lyn. No fundo, achava impossível que toda aquela inocência fosse forjada.
Ela desviou os olhos, tremendo. Seria possível amar dois homens? Se estivesse apaixonada por esse Emílio, será que teria se entregado tão profundamente a Harry?
Ele a olhava como se quisesse adivinhar o que se passava por trás daqueles olhos verdes.
- Até que recobre a memória, não há maneira de descobrir o que sente realmente, e por quem. - Levantou-se. - Durma um pouco agora.
- Harry... – O chamado ansioso interrompeu os passos dele em direção à porta. - Você não está sofrendo de amnésia. - Ele se virou lentamente.
- E daí?
- O que sente por... minha irmã? – Fez uma pausa e mordeu o lábio. Queria perguntar o que sentia por ela, mas não foi capaz.
Ele se, aproximou novamente e ergueu-lhe o queixo com uma das mãos, como se já houvesse compreendido a razão da pergunta.
- Por quê?
- Curiosidade...
- Ele deu um sorriso divertido.
- Sua irmã é uma cadelinha venenosa. Conseguiu conquistar-me antes que a conhecesse bem. Sou humano, e não consegui resistir a um corpo bonito e a um sorriso sedutor. Mas o ser humano por baixo dessa aparência era corrupto e totalmente repugnante para mim. Uma mulher precisa muito mais do que uma aparência atraente para ser amada. Isso responde a sua pergunta?
Ela não conseguiu encará-lo.
- Acho que sim - sussurrou.
- Tem certeza, Hermione? - Enfiou a mão por baixo dos cabelos soltos e acariciou o pescoço delicado.
O olhar que ela dirigiu a ele não deixava dúvidas.
- Vou embora antes que caia na tentação de responder à pergunta que você acha tão difícil de fazer, Hermione - disse com um sorriso. - Levaria muito tempo e eu não seria capaz de parar.
Quando Harry saiu, ela deitou-se e ficou imaginando o que ele queria dizer com aquelas palavras.


Foram para York no dia seguinte procurando antes de mais nada a galeria de arte que Harry tinha lhe mostrado uma vez. A roupa de Hermione, calça verde e blusa branca, parecia completamente inadequada à rígida formalidade do vasto salão. Ela reparou sem interesse que as paredes estavam cober­tas de quadros, na maioria de temas abstratos. No fundo da sala estava uma jovem elegantemente vestida, cuja aparência ajustava-se muito bem àquele ambiente. Virou-se para eles, mas um homem surgiu da porta do escritório, lançou um olhar a Hermione e exclamou.
- Meu Deus! – No rosto dele surgiu um sorriso satisfeito. - Ora vejam só quem está aqui! Lyn, meu anjo, o que está fazendo aqui em York?
- Onde esperava que estivesse? - perguntou Harry, mantendo-se ao lado dela para lhe dar coragem para enfrentar o homem.
O homem passou a mão pelo cabelo cor de prata com um gesto de irritação.
- Não me diga que voltou para ele, Lyn. Pensei que estivesse tudo acabado.
Hermione passou a língua pelos lábios secos e olhou para Harry.
- Eu... não sou Lyn - disse com voz insegura. - Sou Hermione Granger, irmã gêmea de Lyn, e estou à procura dela.
O homem pareceu confuso. Correu os olhos pelas roupas de Hermione, pelo cabelo levemente ondulado, porem liso , pelos olhos castanhos.
- Você está brincando, Lyn. Nunca teve uma irmã gêmea! Aliás, nunca teve ninguém.
- Escute – interrompeu Harry - deixe de lado suas conclusões. Queremos apenas saber onde está Lyn se é que sabe dela. É vital para nós encontrá-la.
- Não tenho a menor Idéia! – disse o homem com delicadeza, dando de ombros. - Como está indo o trabalho, sr. Potter? Preciso ir até lá qualquer dia para dar uma olhada. Ainda pinta retratos?
- Muito lucrativo - respondeu Harry com ironia. - Obrigado.
– Uma outra exposição não lhe faria mal - disse o outro com um sorriso ligeiro. - Faria Lyn?
Naquele instante, uma mulher alta e ereta, vestindo um casaco de peles, entrou na galeria, olhando friamente em volta. O homem correu para ela, murmurando apressadamente:
- Oh, desculpe-me... Ginny Weasley, é um prazer vê-la novamente!
Harry caminhou pela sala, examinando com desagrado as pinturas cubistas de cores vivas, e Linda permaneceu no meio do salão, desconsolada ante a idéia de que haviam chegado em outro beco sem saída.
A linda moça de casaco olhava para Harry com ar coquete. Ele se virou e Hermione percebeu, com uma ponta de ciúme, que Harry a observava com interesse. Uma expressão que ela nunca vira antes estampou-se no rosto dele, provocando uma reação instintiva, na mulher, cujo corpo se contraiu sensualmente.
Sera sido assim que Harry conquistou Lyn? Pensou Hermione com amargura. Encarando-a com esse sorriso interrogativo, deixando claro que a desejava? Virou-se, tremendo de ciúmes, e deparou com a própria imagem refletida no vidro da janela, representando a completa ausência de sofisticação... Parecia uma adolescente comparada a essa mulher. Será que Lyn, sua irmã desconhecida se parecia com essa moça? Recordou com amargura o rosto, felino e sensual da pintura de Harry. Ele tinha dito que jamais dormira com Lyn, mas seria possível um homem pintar o corpo da mulher que amava sem jamais tocá-la? Encarou fixamente as fileiras de pinturas abstratas, cujas cores e formas pareciam girar num turbilhão provocado pelos sentimentos perturbados de Hermione.
Harry apareceu inesperadamente diante dela, com, a expressão indefinível. Hermione ergueu os olhos para ele, esperando que seu rosto não traísse as emoções que sentia.
- Por que não vai almoçar? - disse ele suavemente. - Compre uma roupa nova e depois procure um restaurante. Encontro você às três horas, aqui mesmo.
O rosto de Hermione se contraiu, mas ela se esforçou para manter os olhos frios.
- Como queira - respondeu com falsa tranqüilidade.
Harry abriu a porta e ela saiu sem olhar para trás, sentindo uma dolorosa pontada na boca do estômago. Com certeza ia almoçar com aquela mulher, pensou. Que tola tinha sido na noite anterior de pensar que ele pudesse estar apaixonado por ela!
Tinha sido tão cruelmente ferido pelas aventuras de Lyn com outros homens, que já devia ter perdido o gosto por essa espécie de relacionamento, pensou Hermione, e no entanto... flertava com uma mulher parecida com ela, lançando-lhe olhares claramente convidativos. Tentou deixar de lado esses pensamentos tristes e entrou em uma galeria, determinada a fixar sua atenção nos objetos expostos. Mas a imagem de Harry e da moça da galeria não a abandonavam.


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Bom, gnt eu disse que nao iria postar enquanto nao postasse o cap. da minha outra fic, mais nao tem como.. vcs sao tao maravilhosos que eu acabei postando rapidim, curto.. mais postei e espero que vcs gostem.. so nao fiz mais, pq eu to morrendo de sono, com os olhos ate ardendo.. mais to aqui pq vcs sao d+++.. mtooo obrigada a toddooossss!! por tddddddoooo msmooo.. e desculpem qualquer coisaaaa...!!!

especias para:




* Carla Ligia Ferreira * Ola Carla.. td bem? Fico realmente feliz de saber que gostou do cap. E espero que tenha gostado tanto desse quanto do outro.. o Harry foi mesmo um monstro, mais agora acho que ele foi mais calmo. Que se acha? Mto obrigada por seu comentario e sua visita..!! abraços!!



* Amor * Oii Amor, tadinha da Mione msmooo.. esse Harry foi cruel, mais agora as coisas estao se ajeitando e acho q o Harry ta melhorando ne? Que bom que gostou do cap. E espero que tenha gostado desse tb.. acho seu nick fabuloso e totalmente diferente.. parabens!! mto obrigada pela visita e pelo comentario..!! abraços!!



* Monalisa Mayfair * Oiii Monalisa.. por mais que vc já tenha tido que adora a fic, eu fico feliz d+ cada vez que leio de novo, e de novo.. isso motiva a gnt d++.. mto obrigada por adorar a fic, mais com certeza vc não adora ela, mais do que eu amooo seus comentarios.. são amaveis!! fiquei realmente surpresa que tanta gnt tenha ficado com pena do Harry no cap. Anterior.. mais isso acho que foi mto bom, que bom que vc tb fico mais o menos.. temos que amar nosso harry acima de qualquer coisa acho ne? Mto obrigadoo por seus comentários e sua visita..!! abraços!!



* Mione Malfoy * Oiii Mione.. td joia? O Harry realmente foi ao poço p descobrir a verdade, de um jeito doloroso, mais pra Mione do que pra qualquer um mais pelo menos ele descobriu a verdade.. fico mto feliz por seus comentários e sua visita..!! mto obrigadaaaa!!



* Dany Fabra * Oiii, fic atualizada. Mto obrigada por seu comentario e sua visita.. espero que continue lendo e gostando..!!



* Melissa Craft * Oii Mel, como vai? Tomara msmo que o Harry esteja se achando um lixoo..!! ele foi cruel.. espero que goste desse cap. E desculpe qualquer coisa.. agora sim nossa Mi chego p arrebentar..!! mto obrigada por seus comentarios e sua visita.. são mto importantes! abraços!!



* Kelly**Dodges_ * Oiiii joia? Concordo plenamente que o Harry seja um tipo doido de demente..!! ele num tem noçao nao? Q coisa horrivelll.. nem eu msma aprovei!! ainda to na ideia de vc bate e eu seguro e vice-versa..!! caracaa, tu vai pro Rio? Deve ser otimoo laaa!! as praiass... e td mais.. cada carioca tb ne? Boa sorteee p ti msmooo... sim o Harry é mto gostoso e só por isso a gnt quase perdoa ele.. bom, ta acabando msmo, mais ainda tem mais.. mto obrigada por seus comentarios, eu sempre fico tao feliz com eles..!! abraçosss!!



* Laninha Potter * Oii lana..!! sim deu pena, raiva, tantas coisas no cap. Anterior ne?eu tb me senti assim... e que bom que vc gosto do cap. E das surpresas, não tao surpresas, pq mtaa gnt já sabia hauahaha.. mto obrigada por sua visita e seus comentarios.. são de grande importancia... abraços!!



* •Luxúriα Blαck• * Oiiiii.. td bem? Espero que goste desse cap. Tanto quanto dos outros.. e o Harry é uma coisa confusa, uma hr ta feliz.. outra zangado.. a gnt nunk intende.. hahaha terapeuta? Adoreiii essa.. como eu to sem money nenhummmm, e todo meu fundo ta indo p compra de novos livros, economizando ate balinha.. postei ai p vc..!! huahaahahua.. mto obrigada por seus comentarios..abraçosss!!



* Nick Granger Potter * Oii Nick.. pontos e pontos p vc!!! vc acerto mtoa coisas, se não todas ne? Meus parabens.. e bem vinda ao clube das que acharam o Harry um bruto com a Hermione..!! e mto obrigada por seus amaveis comentarios..!!!abraçosss!!



* Diany ~ ♥ ~ DyP ~ ♥ ~ Paula * Oii.. bom eu não posso dizer que odeiooo o Harry pelo que ele fez.. mais os pontos dele cairão bruscamente comigo.. e com vc? Sim, sim, sim.. que ele prestasse mais atenção msmooo.. Homens.. todos ignorantes..faze o que? Rsrsrs Bom, sera que a Lyn vai apanha? Num sei hehehe.. num lembrooo.. mais o proximo cap. A gnt fik sabendo ok? bjkss!!



* Jéssy Nefertari * Oiii Jessy... eu tb estou horrorizada com o Harry.. não aprovava o comportamento dele, e agora intaooo.. ¬¬' grosso..!! é a Mione apareceuu.. espero que tenha gostado desse cap. Onde nossa Mione entra em açao.. bom, ela tava em açao desde o começo ne? Acho.. hauahaha q coisaaa.. mais mto obrigada por seus cometario.. abraçosss!!



* Edilma Morais * Oiiii Edilma.. c sabe que eu sou sua fan ne? Entaoo ta!! hehehe sou msmo.. eu tb estou sentindo cada hr uma coisa com esse Harry doidaoo..!! mais aliviada pela Mione ter dado as caras.. msmo já dando desde o começo hehehe..espero msmo que o amor possa td ne? Veremossss.. mto obrigada e abraçosss!!



* Bru Potter * Oiiii, fico realmente feliz que vc tenha ficado, lendo, lendo e lendo a fic.. mais cuidado p não faze mal fik mto no pc viu??!! hehehe tb não gostei do que o Harry faz e fez.. mais infelismente é o que faz a fic ne? Seria bom ele ser um pouco mais camarada.. mais acho que o lado bom dele ta aparecendo.. é sim, a Lyn infelizmente pode ser chamada dos nomes mais banais... pq é o que ela é.. a Mione nao.. tadinhaa. O Harry merece mta coisa p compensa o que ele fez a Mi.. e a Sra. Potter é uma pessoa amavel se vermos bem.. mto obrigada por sua atençao e seu comentario..!! abraços!!




* Lorena Benni * Oiii.. menina vc deve ser o cara p ler.. ler todos rapidos assim.. mais que bom que gosto da fic e espero que continue gostando.. mto obrigada pela visita e por tdd!! abraços!!
















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