º Sentimentos a flor da pele º
Um dia antes do casamento, Harry levou-a até York e insistiu em comprar algumas roupas para ela. Esperou enquanto ela esco¬lhia algumas peças e depois pagou com um cheque.
- Até que você foi comedida. Esperava uma conta maior que esta.
As compras resumiam-se a dois conjuntos de jeáns, um azul e outro verde, uma saia preta de pregas e três blusas, além da roupa que usaria no dia do casamento: um vestido cor-de-rosa pálido, de mangas longas e ampla saia.
Harry olhou tudo com indiferença.
- Muito apropriado - comentou num tom que a fez corar. Como Harry precisava tratar de alguns negócios, deixou-a por meia hora antes de voltar para pega-la. No caminho de volta, passaram diante de uma grande janela de vidro.
- Era aqui que você trabalhava.
Lyn olhou ansiosamente para a galeria, mas não sentiu nenhum sinal de reconhecimento. Harry óbservou-a atentamente depois ace¬lerou sem dize nada.
Casaram-se no dia seguinte. Lyn mal tomou conhecimento do que estava se passando, consciente apenas do olhar de Harry sobre ela e da sua própria vulnerabilidade em relação a ele. Depois da cerimônia voltaram todos para Wind Tor, e Lyn e a sra. Potter prepararam uma refeição fria, que comeram em si¬lêncio. Depois do almoço, Lyn levou Sam para um passeio enquanto a sra. Potter lavava as louças. O ar estava gelado e as folhas secas espalhavam-se com o vento trazido pelo inverno que se apro¬ximava. Restavam poucas amoras nos arbustos. Ela e sra. Potter tinham passado todo um dia preparando geléia de maçã e de amora, guardando os potes na despensa.
Voltou para casa com relutância. Estava tudo silencioso e vazio. Um pouco intrigada, foi até o quarto da sogra, mas, como não obteve resposta, rêsolveu ir para o próprio quarto trocar de roupa. Procurou as roupas que havia comprado, mas encontrou as gavetas vazias o mesmo acontecendo com o guarda-roupa. Espantada, foi até o corredor e gritou pela sogra. Em vez dela, quem apareceu foi Harry, com um ar de curiosidade.
- Queria falar com sua mãe - disse nervosamente. - Eu... minhas roupas desapareceram.
Harry passou por ela e abriu a porta do quarto principal, onde a sra: Potter costumava dormir. Fez um gesto para que entrasse e Lyn obedeceu em silêncio. Ele fechou a porta e apoiou-se contra ela.
- No guarda-roupa - disse calmamente.
Encontrou todas as suas roupas arrumadas no guarda-roupa. Virou-se e encarou-o.
- Não posso aceitar o quarto de sua mãe, estou muito bem no meu. Não devia ter deixado que ela fizesse isso, embora tenha sido muita gentileza.
- Está se esquecendo de alguma coisa, Lyn - disse ele fria¬mente. - Dê outra olhada.
Sem compreender, abriu novamente o guarda-roupa e sentiu que uma onda quente lhe subia ao rosto ao perceber que as roupas dele também estavam lá, ao lado das dela. Virou-se para Harry, alarmada.
- Por quê? Você falou em casamento de conveniência. Não que¬r... não quero ficar ,no mesmo quarto que você!
- Você é minha esposa - disse com um leve sorriso. - Minha mãe naturalmente espera que ocupemos o mesmo quarto. Se ficar¬mos em quartos separados todo mundo vai saber que não estamos vivendo como marido e mulher, não tenho intenção de deixar que saibam disso.
- Ninguém saberá - disse desesperada. - Não vou dizer nada.
- E se um de nós ficar doente e for Preciso chamar um médico? - Sorriu vitorioso. – Se um dos vizinhós descobrir, a notícia logo estará na boca de todo o distrito. Não, Lyn vamos ficar os dois neste quarto.
Ela deu um passo pra trás, trêmula.
- Não pode fazer isso comigo, Harry!
- Não tenho a menor intenção de fazer nada com você - disse secamente. - Naquele dia, perdi a cabeça. Mas aprendi que se não me controlasse você poderia me dominar. Por isso Lyn, pode ficar tranqüila, pois não vai acontecer outra vez. Vamos dormir juntos nesta cama, mas jamais porei a mão em você. - Encarou-a com cinismo. - Só fico imaginando qual dos dois vai achar mais dificil resistir.
Então ele havia planejado tudo desde o princípio. Queria que ela dormisse ao lado dele, na cama, sentindo seu ódio. Fazia parte da vingança que Harry pretendia desde que percebera que ela estava apaixonada.
- Você me odeia - murmurou ela com voz quase inaudível. A expressão dele se alterou e seus olhos se encheram de um brilho assustador.
- Sim - respondeu com raiva. - Você me fez de tolo uma vez, mas consegui expulsá-la da minha vida. Então resolveu voltar e preparou um plano para me fazer ficar tão apaixonado que esque¬cesse a cadelinha que você é... - Agarrou-a pelos ombros, sacudin¬do-a com violência. - Mas não sou tão idiota assim, Lyn. Admito que quase me rendi durante um momento, naquele dia, a ponto de perder todo o respeito por mim mesmo. Mas, felizmente, consegui me controlar. Só existe uma maneira de lhe dar uma lição: fazen¬do-a levar até o fim sua representação. Não é dificil fingir por al¬gum tempo. Mas vamos ver se você agüenta fingir ser uma pessoa que não é, dia após dia.
Ela se virou, com lágrimas nos olhos.
- Qual é o problema, Lyn? - perguntou com voz desagradável. - Olhe para mim deixe-me ver seu rosto.
Ela sacudiu a cabeça violentamente, tentando ocultar a emoção que sentia, mas Harry a segurou com brutalidade, obrigando-a a olhar para ele.
- Assustada, Lyn? - A voz dele era sombria. - Espero que sim. Espero vê-la cada vez mais assustada, à medida que foi per¬cebendo que caiu na sua própria armadilha. - Com uma das mãos ergueu-lhe o queixo. Ela encarou-o com as pálpebras molhadas e trêmulas. Harry observou-a com cruel curiosidade. - Pobre Lyn!
Nos olhos úmidos surgiu inesperadamente um brilho de paixão que ela não cônseguiu esconder.
Por um momento ele a segurou com mais força e respirou com dificuldade, depois afastou-a rudemente e saiu do quarto, batendo a porta.
Lyn foi cedo, para a cama naquela noite, tomada de uma enorme tristeza. Ficou deitada no escuro à espera de Harry, tentando desesperadamente adormecer antes da chegada dele, mas consciente de que seu nervosismo não a deixaria dormir. O vento gemia pelos pântanos como um animal ferido. O novo quarto parecia estranho, repleto de sombras ameaçadoras.
Quando os passos de Harry soaram no corredor o cpração dela contraio-se de dor. Manteve os olhos fechados, respirando com dificúl¬dade, enquanto ele se despia.
Quase desfaleceu ao sentir que o marido levantava as cobertas e se deitava ao lado dela. Continuou deita de costas para ele, tentando manter uma respiração regular, como se estivesse dormindo, mas descontrolou-se quando Harry se virou para ela.
- Boa noite, Lyn - disse em tom de zomharia.
Ela não respondeu, com medo de que Harry notasse o tremor que lhe sacudiu todo o corpo. Ele riu baixinho, depois virou-se para o outro lado e ficou imóvel. Respirando lenta e Calmamente. Continuou deitada, ouvindo-o, e aos poucos foi se acalmando, depois que percebeu que ele estava dormindo.
Acordou cedo na manhã seguinte, ouvindo o canto dos pássaros nas árvores e sentindo no rosto um raio quente de sol que entrava por um vão da janela. Abriu os olhos lentamente e estremeceu ao perceber onde estava. Apurou os ouvidos para sentir se Harry ainda estava lá. Pela respiração ritmada notou que ainda estava dormindo e virou-se com infinito cuidado para olhar para ele. Estava deitado de lado com um dos braços estendido sonbre o travesseiro e os cabelos negros em desalinho. As feições belas e másculas, suavizadas pelo sono, não tinham nada daquele Harry cruel que ela conhecia. Sentiu que o amor doia dentro dela e teve uma vontade imensa de tocá-lo. Moveu-se com cuidado até que sua cabeça estivesse a alguns milímetros da mão dele. Delicádamente, mas com paixão, beijou suavemente a mão aberta, tremendo de desejo de aprofundar o beijo.
Quando ergueu os olhos novamente, encontrou o olhar de Harry que a observava zombeteiramente e percebeu que ele sentira o beijo. Por um momento, não conseguiu falar ou mover-se, tremendo de humilhação e dor.
Sem dizer uma palavra, ele se espreguiçou e ela acompanhou o movimento vagaroso quase em pânico.
- Ainda é cedo – comentou ele calmamente. - Desça e traga uma xícara de chá.
Sem dizer nada, feliz por ter uma chance de escapar daqueles olhos zombeteiros, levantou-se e procurou o velho roupão azul que a sogra tinha emprestado a ela quando chegara. Não estava mais no cabide onde o havia deixado e em seu lugar pendia um roupão cor-de-rosa, macio e aconchegante. Franziu a testa e olhou para Harry, que continuava deitado, com os braços cruzados atrás da cabeça, sorrindo levemente.
- Presente de casamento - disse. - Gosta?
- É lindo... obrigada. - Ela tocou-o amorosamente.
- Então vista-o - disse ele. - Também comprei algumas ca¬misolas. Estão ali.
Olhou na direção indicada por ele e viu uma pequena pilha de objetos sedosos, cuidadosamente dobrados sobre a penteadeira. Sen¬tiu-se enternecida pela delicadeza da lembrança.
- Obrigada - disse timidamente. Vestiu o roupão, sentindo, deliciado o suave calor que viriha dele. – Eu... não comprei nada para você... não tinha dinheiro... .
- Sei disso - disse ele bruscamente. - Traga logo esse chá, Lyn, estou morrendo de sede.
Desceu até a cozinha para prepará-lo e cantou alegremente enquanto andava de um lado para o outro. A luz suave da aurora entrava pela janela e o relógio continuava trabalhando com, confortadora regularidade, como o coração da casa.
Quando subiu com o chá eram sete horas e ela ouviu a sogra mexer-se na cama. Resolveu levar-lhe uma xícara de chá. A sra. Potter tinha acabado de sentar-se na cama e olhou para Lyn, surpresa.
- Santo Deus, levantou cedo! - Sorriu ao vero roupão cor-de¬-rosa. – É bonito... e delicado também. Comprou-o em York?
- Foi presente de casamento de Harry - disse Lyn alegremente, feliz por Harry não tê-lo mostrado à mãe.
A sra. Potter observou com indulgência o rosto sorridente.
- Bom, obrigada pelo chá, menina. Fazia muito tempo que nin¬guém me trazia chá na cama. Agora é melhor voltar para Harry antes que ele comece a gritar por você. Tome cuidado com aquele meu rapaz, senão ele fará de você uma escrava.
Já fez, pensou Lyn enquanto levava a bandeja para o quarto. Ele pegou a xícara que ela lhe estendia e perguntou:
- Mamãe já está acordada? Pensei ter ouvido vocês conversando.
- Levei uma xícara de chá para ela.
- Ela deve ter pensado que era o dia do seu aniversário. ¬Sorriu e deu um tapinha na cama. - Sente-se aqui e tome seu chá antes que esfrie.
Sentou-se, obediente, e tomou o chá em silêncio, consciente do olhar dele. A luz aos poucos ficava mais forte e o ruído dos pássaros quebrava o silêncio. Lyn colocou a xícara na bandeja e, muito embaraçada, pegou as roupas para ir se trocar no banheiro.
Harry percebeu o que ela ia fazer e disse com suavidade:
- Vista-se aqui mesmo.
Ela parou, de costas para ele.
- Não, Harry. Com licença.
- Você vai se trocar aqui - repetiu ele com voz seca.
Ela engoliu em seco, tirou a roupa e saiu. Ficou muito tempo no banho, pois não tinha coragem de voltar para o quarto.
Depois da delicadeza do presente, sentiu-se chocada com a crueldade que ele acabara de fazer. Voltou para o quarto e encontrou-o já de pé, vestindo um roupão. Ficou aliviada quando Harry passou por ela, deixando claro que não pretendia vê-la vestir-se. Depois que ele saiu, vestiu-se rapidamente e desceu para começar as tarefas do dia.
Harry desceu antes da sra. Potter e sentou-se, esperando que Lyn o servisse. Sam ganiu atrás de, Lyn até que ela lhe atirou uma fatia de bacon, alimento que ele adorava, sorrindo e acariciando-lhe a cabeça.
- Você estraga esse cachorro - disse Harry.
- Ele é um amor, não é, Sam? - perguntou, ganhando como resposta um olhar de adoração e uma lambida na mão.
A sra. Potter entrou com ar de culpa.
- Meu Deus, Lyn, vou ficar preguiçosa se continuar me levando,¬ chá na cama. Estou atrasada esta manhã.
- Seu café já está pronto. - disse Lyn, servindo-a.
Harry levantou-se e saiu com ar taciturno. Lyn ficou parada na janela observando-o até que entrou no estúdio. A sra. Potter suspirou e sacudiu a cabeça sem dizer nada.
- Podíamos fazer qualquer coisa com o quarto vago. - murmurou para si mesma, enquanto terminava o café.
- Fazer o quê? – Lyn virou-se.
- Precisa ser redecorado - disse a sra. Potter. - Harry pode fazer isso nos fins de semana.
- Adoro decoração! - disse Lyn, entusiasmada. - Podemos ir até York comprar papel de parede e tinta e eu mesma posso fazer o trabalho.
A sra. Potter olhou-a, em dúvida.
- Tem certeza de que é capaz Lyn? O trabalho não é fácil.
O rosto de Lyn transformou-se.
- Engraçado - disse pensativamente – tenho certeza, de que já fiz muitas decorações... - Naquele instante uma lembrança pro¬tou no fundo da sua mente, clara e intensa, fazendo-a estremecer. Uma sala... o barulho do mar perto... ela própria sobre uma escada, empapelando uma parede, enquanto do outro lado... A névoa tornou a cair sobre ela e a lembrança se desvaneceu. - Oh! Exclamou com amargura, os olhos marejados de lágrimas.
A sra. Potter levantou-se e envolveu-a pela cintura, preo¬cupada.
- O que foi, meu bem?
- Eu... eu me lembrei de alguma coisa – respondeu Lyn com voz desconsolada. - Durante um instante tive uma visão tão clara! Mas desapareceu quando estava a ponto de recordar.
- Recordar o quê? – perguntou a sra. Potter curiosa.
Lyn tentou forçar à memória.
- Não sei... havia mais alguém na sala, mas não sei quem.
- O que você estava fazendo? - perguntou a sra. Potter, tentando ajudá-la.¬
- Decorando uma sala - disse Lyn. - Vi com tanta clareza... Uma casa perto do mar... papel amarelo...
- Perto do mar? – A sra. Potter franziu a testa. – Onde seria isso?
Lyn suspirou.
- Não sei. Bom, mas não importa, vamos esquecer isso. - ¬Virou-se e continuou a lavar a louça. O dia prosseguiu como todos os outros dias em Wind Tor, com trabalho suficiente para manter as duas mulheres ocupadas durante todo o tempo. A casa exigia atenção constante. Havia as galinhas, o jardim, a roupa para lavar e passar. Lyn e a sra. Potter tinham estabe¬lecido um acordo tácito, cada uma fazendo o trabalho que mais gostava.
Durante o jantar daquele dia a sra. Potter falou a Harry sobre a idéia de redecorar o quarto.
- Estou muito ocupado - respondeu secamente._- Preciso terminar o retrato de Thomas Lowther.
- Lyn disse que pode fazer o trabalho, se você a levá-la a York para comprar papel e tinta.
Harry levantou os olhos do prato e observou-a com dureza.
- Você? - perguntou com incredulidade.
- Gostaria muito de fazer isso.
Harry sorriu ironicamente.
- Está bem! Amanhã levo você até York.
Na manhã seguinte foram para York depois do café. Ela vestiu a saia de pregas e uma blusa branca, que atraiu o olhar irônico do marido.
- Que transformação as roupas e a pintura podem fazer! ¬- murmurou secamente. - Com aquela calça comprida e sem pin¬tura você parece uma colegial Lyn. Vejo que é esperta. Às vezes, quase me convenço da sua mudança. A Lyn que conheci antes era preguiçosa, imoral, egoísta, mas desde o acidente sua personalida¬de mudou. - Ele examinou atentamente o efeito brilhante e suave que o pó-de-arroz dava ao rosto dela, bem de acordo com o rosa suave dos lábios. - Você tem realmente dupla personalidade ou toda essa representação é por minha causa? Está tentando se transformar na mulher que desejo Lyn? – A voz dele adquiriu uma súbita profundidade. - É isso Lyn?
Ela respondeu desconsolada:
- Não estou tentando nada, Harry. Só estou sendo... eu mesma.
- Diabos! - ele reclamou com raiva.
Entraram juntos em uma loja e andaram de um lado para, o outro examinando os papéis expostos, Lyn sentiu-se atraída por um papel rosa-claro com estampas delicadas; Harry deu de ombros.
- Se gosta desse, então vamos levá-lo.
Compraram também tinta branca, pincéis e outros materiais de que precisariam, e levaram tudo para o carro.
No caminho de volta, Harry parou em um, grande restaurante e disse que almoçariam ali. No salão acolhedor havia pouca gênte além deles. Harry estava particularmente brincalhão, é bem-humo¬rado durante a refeição, o que fez Lyn sentir-se muito alegre.
Antes de voltar ao carro, passearam pelos jardins bem cuidados que havia nos fundos. As roseiras estavam nuas nessa época do ano, mas havia no ar um perfume suave, como se o aroma das rosas estivesse impregnado no ar.
Quando desciam uma escada, Lyn tropeçou e Harry segurou-a para que não caísse. Envolvida por aqueles braços fortes, ela sentiu uma estranha onda de paixão e apoiou a cabeça no ombro do marido, deixando escapar uma exclamação de prazer.
Harry afastou-lhe a cabeça e olhou-a com perturbadora intensidade. Contra a própria vontade, Lyn ergueu, implorativamente os lá¬bios e Harry baixou os dele, e então se uniram numa entrega ansiosa.
Lyn sentia-se incapaz de definir o efeito que o beijo dele produzia nela. Todo seu Corpo tremia de desejo por ele, Harry se afastou um pouco, segurando-lhe o rosto entre as mãos; lendo a fraqueza estampada nos olhos castanhos.
- Diga, Lyn - pediu com aspereza.
Não precisou perguntar o que ele queria que dissesse, era fácil interpretar a frieza do olhar dele. Harry exigia uma entrega total, não estava satisfeito com a humilhação que já, infligira a ela.
Ela deu um suspiro de dor e afastou-se dele. Harry não fez o menor gesto para impedi-la de afastar-se, mas disse com voz fria como o gelo:
- Não vou ter que esperar muito, não é, Lyn? Nós dois sabemos disso. ¬
Voltaram para Wind Tor no mais profundo silêncio, cada um dolorosamente consciente da presença do outro, mas fingindo estar, imerso em pensamentos profundos.
Lyn subiu imediatamente para o quarto de hóspedes e afastou a mobília para um canto... Harry entrou em seguida e ficou obser¬vando enquanto ela tentava mover a pesada cama. Afastou-a com um gesto raivoso e, sem dizer uma palavra, arrastou a cama facil¬mente com os braços poderosos.
- Obrigada - disse ela com voz fraca.
Ele à olhou com frieza e saiu. Durante o resto do dia ela traba¬lhou duramente, retirando todo o papel velho da parede. Já estava escuro quando terminou. Limpou e arrumou o quarto antes de ir tomar um banho. Durante o jantar silencioso a sra. Potter olhou tristemente de um para o outro, mas não disse nada. Logo em seguida Harry subiu e Lyn ouviu-o arrastando a mobília para o outro lado, para que ela pudesse terminar o serviço no dia seguinte. Ela e a sra. Potter ouviram rádio e montaram um quebra-cabeça. Harry passou para a cozinha e Lyn levantou-se.
- Vou para a cama, estou cansada. Boa noite.
A sra. Potter murmurou um boa noite e Lyn correu para cima esperando já estar na cama e dormindo quando Harry chegasse.
Quando ele entrou, ela já estava quase adormecida, pois o trabalho cansativo do dia lhe dera sono. Percebeu que Harry andava pelo quarto, mas não conseguiu abrir as pálpebras pesadas.
Acordou assustada, ouvindo um som lá fora, e instintivamente estendeu a mão à procura de Harry, que já não estava mais lá. A manhã outonal entrava suavemente pela janela. O céu estava incrivelmente azul, e o ar, repleto de uma suave doçura. Vestiu a calça e a malha e desceu para o café da manhã, cruzando com Harry que saía para o estúdio. Os olhares dos dois se encontraram por um brevíssimo instante antes que ele fechasse a porta.
O dia passou rapidamente. Terminou de retirar todo o papel e lavou a parede.
Estava acabando de cobrir os móveis com lençóis, para que a tinta branca do teto não caísse sobre eles, quando Harry entrou. Ele olhou em volta, admirado.
- Você trabalha depressa - comentou secamente.
- O reboco está caindo em alguns lugares. Será que você pode arrumar isso para mim? - disse timidamente, baixando os olhos.
Ele passou os dedos pelas partes estragadas da parede.
- Acho que sim.
- Amanhã vou pintar o teto. – disse ela. - Vocês têm uma escada? - Tinha usado uma velha cadeira da cozinha para retirar o papel da parede, mas sabia que com ela não seria capaz de al¬cançar o teto.
- Não pode fazer isso, é muito difícil. – Harry franziu a testa.
- Já fiz muitas vezes - disse ela, esfregando os músculos das costas. - Vou tomar um banho. Estou com os músculos doloridos.
Quando ela passou, Harry segurou-a pelo ombro e olhou-a com raiva.
- Não há necessidade disso tudo, Lyn , - disse rispidamente. - Vai se matar tentando levar até o fim essa comédia.
- Não é comédia alguma - protestou Lyn. - Estou fazendo o que gosto.
Ele a sacudiu com violência.
- Sua tola estúpida!
Ela deú um grito de dor quando os dedos dele se cravaram na pele suave dos seus ombros. Com certeza deixariam marcas roxas ¬- Não há necessidade disso tudo - repetiu ele.
-Harry, quero tomar um banho. Por favor...
Ele a soltou com um gesto de irritação.
- Está bem. Então continue! Mas saiba que com essa auto-punição vai provocar sua própria morte.
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Bom gnt, como mtos pediram e os comentarios estao fantasticos, mto obrigada a todos vcs, eu postei bem rapidim ne?
e q essa semana eu to doente e to ficando so em casa. ai postei rapdiim..
talvez a proxima demore pq dpois d 2 semans sem pisar na escola.. vo t q me dobra p coloca td em dia..
espero que agrade a pelo menos a maioria esse cap.
P.S Hermione vai SIM aparecer.. Lyn e Mione sao pessoas completamente diferentes.. nao vivem no mesmo corpo ou algo do genero!!
agradecimentos mais que especiais para:
º Poly Figueiredo º Oiiii.. joia? mto obrigada por comentar e por estar gostando da fic!! e sim.. eles casaram.. e agora veremos o dia a dia desse casal mais q estranho ne? espero que goste do cap.. bjs e volte sempre!!
º Kelly**Dodges_ º Oiiii.. que bom que nao sou só eu que tem medo do Harry.. um homem assim eu saia correndo.. coitada da moça ne? rsrsrs e sempre estarei agradecendo comentarios maravilhosos como o seus, de coração.. mto obtigada.. e iiii so pode comentar milhoes de vezes.. eu gosto ta? e vc ta so um poquinho curiosa ne? ok..ok.. hehehe espero que goste do cap. novo e diga o que achou ok? obrigada e abraços..
º thamila moliterno º Oiii.. que bom que ficou curiosa e que gostou do cap. passado.. como pediu o cap. novo ta ae!! espero que goste..!! bjs
º Monalisa Mayfair º Oiii.. que otimoo que vc gosta da fic.. e é otimo saber q os cap. compensam.. hehehe mto obtigada msmo.. e deixa eu pergunta.. vc ja leu o livro? to achando q já.. dpois qndo acaba a fic, eu respondo com mais precisao.. mais ou vc ja leu o livro ou sei la o q moça.. mtoo bom msmo.. espero que volte sempre e que goste do novo cap.!!!! bjs
º •Luxúriα Blαck• º Oiiii.. tentei postar o cap, mais rapido possivel p satisfazer todos os leitores.. espero que goste desse novo.. e desculpe qualquer erro de portugues.. meu portugues e uma blz.. rsrsrsrsrs mto obrigada pelo coments e ate logo!!
º Jéssy Nefertari º Oiii Jessy.. vc tem toda razao.. por mais ruim que a lyn foi no passado, e sim ainda veremos que ela foi bem pior do que ja sabemos e pensamos, ela agora mudo e merece uma chance ne? mais sera essa pessoa que ta na vida dele agora a lyn? vamos esperar ne? rsrsrsrs e eu acho bem dificil tb a pessoa simular um afogamento.. eu num sei nda entao.. hihihihih mais ta ai o cap. espero que goste... mto obtigadaaaa!! bjs
º Mione Malfoy º Oiii.. sim o Harry é horrivel ne? mais eu tento entender o lado dele msmo nao entendendo mto.. mais no final ele vai se mostra um homem bom.. e coitada da lyn.. mulher nenhuma merece isso ne? espero que goste do prox. cap.. bjs!!
º Edilma Morais º mtooo obrigada pelo comentario.. e o cap. novo ta ai!! espero que goste... ate a proxima..!!
º Melissa Craft º Oiiii.. adorei saber q vc gosta da fic.. e adorei ainda mais os elogios.. mto obrigadaaaa.. e vc é uma das minhas.. casar? com um homem desses? jaaa eraaa.. fugia no meio da noite msmooooo.. rsrsrsrs.. mais e a historia ne? mais teremos um final feliz... espero que goste do novo cap.. bjs!!
º Sílvia º Oiiii.. que bom que gosta da fic.. isso me deixa mtoo feliz...!! o autora da fic, chama-se ''charlotte lamb'' o nome do livro e o nome da fic msmo.. espero que volte sempre!!! abraços..
º Nick Granger Potter º Oiiiii... sao tantas teorias ne? qndo eu li, cada linha aparecia uma coisa diferente na minha cabeça.. mais a sua esta fantastica msmo.. eu acho que vcs todas ja leram o livro ne? so pode.. hehehe espero que goste do novo cap... abraçosss!! e obrigada..
º Amor º Oiiiii.. que otimo.. uma pessoa a mais lendo a fic? isso é maravilhosooo!! e estou curiosissima p sua teoriaaaa..!! e o cap novo ta ae.. espero que goste msmo.. qualquer coisa so flar ok? abraços..
º LuanaH² º Oiiii.. sua teoria é sim fantastica.. pode virar detetive oficial.. hehehe parabens.. e q otimo que vc gosta da fic e que gosto do cap, espro que goste desse tb ok? qualquer reclamação.. pode fla... tamo ai!! espero t ver mais vezes aki.. suas opinioes sao maravilhosas... bjss!!
ate o proximo cap...!!
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