Cap 4



- Hey Gina, acorde, está na hora.

Escutou uma voz longe, depois de algum esforço identificou que era sua companheira de quarto a chamando.

- Só se você me der um sapo de chocolate. – disse ainda com os olhos fechados ocultando a claridade. – ou melhor... Dois.

- Eita menina mimada! Se você continuar com esse hábito de comer chocolate de manhã vai acabar engordando! Não vou dar o sapo, Gina. Você vem ou não?

- Não... Daqui a pou...

Não pode completar a frase, pois sua delicada companheira tinha fechado a porta com força e a despertando.

- Obrigada pelo chocolate, Lanna. – disse irônica para si mesma – mas pode deixar que eu tenho um em algum lugar por aqui, só não sei onde.

Começou a procurar na bolsa algum sinal de chocolate, pois não agüentava acordar sem ter pelo menos qualquer tipo de doce na boca.

- Achei! – deu uma mordida com gosto no ultimo pedaço mal embrulhado de barra de chocolate ao leite. Enquanto se deliciava, viu um papel jogado no chão. Pegou e virou a procura de algo escrito, e nele tinha: Para Gina Weasley.
Primeiro ela não sabia de quem era, mas depois se lembrou que a Luna Lovegood tinha entregado:

“ - Bem, não me lembro bem quem me mandou isso, mas, é para você.”

Abriu a carta com cuidado e em seguida leu:

Gina,

Queria esperar você se readaptar aqui em Hogwarts, mas, a saudade foi maior e não pude evitar.
Não sei nem como escrever, pois para você agora, devo ser um estranho. Apesar de não acreditar que você não vai mais lembrar de tudo que passamos juntos, tudo culpa daquele maldito Crabbe. Não tem problema, já cuidei dele. Agora o nojento nem olha para minha cara, ele não é louco. Tem noção do perigo.
Eu sei que você é totalmente contra esse meu jeito, mas caramba! Ele apagou toda nossa história, tudo que passamos juntos, cada fugida durante as aulas e nas madrugadas, todo nosso joguinho de se odiar na frente dos outros, toda nossa adrenalina! E o mais importante, todo o nosso amor.
Esse tempo que passei sem saber de você, foram os piores que passei, Gi. Eu percebi que você é essencial na minha vida e sem você eu sou completamente um lixo.
Quando eu soube que você voltou, a minha vontade era de correr para você e lhe abraçar bem forte, matar toda minha saudade e toda a vontade de te ver. Mas tudo que eu podia fazer era te observar de longe, apreciar a tua beleza, teu olhar inocente no meio de todas aquelas pessoas interesseiras.
Gi, eu preciso de você, eu preciso conversar com você.
Que tal no mesmo lugar de sempre? Atrás da estufa número 5, às 17h no sábado? Manda uma resposta por essa mesma coruja. Ela não vai abandona-la até ter uma resposta.
Não deixe de ir, por favor. E não se esqueça de não comentar com ninguém sobre esse assunto.

Saudades,
D.M.



D.M.? Mas quem seria D.M.? Ainda era sexta-feira tinha tempo para descobrir.
Procurou seu diário pelas gavetas, tinha que ter alguma coisa escrita sobre esse tal de D.M.
Quando achou, começou a folhear. Tudo estava em branco, até as coisas que tinha escrito no dia anterior.

- Mas que diabos...

Não completou a frase, pois a folha não continuou branca. Agora tinha letras, frases. Então começou a ler.

“ Hoje aconteceu uma coisa estranha. Acho que o Malfoy é louco, ou qualquer outra coisa parecida. Estávamos no mesmo corredor vazio em direções opostas até que ele começou com as provocações de sempre:
- E ai Weasley, o que vai fazer hoje? Pedir dinheiro para comprar um novo uniforme? Pois esse daí que você usa deve ser de quem? Do seu irmão mais velho ou você achou no lixo? – disse andando em minha direção.
- Cala a boca, Malfoy. – continuei andando, sem saber dele. Até que ele me puxou pelo braço e me obrigou a olhá-lo.
- Ninguém me manda calar a boca, Weasleyzinha. – ele me encarou como nunca, aqueles olhos frios e cinzentos me fizeram ter medo de qualquer forma. Um medo, mas também, tive uma atração, não pude negar.
- Pois EU mando você calar a boca. – puxei meu braço com força – É bem fácil calar a boca de uma doninha.
Segui meu caminho. Pude sentir a raiva dele atrás de mim e me surpreendi quando ele apareceu na minha frente e falou com um sussurro no meu ouvido:
- Então vem me calar, Weasley. Não perca a oportunidade dos seus sonhos.
O rosto dele transmitia ansiedade e provocação. Nunca tinha visto daquele jeito.
Fiquei sem ação, com certeza ele tinha me pegado desprevenida. Acho que fiz a cara de mais boba que tinha, a mais idiota e fui embora. Seria eu ou ele que estava enlouquecendo?”



Talvez esse M seria Malfoy, então o que seria o D? Olhou o relógio, estava atrasada. Não podia perder a primeira aula, já que seria poções e não tinha gostado nem um pouco do professor.
Arrumou-se apressadamente, pegou sua bolsa e foi rumo as masmorras.
No meio do caminho encontrou Harry que logo veio falar:

- Gina!

- Oi Harry. – disse disfarçando o batimento do seu coração que acabara de ficar mais rápido.

- Qual é a sua aula agora?

- Snape. – disse continuando seu caminho.

- Nunca vi ninguém tão apressado para assistir uma aula daquele seboso.
Gina riu e aproveitando a oportunidade perguntou:

- Por acaso Harry, você conhece algum D.M.? Acho que esse M significa Malfoy, mas, não tenho certeza.

O garoto parou de acompanhar a amiga, forçou a pará-la a sua frente.

- O que foi? – perguntou assustada.

- Draco Malfoy. O que você quer com ele?

A expressão que se formou no garoto a sua frente era impossível de se descrever. Era uma expressão de quem achava uma loucura do que acabou de ouvir, ou um forte ciúmes, ou só Merlin sabe o quê.

- O que eu quero? Nada. Por que você está assim... – procurou a palavra certa para falar – assustado?

- Eu não estou assustado. Só quero saber o que você quer falar com ele.
- Não quero falar nada.

- Então por que perguntou sobre ele?

- Só queria apenas saber quem era.

- Por quê? – insistiu o garoto.
- Nada...

- O que fez você querer saber dele?

Harry olhava tão fundo para os olhos da ruiva que a mesma começava a ficar assustada.

- Se você não está assustado, está começando a me assustar. – falou dando um passo para trás em sinal de defesa.

- Eu não quero te assustar... – abaixou a cabeça – desculpe-me, eu só não entendo...

- Nem eu entendo, eu não sei quem é ele.

- Ele é um idiota, um imbecil, um burro. Todos os maus adjetivos que uma pessoa pode ter.

- Tem certeza?

- Absoluta, acho melhor você não falar com ele.

- Tudo bem, mas agora eu tenho que ir para aula...

- Te levo até lá. – começou a andar.

- Você vai se atrasar para a sua aula – disse acompanhando.
- Não tem importância.

Harry a deixou na porta das masmorras e seguiu seu caminho deixando uma ruiva pensativa e sem prestar atenção na aula.
A solução para saber quem era aquele Draco Malfoy era perguntando a Hermione e foi o que fez quando acabou a aula dupla de Snape.
Mas antes, deu mais uma olhada no seu diário.

“ Tenho que contar como foi! Cada detalhe, foi muito bom. Não sei bem se estou fazendo a coisa certa. Mas também aquele idiota do Potter também me trocou. Então, acho que isso não é nada demais.
To tentando preencher o lugar dele colocando o Draco em seu lugar. Apesar de achar isso impossível. Mas deixa o Potter de lado. Vamos falar do Draco.
Estávamos no corredor proibido. Até que ele foi se aproximando, cada vez mais perto e disse bem baixinho:
- Estou esperando por isso mais do que você possa imaginar.
E me beijou. Claro que não se compara ao beijo de Harry, digo, Potter. Mas mesmo assim é muito bom. De um jeitinho bem Draco de ser.
Fiquei vermelha de vergonha quando acabou e logo arrumei uma desculpa para sair. Ah, como eu sou infantil! Estou ansiosa para a próxima vez.”




Após a leitura onde a deixou mais confusa, seguiu para a biblioteca tendo a certeza que encontraria a amiga lá e não deu outra.
Hermione estava deitada em cima dos livros e só conseguiu saber quem era pela tufa de cabelo que cobria tudo.

- Hermione?

Gina sentou na cadeira ao lado da amiga e notou que ela passou a mão no rosto antes de levantar. Estava chorando.

- Por Merlin, Hermione, o que foi que aconteceu?

- O que deixa de acontecer, essa deveria ser a pergunta.

- Então, o que foi que deixou de acontecer?

- Nada Gina, eu que sou problemática.

- Problemática não. Você é a pessoa mais normal que eu já conheci.

- Se eu te contar, promete que não fala a ninguém? To precisando desabafar...

- Claro que sim! – disse batendo palminhas de comemoração.

Suas atitudes de criança ainda não mudaram...

- Você promete? Eu já te contei uma vez, por isso que to me arriscando a contar de novo. Bem, a outra vez foi você mesma que descobriu. Para falar a verdade, só ele que não descobre.

- Ele quem?

- Seu irmão, Gina...

- O que é que tem meu irmão? – percebeu que os olhos da morena voltaram a lacrimejar então já tinha entendido tudo. – Você gosta dele.

- É, mas... A gente não pára de brigar! Agora mesmo a gente marcou de revisar o assunto, mas nem abrimos os livros!

Não pode negar, mas achou muito estranho alguém gostar do seu irmão. Ele era tão bobinho...

- O ódio e o amor sempre andam juntos. – disse Gina enxugando os olhos da amiga – Não que ele a odeie, claro. – viu Hermione dar um sorriso de lado - Mas essas briguinhas no fundo pode ser outra coisa. Era assim quando eu brincava de boneca, eu sempre fazia com que a mulher brigar com o homem para chamar atenção. Deve ser isso que ele deve está fazendo.

- Ele não precisa chamar minha atenção, Gina.

- Ele não sabe disso. Porque você não fala com ele?

- Eu falar com ele? Nem morta!

- Mas alguém tem que fazer alguma coisa.

- Pois é, mas não sou eu que vou fazer. – Hermione começava a juntar seus livros e guardar na bolsa.

- Não seja orgulhosa. Isso não leva a nada. – viu a amiga se levantar – Espere, não vá. Tenho uma coisa para te perguntar. Já ia esquecendo.

A morena se sentou e encarou.

- Você sabe quem é Draco Malfoy?

- Claro que sim, mas, por quê?

- Você sabe se eu era amiga dele, ou alguma coisa parecida?

- Vocês se odiavam! Para falar a verdade mais do que ele e o Harry.
- Tem certeza?

- Tenho. Mas, o que foi?

- Não, nada. Curiosidade. Escutei o nome dele por ai.

Sentiu que não convenceu a amiga, mas a acompanhou até o Salão Principal.


- Hey Rony! O que foi? Que cara é essa?

- A Hermione! A Hermione! A Hermione! – disse andando de um lado para o outro impaciente.

- Sim, eu entendi que foi a Hermione! Mas o que foi que ela fez?

- Ela é louca, Harry. Louca de pedra! Como é que ela pode fazer isso? Eu só queria que ela me ensinasse! Tirasse uma maldita dúvida!

- Rony, acalme-se, sente-se e me explique o que aconteceu.

Rony sentou na poltrona e respirou fundo.

- Nós marcamos de estudar na biblioteca, só para ela tirar uma dúvida minha de poções e evitar mais uma detenção de Snape. Só que quando sentamos, ela já veio falando toda convencida! “Ah, foi aqui que eu vi o Vitor pela primeira vez na biblioteca e eu nem imaginava que ele estava aqui por minha causa” – disse imitando a voz da amiga.

Harry deixou escapar um sorriso.

- O que é que você está rindo, cara? Qual é teu problema?

- O problema está com você. Deixa de ser ciumento e se declara logo para ela!

Rony começou a ficar vermelho, na qual a cor se perdia com o seu cabelo.

- Eu não vou falar com ela. Ela só sabe falar do Vitinho pra cá, Vitinho pra lá! Se ela só pensa nele porque não viaja de uma vez e nunca mais volta?

- Ela quer fazer ciúmes a você. E pelo jeito está conseguindo.

- E por que ela faria isso?

- Você ainda pergunta? A Mione gosta de você, Rony. Do mesmo jeito que você gosta dela. Vocês só precisam de um empurrãozinho. – Rony o encarou.

- Você acha?

- Tenho certeza.



Na aula de Transfiguração Harry, Rony e Hermione fizeram um trio para que cada um tentasse mudar o cabelo do outro. O que era meio difícil porque Rony nem Hermione estavam se falando.
No final da aula Harry e Hermione ficaram, porque Rony saiu feito um pomo de ouro fugindo do seu apanhador.

- Mione, a Gina de perguntou alguma coisa sobre o Malfoy?

- Perguntou. Eu achei muito estranho, o que será que ela quer com ele?

- Faço a mínima idéia. Fiquei com tanta raiva que acabei deixando ela assustada. Não conseguir saber de nada.

- Eu também não falei direito com ela. Estava preocupada com outra coisa na hora...

- Estou louco para saber o que aquele nojento quer fazer com a minha Gina.

- Acho melhor o Rony não saber disso. Se não ele vai virar um dragão quando souber.

- Eu também acho melhor não comentar nada. Mas eu vou descobrir.

- Sabe Harry, eu to achando a Gina mais madura. Apesar da sua mentalidade. Ela me falou coisas que não falaria antigamente. Falou de um jeito de criança, mas, de um jeito bem maduro. Não sei o que possa ter acontecido.

- Talvez o mistério da vida... – arriscou.

- Pode ser.



Já era tarde de sábado. O sol já estava se pondo. Gina se encontrava na frente da porta da estufa nº5 e já devia ser cinco horas da tarde. A qualquer minuto descobriria quem era Draco Malfoy.
Olhou no relógio para tirar as dúvidas. Sim, eram cinco horas. Cinco horas e três minutos para ser mais exato. E nenhum sinal dele.
Caminhou até uma árvore pequena e começou a tirar as flores dela. Era uma flor vermelha com partes amarelas. Nunca tinha visto nada igual. Até que quando menos esperou escutou uma voz.

- Gina?

Ela se virou. Não dava para vê-lo direito, porque estava contra o sol. Até que andou um pouco mais para frente onde encontrou uma sombra. Agora sim, poderia vê-lo.
Ele era alto, tinha um cabelo loiro pálido e uma íris cinza que se encaixava perfeitamente no seu rosto pontudo. Ele era mais bonito do que imaginava.

- Sim?

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