Discussão e Novidade



_Ronald, eu preciso falar com você. – ela tentou naquele mesmo dia à tarde.

_Agora eu não posso, Hermione. – ele disse, levantando-se da poltrona onde estava sentado lendo o Profeta Vespertino. – Preciso ir até o ministério ver algumas coisas da minha mudança. Outro dia a gente conversa. – e levantou, saindo do Largo Grimmauld; deixando a garota falando sozinha.

Vários momentos assim aconteceram durante os dias que se seguiram: Hermione tentava falar com Ronald e tudo que ele fazia era fugir, até que a garota simplesmente desistiu; não ia ficar correndo atrás de uma pessoa que não lhe dava ouvidos e lhe ignorava, não tentando sequer arranjar desculpas boas pra isso. Assim foram passando os dias: Ron não falava com Hermione, Hermione não falava com Ron. A memória da garota havia estatizado: ela não havia se lembrado de mais nada, nenhuma mania ou medo dele. A única coisa que ela sabia sobre ele agora – e não através de lembranças, mas de experiência própria – era que ele era o pior cabeça-dura que ela poderia ter sonhado em conhecer um dia.

Gina havia definido o irmão com quatro palavras: “Teimoso como um hipogrifo”. Hermione concordava plenamente. Como ele podia ser tão irritante? Por que ele mexia tanto com ela? Por que ela tinha aquela necessidade de se explicar pra ele, aquela necessidade de fazê-lo não sentir raiva dela? Por que ela não conseguia manter-se afastada? Por que ela não conseguia simplesmente esquecer ele e tudo que havia acontecido naquela noite? Ela tentava, e como tentava, mas simplesmente não sabia como fazê-lo. Mas também... Ele não colaborava nem um pouco... Todos os dias ele descia para o café sem camisa e olhava várias vezes de relance para Hermione... Provocação declarada! Hermione estava se irritando com a atitude do garoto, até que duas semanas depois, quando ela estava saindo do quarto, trombou com alguma coisa...

_O que...? Ah, Ronald. – ela disse com raiva ao perceber que era o garoto. – Desculpe pelo esbarrão, não te vi.

_Tudo bem... – ele respondeu.

_Decidiu falar comigo? Que bom, obrigada. – ela disse com desprezo, para depois dar as costas e começar a descer as escadas para o café.

_Como se eu tivesse culpa... – ela ouviu ele murmurar quando já estava quase na ponta da escada.

_Como se você tivesse culpa? – ela virou-se para ele, incrédula. Como ele podia dizer aquilo? – Como assim “Como se você tivesse culpa?”? Vai me dizer que a culpa é minha então?

_Eu não falei nada, Hermione.

_Ah, é! Você não fala comigo, eu havia me esquecido! – ela disse ironicamente – Mas não é só porque você quer que eu não posso te escutar, Ronald! Eu ouvi o que você disse e sim, a culpa é toda sua! A culpa por nós não estarmos nos falando é inteiramente sua!

_Não, a culpa não é minha, Hermione! É sua!

_Ah, claro! Porque fui eu que não respondi enquanto você tentava falar comigo sobre um engano que eu cometi!

_Eu não cometi engano nenhum! Eu ouvi bem o que você disse pra Gina!

_Você ouviu metade do que eu disse pra Gina! Você não sabe o que você está dizendo, ok? – ela estava começando a sentir tonturas de tanta raiva. – Você só sabe ouvir o que quer, você só sabe pensar o que quer, não é mesmo? Eu não vou tentar mais mudar isso!

_Não, não vai! – ele respondeu com tanta raiva quanto ela. – Eu vou embora em uma semana, você não vai ter tempo!

_Ótimo! Assim você pode ficar com peso na consciência da mesma forma que você ficou no quarto ano quando achou que o Harry havia se inscrito no torneio tribruxo sem te falar como! Isso é realmente ótimo e você... Você é patético!

_Como você sabe isso?

_Como eu sei que você é patético? Não precisa de muito não é?

_Não, como você sabe que eu briguei com o Harry no quarto ano por causa do torneio tribruxo?

_Não interessa como eu sei, Ronald! Essa não é a questão! A questão é que mais uma vez você está enganado, e mais uma vez, você faz questão de achar que tem razão!

_Eu não tenho culpa se você acha que é a dona da verdade!

_Eu não acho que eu sou a dona da verdade! Eu só acho que você não tem razão em parar de falar comigo! Você não é mais uma criança, Ronald! Você tem que parar de agir como se fosse uma! Devia começar a enfrentar as coisas! Devia aprender a ouvir as pessoas!

_Eu não tenho que fazer nada! Você não é ninguém pra dizer o que eu tenho ou não que fazer!

_Eu não sou ninguém? – ela perguntou, os olhos furiosamente marejados, a tontura ficando mais forte. – Ótimo.

_Ótimo. – ele respondeu com raiva.

Ela se virou para terminar de descer os três degraus que faltavam da escada com o coração latejando na garganta, os olhos cheios de água e muita raiva. Os degraus rodaram todos por um instante e ela sentiu tudo escurecer. Se apoiou na parede e abaixou a cabeça. Aquelas tonturas idiotas... Por que tinha que ter acontecido bem agora? Ela sentiu alguém se aproximar e ouviu a voz de Ron:

_Você está bem?

_Ótima, por quê? Começou a se preocupar com ninguém agora? – e ela virou as costas, ainda um pouco zonza, terminando de descer as escadas.




_Por que vocês estavam gritando daquele jeito? – Gina perguntou assim que Hermione entrou na cozinha.

_Você ainda pergunta? Porque o seu irmão é idiota. Essa resposta é suficiente? – ela se sentou em uma cadeira, ainda sentindo a cabeça rodar e uma pontada na boca do estômago.

_Mione, você está bem?

_Não muito, Gina... Eu estou com tontura há uns cinco dias...

_E por que tanta tontura?

_Não sei! Acho que talvez seja efeito do obliviate... Eu tenho estado muito nervosa por causa do seu irmão esses dias...

_Mione, você tem que prestar mais atenção em você! Você não pode deixar aquele filhote de agoureiro te deixar nesse estado!

_Eu estou desregulada esses dias... Não consigo comer direito, fico tonta com facilidade... Não consigo ficar bem e seu irmão também não colabora muito pra que isso aconteça...

_Você não pode estar tão mal assim por causa do meu irmão, Hermione!

_Não é só isso... Meu corpo também está desregulado... Tenho perdido o horário de comer, e esse mês ainda não veio pra mim...

_Hermione... – Gina a encarou com surpresa. – Você... Hermione!

_O que?

_Você já pensou na possibilidade de... Sabe? – e ela apontou pra própria barriga.

_Não Gina! Imagina! Eu? Não... Não pode ser! Ainda mais... – ela balançou a cabeça veementemente – Não pode ser!

_Pelo que eu sei pode ser sim! Você e o Ron transaram há duas semanas, você tem sentido tonturas e a sua menstruação já está atrasada! Pode muito bem ser isso!

_Gina, fica quieta, fala baixo!

_Hermione, você já imaginou?! Ia ser perfeito! Nós seríamos da mesma família finalmente e...

_Não, não seria perfeito, Gina! Seria uma desgraça! Você imagina... Imagina...? Eu e seu irmão nem nos falamos! Terminamos nosso namoro há eras e... Gina, presta atenção: nós vamos descobrir se essa... Suspeita... É verdadeira, mas você tem que me prometer, me jurar segredo! Por enquanto nem o Harry pode saber! E depois eu decido o que fazer, mas... – ela se calou abruptamente quando Ron entrou na cozinha.

_’Dia, Gina. – ele lançou para a irmã, sem olhar pa Hermione.

_’Dia. – ela respondeu, piscando para a amiga e voltando-se para Ron. – E então, o que vai ser de café, maninho?

_Nada. – ele respondeu, sumindo por trás de um Profeta Diário do outro lado da mesa. – Estou sem fome.

_Sem fome? – Gina perguntou assustada. Chegou perto do irmão e colocou a mão em sua testa, como que para medir sua temperatura. – Não é possível! Você? Sem fome?

_Eu sem fome, Gina. Que saco, eu posso ler meu jornal em paz?

_Ih... Não ta mais aqui quem brincou, estúpido! – ela disse, saindo de perto do irmão. Harry entrou na cozinha com James no colo nessa hora.

_Bom dia, amor. – disse, beijando a esposa.

_Bom dia. – ela disse, correspondendo ao beijo do marido e pegando James. – Bom dia meu amor! – e beijou o filho, colocando-o no cadeirão.

_Bom dia, Mione. Bom dia, Ron. – ele disse e voltou-se para a esposa após receber dois muxoxos de “bom dia”. – Quem é estúpido, Gin?

_O seu amigo ruivo ali. Não se pode nem brincar mais nessa casa!

_Olha, se eu estou incomodando tanto... – o ruivo respondeu, as orelhas vermelhas – Eu vou direto para o ministério, tenho que terminar de ver a minha transferência mesmo e tenho que começar a empacotar minhas coisas. Tchau pra vocês. – ele disse secamente e saiu batendo os pés.

_Mione, isso é tudo por sua causa? – Harry virou-se para a garota, boquiaberto.

_Não, Harry... É claro que...

_Hermione, você não é boa com mentiras, sabia? Ron vive dizendo isso e eu concordo. O que aconteceu há duas semanas eu já sei, mas...

_Gina! – Hermione disse encarando a amiga. Como ela podia ter contado aquele segredo para o marido?

_Que é? – a amiga disse – Eu não falei nada, mesmo achando que ele merecia saber!

_Então quem...?

_O próprio Ron, Mione... – Harry respondeu com simplicidade. – Ele estava esquisito e eu disse pra ele desabafar, ele me contou tudo, inclusive o que você disse na cozinha... Por isso eu não perguntei nada antes... Sabia que você falaria com a Gina e não me preocupei em você ficar sem ter com quem conversar... Você achou mesmo que eu não perceberia o clima em que vocês ficaram todo esse tempo? Parece até que voltamos à época de Hogwarts quando vocês ficavam semanas sem se falar...

_Me desculpe não ter te contado, Harry... É que eu fico sem graça de falar esse tipo de coisa... Só contei pra Gina porque a sua esposa se utilizou de táticas muito convincentes... – e ela sorriu tristemente. – Bom, você sabe de quase tudo...

_Quase? – ele perguntou, sentando-se ao lado da amiga. – O que aconteceu mais, Mione? Quer dizer, eu ouvi vocês gritando na escada, mas... Tem mais?

_Tem, Harry... Eu... Eu...

_Pode falar, Mione... Você pode contar comigo, você sabe.

_Você jura que não vai contar para o Ron?

_Claro que sim.

_Está bem. – ela respondeu encarando o pé da mesa. – Eu... Harry, eu acho que eu... Que eu estou...

_Grávida. – Gina completou.

_Você acha o que? – o amigo perguntou com assombro na voz.

_É, Harry... Eu não achava, mas a Gina... A Gina hoje me fez ver que essa é uma possibilidade. Não é necessariamente verdadeira, mas... Mas... É bem palpável, digamos assim.

_Então o que você está esperando?

_Pra que? – ela perguntou assustada.

_Pra ir até o St. Mungus tirar a prova! Hermione, se você estiver grávida o Ron tem que saber! Ele tem que te ajudar com essa criança!

_Não, Harry! Eu já te falei e você já jurou segredo! Eu não vou contar ao Ronald nada, ele não merece saber nada. Ele nem se dá ao trabalho de me escutar, lembra?

_Eu falo com ele, Mione, isso é sério!

_Eu sei que é sério, e eu também sei que eu não vou contar para o Ronald! Não agora! Eu nem tenho certeza ainda!

_Se você quiser... – Gina disse. – Nós podemos ir até o St. Mungus hoje fazer um exame...

_Não, Gina! Eu não vou até o St. Mungus! Você já esqueceu quem trabalha lá? O Robert! Eu nunca consegui engravidar dele e se eu estiver realmente grávida... Vai ser... Nem sei o que vai ser! Como isso pôde acontecer? – ela enterrou o rosto nas mãos para esconder algumas lágrimas que começavam a rolar.

_Mione, relaxa... – disse Gina. – Mamãe me ensinou o feitiço que revela a gravidez, é bem simples... Se você quiser eu mesma posso fazer, nem precisamos ir até o hospital pra ter certeza, assim você não precisa cruzar com o Robert e também mais ninguém além de mim e do Harry vai ficar sabendo...

_Ah Gin! – ela abraçou a amiga, chorando em seu ombro. – Eu nem sei como te agradecer! – ela puxou Harry também e abraçou os dois. – Eu não sei o que seria de mim sem vocês dois...

_Mione, somos seus amigos. – Harry disse. – Estamos aqui pra o que der e vier, você sabe.

_Eu sei... – ela secou uma lágrima – E eu agradeço todos os dias por Neville ter perdido o
sapo naquele trem, Harry! Como agradeço...

Os três ficaram em silêncio por alguns momentos. Gina puxou a varinha do bolso e encarou Hermione apreensivamente. Hermione fechou e abriu os olhos duas vezes, respirando fundo... Gina levantou a varinha e bradou:

_Ingravesco Revelio!

Uma fina linha de fumaça cinza e densa saiu da ponta da varinha de Gina. Dividiu-se em duas linhas mais finas ainda. Uma foi em direção à cabeça da garota; a outra em direção aos pés. Ambas começaram a circundar o corpo da garota e tornaram a se encontrar quando estavam em torno do ventre dela. Uniram-se de novo e antes de sumirem no ar formaram uma palavra em rosa: Positivo.




N.A:

Heeey!

Capítulo treze já on!

Espero que gostem dele! ^___________^

Pessoas do meu coração, muito¹²³¹³³²³¹²³ obrigada pelos comentários, sério!

Eu fico muito³¹²²³²³²³¹³², lisonjeada qdo as pessoas comentam e votam @_@

Obrigada mesmo, mesmo, mesmo!

Desculpem pela demora da postagem desse cap, mas é pq a fic tá em vias de fim e agora tudo tem q ser calculadinho!

Faltam 3 capítulos só, pelos meus cálculos x_x

Espero que estejam gostando!

Obrigada mais uma vez pelos coments!

Beijos ;*
Lau.

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn ELA TAH GRAVIDA DE UMA MENINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA U.U:))))))))))))))

    2012-12-20
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