Clumsy Words



Capítulo Treze - Clumsy Words

Relembrando a última parte do capítulo anterior...
Passados alguns minutos, Hermione continuou sem conseguir tomar seu café. Draco chegara na mesa, sozinho, e parecendo decidido a conversar com a garota.

- Hermione? - ele tocou de leve no ombro dela. Hermione olhou para Draco, receosa de que ele tivesse ouvido alguma coisa - Eu posso falar com você?


Eu sinceramente espero que gostem do capítulo 13! Foi bolado e escrito com todo o carinho que eu sinto por todas vocês, leitoras! Uma leitora me indicou uma música do RBD para colocar no capítulo (na N/A falarei quem é), mas eu já tinha escrito a parte com um trecho da música que eu escolhi antes, querida, desculpe. Ah, e lembrando, a música é “Going Away To College”, do Blink 182. O ritmo da música não combina com o contexto, mas a letra combina muito. Boa leitura! Beijos ! :*:

Hermione abriu uma, duas vezes a boca para falar alguma coisa, mas, incapaz de pronunciar uma simples palavra para o garoto a sua frente, fechou a boca pela terceira vez, concordando com um aceno de cabeça. Draco foi andando lentamente, Hermione em seu encalço. Antes de sair do salão principal, arriscou um olhar à mesa da Grifinória, mas todos estavam absortos em um assunto aparentemente interessante.

Não fazia idéia para onde estava sendo conduzida, e, sem poder agir contra a vontade de Draco, Hermione continuo seguindo-o, até que pararam perto do jardim. A garota fitou a paisagem por alguns longos minutos, as árvores balançando em sintonia, de acordo com a intensidade e direção do vento, os passarinhos voando em torno delas, e o Lago Negro, refletindo tudo isso em sua superfície calma e espelhada.

Draco fazia o mesmo que Hermione, não imitando-a, e sim por uma coincidência incrível. Quando seus olhares se cruzaram e perceberam o que faziam há meio segundo atrás, riram nervosamente.

- Hermione... - começou Draco a olhando nos olhos castanhos, o que a fez estremecer. Ficara quase um mês sem aquele contato visual que a fazia sempre estremecer e se perder na imensidão acinzentada que encontrava todas as vezes naquele olhar - Eu acho que devíamos conversar.

Hermione assentiu nervosa, ainda incapaz de falar alguma coisa. Draco pareceu esperar uma resposta da garota, mas, como não recebeu, prosseguiu.

- Eu pensei muito esses últimos dias, que nem conversei direito com você. - Draco manteu o contato visual com ela - Depois que voltei do hospital - Completou, diante da expressão de dúvida de Hermione -, e acabei decidindo que eu precisava falar umas coisas um tanto... complicadas com você.

Mais uma vez, ela assentiu, tentando reunir coragem suficiente para dizer “sim”. Depois dessa simples resposta, Draco ficou mais encorajado.

- Bom, é que... eu soube que você foi lá no hospital, ficar comigo enquanto minha mãe precisou viajar - Hermione sorriu, feliz por ele também estar feliz por isso - e eu simplesmente fiquei impressionado com você, justo a Hermione Granger, toda CDF indo ficar três dias em um hospital, perdendo matéria e...

- Foi por você, não teve nenhum problema - as palavras saíram de sua boca antes que ela raciocinasse a resposta. Engoliu em seco, porém, sentiu que não se arrependera.

- Uou - disse Draco num suspiro - Eu não sabia que você...

- Gostava tanto assim de um Loiro Sonserino, metido, rico, antipático, arrogante, mimado, filhinho-de-papai e ao mesmo tempo tão... perfeito por tudo isso - Dessa vez, Hermione sabia exatamente o que tinha falado - É, Draco, nem tudo é o que parece ser. Às vezes o que achamos óbvio, é errado. Veja eu com o Rony, fiquei meses namorando com ele, e percebi que não era a coisa certa para mim, foi uma experiência e tanto, mas nunca fui feliz, não sei te dizer quando senti o que era felicidade, foi quando... quando...

- Quando...? - encorajou-a Draco gesticulando com as mãos.

- Ah, esquece. Então, eu achei mesmo que o Rony fosse o garoto certo para mim, mas não existe certo ou errado. Existe, sim, o que é melhor para nós e... eu não sei o que é melhor para mim, quando eu tenho um garoto como voc...

- Eu sei - interrompeu-a Draco, sem mudar seu tom de voz, ele tinha o incrível poder de calar Hermione dizendo um “ai”, que ela parava para ouvir - Eu sei o que é melhor para mim. Você. Você é a certeza, você é a alegria, você é a razão. Você é a melhor, a perfeita, aquela que eu nunca um dia imaginei dizer isso. Aliás, eu nunca imaginei dizer isso para ninguém, Hermione.

Hermione não teve forças para sorrir. Não tinha porque sorrir. Era motivo de pular no pescoço da criatura na sua frente e agradecer por ela existir na sua vida, mas não foi isso que Hermione fez. Ficou parada, imóvel, sem desviar o olhar do Loiro.

- Pelo amor de Deus, Draco - falou ela, por fim - Pára de me confundir mais do que já estou confusa, ok?

- Eu não estou te confundindo, eu estou apenas falando a verdade - Draco riu. Afastou uma mecha do rosto e continuou - Ok, vou ser direto. Eu queria, sinceramente, continuar com você, entende... mas não só fingindo.

A garota congelou. Esperava tudo, menos isso. Simplesmente não sabia como dizer “não, não posso, eu não quero me envolver” ou negar uma coisa que esperara há tanto tempo. A oportunidade que sempre quisera, estava a sua frente, e ela diria não. Talvez não valesse a pena continuar com um loiro aguado, que a implantara em um mundo que ela nunca imaginou existir. A coisa era que não sabia como lhe responder com uma palavra que tanto disse na vida: não.

Estava sendo tão obtusa ao pensar em negar aquilo, que sorriu. O que tanto tinha esperado, naquele hospital, três semanas, talvez mais do que isso, esperando que ele acordasse, que ficassem juntos, felizes... “Qual é, Hermione? Agora que ele pede para continuar com você, você amarela?”. Não tinha explicação. Era uma decisão que já decidira tomar há muito tempo, entretanto, na hora, não pareceu capaz de assumir o que mais queria: era apaixonada por Draco, e isso não mudaria tão cedo.

- Então, o que me diz? - Perguntou Draco, e, por mais calmo que estivesse, não se preparara para ouvir aquela resposta.

- Draco, eu... eu acho que não vai dar certo - Despejou a garota, e desejou nunca ter ido conversar com ele -, porque eu já estou... eu estou confusa, eu não sei o que eu quero, eu... não queria me envolver com você, justo você, que é o maior... - ela engoliu o que ia falar, e continuou - Eu tenho medo de ficarmos juntos e depois você largar de mim, e eu sofrer. - A idéia de estar jogada no seu dormitório, chorando rios de lágrimas, não a agradava em nenhum aspecto, por isso, resolveu falar a verdade - Não quero sofrer, nem chorar, muito menos me sacrificar por garoto nenhum, eu quero ser livre, ter minha liberdade, poder escolher qual garoto eu quero e...

- Ok, ok - cortou-a Draco pela segunda vez -, eu entendi, te entendo. Quando eu “terminei” com você foram os mesmos motivos, mas achei que ficar três semanas sem mim, te faria pensar melhor nas possibilidades de ficarmos juntos.

- Draco, mas isso é tão improvável! Nós dois? Juntos? Nós somos muito diferentes, temos interesses, origens, personalidades diferentes, é tudo oposto entre eu e você, não temos nada a ver, sempre nos odiamos, declaramos guerra desde o primeiro ano, e agora, no sexto ano, cinco anos depois, aparecemos juntos? O que aconteceu entre a gente, foi tudo uma coisa do momento, foi uma coisa que eu não imaginei passar com ninguém, Draco! Fingir, esconder um fato por tanto tempo, é uma coisa nova para mim. E eu ainda acredito que nós somos diferentes demais para dar certo - disse Hermione muito rápido, parando para respirar. Porém, quando ia retomar a fala, Draco começou:

- Por isso é tão perfeito, e é por isso que pode sim, dar certo. Porque nós somos diferentes, totalmente opostos. Nós dois ficarmos juntos, é tão fácil, tão provável e tão simples, basta querer, lutar e o mais importante... vencer. É preciso saber encarar os problemas da vida, é preciso saber encarar nossas dificuldades, ou você é daqueles que no empecilho desiste? Eu não sou assim! Tudo bem que declaramos guerra sim, desde o primeiro ano, só que nós não estamos no primeiro ano. Nós crescemos, não percebeu ainda? Ou será que precisa de mais alguma coisa para você perceber, mais uma prova de que nós já crescemos há muito tempo? - Draco franziu o cenho, mas não conseguiu ficar nervoso, Hermione tinha o poder de acalmá-lo, mesmo naquelas circunstâncias.

- Claro que eu percebi que nós crescemos! - exclamou Hermione, sentindo os olhos marejarem - Mas eu não quero aceitar, eu ainda queria ser uma criança de onze anos, inocente e que não compreendia o que hoje eu compreendo! Queria ser uma criança de onze anos, para não ter que sentir tudo que eu estou sentindo agora, e não poder ficar com alguém, por medo de se machucar! - Ela tomou fôlego, mas dessa vez Draco não a interrompeu - Mas claro, tudo isso é um jogo, por que quem iria querer ficar com a CDF, ridícula da Hermione Granger? Ninguém, não é? O Jack sim, talvez, mas... ele era obsessivo! Só que quem sabe, não fazia parte do jogo?

- NÃO É UM JOGO, HERMIONE! - explodiu Draco, agora a garota não conseguiria mais acalmá-lo - MAS QUE MERDA, O QUE EU PRECISO FAZER, PRA TE PROVAR QUE ISSO NÃO É E NUNCA FOI UM MALDITO DE UM JOGO? - Draco adquirira um tom rosado na pele normalmente pálida - EU NÃO FAÇO ESSE TIPO DE COISA COM UMA GAROTA, E ESSA GAROTA, SENDO VOCÊ ESPECIALMENTE!

- AH, É? E POR QUÊ? COM AS OUTRAS VOCÊ FAZIA ESSE TIPO DE COISA, É? - gritou Hermione para ele, agora sem controlar as lágrimas que caiam dos olhos para o chão de mármore em que estavam de pé.

- NÃO, MAS TRATANDO DE VOCÊ, EU NUNCA PENSARIA EM FAZER ESSE JOGO QUE VOCÊ JULGA SABER AS REGRAS! - replicou Draco, cada vez com menos controle, e cada vez com mais vontade de beijar Hermione, mesmo ela o deixando maluco.

- EU SEI AS REGRAS, MALFOY! VOCÊS APOSTAM, CONQUISTAM A GAROTA E DEPOIS QUE AS FIZERAM CAIR AOS SEUS PÉS, SIMPLESMENTE AS DISPENSAM! NÃO É?

- TALVEZ VOCÊ DEVERIA SABER, QUE EU NÃO FAZIA IDÉIA DO QUE ERA FELICIDADE, LEMBRA-SE? E EU SOUBE O QUE ERA FELICIDADE QUANDO TINHA VOCÊ DO MEU LADO, MAS PELO QUE PARECE, VOCÊ NÃO SENTIU O MESMO, CERTO? - Draco estava a beira de um ataque de nervos, e esperava a resposta com tamanha ansiedade, que surpreendeu-se com a resposta, também em forma de grito.

- CLARO QUE SENTI! CLARO QUE SENTI, MALFOY! OU ACHA QUE TUDO AQUILO SIMPLESMENTE SE APAGOU DA MINHA CABEÇA, COMO UM TOQUE DA VARINHA? NÃO, NÃO SE APAGOU! TUDO AQUILO QUE A GENTE PASSOU, FOI AO MESMO TEMPO PERIGOSO E MARAVILHOSO! - Hermione não podia mais segurar o que há tanto queria lhe falar - EU NÃO SABIA QUE PODIA SER TÃO FELIZ ASSIM AO LADO DE ALGUÉM QUE JUREI ODIAR PELO RESTO DOS MEUS DIAS, MAS NÃO! FOI COM ESSA PESSOA, ESSE ALGUÉM, QUE EU FINALMENTE DESCOBRI O QUE ERA A FELICIDADE QUE TODOS PROCURAM! E ESSE ALGUÉM, É VOCÊ, SABIA? - Hermione perdeu o fôlego, enxugou as lágrimas, e voltou a falar, seu tom mais baixo - Foi com você que eu aprendi, e isso não se acha em nenhuma prateleira de nenhuma biblioteca, em páginas de livros. Isso só acontece com quem julgamos ser o ideal, e você foi, e ainda é o ideal para eu aprender muito mais que o que é felicidade. Eu ainda tenho que aprender o que é confiança, amor, lealdade... e eu acho, tenho certeza, que é com você o que eu tenho que entender - Ela suspirou - Mas não tenho coragem de continuar com você, porque não estou a fim de chorar.

Hermione girou nos calcanhares e saiu em direção ao salão principal, desejando que ninguém tivesse escutado a pequena discussão dos dois. Caminhou lentamente ao seu lugar, feliz por saber que realmente os gritos tinham, de alguma forma, passados despercebidos entre o tumulto do salão e da algazarra que lá se fazia. Mediante isso, ela sentou-se de forma calma, segura que estava com sua cor normal, e sorriu aos amigos. Jully, que a conhecia muito bem, logo percebeu que algo estava errado, e não comentou por causa de Harry e Rony. Gina também deu a entender que percebera o clima, mas depois do olhar que Jully a lançou, resolveu ficar quieta.

Rony dava mingau na boca de Luna, e Hermione riu. Não foi a única, Harry e Gina caíram na gargalhada. Rony não entendeu, por isso, continuou com sua tarefa. Luna estava encantada com a gentileza do namorado, resultando isso, em beijinhos melosos que, na opinião de Hermione, eram demais da conta. Depois de entrar no salão, ela não reparou e nem se importou se Draco tinha voltado para o café, ou se tinha descido para as masmorras; continuou com seu café tranqüilamente.

×~..*×

Draco viu Hermione voltar para o salão balançando os cabelos ondulados nas costas, e sentiu um aperto horrível no peito, como se estivesse sendo esvaziado de todo e qualquer sentimento que existia entre eles. Decidiu, então, ir para seu dormitório particular no sexto andar, já que dormira nele nos últimos dias e adorou a cama confortável, e, todo o luxo que tinha em casa, pareceu aflorar em Hogwarts. Abriu o quarto, jogou-se na cama, pensando ainda na conversa pouco amigável com Hermione. Tinha sido um idiota de se abrir para ela, e ter levado um fora que nunca imaginou.

Por um momento, pensou que até a Pansy serviria para amenizar... não dor, mas decepção. Em segundos, retirou esse pensamento da cabeça; Pansy não prestava e não consegueria amenizar a decepção quanto Hermione poderia.

Please take me by the hand
Por favor me carregue pela mão
It's so cold out tonight
Está tão frio lá fora hoje à noite
I'll put blankets on the bed
Eu colocarei cobertores na cama
I won't turn out the light
Eu não desligarei a luz ×


Aliás, depois de saber que Hermione pensou que tudo aquilo era um jogo, tudo piorou. Decididamente, ele não seria capaz de fazer aquilo com ela! Hermione era tudo que ele precisava na vida para poder ficar em paz, consigo mesmo. Sua mãe nunca o aconselhou sobre como conquistar definitivamente uma garota tão difícil como aquela que ele se apaixonara.

Just don't forget to think about me
Apenas não esqueça de pensar em mim
And I won't forget you
E eu não te esquecerei
I'll write once a week she said
Te escreverei uma vez por semana, ela disse ×


Draco estava perdido em seus pensamentos, quando alguém bateu na porta.

- Draco? - o Loiro reconheceu a voz de Claire Taylor, uma garota particularmente bonita, da Sonserina, mesma série que ele. Tinha os cabelos escuros lisos até a cintura, franjinha de lado e olhos claros - Draco, você está aí?

- Entre - permitiu Draco, enquanto despia a camisa. Claire entrou no quarto e não conseguiu tirar os olhos dele - O que foi? - ela despertou-se do transe, sorrindo envergonhada.

- Desculpe... eu vi que você estava um tanto chateado, posso te ajudar? - perguntou Claire gentilmente, ainda sorrindo - O que aconteceu, Draco?

- Não foi nada, Claire - Draco não queria se abrir para ninguém, o que acontecera ficaria só entre ele, Blaise, Hermione e provavelmente Jully - Está tudo bem, eu só estou com uma dor de cabeça forte.

- Oh, eu tenho uma poção realmente boa para isso! - exclamou ela, prestativa - Eu busco para você...

- Sem problemas, eu estou bem - Draco estava vestindo uma camisa mais larga - Era só isso? Se for, você pode s...

- Não, não é só por isso que estou aqui - disse Claire com a voz suave - É que eu fiquei preocupada com o seu coma, e tudo o mais. Eu fiquei sabendo dois dias depois, acredita? Pois é... - Claire o olhou meigamente, Draco deu um sorrisinho - Draco, você está com alguém?

Draco surpreendeu-se com a pergunta da garota. Arregalou os olhos, mas Claire permaneceu firme no seu lugar, parada, esperando a resposta. Não estava ansiosa, pelo contrário. Parecia calma demais.

- Bom... não, mas... - sem que pudesse terminar de responder, observou Claire se aproximou. Foi quando ela descruzou os braços, que Draco percebeu que vestia um robe vermelho longo e transparente, deixando absolutamente tudo à mostra.

A garota se aproximou das janelas, fechou-as e encostou as cortinas. Com um aceno da varinha, escureceu o quarto e acendeu umas velinhas que ficaram pendentes em volta da cama. Aproximou-se, dessa vez, de Draco, tirou sua blusa e deitou sobre ele.

- Eu sempre quis você, Draco - ela deu um sorrisinho - E hoje eu vou te ter - a garota começou a beijá-lo nos braços, arranhando sua barriga de leve - Você vai me dar essa chance, não vai? - ela mordeu o lábio inferior, passando a mão no rosto de Draco.

- Claire, você é maluca? - ele perguntou, e Claire sorriu.

- Por você - ela sentou-se no peitoral de Draco, as pernas para trás, e beijou-o com vontade.

Draco não soube o que fazer. Envolveu-a pela cintura, e a puxou para mais perto, retribuindo o beijo com a mesma vontade. Precisava, e ia conseguir esquecer Hermione. Desceu os lábios para o pescoço de Claire, mas esta levantou-se e o fez sentar, encostado na madeira da cama, e voltou a beijá-lo. As mãos do Loiro permaneciam na cintura dela, mas a própria Claire as pegou e pôs na barriga, levando-as para mais em cima. Draco surpreendeu-se com o ato da garota, mas Claire sorriu e pressionou mais as mãos dele contra si, fechando os olhos. Depois de beijá-lo por mais um tempo, tomou suas mãos novamente e desceu-as, indo para as nádegas.

- Faça isso, Draco - ela sussurrou no seu ouvido, mordiscando de leve o lóbulo - Eu sei que quer, e eu deixo.

Draco não entendeu exatamente o que ela quis dizer, mas aproveitou que ela permitira, e explorou o corpo de Claire com as mãos. Claire, não agüentando mais, jogou-se para trás, e puxou Draco consigo. Pela terceira vez, pegou as mãos do garoto, e as levou até o fecho do robe mais próximo dos seios dela.

- Abre para mim? - ela pediu, manhosa. Draco murmurou um “safada”, e, em vez das mãos, abriu com a boca, beijando e lambendo por onde passava, até chegar no último fecho, que ficava no meio das canelas - Eu não... por favor, Draco, você quer muito como eu?

- Mais do que você imagina - Draco tirou o robe vermelho de Claire, e voltou seu trajeto, de baixo para cima, com os beijos, até chegar novamente na boca dela - Se me permitir... - Draco não esperou resposta, empurrou a garota no chão, e esta riu. Draco tirou a calça, ficando apenas de cueca, e avançou em Claire, beijando-a por todas as partes que ela pedia.

Draco não sabia se estava gostando ou não, mas sabia que não conseguiria parar depois de tudo aquilo. Claire, que estava quase gritando no quarto, subiu na cama e ficou de pé. Uma música ao longe tocou, e Claire não hesitou em começar a dançar. Draco a observava com os olhos brilhando, e assim que não agüentou, agarrou os pés dela e a puxou para baixo, os dois caindo na cama, esquecidos de tudo...


×~..*×

Hermione, depois de finalmente terminar seu café-da-manhã, praticamente foi arrastada até seu dormitório de monitora-chefe por Jully e Gina. Harry, Rony, Luna e Blaise, pasmos com a atitude das duas, não tiveram coragem ou palavras para perguntar: “O que foi que a Hermione fez?”. Gina e Jully não falaram nada o caminho inteiro, deixaram as perguntas, dúvidas, questões, ou o que seja, para quando entraram no dormitório.

Como a Castanha já esperava por esse tipo de atitude das amigas, permaneceu calada, e irritantemente tranqüila. O quarto de Draco, ao lado do seu, estava quieto, não aparentava ter duas pessoas ali dentro. “É claro, ele foi correndo para a sala comunal”, pensou a garota, sem nem imaginar onde e o que Draco fazia nesse exato minuto. Jully e Gina abriram a porta do dormitório de Hermione, entraram, e esperaram que ela começasse a explicar.

- Vamos, Hermione - disse Jully a olhando seriamente -, o que aconteceu?

- Como o que aconteceu? - perguntou Hermione, fingindo-se de idiota, mas, sob o olhar de Gina, completou - Comigo e com o Draco?

- É óbvio, sua tola - Gina disse como se fosse um pecado ela não saber do que estavam falando - Vocês conversaram?

- Sim, conversamos. Aliás, ele queria continuar comigo, sabem...

- Sério?! - exclamou Jully levando as mãos à boca - E você aceitou?

- Não - respondeu Hermione amargurada, depois de longos minutos de um silêncio funesto - Eu não aceitei.

Jully arregalou os olhos; Gina a olhou como se fosse uma alien. Hermione virou-se de costas para as duas, olhando pela janela os jardins de Hogwarts, para evitar que elas vissem-na chorando silenciosamente. Enxugou as lágrimas que escorriam dos seus olhos, apoiando as mãos no beiral da janela, lembrando-se de muitos momentos que passara com Draco no jardim, observando o lago, as árvores, tudo aquilo seria sem graça se não estivesse com o Loiro, mas a decisão de não aceitar fora exclusiva e unicamente dela; todos seus amigos apoiavam que ela continuasse com Draco, até mesmo Harry e Rony, depois do Sonserino provar, em meio à guerra, que estava do lado deles.

Hermione pensou em tudo aquilo que sempre quis. Ser feliz. Como seria feliz agora, que não estava mais com Draco? Ele que fazia o seu mundo girar, ele que fazia ela sorrir, acordar todos os dias de manhã, aturar os professores, para no final do dia se encontrarem... não iria ser a mesma coisa passear no jardim sem Draco. A coisa mais difícil fora dizer não, querendo dizer sim. E a coisa mais difícil, estava sendo agüentar ficar sem Draco, com ele fora de coma, de perigo, vivo, respirando.

- Hermione, você enlouqueceu? - Jully disse, depois do que pareceu ser um ano de mais silêncio - Hermione!

Gina lhe deu um cutucão nas costelas.

- Ai, o que foi? - Hermione perguntou olhando finalmente para as amigas.

- Você enlouqueceu, foi? - tornou Jully espantada - Dispensar Draco Malf...?

- Não dispensei ninguém - Hermione cortou-a - Eu só... falei não!

- É a mesma coisa - Gina levantou da cama - Caramba, ele é tão lindo e você não...

- Não é pela questão dele ser ou não lindo, Gina, é porque eu não quero mais sofrer por nenhum garoto que brincar comigo.

- Quem te garante que ele está brincando com você? - perguntou a Ruiva indignada, contornou a cama e ficou de frente para Mione.

- E quem te garante que ele não está? - retrucou Hermione parecendo irritada - Ginevra, eu conheço aquele tipinho, é só para não parecer solteiro demais!

- Não tem nada a ver - falou Jully - Você nunca teve a sorte de pegar um garoto que brincasse com você - ironizou a garota -, por isso, você não tem nada que reclamar. É tão difícil perceber que o Draco gosta de você?

- É, é praticamente impossível! - respondeu a Castanha, a voz aguda - É praticamente impossível que aquela Barbie Ambulante seja capaz de ter algum sentimento por alguém, por mim, exclusivamente!

Gina franziu o cenho indignada.

- Mas que diabos você pensa dele, então? Você acha que ele não tem sentimentos, é isso? Pois saiba que as pessoas que menos demonstram seus sentimentos, são as que mais têm!

- Eu não falei isso - replicou Hermione - Eu não duvido que ele tenha sentimento, mas que seja capaz de gostar de alguém do jeito que vocês falam, eu duvido sim! Quem me garante que ele já não está por aí se agarrando com a primeira vadia que apareceu? - Hermione enxugou uma lágrima com o polegar - Eu gosto dele, mas não tenho coragem de me arriscar, e sair machucada de toda essa história! Eu cansei de ser tratada como uma sangue-ruim, ele me tratou assim desde o primeiro dia de aula, por que ele mudaria de um dia para o outro? - A garota lembrou-se do que Draco lhe falara. Eles tinham crescido. Sim, tinham, mas de que adiantava eles terem crescido e o sofrimento crescer junto? - Ele me falou hoje, que nós crescemos... mas não tem importância isso, não mudou nada!

- Como não? - Jully sorriu compreensiva - Você acabou de confessar que gosta dele, Hermione, isso por acaso é... nada? Claro que não! Você gosta dele, mas não sabe se ele sente o mesmo, e está morrendo de medo de ele não sentir! Tudo que você mais quer, é que o Draco também goste de você.

- NÃO! - gritou Hermione irritada por Jully saber exatamente o que ela queria - Eu não quero isso... ou talvez queira, mas não sei ainda!

- Sabe, sim - Gina disse -, e por isso que não quer assumir. Hermione, não deixa essa oportunidade passar, é o garoto que você gosta!

- Eu... eu sei, mas... - e, sem aviso, ela caiu no choro. Não conseguia suportar a idéia de ficar sem Draco. As amigas a abraçaram, e Hermione sentiu-se rodeada por pessoas que realmente se importavam com ela. E isso, não iria mudar, mesmo que estivesse sem Draco.

×~..*×

Draco acordou, surpreendendo-se com Claire Taylor na sua cama. Olhou em volta; as roupas de ambos estavam jogadas no chão, toco de velas flutuavam ao redor da cama, as janelas e cortinas fechadas, e, com um assomo de surpresa lembrou-se do que acontecera... Merlim, o que fizera?!

- ... que seja capaz de gostar de alguém do jeito que vocês falam, eu duvido sim! Quem me garante que ele já não está por aí se agarrando com a primeira vadia que apareceu? - Draco ouviu a voz de Hermione no quarto ao lado, e congelou quando ela disse “quem me garante que ele já não está por aí se agarrando com a primeira vadia que apareceu?”, porque era verdade. O resto ele não pôde ouvir, parecia que tinha uma barreira impedindo que ele terminasse de ouvir a conversa.

- Merlim, eu preciso falar com ela - Draco voltou a olhar Claire. Ela dormia tranqüilamente, a cabeça apoiada em seu peito - Claire... Claire, acorda!

A Morena acordou, sorrindo meigamente.

- Você já acordou, meu amor? - ela perguntou, passando a mão no rosto de Draco, mas este empurrou a mão dela para longe - O que é isso?

- Claire, pelo amor de Deus, você não pode falar nada sobre isso, pra ninguém - suplicou Draco, vestindo a calça - Muito menos para a Hermione, ou algum amigo dela.

- É claro que não, Draco. Você dorme comigo e eu vou manter isso sem segredo? Ah, mas não vou mesmo! - Claire vestiu o robe novamente, apagou as velas e deixou o quarto no aspecto de antes - Eu achei que você fosse ao menos me pedir em namoro, ok? E se eu ficar grávida, Draco? Se eu não tiver tomado a poção correta?

Draco empalideceu. A idéia de ter um filho com Claire Taylor era irresistivelmente assustadora. Não, ela não podia...

- M-mas você tomou a poç...?

- Óbvio que tomei, Draco, eu tenho dezesseis anos, não quero engravidar! - gritou Claire - Só fique sabendo, que se você não me quiser, eu vou tirar a Granger do meu caminho. E fazer da sua vida um inferno!

Dizendo isso, Claire saiu do quarto batendo a porta, deixando um Draco Malfoy absolutamente incrédulo. Ela não tinha o direito de interferir na sua vida! Hermione era sua... Claire não poderia fazer nada, em quem a sua garota iria acreditar? Nele, claro. Não iria acreditar em uma Sonserina metida, e apaixonada.

Draco terminou de se vestir, decidido a conversar seriamente com Hermione. Seu rumo, depois de passar em frente ao quarto dela, porém, mudou completamente. Antes, precisava conversar com Claire. Desceu as escadas, receoso de que pudesse sair rolando, o que felizmente não aconteceu, em direção às masmorras. Entrou na sala comunal da Sonserina, o que não fazia há tempos, procurando a garota. Perguntou dela à Gabrielle, sua melhor amiga, mas nem esta tinha a visto desde que saíra para o quarto do Loiro. Draco resolveu, então, fazer uma busca minuciosa por todos os cantos do castelo, todas as torres, todos os andares. Enquanto corria pelo primeiro lugar que lhe veio à cabeça - o jardim - uma chuva fraca começou a cair, o que resultou em alunos correndo de volta ao castelo. Ele não desistiu, andou rapidamente para a torre de Astronomia, quando o céu já começava a escurecer.

Não encontrou Claire por aquelas bandas, e, quando pensou em desistir, topou com ela no meio do corredor de volta às masmorras.

- Ah, te achei - ele disse assim que a viu - Claire, eu sinto muito pelo que eu te disse... mas o que aconteceu, foi apenas... um desvio, um desvio por parte minha. Eu deveria ter detido você, não deixado acontecer, mas... aconteceu!

- Sei - Claire tinha os olhos inchados e vermelhos, riscos pretos no rosto, da maquiagem que usava nos olhos e as bochechas rosadas -, então foi uma diversão? Foi, para você, porque eu... eu amei.

- Entendo você - Draco a conduziu até um canto isolado, onde ninguém poderia os ver juntos -, só que você precisa me entender. Eu pensei que você me faria esquecer a Hermione, e pelo contrário. Não foi culpa sua, quando se ama alguém, vale tudo, e eu... eu não queria que você ficasse desse jeito por causa de mim.

- Eu tento, Draco, e eu achei que depois que a Pansy saísse da escola, eu poderia ter chances com você - a garota, com um esforço, sorriu -, e apareceu a Granger. Vocês ficaram, namoraram, terminaram. Você quase morreu, eu quase tive um treco. Você voltou, a gente dormiu junto, e agora quer que eu fique calada, vendo o amor da minha vida com outra garota? Não, Draco, eu vou lutar até o fim, até quando eu tiver certeza que você não vai olhar nunca para mim.

Draco a olhou com compaixão.

- Claire, você é uma garota linda, pode conseguir qualquer cara...

- Menos você! - ela retrucou - De que adianta ter todos os garotos aos meus pés, se eu só quero você?

- Tudo bem, você quer apenas eu. Só, que, se você não correr atrás de outra pessoa, tentar me esquecer, vai continuar no mesmo lugar, sem pod...

- MAS EU NÃO QUERO OUTRA PESSOA, NÃO QUERO TE ESQUECER! - explodiu Claire, contudo, sem chorar - E eu não vou desistir de você, Draco. Você não só gosta, mas ama a Granger, e isso me desanima... só que eu não vou desistir, ok?

- É, Claire, é verdade, eu não gosto da Hermione, eu amo ela - disse Draco sem pensar, admitindo para si mesmo que aquilo não era paixão, era simplesmente... amor -, só que eu dormi com você, e isso, quando ela descobrir, vai ser um choque. Eu não quero que ela saib... - Draco ouviu um soluço ali perto, e, quando virou-se, para seu horror, viu uma cascata de cabelos castanhos passarem por onde tinha ouvido o soluço há um segundo atrás - Oh, Merlim, essa não...

×~..*×

Hermione finalmente parara de chorar. Gina e Jully a olharam, sem coragem de fazerem perguntas incovenientes. A Ruiva, porém, tomou iniciativa, após uma meia hora sem ninguém abrir a boca, disse:

- Se eu fosse você, corria para o Draco agora mesmo.

- Por quê? Sofrer? - perguntou ela, indignada - Eu sou orgulhosa demais, Gina, não vou atrás do garoto que...

- Você ama - completou Jully com um sorriso - Vai, assume! Você ama ele.

Hermione virou o rosto e, vencendo o orgulho que dissera ter em excesso, respondeu à amiga.

- Eu amo ele, sim. E isso que atrapalha tudo! Eu quero ir... mas eu vou me humilhar! Voltar como um cachorrinho pedindo perdão? NUNCA!

- Você é uma besta - afirmou Gina decidida - Simplesmente uma besta, Hermione. Caramba, se o cara não pelo menos gostasse de você, acha mesmo que teria vindo pedir para continuarem juntos?

- Acho, acho sim - Hermione se surpreendeu com a própria resposta, contudo, não deixou transparecer isso -, e posso até ter certeza!

- Ele também é muito orgulhoso - Jully disse -, e passou por cima disso para vir convesar com você. Será que você tem certeza que fez a coisa certa? Nem sempre o que achamos que é certo, é na realidade, certo.

- Eu sei que eu fiz a coisa certa, foi melhor assim. É melhor a gente se afastar, assim, ninguém sai machucado de toda essa história.

- Esse ninguém é você, porque o Draco está machucado, Hermione - Gina falou com a voz firme, coisa rara nas atitudes da Ruivinha. Ela não sorria, tinha o olhar frio, e quando isso acontecia, não era bom sinal - Você o feriu profundamente, Hermione. Ele veio falar com você, humildemente, na boa, pensando em ficarem juntos, e vem uma bomba dessas: “não”. O que será que ele pensou? Que foi seu joguinho! Que foi acontecer, pra você ganhar crédito por ter pegado o gostoso do Draco Malfoy, como ele é intitulado atualmente - Gina respirou, voltando a falar cinco minutos depois - Veja bem o que você está deixando para trás, o que vai estar dando sopa daqui a uns três dias.

- Eu tenho consciência disso - Hermione piscou. Passou pela sua cabeça sair correndo, atirar-se nos braços de Draco, sem nunca mais querer largá-lo -, e é pelo que mais me culpo o tempo todo. Draco Malfoy! Merlim, é só pra quem pode.

- Não só por isso, Mione - Jully falou, olhando para Hermione -, o Draco é um cara honesto, sincero, corajoso, legal, simpático, lindo, enfim... ele é o cara do sonho de qualquer garota solteira, casada, sei lá! A não ser, é claro, que o namorado dela não seja um Blaise Zabini, um Harry Potter ou um Rony Weasley - ela completou sorrindo, deixando o clima mais descontraído.

Hermione riu. Não tinha que deixar escapá-lo como estava deixando. Não podia fazer isso, era melhor lutar, se humilhar, do que deixar Draco Malfoy escapar dos seus dedos como água, deixá-lo ir embora...

- Sabe, Gina... você tem razão - Hermione decidiu, levantando da cama, vestindo sua jaqueta - Eu preciso correr atrás dele, mesmo que para isso eu tenha que passar por cima do meu orgulho, e nem que eu tenha que parecer um cachorrinho pedindo perdão.

Jully sorriu radiante, seguida de Gina.

- Isso mesmo, amiga - apoiou a Ruiva - Vai lá, vai ficar com o cara da sua vida.

- É, você merece - incentivou Jully - Vai logo, ‘tá esperando o quê?

Hermione abraçou as amigas, agradeceu à Merlim por tê-las perto de si, e correu para fora do quarto. Iria procurar Draco até no último cômodo dos milhares em Hogwarts. [N/A: tudo bem, MILHAARES foi exageroo ¬¬’]

O único lugar que ela sabia que Draco não estava era no quarto, pois batera na porta, entrara e não encontrou ninguém. O próximo lugar era o jardim, e, de lá, as masmorras. A chuva respingou em seu rosto, fazendo-a recuar, sem achar, no entanto, o garoto.

Parecia que o mundo conspirava para que ela não o encontrasse, até ouvir, no final de um corredor, perto das masmorras, duas vozes. Uma ela conhecia muito bem, outra, não sabia de quem era.

- ... vou desistir de você, Draco - dizia a voz desconhecida, era de uma garota. Por um terrível momento, imaginou ser Pansy Parkinson, mas descartou essa idéia, ao lembrar que a vaca não podia estar na escola - Você não só gosta, mas ama a Granger, e isso me desanima... só que eu não vou desistir, ok?

- É, Claire, é verdade, eu não gosto da Hermione, eu amo ela - Hermione boquiabriu-se. Não, não podia ter ouvido aquilo. Draco Malfoy a amava! Ela sorriu, mas o sorriso instantaneamente desapareceu, ao ouvir o resto da frase -, só que eu dormi com você, e isso, quando ela descobrir, vai ser um choque. Eu não quero que ela saib... - A garota chorou, e, sem querer, deixou escapar um soluço, percebendo que fora um erro, e que Draco a ouvira - Oh, Merlim, essa não... - Hermione virou-se correndo, tentando fugir, mas ouviu ainda Draco murmurar “espere um pouco, Claire” e seus passos apressados atrás dela.

Hermione logo viu que andar não adiantaria, e correu o mais longe que pôde, no entanto, Draco, mais ágil e rápido, a alcançou antes do previsto. Ela não protestou, mesmo estando com os braços presos nas mãos frias do Loiro.

- Hermione... - ela chorava agora, sem importar-se com soluços, nem nada - Hermione, não faz isso comigo, eu já me senti culpado o suficiente por hoje.

Ela não disse nada, continuou chorando, a cabeça baixa, sem recusar e nem aceitar as mãos de Draco em torno dos seus braços.

- Por favor, eu preciso explicar a você tudo que aconteceu - Hermione fungou, não falando nada - Posso? - ela assentiu com a cabeça, indiferente - Pelo amor de Deus, eu queria esquecer você, porque... você não quis continuar, entende... e eu tive certeza de que não gostava de mim...

- E n-não gosto - Hermione falou, a voz pastosa, esforçando-se para não soluçar, e conseguiria isso, se Draco não a interrompesse.

- Eu sei que não - ele disse desapontado - Por isso que eu acabei cedend...

- Eu amo você - Hermione terminou a frase, deixando um Draco mais pálido que o normal. O Loiro soltou os braços dela, os olhos cinzas encontrando-se com os cor de mel, molhados pelas lágrimas. Incrédulo, Draco balançou a cabeça, negando.

- Não, você enlouqueceu - disse ele, fitando Hermione - Não...

- É, é isso, eu te amo - repetiu Hermione, para em seguida chorar mais ainda -, e f-foi por isso que eu v-vim falar com voc-cê, mas pelo visto, já arranjou alg-guém, não é? Eu sab-bia, eu falei... m-mas não achei que fosse ser tão ráp-pido.

- Eu já falei, eu cedi porque queria esquecer você, caramba! - exclamou Draco desesperado - Por favor, acredita em mim. Eu achei que você não iria nunca mais querer me ver na vida, depois daquele fora... foi tudo impulso, não foi a mesma coisa se fosse com você.

- Como? Você nunca foi para... para a cama comigo, como pode saber? - ela perguntou esganiçada, dessa vez, a raiva tomando conta.

- Simples, porque quando a gente ama alguém, sempre vai ser diferente. E eu sei disso, tudo com você é diferente. Eu não sei, mas... foi impulso.

- É verdade, Granger - Claire apareceu de onde estava, ouvira toda a conversa. Mantinha os olhos inchados, mas seu belo rosto era iluminado por um sorriso - Ele não fez porque me ama, ou porque gosta de mim. Foi realmente um impulso. Errado, mas foi. O Draco me disse isso há um segundo. Eu... eu que comecei, porque eu gosto dele... sempre quis ter ele, e eu comecei com isso, não foi culpa dele. Pelo menos, não inteiramente dele.

Draco boquiabriu-se pela segunda vez no dia, olhando incrédulo, para Claire, que não parou por aí.

- Granger, o Draco é um cara maravilhoso. Pode ter quem ele quiser no mundo, basta estalar os dedos. Hoje, ele fez uma coisa equivocada, mas, ao mesmo tempo, impensada e totalmente impulsiva. Eu fui ao quarto dele, decidida a seduzi-lo, e parece que realmente consegui - Claire respirou fundo - Saiba que dizer a verdade não está sendo fácil, porque eu gosto mesmo dele, não como você, mas gosto. Bom, eu quando decido algo, consigo sempre. Independente de quem for, e o que for. E consegui levá-lo para a cama. Eu comecei com tudo, e estou terminando isso agora.

- Claire, você pirou - disse Draco - Há uma hora, você queria contar para meio mundo, e, agora...

- Shh! Fica quieto! - pediu Claire, em tom mandão - Granger, o Draco simplesmente não pôde se controlar. Ele queria, eu percebi. Só que foi o que ele disse. Foi na tentativa de te esquecer, esquecer quem ele ama, que ele foi para a cama comigo. Mas... ele ama você, e nunca vai te esquecer, isso é mais do que provado.

Hermione observou Claire enxugar uma única lágrima no meio do rosto.

- Granger... não estou defendendo ele, ele errou, sim. Eu sei que errou - Claire olhou para Draco, que permanecia pasmo -, mas quem mais errou fui eu. Eu que o seduzi, eu que o induzi a fazer o que hoje fez. A culpa foi minha. Se eu não tivesse aparecido por lá, pode ter certeza que ele não iria fazer nada disso.

Why does it feel the same
Por que parece o mesmo
To fall in love or break it off
Se apaixonar ou acabar tudo
And if young love is just a game
E se seu novo amor é só um jogo
Then I must have missed the kick off
Então eu devo ter perdido o começo ×


Hermione olhou de Claire para Draco, e, o silêncio deste, confirmou toda a história. Era algo que ela não esperava, mas não cederia tão fácil. Draco errara, e errara feio. E ela um dia, poderia perdoá-lo, mas agora, não.

Draco nunca imaginara que Claire fosse capaz de ajudá-lo. Era tão surreal! Prometera a si mesmo, que iria ao inferno por Hermione, para conquistá-la novamente... e faria isso, pois sabia que ela não o perdoaria tão fácil assim.

Don't depend on me to ever follow through on anything
Não dependa de mim para qualquer coisa
But I'd go hell for her
Mas eu iria para o inferno por ela ×


Hermione sorriu para Claire.

- Você é realmente um anjo na vida dele - disse a Castanha ainda sorrindo -, isso já aliviou um pouco, mas não vai ser tão rápido... Taylor - ela completou, ao lembrar da seleção das casas no primeiro ano. Lembrou-se: “Taylor, Claire” - Foi o suficiente, Taylor, não precisa de mais nada. Falta ele, Taylor.

Draco não disse mais nada, Hermione virou as costas e foi embora.

×~..*×

Toda aquela conversa o deixara sem fôlego.

- Claire, muitíssimo obrigado - Ele sorriu, Claire permaneceu imóvel - Você me livrou de...

- Não, Draco. Eu fiz o que achei certo. A maior parte, quem vai fazer vai ser você - ela disse com firmeza -, eu só fiz um terço de todo o trabalho. Todo o resto, perdão, reconciliação, reconquistá-la... vai ser um trabalho penoso, difícil, duro, mas se a vida estiver a seu favor, creio que será possível.

Draco compreendeu o que ela quis dizer; em seguida, Claire entrou na sala comunal da Sonserina, deixando-o sozinho com seus pensamentos.

A vida era algo tão engraçado... ele achara que seria tudo tão fácil, mas descobrira que era muito despreparado para enfrentar as dificuldades que lhe apareciam... a vida lhe pregara uma peça. Em um mundo tão horrível, tão desigual encontrara a felicidade em uma garota que nunca imaginou...

I haven't been scared in a long time
Eu não me sentia assustado há muito tempo
And I'm so unprepared so here's your valentine
E eu sou tão despreparado, e esse é o seu namorado
Bouquet of clumsy words, a simple melody
Montes de palavras idiotas em uma simples melodia
This world's an ugly place, but you're so beautiful to me
Esse mundo é um lugar tão horrível, mas você é tão bonita para mim ×


Ele só não entendia. Tantas palavras ridículas, toscas, idiotas... e ela não aceitara o garoto de volta. Talvez fosse pouco, talvez ela quisesse mais... isso não seria possível, o que mais poderia dar a ela?

×~..*×

Hermione entrou no dormitório, agradecendo imensamente por estar vazio. Caramba, tudo que Claire lhe dissera mexera com ela. E o que Draco tinha feito, também. Ele tinha sido tão perfeito com ela. Sempre a buscava no final das aulas, sempre ficava na companhia do Potter-Cicatriz e do Weasley-Pobretão, quando estava com ela... era tão idiota o que ela tinha feito! Talvez se ela não tivesse negado o seu pedido, Draco não teria feito nada daquilo. Ou talvez tivesse feito, e seria pior se estivessem juntos.

I'll think about the times
Eu pensarei na época
You kissed me after class
Que você me beijava depois das aulas
And you put up with my friends
E você aturava meus amigos ×


- O que aconteceu, Mione? - Harry adentrou o quarto sem bater na porta, encontrando Hermione deitada na cama, ainda chorando um pouco - A Gina me contou.

- Sério? - ela sorriu, os olhos molhados - É, eu imaginei mesmo.

- Pois é, mas eu achei que você voltaria tão feliz, depois de ter... - Harry disse; Hermione o cortou.

- Não, eu descobri uma coisa que eu realmente fiquei chateada, Harry - Hermione enxugou os olhos com a manga da blusa - Ele já estava com outra, e até dormiu com ela.

O queixo de Harry caiu.

- Caramba, e aí?

- E aí que a garota veio falar comigo... falou que ele não queria, e eu acredito, só que... ele não conversou direito disso - Hermione levantou os olhos para Harry -, eu acho que nem vai querer.

- Claro que vai - Harry disse, sorrindo - Você ama ele, não ama?

- Amo, Harry, amo - Hermione mordeu o lábio inferior, fazendo força para não chorar - Ele diz que me ama, só que não acredito. O Draco disse que só dormiu com a Taylor porque queria me esquecer.

- Com quem?! - indagou o amigo, parecendo espantado.

- Claire Taylor... por quê?

- Merlim, Hermione! - exclamou o Moreno levantando-se - Foi essa garota que eu ouvi conversando com a Mila Bulstrode ontem, sobre induzir alguém a dormir com ela... tudo se encaixa... a Mila informou à tal Claire que estava solteiro, e foi aí que surgiu o plano. Eu estava passando perto da Sala Precisa, coberto pela Capa, é claro, porque já era mais de meia-noite, quando ouvi as duas conversando. Eu nunca imaginei que fosse o Malfoy. “Tudo bem, srta. Taylor, ele não vai recusar”, foi exatamente o que a Mila disse. Brincando, é lógico...

Hermione ficou pasma. Então a vaca da Taylor tinha induzido Draco a dormir com ela? Era tudo um plano, para Hermione nunca mais olhar na cara do Loiro, deixando-o só para a Taylor? E por que a vaca tinha lhe falado a verdade? Tinha a intenção de fazer Draco se apaixonar por ela, ou tinha tido coração?

- Engraçado, Harry, que foi ela quem ajudou o Draco a se livrar... claro, ela não fez tudo, mas pelo o menos deu uma aliviada boa na barra dele - Hermione disse pensativa - Eu estava pensando... ela queria fazer o Draco se ap...

-... apaixonar por ela, pela sua honestidade, sim - completou Harry -, provavelmente foi isso.

Hermione riu. Harry conseguia simplesmente fazê-la sorrir em cinco minutos. O resto da tarde eles passaram juntos, combinando planos para matar Claire e, quando viram, o relógio já marcava sete e quinze.

Desceram para jantar, Hermione um tantinho mais animada. Contou à Jully e Gina o que acontecera, quando as três subiram para o dormitório da Castanha. Gina achou toda a história fabulosa, Jully pensava do mesmo modo que Hermione e Harry: Claire queria fazer Draco se apaixonar por ela.

- Ah, mas pensa... às vezes ela se tocou que fez burrada, não pode ser? - sugeriu Gina imprecisamente, piscando um olho para Hermione - Pô, você leva tudo pelo pior lado, Mione!

- Não, não levo, é a realidade! Você, assim como eu e a Jully, conhece muito bem o modo de pensar das garotas, Gina - disse Hermione - Todas nós somos assim, quando aparece uma oportunidade, sempre queremos aproveitá-la. E o Draco com certeza caiu na lábia daquela vaca de quinta categoria.

- Olha o ciúúmes - cantarolou Jully, frisando o “ciúmes”, deixando Hermione possessa.

- JULLY CLEESE, NÃO SE ATREVA!

Jully deu uma risadinha e atirou uma almofada em Hermione, que retrucou. Gina entrou no meio, tentando separá-las, e acabou levando uma almofada no meio da cara, retrucando em Jully. As três passaram um tempão em guerra de almofadas, estourando uma delas na cabeça de Gina. Voou pena até no banheiro, e, Hermione fez as duas limparem seu quarto sem magia.

Jully protestou dizendo que parecia mais uma detenção “by Snape”, arrancando risadas das outras. Gina concordou, enquanto Hermione lia um livro. Na realidade, estava alheia a tudo que acontecia a sua volta, apenas fingia entender. Pensava mais em Draco do que no livro, passava os olhos nas linhas, lembrando de tudo que tinha passado com ele.

Flashback

- Nossa, finalmente a minha querida namorada chegou! – Hermione pulou de susto ao ouvir a voz de Malfoy.

- MALFOY, NUNCA MAIS FAÇA ISSO! – berrou a garota, batendo o pé – Poxa, me assustei!

- Tudo bem, eu percebi – respondeu o Loiro, cinicamente – Você demorou!

Hermione arregalou os olhos. Malfoy, Draco Malfoy, o Loiro Oxigenado, falando “Você demorou!” de forma tão... carinhosa?

- Sentiu minha falta, é? – perguntou Hermione irônica.

- Não quis dizer isso, mas já estava ficando cansado de tanto ficar em pé! – respondeu o outro grosseiramente – Ou achou que eu sentiria a sua falta?

- Vale para você também. Agora desembucha, detesto quando estamos sozinhos.

- Calma, Granger, não sou nenhum maníaco – disse Draco, com aquele sorrisinho bem “À Lá Malfoy” de canto de boca – Será que andaram me difamando pela escola?

- Não, mas é que... – Hermione pensou em dizer que ficava com medo de si mesma fazer, ou falar alguma coisa imprópria – eu não me sinto à vontade – inventou ela.

- Sei... mas tudo bem. Era só para falar que...

- Que...? – incentivou Hermione.

- Você estava certa.

- Eu estava certa? – indagou a garota.

- Sim, estava. É só fingimento, isso pode ficar perigoso.

- Ah – suspirou ela, ligeiramente desapontada – É, isso é verdade. Mas o que te fez mudar assim... de idéia?

- Eu pensei muito ontem à noite – respondeu Draco, olhando para baixo – O Blaise me ajudou a pôr as idéias em ordem, e eu acabei chegando à conclusão de que é só fingimento e que realmente, isso não pode ficar, já está perigoso... demais.

- Perigoso não é mais divertido? – brincou Hermione, sorrindo – Não pensa besteira, era só brincadeira.

- É, eu sei disso. Mas pode até ser divertido, quando pode dar certo.

- O que você quer dizer com isso? – Hermione sentiu um arrepio, que não era do frio.

- Não quis dizer nada, e também acho que já podemos terminar - completou ele, sentindo uma estranha coisa dentro dele – A gente fala que tivemos uma briga.

Hermione ficou estática.

- É... – disse ela, num fio de voz – Pode ser então.

- Granger? – chamou ele, quando Hermione virou-se para ir embora.

- O que é?

Draco sorriu. Era um sorriso sincero.

- Eu também senti isso, ok?

- Do que você está falando? – Hermione perguntou confusa.

- Você sabe do que – respondeu Draco, e sorriu mais ainda – É estranho, não é?

- É, é um pouco – concordou Hermione – Parece que...

- Terminamos uma coisa – Draco completou – De verdade.

Hermione sorriu também. Era realmente estranho; exatamente o que sentira, Draco conseguira descrever.

- Malfoy, como você... descreveu o que eu senti? – perguntou ela, receosa.

- Porque eu já disse; nós dois sentimos a mesma coisa – respondeu Draco com simplicidade – Não sei por quê.

- Será que...?

- Não acredito que seja nada demais – Draco sorriu, dessa vez com o canto dos lábios. Hermione levantou as sobrancelhas.

- Quem disse que acho alguma coisa?

- Seu olhar.

- Ah, nem vem com essa história de olhar não, Malfoy. Já me enrolou uma vez, e você sabe muito bem no que deu.

Draco riu.

- Claro que sei, afinal... eu que comecei. E você terminou.

- É... é, o pior é que isso é verdade.

Draco não respondeu. Estava ocupado demais em observar o queixo de Hermione, que tremia de frio. “Também, uma blusa dessa e uma saia curta assim... quem não ficaria com frio!”

- Você está com frio? – ele perguntou, e Hermione fez sinal negativo com a cabeça – Sou eu, então.

- Deve ser, tão pálido assim, deve estar morrendo de frio... – zombou Hermione.

- Confesso que estou com frio sim. Mas você está pior.

- Não, Malfoy, é impressão sua! – ironizou Hermione.

- Quer meu casaco emprestado?

O queixo de Hermione caiu.

- Bebeu, Malfoy?

- Não, por quê?

- Eu sou a sangue-ruim, esqueceu? Vou contaminar seu agasalho.

- A sangue-ruim da minha namorada, certo?

- Ué, a gente não tinha terminado?

- Não.

- Terminamos sim.

- Não terminamos, não.

- Claro que terminamos!

- Então nós voltamos!

- Não, não voltamos.

- Voltamos.

- Não voltamos.

- Voltamos.

- Não voltamos.

- Ah, cala a boca – irritou-se Malfoy e pegou a varinha da mão de Hermione, que acabara de sacá-la.

- Devolve, Malfoy – pediu Hermione, soando infantil.

- Vem pegar! – e saiu correndo pelo jardim, Hermione atrás.

- MALFOY, VOCÊ ME PAGA SEU OXIGENADO!

Hermione corria atrás de Draco, que ria. Sem pensar mais, quando estavam a uma menor distância, Hermione pulou nas costas de Draco, derrubando-o de cara no chão.

- Agora você me devolve, anda! – gritou Hermione, rindo ao mesmo tempo.

- Sai de cima de mim – pediu Draco caindo na gargalhada.

- Me devolve a varinha primeiro – Hermione continuava com uma perna da cada lado da cintura de Draco, que ainda estava com a cara no chão.

- Sai de cima de mim primeiro – retrucou o Loiro, tentando levantar.

- O que você tá fazendo? – Draco tinha a varinha da garota entre os dentes, e segurava suas pernas – MALFOY! – gritou Hermione, quando Draco levantou-se e saiu correndo com Hermione nas costas – MALFOY, ME PÕE NO CHÃO, SEU IDIOTA!

Hermione dava socos nos ombros do Loiro, que gargalhava cada vez mais.

- MALFOY, ME PÕE NO CHÃO – repetiu ela, estressando – Ô, TINHA QUE SER LOIRO! QUE PARTE DO ME PÕE NO CHÃ... AAAAAAAAAAAAAAH!

Malfoy começou a rodar com a garota que nem um louco, fazendo-a gritar esganiçada. Infelizmente, o Loiro tropeçou numa pedra e caiu no chão, dessa vez rolando com Hermione agarrada nas suas vestes.

- Ai, ai, ai – choramingou a Castanha – Viu o que você fez, seu idiota?!

- Eu também me machuquei, Granger, então não enche – Draco tinha um corte nas costas das vestes e sangrava um pouco – Ô Merlim!

- Você que começou, me dá minha varinha – Draco atirou a varinha de Hermione longe – Vira de costas.

- O quê? – perguntou ele incrédulo.

- Vira de costas – Draco virou – Isso, bom menino.

Tocou a varinha no ferimento, que logo se fechou.

- Pronto.

- Obrigado, Granger... eer...

Hermione sorriu e levantou um pouco a blusa, deixando a barriga à mostra. O queixo de Draco caiu, e ele se controlava para não babar diante daquilo. “Merlim, ela tem uma barriga perfeita, uma cintura perfeita... Merlim!”, pensou Draco maliciosamente e rastejou até Hermione, ainda deitada no chão. O Loiro fez um caminho com a mão pela barriga da garota, que riu.

- Ai, Malfoy, faz cócegas! – disse ela, enquanto Draco continuava o caminho – Pára, isso... faz cócegas!

Draco subiu a mão até chegar no pescoço da garota, e apoiou os braços no chão, em volta dela. Hermione parou de rir no mesmo minuto.

- Aah, Malfoy, o que você quer?

- Se eu te falasse...

Hermione apoiou-se nos cotovelos, ficando a uma mínima distância de Draco.

- Será que é a mesma coisa que eu?

- Depois eu te respondo.

Draco diminuiu mais a distância entre eles e beijou Hermione, que não se esquivou; pelo contrário, passou as mãos em volta do pescoço no Loiro e deixou que este segurasse sua cintura, descoberta pela blusa.

Era um beijo diferente de todos; dessa vez, os dois queriam aquilo, era incrível o poder que um exercia sobre o outro, os sentimentos que muitas vezes eram os mesmos, as coisas que os dois pensavam ao mesmo tempo... ainda bem que eles se odeiam!

Hermione pensava no que seria, se eles fossem namorados de verdade. Toda aquela animação de Draco, era porque era fingimento. Isso fez Hermione rir um pouco, interrompendo o beijo.

- O que foi? – perguntou o Loiro, ligeiramente ofegante.

- Nada... eu estava pensando que isso é porque é namoro de mentirinha – Hermione disse, fazendo cara de criança.

Draco também riu. Continuavam deitados no chão; Hermione embaixo de Draco, que ainda segurava sua cintura, e as mãos da garota em volta do pescoço dele.

- Nossa... nós estamos tão longe, que tal nos aproximarmos mais? – sugeriu Draco, sorrindo cinicamente.

- Não é má idéia – Hermione voltou a beijar Draco, rolando para cima dele.

Um simples beijo daquele fazia Hermione perder a noção do tempo, e pensar que estava flutuando no céu, perdia a cabeça quando aquele Loiro Oxigenado a beijava daquele jeito. Era capaz de azarar sua mãe se alguém interrompesse aquele momento tão bom.

Draco não sabia onde tinha ido parar seus pensamentos, nem onde estava o chão daquele maldito jardim. Parecia existir uma força maior que ele, obrigando-o a beijar aquela Sangue-Ruim, que por algum acaso, beijava tão bem.

Era estranho como que quando estava com Draco, o tempo parecia parar, o ponteiro do relógio não andava... Ter Draco tão perto de si era muito esquisito, eles se odiavam! Mas apesar de esquisito, era tão bom ouvir a voz daquela doninha, era tão bom ver aquele sorriso de canto de lábio maldito, era tão bom sentir o perfume daquele ser impregnado na sua roupa... Hermione simplesmente nunca tinha sentido nada igual, nem com Rony, nem com Vítor, nem com ninguém... Draco mexia de um jeito tão diferente com Hermione... o beijo dele era tão bom, tinha um tipo de poder acalmante... mas esse beijo foi interrompido pelo próprio Draco, que alegava estar sem ar.

- Por Merlim, você quer me matar? – perguntou o Loiro, mirando os olhos cor-de-mel de Hermione – Quase eu fico sem ar aqui.

- Claro que eu não quero te matar! – Hermione respondeu, saindo de cima de Draco, mas o Loiro não queria largar a cintura dela – Solta minha cintura, Malfoy.

Draco soltou, e Hermione desabou ao lado dele, ofegante, procurando um pouco de ar. Seu peito subia e descia, na mesma sincronia que o de Draco. Olhou para o lado; Draco a observava. Sorriu um pouco sem graça e abaixou a blusa.

- Malfoy, acho que...

- Eu acho que você devia me chamar de Draco – interrompeu Draco, sorrindo.

- Ok... eu acho que a gente devia voltar – disse a garota.

- Eu também acho, Hermione, mas está tão bom aqui... pra quê voltar? – perguntou ele, manhoso.

- O Filch vai nos pegar aqui se continuarmos parados.

- E por acaso nós estávamos parados? – Draco perguntou, irônico.

- Engraçadinho, você entendeu! [...]

Fim do Flashback

Hermione sorriu. Fora um dos momentos de quais ela mais relembrava... eles ainda se chamavam por “Granger” e “Malfoy”!

Flashback

- AIIII, VOCÊ ME ASSUSTOU DE NOVO, MALFOY! - gritou ela, quando sentiu ser abraçada pelo Loiro - Que coisa, será que você não aprende que eu tenho problemas com sustos?!

- Que nervosa estamos hoje, srta. Granger! - disse Draco, sorrindo daquele jeito - Eu vim te falar da festa.

- O que é?

- Então... eu pensei da gente se encontrar mais tarde...

- Por quê?! - perguntou ela, indignada.

- Oras, eu também quero me vestir bem, Hermione! Aposto que eu vou chegar lá sete e meia e você nem vai estar ainda pronta!

- Não precisa me chamar de atrasada, Draco, eu já sei disso - respondeu Hermione de mal-humor - Tudo bem, eu falo com a Jully: mas eu quero você lá sete e meia!

- Ótimo, querida. Espero que você também não se atrase.

Draco ainda beijou Hermione antes de sair andando feliz e saltitante. Merlim, esse garoto é drogado, pensou a garota, rindo. [...]

Fim do Flashback

Sim, eles não faziam a menor idéia de onde toda aquela coisinha ridícula iria parar... aqueles sustos, os beijos, os abraços, risadas... primeiro eles simplesmente eram atraídos... depois... depois tudo ficou mais sério, era uma espécia de paixão secreta de ambos, nenhum deles sabiam o que queriam.

Tudo era maravilhoso quando ela tinha Draco... enxugou uma lágrima solitária que desceu dos seus olhos.

Flashback

[...] - Então, nós já vamos?

Só quando ela olhou direito para Draco que percebeu o quanto ele estava... por falta de palavras, gostoso. Vestia uma calça jeans preta, uma blusa da mesma cor, tênis despojados e os cabelos bagunçados levemente molhados. Como sempre, usava um perfume delicioso, e Hermione deu graças a Merlim que tinha o poder de não deixar transparecer quando pensava coisas tipo “uau, como ele está gostoso”, ou “Merlim, deu fome”, ou “esse mundo não está completamente perdido” ou até mesmo “não, eu não estou comendo pão com ovo”.

- Claro, vamos entrar, não quero ficar aqui fora parado esperando as portas abrirem para nós - respondeu Draco, tentando ser seco, mas pareceu difícil. [...]

Fim do Flashback

Hermione balançou a cabeça. Draco ainda tinha que se explicar, não podia simplesmente sair por aí pensando nele dessa forma.

×~..*×

Quem procurasse, acharia-o sentado no sofá da sala comunal, pensativo, os cabelos bagunçados, aparência triste... Draco ainda não se conformava com o que fizera. Tinha sido tão tosco ao pensar que Claire iria substituir Hermione! Como tinha tido essa ilusão? Hermione era a sua garota, insubstituível e única.

I acted like an ass
Eu agi como um idiota
I'd ditch my lecture to watch the girls play soccer
Eu mataria aula, para ver as garotas jogarem futebol
Is my picture still hanging in her locker?
A minha foto ainda está no seu porta - retrato? ×


Se ela soubesse o quanto estava arrependido... ou o que faria para vê-la novamente... seria capaz de passar por cima de tudo e todos, enfrentar os professores, todos... só para vê-la. Vê-la fazendo nada, deitada no jardim, um livro nas mãos delicadas, que bagunçara seus cabelos tantas vezes... era surreal, mas Draco Malfoy sentia saudades de uma garota! Uma garota que entrara na sua vida, e ele demorou tantos anos para perceber que ela seria por qual sofreria, choraria...

Era o que fazia. Chorava. Como iria pedir perdão por algo que julgava imperdoável? Sentia-se sujo, contaminado, como nunca havia se sentido em toda sua vidinha medíocre. Medíocre? Sim, até encontrar uma razão para viver como vivia há um mês - feliz e satisfeito. Ele mesmo descobrira que tinha senso de humor, e podia ser até romântico, sensível.

Tinha feito um estrago. Draco pensou com seus botões, que não devia ter se metido com Hermione, mas, como se tivesse lido seus pensamentos, Blaise sentou no sofá verde-musgo ao lado do Loiro, dizendo:

- Você tinha que se meter com ela. Foi parte da sua vida, e o que te fez acordar, entender o que é...

- Amor - completou Draco mais uma vez limpando os olhos na manga da camisa - É, Blaise, é uma coisa que eu nunca pensei em sentir. Amor. Ainda mais por quem.

Blaise concordou, indiferente.

- Eu não sabia que poderia um dia gostar da Jully, mas acontece.

- Ótimo, e eu NUNCA imaginei AMAR A HERMIONE! - explodiu o Loiro chorando - CARAMBA, ELA CONSEGUIU ME FAZER TER OLHOS APENAS PARA ELA! ELA ESTÁ ME FAZENDO CHORAR, BLAISE, EU NUNCA CHOREI POR GAROTAS! E EU ESTOU AQUI! PARECENDO UM BEBÊ, CHORANDO PORQUE NÃO TEM O QUE COMER! QUE DIABOS ELA FEZ COMIGO, BLAISE? QUE DIABOS ELA F... f-fez comig-go...

- Draco... por Merlim, ela só... só roubou seu coração - brincou Blaise, na hora errada. Draco lhe lançou um olhar mortal, voltando a chorar - Ah, por favor, você ‘tá parecendo uma hemorróida!

Draco o mirou espantado.

- Um EMO - explicou o garoto.

- Um o quê?!

- EMO. Ah, esquece, você não viveu três anos numa comunidade trouxa - Blaise deu palmadinhas nas costas do amigo, que mesmo depois disso continuou chorando - Oh, Merlim, dai-me paciência.

A cena, apesar de ser trágica, começou a ficar cômica. Draco chorava compulsivamente, repetindo sempre “o que ela fez”. Blaise quase morria de tanto rir, mas Draco, naquele estado, não conseguia processar o que estava fazendo. Só depois de uma meia hora, ele se tocou de que mais de três pessoas já tinham o visto chorando, e, a contragosto, sentou no sofá, e enterrou a cabeça nas mãos.

Tudo voltou ao normal quando ouviram Claire entrar na sala. Draco não parecia estar chorando há um minuto, pelo contrário. Claire sorriu para os garotos, e Draco não pôde deixar de segui-la.

- Claire... ei, espere! - a Morena parou no meio da escada que levava ao dormitório feminino, esperando Draco se aproximar - Olhe, eu não te agradeci como você mereceu...

- Draco, eu já te disse que fiz o que achei certo - Claire estava impassível, tinha uma corujinha minúscula aninhada em suas mãos. Percebendo o interesse de Draco no animal, completou - É a coruja da minha irmã.

- Ah, sim... - Draco fez um sinal positivo com a cabeça - Bom, de qualquer modo, muito obrigado. Você pode não ter feito tudo, mas uma parte eu devo a você. O que quer que eu faça? Um favor, talvez? Em forma de agradecimento?

Claire aproximou seu rosto de Draco e o beijou como nunca tinha feito antes. Tinha amor no beijo, era totalmente diferente dos outros. Draco não negou, mas não retribuiu da mesma forma.

- Não precisa mais nada - ela se separou do Loiro, e, antes de sumir pela escada, concluiu - Por favor, Draco, não fale mais comigo. Eu não preciso sofrer - e subiu para o dormitório, a cabeça baixa, observando a corujinha.

Draco fez sinal de indiferença com as mãos e voltou a sentar no sofá.

I haven't been scared in a long time
Eu não me sentia assustado há muito tempo
And I'm so unprepared so here's your valentine
E eu sou tão despreparado, e esse é o seu namorado
Bouquet of clumsy words, a simple melody
Montes de palavras idiotas em uma simples melodia
This world's an ugly place, but you're so beautiful
Esse mundo é um lugar tão horrível, mas você é tão bonita ×


Blaise o fitou por mais alguns minutos, saindo da sala em seguida, murmurando alguma coisa como “prometi à Jully”. Draco agradeceu internamente por ficar sozinho novamente. Jogou a cabeça para trás, nervoso. Tinha que fazer alguma coisa para Hermione acreditar que estava realmente arrependido.

Resolveu, então, procurá-la. Correu até o dormitório próprio no sexto andar, trocou a roupa, imaginando que ela estaria no quarto ao lado. Teve esperança de esbarrar com ela logo ali, mas não foi sortudo. Bateu na porta do quarto da garota, mas, pela gritaria, parecia ter gente. Torceu o nariz, voltou ao dormitório e esperou a porta ao lado abrir, sair alguém e fechar. Isso demorou uma, duas horas, e Draco esperou. Logo depois, ouviu as vozes das duas melhores amigas de Hermione: Gina e Jully.

-... então, Hermione - ia dizendo Jully - Eu vou me encontrar com o Blaise, amiga.

- Vai lá - o estômago de Draco deu uma reviravolta ao ouvir a voz de Hermione, seguida de uma despedida de Gina, e, finalmente, a porta bateu.

Pôde ouvir o chuveiro abrir, e, sem mais esperar, bateu na porta. Hermione gritou “já vai” do banheiro. Demorou uns quinze minutos esse “já vai” da garota. Draco já voltava ao dormitório, quando ouviu-a.

- Draco, o que faz aqui? - ele virou-se. Hermione estava apenas enrolada com uma toalha alvíssima, um tanto curta, e os cabelos estavam molhados, colados no rosto e nas costas. O maior charme estava na mão dela, segurando a parte de cima da toalha, para impedi-la de ir ao chão - Draco?

- Eu preciso conversar com você - Draco esticou o pescoço para verificar se ela tinha visitas, e, constatando que não, continuou - É sobre esse assunto mesmo que você está pensando.

- Ok, ok. Só preciso trocar de roupa, entre.

Draco concordou, entrando no quarto. Por incrível que possa parecer, estava organizado, os livros empilhados na escrivaninha, a colcha esticada na cama, e os perfumes na cômoda da frente, cheia de gavetas.

Hermione apanhou uma calça e entrou no banheiro. Draco não ouviu nada, exceto uma exclamação de quem estava completamente estressada.

- DRACO, faça o favor de pegar uma blusa na minha cômoda? - pediu ela, a voz irritada - Anda logo!

Draco abriu a primeira gaveta, escolheu a blusa mais decotada e curta que achou, passando pela fresta da porta. Esperou ela abrir novamente, mas, em lugar disso, ouviu Hermione gritar.

- DRACO MALFOY, SEU TARADO, ESSA BLUSA?! - e, inesperadamente, ela saiu de dentro do banheiro, Draco aproveitou e deu uma espiada - Essa é a blusa mais curta, mais decotada, mais colada e mais PER-VER-TI-DA que eu tenho no MEU guarda-roupa! - Hermione não pareceu odiar que Draco a olhasse de cima embaixo. Vestia a calça que pegara na cômoda e um sutiã cor-de-rosa - Que foi?

- Você viu como você está vestida? - Draco perguntou com ar de riso. Hermione mirou-se no espelho, e soltou um grito. Cobriu-se com a blusa que tinha nas mãos e entrou correndo no banheiro. Draco gargalhou, Hermione berrou:

- SEU TARADO, FILHO DA MÃE, IDIOTA, PERVERTIDO, SAFADO, CARA-DE-PAU!

- Que mais? - ele incentivou, agradecendo por ela não ter batido nele.

- NÃO SEI, MAS QUE VOCÊ É UM TARADO, AH, ISSO VOCÊ É! - ela abriu a porta pela terceira vez, saindo com a mini-blusa que Draco lhe dera - OLHA essa... essa... esse TRAPO que você escolheu! - Hermione apontou, furiosa, para a blusa preta - Draco, eu odeio você!

- Eu também te odeio - replicou ele -, mais que você.

Hermione fingiu não ouvir. Pegou o pente de madeira da cômoda, e penteou os cabelos como se fosse um pedaço de tijolo. Depois de finalmente arrumá-los, arrancou a blusa preta e procurou outra, vestindo, por fim, uma mais comprida, embora também decotada.

- Ok. Pode falar.

- Eu... eu esqueci - Hermione sentara-se justamente longe de Draco para que não corresse o risco de ser agarrada - Ah, é... Hermione...

- Granger.

- H-E-R-M-I-O-N-E - soletrou Draco ironicamente, sob o olhar furioso da garota - Pois bem, Hermione, eu queria explicar... eu já expliquei tudo, mas não custa nada eu dar uma relembrada.

- Sim, você transou com a Taylor para me esquecer? - perguntou Hermione agressivamente, sem importar-se com o vocabulário que utilizava - Certo, imagine, então, com quantas você não saiu por aí, enquanto fingíamos namorar, Malfoy?

- Com nenhuma, e, aliás, a gente não estava nem fingindo quando eu transei com ela, ok? - disse Draco - E se estivéssemos também...

- MALFOY, não seja ridículo! Eu nunca namoraria com você - Hermione cruzou as pernas, a sobrancelha direita levantada -, porque sei o quanto é galinha.

- Quem?!

- VOCÊ! Você é o maior galinha desse colégio, como espera que eu namore com um cara que tem essa fama? Me perdoe, mas não é mentira!

- Não, não é mentira - concordou Draco se levantando, pois, no fundo, sabia que era uma verdade que odiava assumir para Hermione -, mas eu não tenho coragem de trair nenhuma garota.

Hermione ficou desarmada. Virou o rosto, olhando pela janela o jardim escuro, a chuva caindo penosamente lá fora.

- Malfoy... Malfoy, o que você diz e o que você faz são coisas diferentes e...

- Não, eu sou sincero, Hermione. Não fui eu que traí ninguém numa festa!

- Nós estávamos fingindo, Malfoy, como pode me acusar disso?! - Hermione indignou-se, levantando também - Essa história já tem um ponto final há muito o tempo, o problema agora é você ter...

- HERMIONE, POR MERLIM! - Draco gritou, Hermione arregalou os olhos - Escuta, eu não traí ninguém, ok?

- Não traiu mesmo! Não traiu! Só que já estava se esfregando com outra depois que eu te dei um fora, não é? - Hermione alteou a voz irritada - Fala que é mentira, Malfoy!

- É verdade, mas você não tem nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer! Só porque você quer continuar encalhada que eu também tenho? Não, não e não! Pô, eu queria ter outra coisa para pensar!

- E o que foi o seu passatempo?! A PRIMEIRA VADIA QUE TE DEU MOLE! - Hermione apontou o dedo na cara do Loiro - Você não tem sentimento, todas as garotas são passatempo pra você!

- EU TENHO sentimento, sim! - o queixo de Draco tremeu - Não duvide disso, Hermione!

- Ah, é? E qual é esse sentimento, Malfoy? Qual o sentimento que você esconde, ou que diz que tem?

- Eu realmente não tinha mesmo esse sentimento antes de conhecer você, ok? - Draco disse, esperando Hermione dizer alguma coisa, mas, como ela não disse nada, continuou - Eu só era um cara... um cara que andava por aí, ficando com duas meninas por dia. Mas não, você apareceu. Estragou meus planos. Caiu de pára-quedas na minha vida. E mudou ela completamente. Você me fez rir, me fez sorrir com sinceridade, me fez saber confiar. E sabe o que mais você fez? Você me fez feliz. Tudo fingimento, mas me fez feliz. É, você foi a coisa que me fez sentir felicidade a primeira vez na minha vida - Draco não se importou com o olhar comovido de Hermione, nem com suas mãos se esfregando nervosamente -, e não é por aí que pára! A única coisa no mundo que eu nunca imaginei sentir por alguém, além dos meus pais... foi amor. E você mudou isso. Além dos meus pais, eu amo meus amigos, amo o que me faz sentir bem, eu amo aquilo que me dá valor, e quem me dá valor. E amo você. Você foi a única garota que me fez ter olhos apenas para ela. Você foi a única garota pela qual eu chorei, pela qual eu fiz coisas inexplicáveis, e a única que eu faria e faço tudo pra ela acreditar em mim. A única. - Draco finalizou, o olhar permaneceu frio durante toda a pequena declaração, sem esperar reação alguma da garota.

Hermione não soube o que dizer. Assistiu Draco sair pela porta do quarto, batê-la e desaparecer de vista.

×~..*×

Como era burra! Depois de uma declaração daquelas, que a cada palavra ela recebia um tapa na cara por não ter voltado com Draco, não tinha feito nada?! Não tinha falado nada? Tinha deixado o cara ir embora, sair do quarto, dizendo “a única”, antes de bater a porta? Era demais... demais para sua cabecinha oca!

O que, na verdade, deveria fazer? “É, sua burra, dar uma volta na chuva, isso mesmo!”. E foi exatamente isso que ela fez. Apanhou sua jaqueta, e saiu jardim afora, sentindo a chuva bater no rosto, molhar os cabelos e colar a roupa contra o seu corpo. Frio não era o problema, era o ressentimento que mais lhe machucava. Era a dor de ter perdido o amor da sua vida, tê-lo visto sair pela porta do quarto sozinho, cabeça baixa, depois de uma... uma declaração... qual garota com a cabeça no lugar dispensaria Draco Malfoy, solteiro, dando mole, e declarando... amor? Será que tudo aquilo queria dizer que Draco a amava? “Além dos meus pais, eu amo meus amigos, amo o que me faz sentir bem, eu amo aquilo que me dá valor, e quem me dá valor. E amo você.... e amo você....”. Essas malditas palavras ecoavam na sua cabeça, dando-lhe a terrível sensação de peso na consciência.

Chorar não adiantaria coisa nenhuma... mas aliviaria, lavaria sua alma... por isso que chorou, condenando-se por fazer Draco sofrer, e por fazer ela mesma sofrer. Humanos são tão desprezíveis, e isso confirmou-se depois daquela cena que passava na sua cabeça... Draco lhe falando tudo que parecia guardar no peito, sem derramar uma lágrima, sem rir, sem quebrar o contato visual...

- Parece que continuamos tendo as mesmas idéias malucas - Hermione sobressaltou-se ao ouvir a voz de Draco ao seu lado -, não é?

- Malfoy! Você...

-... te assustei, eu sei - completou o Loiro - Eu ainda te conheço muito bem, Hermione.

A chuva caía sobre os dois, em sintonia com a respiração descompassada deles, causada pela demasiada aproximação entre ambos.

- Por que você me disse tudo aquilo, Draco?

- Porque o amor deixa a gente idiota, não é? É sempre assim, o seu bom senso desaparece, você perde o medo de expressar seus sentimentos e aliás, perde a vergonha, em nome do amor você faz coisas idiotas.[N/A: sim, a Flávia me sugeriu colocar isso, propaganda da Sprite, tooodos já viram née ? PEEERFEITA, e encaaixou certiinho ! valeeu pela idéia, Flaah]

Hermione riu sem graça.

- Eu sei, mas... é, eu fiquei idiota mesmo - concordou a garota. Draco a olhou curioso - Fui idiota de ter dispensado um garoto tão perfeito como você.

Draco sorriu. Parecia que a distância entre ambos estava diminuindo... os narizes se tocavam, as mãos Draco envolveram a cintura de Hermione, que passou os braços pelo pescoço do Loiro... estavam com as bocas a dois centímetros de distância... mas, para a surpresa de Hermione, o rosto de Draco seguiu reto, seus lábios perto do ouvido dela.

- Eu só te beijo se você me pedir desculpas - ele riu. Hermione arrepiou-se involuntariamente. Sua boca estava no pescoço de Draco, e, sem conseguir resistir, beijou-o. Draco não soube o que fazer... não era exatamente o que esperava - Só vou te beijar se me pedir desculpas - ele repetiu, enquanto Hermione beijava seu pescoço.

- Sério? - ela perguntou - Mas você não vai me beijar - Draco corou, e, felizmente, Mione não pôde ver - E sabe por quê?

- Não... por quê?

- Porque eu não quero que você me beije - Hermione riu -, eu que vou beijar você - E, antes que Draco pudesse protestar, Hermione empurrou-o para trás, até encostar as costas do Loiro na primeira pilastra que viu, e tomou seus lábios em um beijo avassalador.

Ela não podia acreditar, que depois de um mês, estava beijando Draco Malfoy! Nunca imaginou sentir tanta falta daquelas mãos passeando nas sua costas, daqueles lábios encontrando os seus, aqueles cabelos finos e, no momento, molhados. Era praticamente impossível parar. Hermione não o beijou com toda aquela ternura que geralmente acontecia, mas sim com certa raiva por ele ter dormido com outra, e, isso era expressado na maneira da qual ela puxava os cabelos de Draco e arranhava sua nuca. Lentamente, a coisa começou a ficar mais calma, Hermione não mais cravava suas unhas nele, e sim acariciava os cabelos louros. Draco também pareceu entender o recado, e não conseguindo puxá-la para mais perto, contentou-se com... bem, os corpos mais colados do que carne e unha. As mãos frias dele, agora, estavam na barriga da garota, que permanecia com os braços jogados em torno de seu pescoço. Parecia que não se beijavam há anos, e, no ponto de vista de Draco, aqueles dois dias que pôde sentir falta disso, já valiam por um século. Merlim, tinha beijado Claire no mesmo dia! E... não era a mesma coisa. Hermione beijava melhor que qualquer uma...

Os dois finalmente se desgrudaram, quando pensaram que fossem morrer por falta de ar.

- Caramba, Hermione - Draco disse ofegante -, eu esperava tudo de uma santa como você, menos isso.

- Ora, Draco, as santinhas são as melhores - Hermione não esperou resposta, puxou-o para mais um beijo no mesmo estilo.

Hermione e Draco não queriam mesmo se separar. Chegaram a deitar na grama molhada, abraçados, mas, por um motivo que não gostariam, foram obrigados a se levantarem depressa.

- Mas que coisa linda! - alguém surgiu detrás da pilastra em que há um minuto os dois estavam encostados - Outro, nos mais de milhões de casais que acham que serão felizes “para sempre”. Oh, que comovente!

- O que você está fazendo aqui?! - Draco perguntou, espantado.

- Merlim, você não desiste, não? - Hermione olhou fixamente nos olhos de...

- Pansy, vai embora - ordenou Draco. Pansy riu abertamente.

- Daqui eu só saio com você... Draquinho.


Quando a gente acha que está tudo bem... NÉ ? :D Continua no próximo capítulo!


N/A: AMOREES da minha vida !

vim agraadecer imensamente aos comentários de:

miss_krum

Lily Black. ♥ ×)~

*snowqueen*

Kary Love

JuH Felton

Melissa

Anna-Chan Otaku

Gabih Potter Granger!*

NaH Potter Malfoy

Teresa

Glaau.


eu agradeço à todas vceis de CORAÇÃO por comentaarem aqui ! :D

caraamba, capítulo graande eiin ? 21 paaginas ¬¬’ peneeeei pra escreveer, vários erros de português, mas NÃO liguem, ESSE capiitulo em especial, vai ter revisão (h)

nossa, eu gostei dele siim... ficou bom, não aaaxam ? :D a muusica ée peerfeita! aliaas, Kary, muiito obrigada pela sugestãao da musica ! vou procura-la assim qe der, ok xuxu ? VALEU mesmo !

capiitulo escrito com tooodo o carinho, especial da minha volta *-* caraca, 21 paaginas ooou ! :DD ajudiinha basica de Flaah nas fraases, ditos populares e tals ! VALEU amoooor ! :DD

AAAH TENHO NOOOVIDADE ! :DD

eu queriia fazer MdP 2 ! :DD séerio.... quando acabar essa, que axo qe vai ter 20 caps (Oo’), vô escrever MdP 2, em veez de fazer ouutra fic !

logicoo, não significa qe num vou escrever outra, mas sãao os meus plaanos ! :D o que aacham ? ME FAAALEM, que no prox capiitulo eu vou aviisar se vai ter ou não (h) oks ?

bom amores, espero que gostem do cap 13 ! não me matem pela pansy ter voltaado, oks ? :D

amo vceeis !

valeu pela força e até o prox post, que num sei quando saai ;)

BEEEEEEEEEEIJO,

Laah ! :*:


PS: a propoosito, os flashback's, eu escolhi aqueeelas 3 cenas pqe sãao fofas demaiis e eu adoro elas *-* são as preferidas da autora oks ? (H)

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