No dia seguinte



Mitch foi atendido na porta por uma empregada de Jennifer. Ele entrou na casa e a senhora o acompanhou ao encontro das garotas.


Não deixou de olhar ao redor e perceber o quanto Jennifer devia ser rica. A casa era enorme! Beirava a uma mansão! Estranhou o fato. Achava que todas as pessoas com melhores condições andassem juntas, no caso, no V.I.P., mas parecia que Jennifer Hill fugia dessa regra.


A empregada o levou até a parte externa, atrás da casa. Lá tinha uma piscina com mesinhas e espreguiçadeiras no deck. Kate estava sentada numa dessas espreguiçadeiras, conversando animadamente com as meninas.


-         Senhorita Hill – anunciou a empregada – Mitch Stuart está aqui – dizendo isso, ela se retirou.


-         Olá Mitch – se adiantou Jennifer – Bem vindo a minha humilde casa!


-         Humilde? – riu – Humilde é o meu quintal! A sua casa é linda!


-         Obrigada – sorriu – Meninas – ela se virou para as outras garotas – Vocês me ajudam a arrumar alguma coisa para comermos?


-         Claro – Hermione e Elizabeth levantaram e deixaram Kate sozinha.


“Quanta sutileza” pensou Kate baixando a cabeça envergonhada.


Assim que elas entraram na casa, Mitch se aproximou de Kate e sentou na mesma espreguiçadeira que ela estava.


-         Como você está? – o garoto perguntou.


-         Indo. E você?


-         Sinceramente mais aliviado – respirou fundo – O Eric está bem melhor!


Kate se mexeu desconfortavelmente na cadeira.


-         Quer dizer... – ele tentou explicar ao perceber a reação da garota.


-         Não precisa ficar se repreendendo quando estiver comigo Mitch – Kate disse – E não me entenda mal, por favor! Estou feliz por você e pelo Eric. Mas eu não posso deixar de pensar na minha amiga que ainda corre risco de vida – uma lágrima escorreu pela bochecha de Kate – Estou com medo. Mas isso é normal, certo? Porque não temos certeza do que pode acontecer.


-         A Luna é forte, ela vai passar por isso...


-         E se não? – interrompeu – E se a Luna... E se ela morrer? – perguntou já com a voz embargada.


-         Kate, por favor, não fique sofrendo por antecipação. Ela ainda está bem e existe a possibilidade que ela sobreviva!


-         As possibilidades dela viver são as mesmas que ela tem para morrer! – Kate se levantou da espreguiçadeira e parou na frente de Mitch – Eu estou me segurando, aguentando tudo isso, mas eu não sei até onde eu consigo suportar! – ela terminou de falar e começou a chorar. Mitch se levantou e a abraçou. Kate escondeu o rosto no peito dele enquanto ele passava a mão em seus cabelos.


-         Kate, eu te entendo. Realmente te entendo! Eu estava com a cabeça dividida ontem à noite enquanto não sabia o estado do Eric. A caminho do hospital eu fiquei lembrando de cada momento que passei ao lado do meu amigo e tentei me imaginar sem a amizade dele. E eu não consegui! Eric é tão importante para mim quanto a Luna é para você! – Kate se afastou um pouco e olhou nos olhos de Mitch – Como eu já disse, a Luna é forte e vai tirar essa de letra. Não fiquei desse jeito. – ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha – Eu vou estar aqui! Toda hora, e em todo lugar!


Kate deu um sorriso fraco para ele e outras lágrimas começaram a escorrer.


-         Por favor, não chore mais – pediu. Ele enxugou as lágrimas dela com os dedos – Eu não consigo te ver desse jeito!


Ao escutar essas palavras, Kate se lembrou da festa e do que tinha acontecido entre eles. Afastou-se devagar e o olhou.


-         Mitch... – respirou fundo, enojada com a ideia que tinha passado pela sua cabeça – Você não está aqui... Me consolando, com segundas intenções, está?


Mitch a encarou por um momento. Ele começou a falar devagar e parecia estar um pouco irritado com a suposição dela.


-         Kate, você sabe que eu gosto de você! Eu te disse isso na festa, não vou negar agora, até porque o meu sentimento por você não mudou. Mas... Eu nunca que iria me aproveitar de um momento em que você estivesse fragilizada para tirar proveito! Eu não sou esse tipo de homem e me incomoda profundamente que alguém pense isso de mim!


-         Desculpe-me, eu só queria me certificar!


-         Tudo bem – ele botou as mãos dentro do bolso – Bom, eu só vim aqui para ver como você estava. Nos vemos amanhã no colégio – ele começou a andar, voltando pelo caminho que tinha vindo.


Ele tinha ficado chateado. Kate sabia disso. Tudo o que menos queria nesse momento era isso. Correu até ele e parou na sua frente.


-         Realmente me desculpe pelo o que eu acabei de falar. Foi uma ideia idiota que passou na minha cabeça. Eu sinto muito!


-         Está tudo bem Kate – ele relaxou um pouco o ombro, mas Kate percebeu que ele ainda estava chateado.


-         Não, não está – ela ficou olhando para ele. Apesar de ter ficado chateado com o que ela tinha falado, olhando agora para ela, todos os seus pensamentos fugiram da cabeça e já não estava mais chateado – Me desculpa?


-         Não tenho o que desculpar – deu um leve sorriso para ela – Se eu estivesse no seu lugar talvez eu pensasse na mesma coisa – ela retribuiu o sorriso – Vai mesmo para o colégio amanhã?


-         Pretendo.  Ficar em casa ou aqui. Isolada não vai ajudar em muita coisa.


-         Concordo – ele começou a andar de costas, em direção a casa – Amanhã então nos vemos.


-         Eu te levo até a porta – ela deu uns passos em sua direção.


-         Não precisa – sorriu – Tenho boa memória! – ele apontou para a própria cabeça – Eu sei onde fica a saída. E também, provavelmente a empregada da casa vai abrir a porta para mim.


-         Então está bom.


-         Aproveite o sol – ele chegou até a porta e a abriu – E aproveite para descansar para amanhã! Ainda temos detenção.


-         Obrigada por lembrar.


-         Disponha – ele sorriu uma última vez para ela e fechou a porta. Kate foi até a espreguiçadeira e sentou-se novamente. Deu um sorriso fraco e enxugou os resquícios de lágrimas que tinha no rosto. Sabia que podia contar com a amizade e o apoio de Mitch. Naquele momento sentiu que podia seguir em frente pela a amiga.


*****************************************************


O dia amanheceu ensolarado e fazendo muito calor. O sinal já tinha batido, mas os alunos ainda estavam do lado de fora do colégio. A direção ia dar um aviso importante e aproveitou a hora da entrada para fazer isso.


-         Eles não podiam fazer isso dentro da quadra? – cochichou Michael para Gina – Estamos derretendo aqui fora!


-         Fica quieto Michael! – repreendeu – Daqui a pouco eles vão liberar a gente.


No alto da escadaria, onde o conselho do colégio estava todo reunido, uma senhora se aproximou do microfone que tinha sido instalado ali provisoriamente.


-         Por favor, silêncio alunos! – pediu. Aos poucos todos foram se calando e prestando atenção na senhora – Em breve todos estarão em suas respectivas salas de aula!


-         Duvido – murmurou Michael – Ela vai enrolar meio século para dizer o que estamos fazendo aqui, só de sacanagem! – Gina riu do amigo, mas o cutucou para ficar quieto.


-         O colégio preparatório Da Vinci School tem orgulho de ser uma instituição organizada, com um objetivo muito bem claro e sempre preocupada com o bem estar de seus alunos. Os nossos profissionais, no caso todo o corpo docente, são escolhidos a dedo entre milhares de pessoas. Eles são devidamente capacitados para melhor atendê-los!


-         Não falei que ela ia enrolar... – Michael cantarolou baixinho.


-         Agora vamos ao motivo de estar explicando isso a vocês. Infelizmente, no último final de semana, houve um acidente envolvendo o diretor dessa instituição e mais dois alunos. Ainda não sabemos os detalhes de como tudo aconteceu, mas Robert Starter terá que ficar afastado por alguns meses da direção do colégio.


Todos os alunos agora realmente estavam prestando atenção. Gina olhou para Michael esperando mais algum comentário, mas esse finalmente estava prestando atenção no que era dito.


-         Mas o diretor está bem? – alguém gritou da multidão.


-         Sim, seu estado de saúde está estável – respondeu – Mais alguma pergunta? – ela olhou para os alunos, mas ninguém se manifestou – Então vou apresenta-los a Alex Miller, o diretor que vai assumir o comando do Da Vinci School a partir de hoje.


-         Menina, de onde esse homem surgiu? – perguntou Amy para Gina. O diretor se aproximou do microfone e todos puderam olhar para ele.


-         De onde você surgiu? – perguntou rindo – É só ter homem na parada e logo aparece num passe de mágica! – Amy riu com ela.


-         Eu só gostaria de dizer umas poucas palavras – disse o novo diretor. Ele não percebeu ou não deixou transparecer que todas as garotas o olhavam vidradas – Agradeço a oportunidade que o conselho desse prestigiado colégio tenha me escolhido para ocupar esse cargo – disse virando o rosto e olhando para os representantes do conselho – E que tenho certeza que nos daremos muito bem – completou olhando para os alunos.


-         Oh, se vamos! – comentou Amy mordendo o lábio, encarando o diretor de cima a baixo.


-         Agora que tal entrarmos? Aposto que todos queremos um bom arcondicionado – ele sorriu e abriu espaço para os alunos passarem.


-         Finalmente um motivo para vir para o colégio! – comentou Amy enquanto andava ao lado de Michael e Gina para a sala.


-         Estudar não era um motivo? – Amy o olhou.


-         Está brincando, né? – Gina e Michael riram. Amy nunca ia mudar.


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Metade do dia já tinha se passado. As garotas estavam na aula de educação física, praticando basquete. A aula tinha acabado e elas tinham pouco tempo para tomarem um banho no vestiário e irem para a próxima aula.


Kate passou o dia todo ao lado das garotas. Ela disse que não estava conseguindo olhar para a cara de Gina, Amy e principalmente Terry. Esta parecia estar abatida, mas Kate não conseguia sentir pena nenhuma de Terry.


-         Gente – Elizabeth chamou a atenção delas – Não sei quanto a vocês, mas eu reparei no jeito delas hoje – ela apontou para o trio – Ou elas não ligam a mínima para o que houve com o Eric e a Luna, ou elas não sabem do acidente!


-         Mas aquela senhora comentou sobre o acidente hoje mais cedo – argumentou Hermione.


-         Ela disse que o diretor tinha sofrido um acidente com mais dois alunos, mas em momento algum ela citou os nomes dos tais alunos!


-         É verdade – comentou Jennifer – Eu não tinha percebido isso na hora! Eu fiquei tão chocado ao perceber que o carro que eles tinham batido tinha sido do diretor que eu nem prestei muita atenção no resto que foi dito...


-         Eu também – disse Hermione – Realmente foi uma surpresa. Uma coincidência, para falar a verdade!


Kate estava calada ponderando sobre o que elas estavam falando. De repente começou a caminhar em direção ao trio que estavam um pouco afastadas delas. Jennifer foi a primeira a perceber o movimento de Kate e correu para alcança-la.


-         O que você vai fazer? – perguntou Jennifer andando ao seu lado.


-         Contar a novidade – disse com desprezo. Gina e Amy estavam conversando animadamente enquanto Terry parecia estar com o pensamento longe.


-         Tenha tato – pediu Jennifer.


-         E então, vocês ficaram sabendo da última? – perguntou Kate visivelmente irritada, falando alto, ao se aproximar delas. Aquilo foi o suficiente para atrair a atenção do restante das garotas na quadra.


-         Do que você está falando? – perguntou Amy.


-         Ah, vocês ainda não ficaram sabendo? – perguntou falsamente.


-         Anda logo com isso Kate, e pare com esse joguinho ridículo de palavras – disse Gina.


-         Sabe aquela briga que você teve na festa com a Luna? – ela se direcionou a Terry – Aquela briga que você fez um escândalo por ciúmes, lembra?


-         O que você está pretendendo com isso? – perguntou Terry – Gritando desse jeito em público? – Kate a ignorou.


-         A mesma briga que vocês duas não apoiaram a amiga de vocês – Kate parou na frente de Amy e Gina.


-         E por que isso é relevante agora? – perguntou Amy – Qual o problema da gente não concordar com a Luna? Até onde eu sei, nós temos o direito a isso!


-         Então – continuou Kate ignorando o comentário de Amy – Deixe-me refrescar a memória de vocês – Kate começou a andar de um lado ao outro – Você continuou brigando com a Luna - ela apontou para Terry - Ela ficou chateada e o seu namorado foi atrás dela, sem antes brigar com você e te deixar sozinha!


-         Você não tem nada haver com as brigas e problemas que eu tenho com o meu namorado! – respondeu Terry já irritada, elevando a voz tanto quanto Kate.


-         POR SUA CAUSA – gritou Kate – Eles são os dois alunos que sofreram um acidente de carro junto com o diretor. Por causa de vocês três – ela olhou para as garotas que estavam chocadas – O Eric e a Luna estão no hospital!


-         Quanto tato... – murmurou Jennifer.


-         O que você está dizendo? – perguntou Terry.


-         Isso mesmo que você acabou de ouvir. Por causa do seu ciúme idiota, os dois estão no hospital e a Luna corre risco de vida!


-         A Luna corre risco de vida? – repetiu Gina incrédula.


Terry começou a chorar enquanto Amy e Gina ainda assimilavam a notícia.


-         Ah, me polpe de suas lágrimas de crocodilo – Kate disse com desprezo dando as costas às três. Jennifer, Hermione e Elizabeth a seguiram.


-         Kate, você acha que isso foi realmente necessário? – Hermione perguntou cautelosamente.


-         Talvez não, mas eu estou me sentindo muito melhor – respondeu ainda com raiva.


Elas seguiram para a arquibancada e sentaram. De longe viram Terry sair correndo da quadra e logo depois ser seguida por Amy e Gina.


-         Falsas amigas... – murmurou com raiva.


-         Não esquente mais a cabeça com isso – Elizabeth sentou ao seu lado – Além do mais ainda temos mais um tempo de aula!


-         Graças a Deus eu não tenho mais aula hoje! – comentou Jennifer pegando uma bola de basquete e brincando com ela – Vocês são loucas de puxar mais matérias para vocês!


-         Não é só porque você é um gênio em matemática que nós também somos! – comentou Hermione recolhendo sua mochila.


-         Eu não sou um gênio! – se defendeu – Apenas pego a matéria rápido!


-         Quem dera eu entender matemática tão rápido quanto você – disse Elizabeth – Vai nos esperar?


-         Vou ficar aqui na quadra praticando um pouco – disse quicando a bola.


-         Nós vamos tomar um banho rápido no vestiário antes da aula. Nos vemos mais tarde – Hermione, Elizabeth e Kate seguiram para o vestiário feminino deixando Jennifer sozinha na quadra.


*****************************************************


Dale tinha ido comprar um refrigerante e ainda não tinha voltado. Draco estava apoiado na parede, segurando a mochila. As aulas tinham terminado, mas ainda tinha turmas dentro das aulas tendo aulas de reforço. Ele estava atrasado, tinha que ir para a sala dele, mas combinou de encontrar Dale ali.


O corredor estava vazio e qualquer som era ecoado. Quando parou de bater com os dedos na parede, percebeu um barulho vindo da quadra que ficava no fim do corredor.


Certificou-se que não tinha ninguém ali e seguiu até a quadra. Olhou por uma janelinha de vidro e viu que era Jennifer que estava ali dentro. Não perderia essa chance por nada no mundo. Abriu a porta e entrou na quadra. A loira estava do outro lado, correndo e jogando a bola para a cesta. Ela não errava nenhuma.


-         Vai errar essa! – anunciou. Jennifer ganhou um susto com a presença dele e errou a cesta.


-         Eu disse – Jennifer se virou para encara-lo. Ele estava em pé, segurando a mochila em um dos ombros.


-         O que você está fazendo aqui? – perguntou ríspida.


-         Dessa vez você não pode me acusar de estar espionando, afinal você não está em aula.


-         Se você pretende ficar aqui, cala a sua boca! – disse irritada pegando a bola. Ela voltou a jogar ignorando a presença dele. Draco fechou a cara. Queria dar o troco nela.


Jennifer correu, quando deu um pulo para jogar a bola, Draco apareceu do nada e a bloqueou. Draco também tinha pulado e foi com força, fazendo Jennifer cair no chão.


-         Algum problema Hill? – perguntou com um sorriso falso, segurando a bola.


Jennifer olhou para ele. Sabia que o ele pretendia, mas não ia dar o gostinho a Draco de vê-la desistir.


-         Nenhum – disse se levantando – Eu me desequilibrei – mentiu – Quer jogar? – perguntou roubando a bola da mão dele.


Draco ficou olhando para ela. Pegou a mochila e a jogou na arquibancada.


Jennifer começou a quicar a bola com Draco a marcando. Ameaçou ir para a direita e ele a seguiu. Deu um giro nele e se preparou para lançar a bola, mas novamente Draco a impediu. Continuou tentando avançar, mas Draco defendia a cesta e por ser mais alto que ela, Jennifer estava em desvantagem. Posicionou-se para tentar uma cesta de três pontos, mas antes que sequer jogasse a bola, Draco a arrancou de sua mão, machucando o braço da garota.


-         Algum problema? – ele perguntou irônico. Os braços de Jennifer estavam vermelhos e ardiam, mas ela não deixou Draco perceber que a dor a estava incomodando.


-         Não. Só estava pensando de quantos pontos será a partida – respondeu indo até ele.


-         De cinco.


-         Então está bem – ela foi rápida, roubou a bola dele e jogou para a cesta – Dois pontos! – gritou. Draco nem teve tempo para pensar. Quando percebeu o que ela tinha feito, a cesta já tinha sido feita. Correu para pegar a bola.


Estava sendo marcado por ela. Jennifer sempre foi uma boa jogadora, disso ele sabia. A vantagem que ele tinha naquele momento era que ele conhecia todas as jogadas e manias dela, mas também era uma desvantagem, pois ela também conhecia todas as suas.


Conseguiu driblar, mas Jennifer segurou seus braços, fazendo ele perder a bola. Não esperava esse movimento, ela estava roubando assim como ele. Não era típico dela, mas sabia que ela ia tentar ganhar aquele jogo de qualquer maneira.


Os dois saíram correndo para pegar a bola. Eles se chocaram e caíram no chão. Draco olhou rapidamente para o joelho dela que estava sangrando. Ele não estava muito melhor. Sua blusa branca tinha rasgado e todo o braço queimou com a fricção no chão. Conseguiu se levantar mais rápido e jogou a bola.


-         Dois pontos – gritou.


Jennifer olhou para ele ofegante. Ambos estavam cansados, mas não iam desistir. Pegou a bola e ficou parada quicando, tentando ganhar tempo e recuperar o fôlego. Draco logo percebeu o que ela estava fazendo e correu em sua direção.


Tentou jogar, mas ele estava bloqueando o caminho. Correu para o outro lado, mas ele a seguia de perto. Girou com o corpo e jogou a bola. Draco bateu na bola no ar e a tirou da direção da cesta. Ele poderia jogar a bola dali, era cesta garantida, mas ele queria mostrar que era melhor que ela.


Correu para fora da linha e se preparou para arremessar. Jennifer tentou bloquear jogando o peso do seu corpo em cima dele, mas Draco conseguiu jogar a bola antes de cair no chão com Jennifer em cima. Os dois viraram para trás e viram a bola passar pela cesta.


-         Três pontos! – gritou – Jennifer rolou para o lado e se levantou. Draco ficou comemorando. Ela estava irritada, principalmente consigo mesmo. Tudo o que ela menos precisava agora era ficar escutando Draco cantar vitória. Foi até a bola que estava parada, recolheu sua mochila que estava na arquibancada e seguiu em direção ao vestiário.


Draco ainda estava comemorando quando percebeu que ela estava indo embora. Aquilo tinha sido pouco para se vingar dela, mas já era um começo, pois sabia que ela estava bem irritada por ter perdido. A conhecia bem e sabia que aquilo a estava matando por dentro.


-         Está indo embora? – perguntou irônico – Agora que estava ficando bom!


-         Cala a boca Malfoy! – respondeu Jennifer no meio da quadra.


-         Sabe Hill, você é uma péssima perdedora! Alguém já te disse isso? – ele foi até a arquibancada e pegou a mochila.


-         Eu não ligo para isso – disse ainda andando de costas para ele.


-         Ah, isso sim é uma grande mentira! E olha que hoje nem é dia primeiro de abril! – comentou adorando aquela situação.


Jennifer parou e se virou.


-         Por que você não arruma alguma coisa para fazer? Sei lá, estudar, quem sabe? Assim você poderia tentar ser alguém na vida e procurar um trabalho honesto! Ao contrário de uns e outros da sua família que precisam roubar dinheiro alheio para ser alguém na vida! – Jennifer deu as costas e entrou no vestiário. Sabia que tinha ido longe demais, mas agora não tinha como voltar atrás. Seguiu até o seu armário para pegar uma roupa limpa e tomar um banho.


A porta abriu com força e Jennifer ganhou um susto. Virou-se e encarou o loiro que parecia ter fogo nos olhos.


-         Quem é você para falar qualquer coisa da minha família? – ele foi até ela, largou a mochila no chão e segurou com força o pulso dela.


Jennifer nunca tinha visto Draco irritado daquele jeito e se assustou.


-         Me solta! Você está me machucando! – disse tentando se soltar. Ele segurou o outro pulso dela com força.


-         Você não sabe nada da minha vida! – continuou, ignorando os protestos dela – Não tem o direito de falar nada!


-         Já falei para me soltar! – repetiu com raiva.


-         Nunca mais – ele aproximou o rosto do dela. Jennifer parou de se debater e o encarou com tanta raiva quanto ele – Abra a sua boca para falar qualquer coisa sobre a minha família!


-         Eu te odeio! – ela respondeu entre dentes. Os dois ficaram se encarando, ambos nervosos e irritados um com o outro. O silêncio era mórbido, a respiração pesada dos dois tomou conta do vestiário.


Quem tinha tomado iniciativa, eles não sabiam. O fato é que como se tivesse sido combinado, ao mesmo tempo eles romperam o pouco espaço que tinha entre eles, e deram inicio ao um beijo selvagem.


Draco encostou o seu corpo em Jennifer, pressionando-a contra o armário. Naquele momento eles esqueceram todas as brigas e acusações. A cabeça deles estava longe...


Ele elevou as mãos de Jennifer acima da cabeça dela, encostando-as no armário. Dali foi deslizando as mãos pelos braços dela. Jennifer ofegou ao sentir ele apertar seus seios. Ela desceu os braços e agarrou o cabelo dele.


Draco continuou passeando com as mãos pelo corpo da loira. Desceu até a bunda e a pressionou contra o próprio corpo enquanto Jennifer arranhava as costas dele com as unhas.


Chegou na coxa da garota e a levantou. Jennifer cruzou as pernas na cintura dele. Em nenhum momento eles interromperam o beijo. Jennifer estava suspensa, apenas se segurando pelas pernas e pelo apoio do corpo de Draco.


Quanto tempo eles ficaram daquele jeito, não sabiam. Pararam por um segundo, tentando respirar. Draco se afastou alguns centímetros de Jennifer e eles ficaram se olhando.


-         Pra quem disse que me odeia, você não quer me largar – disse irônico. Jennifer piscou os olhos rápido, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo. Draco trazia no rosto novamente aquele sorriso sarcástico que ela odiava.


Então Jennifer percebeu que Draco não a tocava mais. Não a segurava e inclusive parecia estar evitando encostar-se a ela. Jennifer só estava grudada no corpo dele ainda porque ela estava se segurando com as pernas na cintura, e os braços no pescoço dele. Colocou o pé no chão tentando lembrar de como aquilo tudo tinha começado.


-         Você continua a mesma de sempre – ele comentou ajeitando a blusa – Uma mulher fácil!


Parecia que alguém tinha dado um soco no estomago dela. Jennifer não conseguia acreditar no que ele tinha dito.


-         Uma mulher para apenas usar – continuou. Ele se aproximou dela – E depois jogar fora! Porque não vale nada! – Jennifer levantou a mão para dar um tapa na cara dele, mas Draco foi mais rápido e segurou seu pulso – Você já bateu em mim uma vez, isso não vai se repetir! – disse com raiva – E da próxima vez que você tentar, eu vou esquecer que você é uma mulher e eu não respondo por mim – ele estava sério. Aquele mesmo ódio que Jennifer tinha visto emanar dos olhos dele quando entrou no vestiário, tinha voltado.


Draco se abaixou e pegou a mochila que estava no chão. Saiu do vestiário sem olhar para trás. Jennifer ainda estava chocada com o que tinha acontecido ali. Escorregou pelo armário e sentou no chão. Começou a chorar compulsivamente, irritada consigo mesma por ter cedido a Draco e por tudo o que ele tinha dito.


 


 



A*D*O*R*E*I  escrever esse capítulo! Adorei mesmo! Rsrs


Era um momento em que eu já aguardava com uma certa ansiedade! Há tempos essa parte J/D estava na minha cabeça, mas eu precisava desenvolver um pouco mais a história deles, para não ter que forçar nada!


Mas então, o que vocês acharam dos dois juntos? rs


Ah... Nada como carne fresca, né meninas? Esse diretor é muito gato! E vai mexer com a cabeça e imaginação de muita gente... rsrs


Kate dando o que falar, não? Ela, que é tão calma, relax... Explodindo desse jeito! Adoro esse momento evil dela! ^-^




Continuando com a minha pesquisa:




Qual é o personagem que você menos gosta em ToN?


 




Carolzinha Gregol, o seu comentário realmente mexeu comigo. Pode ficar tranquila, vou dar um jeitinho com a nossa querida Luna!


Bia.Tsh e Melissa Hashimoto, novamente muito obrigado por ainda estarem por aqui! Vocês são leitoras maravilhosas! :D


Melissa Hashimoto, eu tava vendo uma antiga fic minha, Amor para recordar, e eu achei um comentário seu lá! Ei, você está acompanhando minhas fics já algum tempo então né? Que legal!


Situação parecida é da PâmPotter. , que é leitora nova aqui em ToN (bem vinda!) e também já deu uma passadinha lá em Amor para Recordar!


Bia.Tsh, Muito obrigada mesmo pela quantidade de comentários que você faz! Assim eu fico me apressando logo com um capítulo novo!


Enfim, a todos os mudinhos de plantão, também adoro vocês! Mas um comentariozinho, uma vez ou outra, não faz mal a ninguém!


Binks




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