Epílogo - Parte II




***

- Calma Anne, calma! Vai ficar tudo bem é só um resfriado! – falava Hermione, pacientemente no seu telefone celular, com Anne, sua assistente principal, que também nascera trouxa e preferia celular a corujas.
-
Mas ele está ficando amarelo!
- Anne!
-
Merlim... O que é isso? Lucas! Enlouqueceu? O que está com febre é o do quarto trinta e quatro e não a menina que está com queda de cabelo! – gritava Anne apavorada.
- Anne, acalma-se.
-
Mas Doutora, ele... LUCAS! – Hermione percebeu que o bocal do telefone fora tampado, pois os gritos saíram abafados, mas mesmo assim era possível ouvir nitidamente uns palavrões. – Desculpe, Doutora, Lucas, é o novo estagiário.
- Certo, certo. Agora se acalme e me ouça.
-
O.k.!- disse a outra respirando fundo.
- Ele está com um resfriado, basta dar aquela poção que damos a todos os casos de resfriado no armário 5 da sala de Poções e...
-
Mas ele está ficando amarelo! – esganiçou-se Anne.
- Amarelo...? Provavelmente o vírus do resfriado sofreu mutações. Onde ele mora?
-
Ao lado do Hyde Park, mas estava de férias com os pais acampando numa floresta ao norte da Grã-bretanha e...
- Já sei. Não precisa terminar. Mutação feita pelo vírus de resfriado das mandrágoras, quando funde com o vírus humano causas reações bem estranhas. Faça o seguinte, pegue a poção para resfriado e misture com...
Harry estava parado á porta do quarto dela há muito tempo, ouvindo as instruções que Hermione dava ao telefone.
-...três doses dessa por dia, antes das refeições, caso ele apresente efeito colateral, armário 7 da sala de Antídotos, prateleira 14, lá tem um que resolverá o problema.
-
Armário 14, prateleira 7, certo...
- Não, Anne! Armário 7 da sala de Antídotos, prateleira 14! Não vá se confundir, por favor!
-
Ah, certo! Não irei. Te ligo depois pra contar como estão as coisas...
- Anne, por favor, estou de férias, me ligue em casos de emergência somente! Vocês têm o John aí, no meu lugar...
-
Ele é impaciente!
- Não Anne, eu que sou paciente demais!
-
O.k. Doutora, preciso ir ver o que eu Lucas está fazendo, antes que ele coloque aquele termômetro no...
Hermione caiu numa gargalhada gostosa e se despediu da assistente.
Respirou fundo e se assustou ao sentir dois braços envolverem sua cintura.
- Eles não são nada sem você... – ele disse sobre o ombro dela, logo em seguida beijando-lhe o pescoço.
- Ah, é. Não sei de onde tiro tanta paciência! – ela falou, sentido sua pele se arrepiar.
- Huhum... Tenho um presente pra você. – ele sussurrou. Ela se virou de frente pra ele com os olhos brilhando.
- Mas nem estamos em casa...
- E daí...? Se quiser, eu espero nós voltarmos pra casa...- ele disse com um ar falsamente indignado.
- Não! Não! – ela disse, sorrindo. – Já que comprou vou abrir, só pra você não ficar chateado...
Ele sorriu e entregou uma sacola elegante pra ela.
Hermione colocou a sacola sobre a cama e a abriu... Deixou escapar um gemido de felicidade, surpresa e contentamento ao olhar o que tinha dentro.
- Não acredito que comprou... – ela disse, baixinho, tirando o vestido branco da sacola.
- Pode acreditar, e vem junto com um cara lindo de olhos verdes e um convite para jantar.
- Ah, Harry! Você é incrível! – ela disse se jogando nos braços dele, abraçando-o forte.
- Eu sei. – ela falou, rindo, sentindo as pernas dela envolverem sua cintura.
- E eu adoro você... – ela disse, encarando-o.
- Eu também sei disso... E também adoro você. – ele depositou um beijo rápido nos lábios dela, fazendo-a sorrir.
- A tal Lisy não iria gostar disso...
- A tal Lisy não está aqui pra ver... E outra, você é minha amiga, é um beijo inocente.
- A tal Lisy não iria entender isso.
- A tal Lisy nunca entenderia o que você significa pra mim.
- Ninguém nunca entenderia a nossa amizade, porque ninguém nunca teve uma amizade como a nossa.
Ambos sorriram, Hermione o abraçou forte.
- Então, o que está esperando para colocar esse belíssimo vestido e sair para um belíssimo jantar com esse belíssimo cavalheiro que vos fala?
Ela riu e pegou o vestido, caminhando em direção ao banheiro.
- Me dê dez minutos.
- Te dou uma hora se quiser, sei que vai valer à pena!
Ele deitou na cama dela e olhou para o teto do quarto. Essas estavam sendo as melhores férias que ele já tivera na vida. E essa noite prometia ser uma excelente noite, pois a companhia de Hermione sempre o agradava como a de nenhuma outra pessoa. Até mesmo um jantar com a
tal Lisy, às vezes, fazia Harry querer voltar correndo pra casa e ficar assistindo televisão até tarde em seu quarto, com Hermione. E todas as garotas com as quais Harry saia parecia sempre estar pensando no próximo passo, próximo movimento, próxima palavra, para não passar vergonha; enquanto Hermione agia naturalmente, sem paranóia com essas coisas... Agia tão naturalmente que era ao lado dela que Harry pagava os maiores micos.
Com certeza aquela noite seria maravilhosa, assim como todas as outras que passava ao lado dela.

***

- Isso é loucura Harry!
- Vem!
- Não!
- Vamos!
- Você enlouqueceu?
Ele parou de repente, e Hermione colidiu com ele.
- Sou louco por você! – ele disse, sorrindo torto.
- Merlim, você bebeu mais do que eu imaginava.
- Ah, você também não está muito bem! – ele disse, voltando a subir pelas pedras, numa agilidade completamente débil... Eles haviam bebido três garrafas de vinho no restaurante, mais uma de uísque na boate, quatro latas de cerveja cada um, no carrinho de cachorro quente da praça, e ainda carregavam uma garrafa de Vodka no momento, dentro de uma mochila que Harry carregava nas costas.
- Mas estou melhor que você!
- Bebemos a mesma quantidade! – ele protestou com voz pastosa, escorregando metade do caminho que já tinha subido. Hermione pôs as mãos na cintura e esperou ele tornar a subir, com dificuldade.
- Não, você tomou duas, das minhas quatro latas de cerveja no cara do cachorro quente, e três quartos do uísque da garrafa da boate.
- Você contou meu consumo de álcool?
- Digamos que ele foi
notável.
-Ah, claro! – ele disse, respirando fundo, assim que a alcançou. – Vamos, falta pouco.
- Já disse que isso é loucura...? – ela questionou, sendo empurrada por ele, pra conseguir subir numa pedra particularmente alta.
- Já.
- Ótimo, só pra constatar. – ela disse, mas no mesmo instante Harry subira e parara bem rente as suas costas, ela se desequilibrou – já que seus reflexos não estavam lá muito bons – e Harry a segurou.
Doce ilusão.
Pensou que poderia segurá-la.
Estava mais bêbado que ela.
Caiu com ela sobre si, e ainda saiu rolando pedra abaixo.
Ela berrava, ele ria.
Rolando...
Ela ria, ele berrava.
Rolando...
Hermione chorando, Harry esperneando tentando parar de...
- Ah! – um grito cortante ecoou no vazio da madrugada.
- Você está bem? – Harry sussurrou, sentindo uma dor gritante em suas costas. Acabara de colidir com um tronco de árvore, que os fizera parar... Mas devido à velocidade da ‘brincadeira’, as costas dele devia estar com as marcas do tronco, e Hermione quase atravessara o corpo de Harry com a parada repentina.
- Estou, claro. Só não sei separar você de mim... – ela sussurrou com dificuldade, com o rosto enfiado no peito do rapaz, pernas enlaçadas, corpo totalmente colado.
- Precisa se levantar, pra que eu levante.
Ela se afastou um pouco dele, e levantou a cabaça para olhá-lo.
- Harry...? – ela começou. Mas ele a interrompeu.
- Tem um botão da minha camisa na sua testa! – ele caiu numa gargalhada gostosa, Hermione sorriu e se afastou dele pra se levantar, tirando o botão da testa, logo ele fez os mesmo e com uma dificuldade absurda, eles se colocaram de pé.
- Oh, meu Deus! – ela disse num sopro de voz.
- Eu disse que valeria a pena!
Eles estavam de pé na pedra mais alta do lugar, dali podia-se ver numa altura colossal, toda a praia iluminada por uma lua cheia, lá longe, grande, onde supostamente o oceano terminava, na linha do horizonte. E a noite estava amena, e havia estrelas brilhantes no céu, e o cheiro de mar, a areia vinha com o vento... Era quase possível sentir o sabor da noite.
- Quero dançar! – ela disse, quase gritando, do nada. Harry pulou de susto.
- Quer
o que?
- Dançar! – ela falou, levantando os braços e começando a dançar num ritmo de uma música inexistente.
- Isso sim é loucura! – ele disse, deixando-se envolver pelos braços dela. Os dois se juntaram e começaram a dançar agitados, mas o tempo foi passando e os passos foram ficando lentos... E ela deitou a cabeça no ombro de Harry e ele a trouxe tão perto quanto se podia estar.
- Você tem um cheiro tão bom... – ela comentou, sob um torpor, não se sabe se era pela bebida ou pelo perfume dele.
- Obrigado... Foi você quem me deu...
- Ah, como eu tenho bom gosto! – ela disse, roçando seu nariz no pescoço dele. – Harry...?
- Hum...
- Será que poderíamos tirar uma foto?
- O que...?
- Para eternizar esse momento. Bêbados, mas felizes.
- Claro. Mas a máquina deve estar em pedaços depois da nossa queda/rolamento/batida no tronco. – ele disse, rindo.
- Eu coloquei feitiços nela... Não quebra! – ela disse, colocando a mãos dentro do bolso lateral da calça dele e tirando de lá uma máquina fotográfica.
- Ah, me desculpe se eu me esqueci da sua genialidade.
- Deixe de besteira, vamos tirar foto. – ela passou a máquina para mão dele e se virou de costas pro rapaz. Ele a enlaçou pela cintura, e colocou o queixo sobre o ombro dela.
- Sorrindo...?
- Não... Simplesmente vivendo, aproveitando, eternizando...
Harry riu e sussurrou no ouvido dela:
- *In your eyes, I can hear your heart beat now, I can really...
[Traduzindo: Em seus olhos, Eu posso ouvir seu coração bater agora, Eu realmente posso...]
Ela sorriu, pouco constrangida e um flash clareou o lugar.
- Pronto… Nós nos lembraremos desse dia para sempre...
- …e eternamente.
Eles sorriram, ficando em silencio por um momento. Hermione não conteve um suspiro ao sentir os lábios de Harry passando lentamente da curva de seu pescoço para seu ombro.
- Adoro você… - ele tornou a sussurrar, virando-a pra si.
- Eu também Harry, adoro você. – ela disse, sentindo a testa dele colar na sua. Hermione fechou os olhos, sentindo a respiração de Harry misturar com a sua.
- Estou exausto...
- Eu também.
Ele se afastou dela e pegou a mochila que ficara largada na pedra. A abriu e tirou de lá uma canga de praia de Hermione, a estendeu sobre a pedra e voltou-se para a amiga, parou para a observá-la.
Ela estava de costas para a lua, com seu vestido branco esvoaçando, a lua fazia um contorno prateado no corpo dela, quase uma pintura.
- Estamos tão bêbados que não conseguimos conjurar algo melhor que uma canga? – ela falou, olhando-o estarrecida, com a voz arrastada.
- Eu prefiro não arriscar. – ele disse, muito sensato.
- Ah, eu posso tentar! – ela falou alegremente, pulando de alegria, indo em direção a mochila pra apanhar sua varinha.
- Nem pensar... Nós poderíamos virar uma gralha e um tucano com você bêbada com uma varinha na mão.
- Harry! – ela disse em tom de advertência. – Eu não estou bêbada, você que está!
- Vamos descansar um pouco, depois descemos... – ele disse, sem dar chances dela contestar, ele a pegou nos braços e a deitou sobre a canga.
- Dorme, meu anjo... – ele disse bem baixinho, roçando seu nariz no dela.
- Não sem você. – ela sussurrou de volta, de olhos fechados. Sentiu os lábios de Harry tocarem os seus por alguns segundos, num selinho rápido.
Ele sorriu e se deitou ao lado dela, não era lá muito confortável pra ele, mas estava tudo bem, o efeito da bebida estava quase no fim e ele se sentia meio aéreo. Hermione se aninhou a ele como sempre fazia, enlaçando suas pernas às dele.
Harry pôde sentir as pernas quentes de Hermione sob seu vestido, procurarem as suas.
- Boa noite...
- ‘Noite... – ela respondeu, dormindo instantaneamente.



***


N/a:
Taí, a segunda parte do epílogo. Não preciso nem dizer que eu amo essa parte, né?

Pelo amor de Deus, não deixem de comentar um detalhe sequer. É extremamente importante pra mim cada palavra que vocês possam ter a dizer sobre a fic. Portanto, não hesitem, comentem!

Muitíssimo obrigada a todos os comentários. Agradeço o carinho e a paciência! Adoro vocês.


Haha, pra variar, esse site está dando sérios problemas. Não sei se é só comigo, mas enfim, quem está postando esse capítulo pra mim é minha grande amiga, Nina. Agradeçam a ela por esse capítulo estar aqui agora... Se não fosse ela eu teria que esperar a boa vontade do site pra eu poder logar. Ninguém merece.
Eternamente grata a Nina.

Acho que é isso então... Próxima parte emoção e revelações. Espero que gostem e COMENTEM!!!

Beijos...

Paulinha.

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