CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VII
- O que...?
Hermione ficou completamente sem fala, viu Harry se aproximar lentamente do rosto dela, o que mais surpreendeu é que parecia que ela já esperava isso, pois fechou os olhos ao sentir o nariz dele roçar no seu. A respiração dele estava descompassada, ele parecia nervoso, ela achou graça. Mas seu cérebro parou do funcionar e ela não achou mais nada, no momento que sentiu os lábios de Harry tocarem os seus, no inicio eles apenas mantiveram um contato leve, sutil, como se o nervosismo de Harry o impedisse de ir mais longe, mas depois, ambos se envolveram num beijo profundo.
Um beijo que fez Harry sentir a melhor sensação de toda sua vida, uma coisa que ele nunca experimentara antes, talvez o nervosismo tivesse um motivo pra existir, era novo, a primeira vez que Harry sentira ma sensação como aquela. Sentia seu corpo reagir ao beijo e ao corpo dela, com arrepios que era impossível decifrar de onde vinham.
Foi um beijo longo, lento, carinhoso... Nenhum dos dois, nunca haviam provado nada igual antes, era difícil explicar o turbilhão de sensações boas que passavam pelo corpo e pela mente deles. Era perfeito...
Hermione podia sentir a respiração de Harry muito descompassada, como se depois que ele tivesse tido coragem para começar, procurava coragem para parar, e encará-la. Sentiu ele se distanciar aos poucos, terminar o beijo e encostar sua testa dela.
Harry encostou a ponta do seu nariz no de Hermione, e manteve os olhos fechados, assim como ela, que parecia não acreditar no que havia acontecido. Hermione sentia o hálito quente dele, a respiração pesada, as mãos dele em sua cintura a tocavam com uma leveza que o toque era quase inexistente.
Hermione suspirou e abriu os olhos lentamente, olhou pra ele que permanecia de olhos fechados. O que ela diria? O que ela faria? Como agiria? Ela não sabia... A única coisa que tinha certeza é que sempre tivera dúvida em relação aos seus sentimentos por Harry. Nunca se decidira quanto ao que sentia, se era uma real amizade ou se havia algo a mais. Ela não podia falar sobre isso com ele, a duvida sempre a acompanhou. Há algum tempo atrás, ela perdera as esperanças de um dia conseguir responder a essa pergunta. Mas o que tinha acabado de acontecer era resposta o suficiente. Não era só amizade, definitivamente, mas era uma coisa muito nova pra ela pensar e chegar a uma conclusão. Não sabia por onde começar, não sabia o que falar... Naquele momento ela pareceu até ter perdido o dom da fala, como se esquecesse de como fazê-lo, mas isso não tinha importância, o que eram palavras diante da grandiosidade e intensidade do que acabara de acontecer?
**’This could be it, I think I'm in love
Isso pode ser aquilo... Acho que estou apaixonada
It's love this time
É amor dessa vez
It just seems to fit, I think I'm in love
Isso simplesmente se encaixa, acho que estou apaixonada
This love is mine
Esse amor… é meu! ’
Ela continuava a olhar para as pálpebras de Harry que ocultavam, naquele momento, aqueles olhos verdes que ela tanto gostava. Permaneciam parados, em silêncio, apenas o som das respirações eram ouvidas e sentidas. Seu nariz roçando levemente no dele, era quase impossível pensar.
- Eu... – ele começou, num sussurro quase sem vida – Eu... Precisava disso...
Ele ainda mantinha os olhos fechados, estava com medo de encará-la, com medo do provável olhar de reprovação e indignação que receberia da amiga.
Hermione não disse nada, colocou suas mãos sobre as dele e as tirou de sua cintura. Se esquivou delicadamente da situação que estava, prensada a árvore, e escapou da frente de Harry. Respirou fundo, deu as costas pra ele.
Harry abriu os olhos, olhou para o lugar onde ela estivera, só viu o tronco da árvore ali. Apoiou uma das mãos nele e pendeu sua cabeça pra baixo, encarando o solo.
Ela saiu andando, em direção a saída do bosque... Não sabia o que dizer, portanto não diria nada. Caminhou lentamente até o jardim que estivera mais cedo, agradeceu mentalmente por ele não tê-la seguido. Sentou-se em um dos bancos no meio do jardim e encarou a fonte a sua frente água jorrando e fazendo acrobacias graciosamente.
Harry parou a orla do bosque, a viu, de longe, sentada num banco branco, com seu lindo vestido, encarando a água que caia... Uma princesa... Estava realmente parecendo uma princesa de contos de fadas trouxa. A observou por muito tempo, além da dúvida sombria que martelava dentro dele, sobre como seria a reação dela quando eles finalmente se encarassem, ele sentia um contentamento que podia levá-lo as nuvens. Havia acabado de provar a melhor sensação que já tivera na vida. Tinha certeza agora, como nunca tivera antes, amava Hermione, a amava tanto que seria capaz de qualquer coisa por ela. Mas... E ela? Ele fechou os olhos encostou-se a uma árvore. Ainda podia sentir o perfume dela, e sabor da boca dela na sua. O que é que ela tinha que o deixava desse jeito? Ela tinha o dom de deixá-lo inseguro, mesmo tendo certeza do que fazer; o fazia sentir medo, mesmo não tendo o que temer; fazia um arrepio correr-lhe até a espinha a um mero toque; fazia o coração dele bater mais forte com apenas um sorriso; o fazia o homem mais feliz do mundo apenas pelo fato de existir; o fazia ficar frágil, mesmo tentando manter sua fortaleza habitual; o fazia ser do jeito que ele realmente era. Conhecia seus defeitos, seus medos, seus pensamentos e sentimentos. Sabia de tudo, o conhecia como nenhuma outra pessoa, decifrava um problema apenas com um olhar, e o ajudava, mesmo quando não havia como, oferecendo seu ombro pra ele chorar. Ela era o lugar onde ele se encontrava, quando estava perdido... E não importa o que acontecesse, ele podia estar lá em cima ou lá embaixo, era ela. Sempre ela. O mundo podia se voltar totalmente contra ele, por um motivo qualquer, ele sabia que ela nunca o abandonaria e que não mediria esforços para ajudá-lo no que fosse preciso... Mas de que importa o mundo, se ele tem a ela?
Harry abriu os olhos e não a encontrou no banco, olhou em volta e não a viu. ‘Deve ter voltado para casa... ’.
Hermione aparatou dentro do apartamento que dividia com Harry, estava tudo escuro, ela subiu direto para a varanda, onde encontro uma noite totalmente estrelada, sentou-se no balanço que Harry dera pra ela num aniversário. Cabiam duas pessoas, era confortável, um ótimo lugar para ler... Justamente por isso ele lhe dera. Cansara-se de vê-la lendo dentro do escritório, com um dia ou uma noite bonita lá fora.
Ela olhou pra lua, minguante, um estrito traço de brilho... A noite perfeita, parece que tinha acabado. Como ela queria que isso nunca acontecesse, passar aquela noite com Harry foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, se divertiram tanto, dançaram tão próximos, por tanto tempo... Por que tinha que acabar? Por que não durava pra sempre? Ela tinha certeza que no momento que voltasse pra casa, uma tristeza tomaria conta dela. Era exatamente isso que estava acontecendo.
Uma hora depois, Harry aparatou em casa, despiu o paletó, tirou a gravata e abriu a camisa pela metade. Subiu as escadas e sabia que a encontraria no balanço. Mas não devia, não queria pressioná-la. Sequer sabia como encará-la. Mas não pôde se conter, andou lentamente até a varanda, olhou para o balanço... Ela estava lá, de costas pra ele, olhando para lua, talvez em busca de um conselho ou uma resposta.
Hermione sentiu uma brisa fria passar por ela, trazendo um perfume conhecido, virou a cabeça pra trás e o olhou, lá na porta, estava difícil definir a expressão dele, pois estava escuro, mas mesmo assim, ela evitou olhá-lo nos olhos.
Ele respirou fundo, ela não o encarava, o que isso queria dizer? Ele não fazia idéia, porém não descobriria se não perguntasse. Essa idéia o assombrava, totalmente, mas não havia alternativa, a não ser... Passar o resto da vida morando com ela, limitando-se ao ‘Bom dia’ e ao ‘Boa noite’, sem olhá-la diretamente nos olhos. Harry se imaginou em tal situação. Impossível, ele pensou, não conseguiria viver assim.
Caminhou em passos bem curtos até ela, como se tentasse adiar ao máximo o momento que estava prestes a chegar.
Ela sentiu um leve balanço, Harry se sentara ao seu lado, mas Hermione fingiu não notar e continuou olhando a lua, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele não disse nada, apenas se juntou a ela na observação da lua. O tempo passou... Passou... Passou... Meia hora depois, eles ainda continuavam em silêncio, porém sofrendo com frio, pois um ar realmente gelado fez os cabelos da nuca de Hermione se arrepiarem. Ela envolveu-se em seus próprios braços, na tentativa de se aquecer.
‘O.k., o.k.’, Harry pensou, ‘ Ela está aqui até agora esperando o idiota aqui dizer alguma coisa, não é justo que ela passe frio... ’
‘I can see you with me when I'm older
Eu posso ver você comigo quando estiver mais velha
All my lonely nights are finally over
Todas as minhas noites de solidão finalmente acabaram
You took the weight of the world off my shoulders
Você tirou o peso do mundo dos meus ombros
(The world just goes away…)
E o mundo apenas vai embora…’
Ele se aproximou dela, com um leve balanço, ela sequer se mexeu. Harry passou um de seus braços pelas costas dela e a abraçou. Hermione se deixou envolver, sem dizer uma só palavra; não diria nada, até ele fazê-lo. Deitou sua cabeça no ombro dele e imediatamente sentiu seu corpo reagir ao calor do corpo dele.
Harry apoiou sua cabeça na dela e respirou fundo.
- Mione...? – ele chamou, baixo. Na verdade não queria que ela escutasse, assim não teria que levar aquilo à diante.
- Hum?
- Eu acho que... Nós... Precisávamos conversar...
- Huhum... – ela concordou, sem abrir a boca.
- É... Eu não sei... É... Por onde...
- Pelo início? – ela sugeriu, sem se mexer.
- Acho que não... – ele falou, tentado manter a calma. - Melhor pelo fim... Vamos... Hum... Economizar muito tempo... Na verdade, eu acho que não agüentaria contar tudo... Desde o início... Portanto, vamos direto ao final...
- Mas não tem sentido começar do fim. – ela falou, baixo, com o frio cortando-lhe a espinha.
- Mione, são três e meia da madrugada. Acredite, a historia é longa, melhor ir direto para o fim. Vai fazer sentido, de qualquer jeito.
- O.k. – ela falou, simplesmente, quase inaudível. O frio estava sendo cruel, ela estava sem mangas, com vestido ‘tomara que caia’, que fazia seu corpo todo gelar. – Promete que me conta tudo, depois?
- Um dia... Talvez... Nesse caso, os fins justificam os meios...
Ela ergueu a cabeça e encarou o rosto dele, iluminado apenas pelo feixe de luz prateado da lua. Com sua cabeça fielmente encostada no peito, e sua testa no pescoço dele. Pode sentir o peito dele subir e descer profunda e lentamente, até que se surpreendeu quando aqueles olhos verdes vieram a procura dos seus.
***
N/a:Taí o capítulo sete!!!
Espero que tenham gostado e que eu não tenha decepcionado! Espero muitos comentários pra esse capítulo, hein?
Ah, o próximo capítulo é o último... Bate uma tristeza!!!
Mas o Epílogo está pronto e quem leu amou [ Né, Nina...?]. Escrevi doze páginas de epílogo e pretendo posta-lo em duas partes, ok? Eu particularmente gostei, ficou bem bonitinho... Espero que vocês apreciem!!!
COMENTEM!!!
Se não eu tenho um ataque!!!
>>> Muito obrigada pelos comentários, amo todos!
**Música usada no capítulo:
When You Kiss Me - Shania Twain [todos os direitos autorais pertecem a Shania Twain, Mutt Lange e os idealizadores da música.]
Ah, minha cantora mais favoritaaaaaaaa!
Vocês verão muitas³²³²³² músicas dela em minhas fics. Ela á simplesmente brilhante! Baixem, a música é linda.
O resto da letra no próximo capítulo.
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