Sobriedade



Uma brisa gelada entrava pela janela displicentemente aberta naquela manhã de primeiro de janeiro de 1998. O silêncio era o único imperador, até que uma coruja entrou pela janela e lá deixou cair pesadamente um jornal.
O barulho dos papéis caindo no chão foi tão ínfimo que seria incapaz de incomodar qualquer um que dormisse... mas foi suficiente para despertar do sono o comensal da morte que gozava de um dos seus raros momentos de paz.
Severo Snape sentou-se na cama. Ainda estava sem roupas.
Suspirou, colocando as mãos na cabeça. Sim, a noite anterior tinha sido um erro. Um grande erro que não daria em nada.
‘É impossível.’
Olhou ao redor da pequena cabana. No chão, ele pôde ver o elegante longo branco que ela usara na noite anterior quando chegou à sua casa.
Ela.
Quase temendo que não fossem verdade todas as lembranças que ele tinha da noite anterior, virou o rosto para vislumbrar a mulher que dormia profundamente ao seu lado.
O corpo escultural estava precariamente coberto pelos lençóis pobres. A pele alva e aveludada quase gritava pelo seu toque, pelos seus carinhos... As cascatas de fios platinados espalhavam-se pelo travesseiro. E o rosto... o misto de felicidade e tranqüilidade moldavam divinamente a sua face. Narcisa Malfoy nunca estivera tão linda.
Tomando cuidado para não despertar a bela mulher do seu sono profundo, Severo levantou-se da cama. Vestiu-se rapidamente, antes de pegar o Profeta Diário que há pouco a coruja trouxera e ver a manchete que estampava a primeira página.
Era exatamente sobre o motivo que tinha levado Narcisa a procurá-lo na noite anterior: a invasão comensal a Azkaban.
Suspirou, tentando se concentrar na matéria, mas com a cabeça ligada apenas no que tinha acontecido há algumas horas...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.