Capitulo 7
CAPÍTULO VII
Hermione mal conseguia respirar. A forma como Harry a olhava fazia com que um estranho calor tomasse conta de seu corpo inteiro.
- Não precisa entrar em pânico – avisou ele, encostando-se à porta com as mãos nos bolsos. – Não consigo tirar os olhos... você é tão bonita assim... mas prometo não encostar em você, a menos que queira.
As sensações alternavam-se entre frio e calor, e os mamilos enrijeceram, numa lembrança dos tempos em que foram acariciados lentamente pelos dedos e pela língua de Harry.
Disse a si mesma que deveria vestir-se sem demora. O fato, porém, é que descobriu-se paralisada naquela posição, o corpo exposto ao olhar dele, apreciando a admiração contida naquele olhar. Sentiu espécie de prazer proibido.
A expressão no rosto dela demonstrava desejo, e o tremor nas pernas confirmava visivelmente a intensidade da excitação. Com um ruído rouco no fundo da garganta, ele aproximou-se. Devagar.
Uma voz no interior da mente ordenou que ela recuasse. Harry estava perto, ocupando todo seu campo visual.
Mas ele não a tocou. Simplesmente observava-lhe o rosto, em silêncio.
Depois do que pareceu uma eternidade, um sorriso esboçou-se no canto dos lábios de Harry. A mão deslizou até a gravata e desfez o nó, devagar. Puxou-a, num movimento sensual, atirando-a para o lado. Depois retirou o paletó, que foi depositado numa cadeira, enquanto Hermione estremecia, sem retirar os olhos castanhos dos dele.
Quando as mãos retornaram, os dedos começando a desabotoar a camisa, ela encontrou forças para falar.
- Não quero... agora.
Mas não se moveu.
- Também não quero – sussurrou ele. - Mas acho que certas coisas estão destinadas a acontecer.
Todos os botões abertos, a pele ficou exposta, os cabelos escuros do peito trazendo novas recordações a Hermione. Ele tomou-lhe as mãos e conduziu-as até a fivela do cinto de couro.
- Tire - pediu Harry, com voz rouca.
Os olhos castanhos arregalaram-se, fitos os dele, e as mãos hesitaram.
- Vou tomar conta de você. Não vamos assumir mais riscos – declarou ele, percebendo a apreensão no olhar de Hermione. Beijou-os com delicadeza. – Talvez demore muito tempo, mas você vai confiar em mim para cuidar de você.
Fascinada com a visão dos pelos, ela aproximou os seios nus do corpo dele, atraída como um imã. Estremeceu quando os mamilos tocaram os pelos, depois a pele quente. Braços fortes envolveram seu corpo.
- Confio em você – disse ela.
Harry ficou sem fôlego. Não previra que as coisas aconteceriam daquela forma. Anos de desejo intenso e reprimido, esperança... e ela se entregava sem protesto algum.
No interior do quarto, onde nada se movia, penetravam apenas os ruídos distantes da rua, como se ocorressem em algum universo distante, ou no enredo de um filme. Escutavam, acima de tudo, as respirações aceleradas, sentindo a pele queimar nos pontos onde se tocavam. Os lábios de Hermione afloraram o peito dele.
- Você vai ficar com raiva de mim depois? – indagou Harry, baixinho.
Ela ergueu os olhos e respondeu com outra pergunta:
- Você vai me achar leviana?
- Você? – sorriu ele.
Ela pousou o rosto contra os pelos escuros, percebendo que ambos atingiram um ponto do qual não havia possibilidade voltar atrás.
- Mas existe uma condição – lembrou ele, acariciando as costas nuas com as palmas das mãos.
- Qual?
- Depois, você vai ter de colocar a aliança de volta.
Ela sentiu as alterações no ritmo da respiração dele. Abriu os olhos.
- O anel?
Os lábios de Harry brincavam com alguns fios de cabelos.
- O anel de noivado, Hermione – murmurou ele.
A boca dele percorreu um caminho pelo rosto, até encontrar os lábios de Hermione. Ouviu o gemido de prazer quando as línguas se tocaram, e o corpo apertou-se contra sua virilha.
Harry interpretou aquilo como um juramento sagrado. Depois disso, nada o impediria de consumar o desejo.
Tomou-a nos braços, sem interromper o beijo, e caminhou na direção da cama.
Depositou-a com suavidade sobre os lençóis.
- Não vai fechar a porta do quarto?
- Quem iria nos vigiar? – argumentou Harry, deitando-se ao lado dela.
Ficou observando os mamilos duros e eretos antes de inclinar-se para um deles, os lábios envolvendo a carne túrgida, e provocando um prazer diferente de tudo que Hermione experimentara. Uma sensação inebriante parecia ter origem nos bicos dos seios, espalhando-se e caminhando para o ventre, parecendo explodir na mente. Mal sentiu quando a calcinha foi retirada. Depois ficou tremendo, olhando para o corpo dele, admirando-o. Estendeu as mãos e abriu o cinto, deixando que ele retirasse a calça, observando os movimentos daquele corpo masculino. Nunca antes o tinha visto completamente nu. Olhava sem embaraço, apreciando a perfeição do corpo musculoso de movimentos elegantes.
- Não podemos mais ter segredos um para o outro, certo? – sorriu ele, deslocando o corpo para tocar o dela.
O beijo foi suave dessa vez, enquanto as mãos exploravam sem pressa os lugares mais íntimos do corpo dela. Agora só os ruídos do amor ecoavam pelo quarto.
Hermione nunca imaginara que faria amor em plena luz do dia. Naquele instante, porém, tudo acontecia de forma perfeita, natural. O que jamais previra também foi a intensidade das sensações que lhe explodiam pelo corpo todo ao ser manipulada pelos dedos pacientes e hábeis. Depois foi a vez dos lábios percorrerem a mesma trilha.
Quando todo o resto sumiu, a não ser a língua e os lábios de Harry, ele parou e afastou-se o suficiente para colocar o preservativo.
Hermione sentiu de forma quase dolorosa a ausência de contato, mas logo foi recompensada com um abraço de corpo inteiro; seus quadris elevaram-se de encontro aos dele.
- Harry! – gritou ao ser penetrada.
- Não é uma delícia? – murmurou ele. – A nossa parte animal... a serviço do amor. Agora pode dizer que me conhece de verdade. E eu conheço você...
Enquanto murmurava, a boca colada ao ouvido dela, movia-se devagar para o interior, sentindo a necessidade do corpo dela. Os movimentos de Hermione eram básicos, instintivos, buscando a sensação de plenitude sem preocupar-se com qualquer outra coisa. Sentiu a umidade interna, que facilitava os movimentos, cada vez mais frenéticos, que ambos faziam em conjunto. As mãos de Harry baixaram para as coxas frementes, ajudando-as a mover-se de encontro à sua rigidez. Não demorou muito para que perdesse completamente o controle.
Ambos se remexiam juntos, ela com as unhas quase enterradas nas costas fortes, pulsando internamente ao ritmo cada vez maior da exigência física.Escutou a própria voz como se pertencesse a outra pessoa, como se não estivesse mais no próprio corpo e sim numa bolha aquecida de calor e satisfação pulsante.
Hermione arqueou as costas, para sentir a plenitude da emoção nova e maravilhosa que percorria seu corpo. O orgasmo explodiu, entre gritos e gemidos. Tudo apagou-se de sua mente, a não ser o corpo de Harry movendo-se dentro dela, como se ambos formassem uma só entidade. Soluçou.
Aos poucos se deu conta do peso apoiado sobre ela, e da respiração acelerada do companheiro. Abriu os olhos, enxergando o teto refletindo a luz diurna. Lembrou-se de tudo e sorriu.
Harry sentiu o sorriso contra o próprio rosto, e levantou a cabeça. Seus olhos verdes, assim como os dela, tinham um brilho suave e satisfeito quando voltaram a focalizar.
O corpo dela começou outra vez a ser sacudido por movimentos convulsivos, e ela se deu conta de que ele não saíra de dentro dela. Viu o desejo retornar aos olhos de Harry, e sentiu-lhe novamente a rigidez.
- Li num livro que isso é impossível – sussurrou ela.
- O livro provavelmente foi escrito por uma virgem – comentou ele, começando a mover-se outra vez.
- Harry? Não é arriscado?
Ele aquietou-se.
- Tem razão... tem toda razão. O preservativo pode arrebentar – ponderou ele. – E o pior é que não tenho outro comigo.
Afastou-se com o rosto angustiado, deitando de costas ao lado dela. Permaneceu ali, os punhos cerrados, dando a impressão de estar indefeso enquanto lutava para afastar seus demônios internos.
Hermione inclinou-se sobre ele, observando-lhe abertamente o rosto. Em pouco tempo ele puxou-a para beijar-lhe os seios.
- Não tenho mais vontade de parar – disse ela, quando sentiu a boca quente sobre seu corpo.
- Nem eu. Mas precisamos nos proteger, e evitar filhos – ponderou Harry.
- Você quer mesmo casar comigo? – quis saber ela.
- Claro.
Ela deitou-se no peito dele, sentindo-lhe o odor masculino na pele.
- Quando?
- Acho que podemos marcar a data outra hora. Mesmo porque precisamos ir para o trabalho.
Essa observação fez com que Hermione levantasse os olhos para o relógio, e os arregalasse.
- Meu Deus! Estou uma hora atrasada!
- Calma. Também não é o fim do mundo – comentou ele.
- Isso é o que você pensa. Eu tenho um encontro marcado dentro de meia hora!
- Olhe para mim.
Ela obedeceu, cativada pelo sorriso dele.
- Não se preocupe. Eu levo você a tempo. – Beijou-a com suavidade, e puxou-a para fora da cama, espreguiçando-se. - Venha, ainda temos tempo para um banho rápido.
Os dois entraram juntos no chuveiro, e o banho acabou demorando mais do que habitualmente, pois cada um lavou o corpo do outro, aproveitando os movimentos e sabonete para satisfazer desejos íntimos.
- Não estou preparado agora – desculpou-se ele, desligando o chuveiro.
Saíram, e Harry pôs-se a secá-la, com movimentos lentos da toalha. – Não queremos acidentes, certo?
- Certo. Acho que vou ao médico na semana que vem, para saber a melhor forma de evitar “acidentes” – disse Hermione.
Ele estudou-lhe o rosto por um instante.
- Sua carreira significa muito para você, certo? Pelo menos nesse momento da sua vida?
- É verdade – concordou Hermione. Depois franziu a testa. – E você? Algum dia pretende ter filhos?
Ele sorriu.
- Claro. Algum dia. Agora vamos embora, senão você vai se atrasar para o tal encontro – lembrou Harry. – Esta noite podemos dar um pulo até a casa de Bob e Connie, para contar as boas novas.
Hermione pretendia saber muito mais sobre a idéia que ele fazia de família. Talvez só estivesse pensando nela, mas de qualquer jeito seria interessante voltar ao assunto num momento mais propício. Ficara com a impressão que cada vez que o assunto crianças vinha à baila, uma sombra passava pelos olhos dele.
- Mas quando você...
- Pare de procurar mais motivos para chegar atrasada – interrompeu ele. – Veja o estado das minhas roupas; parece que fui seduzido. Você me seduziu!
- E daí? – perguntou ela, dando de ombros. – Quer apresentar queixa?
- Não. Mas da próxima pretendo vir preparado. Com pelo menos uma dúzia de preservativos.
- Calma, meu bem. Não esqueça que sou iniciante – lembrou Hermione.
- Uma iniciante bem voraz, aliás – comentou Harry, começando a vestir suas roupas.
Com habilidade gerada pela prática, ela enfiou rapidamente o sutiã e a calcinha, colocando em seguida um belo vestido verde de padrão colorido.
- Você fica bem de verde – comentou Harry.
- Obrigada. Pode me responder uma coisa? – indagou ela, recebendo um aceno positivo de cabeça. – Por que entrou hoje de manhã?
- Pretendo dar uma carona para você até o trabalho. Também queria saber se recebeu algum recado na secretária.
- Não encontrei nenhum recado. Ninguém me incomodou de forma nenhuma, até chegar um bonitão hoje de manhã. Acha que essa demora foi só uma tática para fazer pressão?
- Tem de admitir que é um ótimo truque psicológico – disse ele. – Deixar a vítima acreditar que está completamente segura, depois mostrar que está tão vulnerável quanto antes. Só que esse truque da granada foi perigoso. Algumas vezes esse tipo de granada começa um incêndio, para não mencionar a fumaça no carro fechado. Se estivesse embaixo do banco poderia produzir danos maiores.
- Em outras palavras, estamos tão perto de resolver o assunto como quando começamos... – completou Hermione, enquanto penteava o cabelo com movimentos rápidos.
Harry concordou.
Deixando a escova de lado, Hermione dirigiu-se até a cama, sentou-se e apanhou a meia-calça numa gaveta. Colocou-a, enquanto ele apreciava a visão. A seguir calçou os sapatos de salto e apanhou sua bolsa.
- E meu carro? Preciso dele.
- Desculpe. Vou providenciar isso agora de manhã.
Ela procurou o olhar dele.
- Foi ver Cho ontem à noite?
- Acha que se tivesse visto Cho ontem à noite, hoje de manhã eu estaria daquele jeito?
- Bem... – Hermione corou.
Ele puxou-a contra si.
- Você não tem muita experiência. Alguns homens podem fazer amor a noite inteira, mas eu não pertenço a esse grupo. Se eu tivesse ficado com outra mulher, não teria conseguido hoje. Isso responde sua pergunta?
- Responde. Desculpe, eu não devia ter perguntado.
- Hermione, você confiou em mim o suficiente para fazermos amor. Isso te dá todo o direito do mundo de perguntar o que quiser sobre mim. Eu não dormi com Cho, e não pretendo fazer isso. Quero casar com você.
Foi o que ele disse, mas a verdade é que não quis marcar a data, e não quis arriscar-se a engravidá-la. Hermione quase mencionou isso, mas o que haviam partilhado era importante demais para arriscar qualquer chance de estragar algo. Seria melhor viver um dia agradável de cada vez. Por enquanto.
Beijou-o com suavidade, tentando não reparar na indecisão que os olhos de Harry demonstraram por um instante.
- Vamos ver se já fomos despedidos – convidou ela, afastando-se.
- Vamos.
O percurso até o escritório foi realizado quase em silêncio. Harry pensava que daquela vez não haveria retorno. Ele assumira um compromisso, e mesmo que soasse estranho para um homem moderno, sentia-se obrigado a fazer a coisa correta, casando-se com ela. Importava-se muito com Hermione, porém não gostava de sentir-se encurralado. Não soava tão confortável quanto lhe parecera a principio. E ela queria filhos, ainda por cima.
Ele gostava muito de Mikey, por exemplo, mas seria diferente quando tivesse o próprio filho. Iria tornar-se tão responsável por ele quanto por Hermione; talvez mais. Ela queria uma carreira. Fizera amor com ela porque não fora capaz de controlar-se. Desejava Hermione como uma espécie de loucura. Olhou com o canto dos olhos para ela, lembrando-se como fora, tinha certeza que não se arrependeria do que fizera. Não interessava qual fosse o custo, tinha valido a pena. Só faltava acostumar-se com a idéia de compromisso. Disse a si mesmo que não devia ser tão ruim assim. Habituara-se a viajar sem parar, quando entrara para a CIA. Acostumara-se a usar uma arma o tempo todo. Para ser honesto consigo mesmo, acostumara-se com coisas muito piores. Podia perfeitamente aceitar o fato de que agora tinha um compromisso. Em relação a filhos, teria que encontrar um jeito de adiar esse assunto.
Olhou para Hermione e sorriu.
Porém ela não se deixou enganar. Percebeu a preocupação na expressão dele, a indecisão que ele não foi capaz de ocultar. Tinha ultrapassado os próprios limites e agora se arrependia, foi a impressão que passou para ela. Harry faria o possível para conviver com a situação, mas talvez fosse o começo de um pesadelo para ambos.
O melhor acontecimento dessa manhã foi a ausência de Erikson.
Procuraram pelos carros do perseguidor, mas não havia nada à vista.
Hermione não se deixou levar pelas aparências, certa que Erikson poderia estar por perto, apesar de tudo.
Quando Harry estacionou, voltou-se para ela:
- Não relaxe a vigilância. Só pelo fato de não conseguirmos avistar o sujeito, não quer dizer que ele desistiu.
- Eu estava pensando exatamente a mesma coisa – declarou ela, os olhos procurando os dele. – Desculpe.
- Desculpe por quê?
Ela deu de ombros, e forçou um sorriso.
- Acho que ainda não está pronto. Pensou que estivesse, mas simplesmente ainda não está. Tenho tanta culpa quanto você pelo que aconteceu, por isso não precisa sentir-se responsável. E também não deve sentir-se obrigado a casar comigo. Fomos cuidadosos. Não vão aparecer... conseqüências.
O rosto dele demonstrou emoções conflitantes.
- Tem certeza que não pretende casar comigo, Hermione?
Ela demorou para responder, escolhendo com cuidado as palavras.
- Gostei muito do que fizemos – afirmou ela. – Mas quando a novidade da situação passar, estaremos comprometidos um com o outro. Você tem o seu trabalho, e eu tenho o meu, portanto o casamento não é mais o fim do arco-íris. Talvez a gente deva pensar um pouco mais sobre o assunto.
- É isso mesmo o que estou sentindo, Hermione – disse ele, com certo alívio. – Mas enquanto pensamos, continuamos noivos, certo?
- Certo – concordou ela prontamente.
- Vamos até a casa de Bob e Connie à noite. Vou telefonar para eles.
- Gostaria mesmo de estar com eles outra vez.
- Apanho você logo depois do trabalho. Tenha cuidado, sim?
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
- Quer um beijo? – provocou ele.
Ela pretendia negar, mas a ironia da situação fez com que sorrisse.
- Claro.
Hermione aproximou-se e ergueu op rosto. Ele tomou-o nas mãos, pousando os lábios sobre os dela, com suavidade. Porém a paixão entre eles era nova e incontrolável, o que não deixava muito espaço para carinhos delicados. Abraçavam-se com força, e os lábios juntaram-se com sofreguidão. Ela gemeu, e Harry controlou-se, lembrando-se de onde estavam.
- Ainda não consigo me controlar – desculpou-se ele, separando-se. – Venho apanhar você para almoçar, se estiver livre.
- Não estou – afirmou ela, observando-o limpar com um lenço o batom da boca. – Tenho de encontrar o pessoal de Cho para um almoço de negócios.
- Muito bem, fica para outro dia – disse Harry, suspirando.
Hermione fez menção de sair, mas ele segurou-lhe a mão.
- Eu não falei nada a Cho sobre você, portanto se ela começar a dizer mentiras sobre mim, procure não ligar, sim?
- Certo.
- Vejo você mais tarde.
- Claro.
Ela desceu e entrou no prédio, precisando usar sua força de vontade para não voltar-se. Ela mesma sugerira que não falassem em casamento no momento, agora precisava manter as aparências.
- Está atrasada – resmungou Mack, no instante em que a viu atravessar a porta. – Cho Chang já telefonou umas dez vezes, querendo saber onde você estava. Parece que ela também não conseguiu localizar nosso chefe de Segurança... – ele lançou um olhar desconfiado na direção dela. – Faz alguma idéia sobre onde ele está?
- Estava comigo – respondeu ela, tentando não corar.
Mack olhou para ela, mas não disse nada.
- Não precisa ficar tão espantado – retrucou ela. – Harry e eu estamos noivos.
O rosto do patrão relaxou-se depois sorriu.
- Meus parabéns!
- Obrigada, mas talvez seja um pouco prematuro. Por enquanto não fizemos planos.
- Nunca se sabe – comentou ele. – Harry me parece o tipo do homem impulsivo.
- É a impressão que ele deixa em muita gente. Mas na verdade ele é muito cauteloso e metódico. Pensa muito antes de agir.
Lembrou-se do que dissera assim que ficou sozinha no escritório. Era verdade, no tocante comportamento de Harry. Ele nunca deixava as emoções dominá-lo, ou agia sem saber com exatidão o que iria fazer.
Por que entrara daquele jeito no apartamento, de manhã? Não era comum que ele fizesse algo sem medir as conseqüências; sabia que os sentimentos de Hermione a levariam a esperar compromisso do homem que a seduzira. Será que perdera a cabeça e se deixava levar pelos sentimentos? Ou mudara de idéia, e resolvera casar com ela?
Não teve muito tempo para pensar sobre o assunto. O telefone tocou, e do outro lado estava uma Cho Chang furiosa.
- Onde esteve, srta. Granger? – indagou ela, em tom irritado. – Não tenho tempo para passar o dia inteiro atrás da senhorita, sabia? Quer lidar com minha conta ou não?
Hermione teve de morder os lábios para reprimir-se, e não dizer a verdade.
- Certamente que desejamos sua conta, srta. Chang. Desculpe, mas fiquei retida em casa pela manhã, e cheguei atrasada.
- Esse atraso tem alguma coisa a ver com Harry? – indagou Cho.
- Já que está perguntando, tem sim – respondeu Hermione, apertando o fone.
- Sua vagabunda!
- Harry e eu ficamos noivos, srta. Chang. O que fazemos em nossas vidas pessoais não é de sua conta!
Desta vez houve um instante de silêncio do outro lado da linha.
- Não é possível! – desabafou Cho, por fim. – Ele não é do tipo que se casa. Está mentindo!
- Se quiser, tem toda liberdade de perguntar a ele.
- Já liguei várias vezes, mas não consegui falar com ele. Acho que estava com você. Certo?
- Tenho tido alguns problemas com a segurança, por aqui. Harry estava me ensinando caratê...
- E mais alguns truques, pelo jeito – interrompeu Cho. – Ele é ótimo na cama, não é? Mas se eu fosse você esperava um pouco antes de falar aos outros sobre casamento. Também já fui noiva dele, sabia? Ele nunca quis filhos. Sabe por quê? – um silencio maldoso precedeu a revelação: - Diz que precisa estar livre para sair por aí, e filhos só atrapalham. Por isso não quer saber de compromissos.
- Mas ele quer filhos. Nós dois queremos – afirmou Hermione, hesitante.
- É mesmo? Procure se informar melhor, minha querida. Desafio você a fazer isso.
- Srta. Chang, na verdade...
- Espero vê-la à hora do almoço – continuou Cho, ignorando a interrupção. – Pedi que os Lancaster nos acompanhassem enquanto discutimos os detalhes da promoção. Na verdade, eu preferia que Mack trabalhasse nessa conta; descobri que mulheres não cooperam muito quando sugiro modificações.
Isso não surpreendeu Hermione nem um pouco, mas não comentou nada. Ficou a imaginar a outra amarrada dos pés à cabeça, e adicionou mentalmente uma mordaça.
- Não faço nenhuma objeção se Mack tomar meu lugar – declarou, com voz controlada, lembrando que o chefe iria fazer com que passasse maus bocados por desistir, pois detestava Cho.
- Nesse caso podemos acertar tudo de forma amigável. Fico contente.
- Vejo você na hora do almoço, então?
- Com certeza – sorriu Cho, emitindo um som que tanto poderia ser um ronronar quanto um rosnado felino.
Obs:Capitulo 7 postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Na terça eu posto o capitulo 8 da fic e o capitulo 4 de "A Bela e a Fera". Na quarta eu posto o capitulo 2 de "Paixão Obscura".Obrigada a todos que comentaram!!!!Bjux e tenham um bom domingo!!!!Adoro vocês!!!
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