Estranhezas e Incidentes
O resto da semana passou sem incidentes. Alvo não conseguiu mais ver se aquela pessoa que saiu da floresta proibida continuava com suas atividades, pois sempre acordava atrasado para as aulas, isso significava uma rápida visita ao salão Principal para comer alguma coisa antes de ir para as salas de aula.
Até ali, a aula que Alvo mais apreciou foi a de Defesa contra as artes das Trevas, pois fora a única até ali que ele havia conseguido produzir magia, pois as outras matérias se mostraram muito mais difíceis do que ele havia previsto.
Na aula de Transformação, o Profº Rigil Kentauros, passou-lhes a lição de tentar transformar uma palha em uma agulha prateada, ao final da aula ninguém havia conseguido.
Na de Herbologia, o Prof. Longbotton os ensinou sobre como reconhecer se alguma planta é mágica ou não:
– O primeiro passo para reconhecer uma planta verdadeiramente mágica é você tentar falar com ela. – Dizendo isso, ele apontou para o canto da estufa onde havia uma enorme planta de 2 metros de altura, cujo nome, segundo ele era: Funcho, ela exalava um cheiro muito agradável. – As primeiras perguntas a fazer são se ela pode te ouvir, e se ela pode falar. Se ela der algum sinal, parabéns ela é mágica! Agora se ela não der sinal, não desista, ela pode não te ouvir, ou estar com medo de falar com você. – Fazendo isso ele perguntou algumas coisas para a planta, que imediatamente começou a se mexer.
– Agora, se ela não der algum sinal, você tem que lhe oferecer água ou comida, colocando-os na terra, bichos pequenos e legumes em geral. Se você perceber que depois de uma hora a comida ou a água sumiu, quer dizer que ela é mágica – Disse ele – Caso a comida não desapareça isso quer dizer que ela não é mágica. Quem inventou esse método de reconhecimento foi o grande Mago Studding Fhash. Ele tinha 178 anos quando isso aconteceu.
Após isso, ele enfileirou diversas plantas as frentes deles para eles tentarem distinguir se elas era mágicas ou não.
A aula de Feitiços também não foi muito diferente. O Profº Flitwick os ensinou alguns feitiços bem básicos, quais que todos os bruxos devem saber, como: Alohomora, que abre portas e cadeados trancados, Reparo, para consertar objetos quebrados, Lumus, que acende uma luz na ponta da varinha, entre outros. E aqueles que não haviam conseguido fazer o feitiço corretamente, tiveram como dever de casa, a ordem de praticá-los para novas tentativas na outra aula.
Assim Alvo passou a maior parte dos seus outros dias em Hogwarts, fazendo deveres, conversando sobre os primeiros dias na escola, etc.
Mas, uma coisa não saia de sua cabeça, ele ainda não se esquecera da pessoa que havia visto saindo da floresta na 1º noite, nem do berrador que seu irmão havia recebido, nem da profecia do chapéu seletor. Mas para sua infelicidade, nem Tom nem Rose queriam debater sobre o assunto, e ainda ficavam irritados quando comentava.
Logo nas primeiras horas de sexta-feira, Alvo acordou muito subitamente, ele sonhou com a profecia do chapéu seletor, ele estava na cabeça de alguém, e falava sem parar que ele estava em perigo. Ele se levantou para beber água, e notou que aquela era a mesma hora que ele havia visto a pessoa sair da floresta no 1º dia de aula. Pensando se isso poderia acontecer novamente, ele sentou-se no parapeito da janela e ficou observando a orla da floresta por algum tempo. Após poucos minutos observando, um grupo de 10 pessoas, mais ou menos, saiu da floresta e caminhou silenciosamente até o saguão de entrada, ninguém conversava, a frente deles ia uma pessoa sozinha, Alvo supôs que seria a pessoa que ele havia visto naquele dia.
“Bolas”, pensou ele. O que todas aquelas pessoas estariam fazendo na floresta proibida àquela hora? Mas por mais que pensasse, não lhe vinha nenhum motivo provável de um encontro secreto, essa hora na floresta.
“Devem ser estudantes” O que será que estariam planejando? Alvo voltou para sua cama com os pensamentos a mil por hora. Ele não conseguiu voltar a dormir, e ficou imaginando como descobrir quem eram aquelas pessoas e o que estariam fazendo na floresta. Mal sabia ele, que dentro de algumas horas ele teria mais informações.
Mais tarde, Alvo, Tom e Rose desceram para tomar café da manhã. Ele não perdeu tempo em contar aos dois, o que vira mais cedo, Rose pareceu muito preocupada:
– Você acha que devíamos contar a alguém?
– Acho que não. Devíamos tentar saber mais um pouco sobre isso – Falou Tom caminhando ao lado deles, e passando por um grupo de estudantes.
– Mas como?
– Não sei. Mas devíamos primeiro saber se estão fazendo algo ilegal, antes...
– Mas é claro que estão fazendo algo ilegal – Exclamou Alvo – A floresta proibida é proibida lembra?
Rose riu.
– Mas se for os professores que estão trabalhando em algo? Pois se for, a única hora que eles podem fazer isso é de noite, não? Eles têm que dar aulas...
– Mas, e que horas eles iriam descansar? Eles não são de ferro.
– Então você acha que são estudantes? – Perguntou Rose
– Claro, por isso devíamos delatar a algum professor.
– Não, vamos ficar no nosso canto.
– Mas e se eles prejudicarem alguém?
– Se caso descobrirmos que estão fazendo mal a alguém, ou fazendo alguma coisa perigosa, aí iremos dizer a alguém – Disse Rose se sentando a mesa da Grifinória – Mas até descobrirmos, iremos ficar quietos. Não somos linguarudos...
– Certo, mas como iremos descobrir? – Perguntou Tom, se servindo de salsichas e bacon.
– Só irmos a floresta um dia a noite e...
– Você ta ficando louco? – Exclamou horrorizada Rose, deixando cair seu garfo com um estrepido no chão – Segui-los? Seremos expulsos.
– E como, em nome de Merlin, você acha que iremos descobrir mais? – Perguntou Alvo.
– Não sei – Respondeu ela, pegando o garfo que havia caído no chão, e limpando-o com um aceno de varinha – Temos que pensar. Mas sair por aí, feito cava-charcos em busca de mandrágoras, é loucura.
– Certo – Disse Tom rapidamente para acalmar os ânimos – Vamos pensar em alguma coisa. Mas antes disso, será que podemos comer em paz?
Sem dizer mais uma palavra Alvo comeu rapidamente, toda hora olhando para o lado e para a pessoas que passavam por ele, sempre procurando olhares cansados, mas ninguém estava com esse ar de cansado, todos pareciam felizes e descansados.
Depois disso, Alvo procurou em sua mochila o horário que a Profº Zelda havia lhe entregado, para ver quais aulas ele teria aquele dia, mas seu olhar recaiu sobre a obs. que havia embaixo dos horários das aulas: Todas as Sextas, os alunos tem aula de Astronomia, ás 00:00, na Torre de Astronomia.
– É claro – Exclamou ele em voz alta, Tom e Rose se assustaram.
– Que foi? – Quis saber Tom.
– Hoje nós teremos aula de Astronomia a meia-noite, talvez podemos ver aquelas pessoas indo para a floresta, e como estaremos usando telescópios, é só mirar para baixo pra ver os rostos.
– É... Boa idéia– Disse Tom.
– Mas será que eles saem do castelo nesse horário? – Perguntou – Perguntou Rose.
– Acho que sim. Pois eles voltam bem cedo.
– Bom, não temos nada a perder – Disse Rose pegando sua mochila, levantando do seu lugar.
Alvo a acompanhou com um sorriso nos lábios... Eles tinham um plano.
O resto do dia passou sem mais armações nem contratempos, assim quando o sinal da ultima aula bateu, eles desceram as escadarias e rumaram para a cabana de Rubeo Hagrid, que havia lhes dito para na primeira sexta-feira, eles o visitarem em sua cabana, Tom acabou concordando e fora junto.
A cabana de Hagrid, ficava na orla da floresta proibida, ao longe dava para ver o campo de quadribol, onde alguma equipe estava treinando. Dava para ver seus contornos voando em torno das balizas dali, esse ano, pensou Alvo, eles começaram a treinar bem cedo.
Rose bateu na porta da cabana, não precisou esperar muito, pois Hagrid logo abriu a porta expondo seu largo rosto com uma juba de cabelos e barbas negros sorrindo para eles, fazendo sinal para entrarem.
A cabana tinha apenas 1 cômodo, havia ali diversos móveis de madeira, peles de animais, entre outras, uma lareira ficava ao canto e no fundo estavam estendidas duas camas, uma bem grande, que Alvo tinham certeza que pertencia a Hagrid, e outra pequena, que era do filho de Hagrid, Grope, que havia nascido há 2 anos e meio.
Alvo nunca tinha visto o menino, mas sabia que ele era fruto da união de Hagrid com Olímpia Maxime, diretora da escola de Beauxbatons, logo após a queda de Voldemort, o nome do filho havia sido em homenagem ao meio-irmão de Hagrid que havia morrido algumas horas após o duelo contra Voldemort há muitos anos atrás.Grope vinha passar seus feriados escolares com Hagrid em sua cabana, junto com sua mulher, pois Hagrid havia negado o convite que Maxime fez a ele, propondo que ele fosse professor de Trato de Criaturas Mágicas em sua escola. Ele disse que Hogwarts era seu lar desde criança e por isso não aceitou.
— Entrem, andem...
Quando os três se acomodaram perto da lareira, e Hagrid serviu bolinhos que ele próprio havia feito, Alvo perguntou:
— Como vai Grope, Hagrid?
— Ah, muito bem — Respondeu ele todo animado — Ele foi embora faz umas 2 semanas apenas, mas no natal ele virá passar comigo e vocês poderão conhecê-lo. Vou pegar uma foto dele.
Dizendo isso, ele foi até a cômoda, abriu a 1º gaveta e tirou de lá uma foto que parecia nova e conservada e entregou aos três. Sorrindo para eles, estava um menino normal, menos pela sua altura que já passava de 2 metros, ele tinha muitas características de Hagrid, como os olhos por exemplo.
— Mas e vocês, como foi á primeira semana? Boa? Normal? — Dizendo isso ele soltou uma risadinha.
Os três se entreolharam, eles haviam decidido não dizer nada a Hagrid sobre as pessoas na floresta, Tom fora menos propicio a aceitar isso, ele supunha que como Hagrid era guarda-caça, e cuidava de todas as terras de Hogwarts, ele devia saber o que estava acontecendo.
— Normal — Garantiu os três.
— Normal em Hogwarts? — Disse Hagrid de sua poltrona — Aqui nada é normal, seus pais costumava dizer isso — Disse ele á Alvo e Rose, que sorriram.
Os três continuaram conversando por mais algum tempo, até que a noite finalmente chegou, quando já estava escuro o bastante, Hagrid foi até a janela e olhou em direção a floresta, ele parecia preocupado.
— Algum problema, Hagrid? — Perguntou Rose.
— Na verdade... — Disse ele, voltando a se sentar em sua poltrona e olhando para eles franzindo a testa — Coisas estranhas aconteceram na floresta esta semana...
Os três se entreolharam novamente.
— Que tipo...
— Marcas de fogo, vestes rasgadas, sangue por todo lado, algumas marcas gravadas nas arvores. Nunca vi isso antes. Isso não é próprio das criaturas que vivem ali. Os centauros que são os mais dotados de inteligência e os que mais se parecem com humanos, não usariam vestes, nem maltratariam pessoas que fossem a floresta, nem mesmo usariam mágica...
— Você comentou isso com algum professor, ou para a diretora?
— Já — respondeu ele — Ela me disse para ficar mais atento agora, e qualquer coisa para contatar imediatamente a ela.
Então, definitivamente estava acontecendo algo na floresta escondido dos professores e funcionários, com certeza eram alunos, mas o que estariam eles fazendo ali?
— Gárgulas vorazes — Exclamou Hagrid, se levantando da poltrona e olhando para seu relógio de bolso — O jantar deve estar quase no fim, vamos...
Assim, ele os empurrou para a entrada da cabana, e juntos foram jantar com os pensamentos a mil por hora.
Eles tiveram um jantar apressado, antes que a comida desaparecesse dos pratos (o que ocorreu no momento que Tom ia pegar um pedaço de Torta), depois disso voltaram para a sala comunal, e esperaram até dar 11:30 para subirem para a torre de Astronomia.
A torre de Astronomia era a mais alta torre do castelo, dali dava para ver toda a extensão da floresta proibida, os vales e montes que rodeavam o castelo e até o vilarejo de Hogsmeade.
Eles montaram seus telescópios a beirada da torre, e se sentaram em frente deles, enquanto esperavam a Profº, alguns minutos depois a Profº Sinistra vinha em direção a eles. Ela usava vestes pretas, cabelos vermelho sangue e brincos em forma de lua. Alvo pensou que ela parecia um vampiro daquele jeito.
Ela começou a explicar sobre a importância da Astronomia, e também explicou tudo sobre as expressões astrológicas, tais como: anos luz, Zodíaco, Quasar, etc.
Alvo não podia agüentar de vontade de pegar o telescópio, mirar para a orla da floresta e ver se via algo, mas a Profº continuou falando sobre Astronomia. Era pouco mais de 1 hora da manhã, pouco antes de terminar a aula, que ela ordenou que eles se virassem, pegassem seus telescópios afim de observar as coisas que ela havia mencionado.
Os três correram, pegaram seus telescópios, e assim que ela se virou para o seu próprio telescópio eles miraram para baixo, em direção aos terrenos do castelo. Estava um pouco escuro para ser ver alguma coisa, mas mesmo assim daria para ser ver os vultos andando.
Dez minutos antes de bater o sinal, aconteceu algo. Uma pessoa acabara de entrar na floresta correndo, eles não puderam notar nada além de sua forma, pois apenas tinham visto o vulto.
Eles se entreolharam e olharam para os lados. Ninguém havia percebido nada, pois estavam todos ocupados contemplando o céu. Eles continuaram olhando para a orla mas não apareceu mais ninguém, mas passados alguns minutos, aconteceu algo.
Um forte estrondo ocorreu lá embaixo, seguido por fortes clarões no meio da floresta. Todos os alunos se assustaram, a Profº Sinistra pegou correndo seu telescópio e apontou para a floresta.
Mais clarões vieram, parecia que estava havendo um batalha ali. Jatos vermelho sangue saiam pela orla da floresta, juntamente com azuis e verdes. Os barulhos eram tão altos que chegavam à torre de astronomia como um barulho de uma manada de animais. Os barulhos deviam ter acordado os habitantes do castelo, por que todas as luzes das janelas das torres haviam se acendido, inclusive as luzes da cabana de Hagrid, que em momentos depois apareceu trotando em direção as portas do castelo, mas nem precisou ir chamar algum funcionário, pois logo, antes dele chegar perto das portas, elas se abriram e no portal apareceram a Profº McGonagall, Flitwick e Slughorn.
Juntos eles correram em direção ao foco dos feitiços, que pareciam cessados agora, mais nada se escutava nem se via. Quando os Professores desapareceram dentro da floresta, a Profº Sinistra os mandou guardar os telescópios e voltarem para suas salas comunais.
Rapidamente eles guardaram seus materiais e correram de volta para a torre da Grifinória, muito cheia de alunos curiosos, querendo saber o que tinham acontecido. Os alunos do 1º já estavam contando aos outros mais detalhes do que tinham visto, já que tinham uma vista privilegiada dali de cima, mas Alvo não estava escutando, ele estava perdido em seus pensamentos pensando no que tinha acontecido e torcendo para que os professores achem os culpados e que essa curta historia termine sem mais acidentes, mas uma frase de um garoto do 2º ano trouxe Alvo de volta para a Terra:
– Um pouco antes de vocês chegarem, eu vi pela janela do meu dormitório Flitwick trazendo alguém em uma maca, mas não deu pra ver quem era.
Alguém se feriu então, pensou ele, quem será? Será que era um culpado ou inocente?
Passado alguns minutos, alguns alunos se cansaram e foram se deitar, outros porém, juntamente com Alvo, Rose e Tom, permaneceram na sala, esperando novas noticias. Depois de um tempo, eles ouviram passos no corredor que dava para a sala da Grifinória, assim o retrato da mulher gorda se abriu e a Profº Minerva entrou.
Ignorando todas as perguntas dos alunos, ela veio em direção a Alvo e falou baixinho:
— Me acompanhe.
Me acompanhe? O que ele tinha feito? Mas a Profº não disse mais nada, apenas voltou em direção ao retrato da mulher gorda, Alvo não pode fazer nada além de segui-la.
O castelo estava vazio àquela hora, assim seus passos ecoavam fortemente pelo castelo. Caminharam por alguns instantes até chegaram ao 1º andar. Pararam diante de uma porta, a profº a empurrou e fez sinal para ele entrar.
Era a ala hospitalar. Ali havia diversas camas com lençóis brancos, a curandeira do castelo, Madame Pomfrey, estava à frente de uma cama ao fundo da sala, junto com Flitwick e Slughorn, quando eles se aproximaram, os três se distanciaram da cama, e Alvo pode ver uma pessoa deitada nela.
Mesmo com feias marcas em seu rosto e em seu corpo, não havia como confundir aquele menino. Era Thiago.
— Ele está Morto?
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