O expresso Flamejante



O trem acabara de fazer a curva, Alvo estava parado no meio do corredor olhando para fora da janela para dar uma ultima olhada em seus pais, que estavam lhe acenando da plataforma. Essa era a 1º vez que ele estava indo para um lugar onde ficaria longe da vigia superprotetora de seus pais sobre ele.

Ele sentiu um empurrão nas costas, e viu Rose empurrando-o para arranjarem algum lugar. O trem já estava cheio, todos as cabines estavam lotadas, a não ser uma no meio do trem, que estava ocupada por um garoto de cabelos pretos que estava sentado no canto olhando a paisagem que passava rapidamente pelas janelas do trem.

– Se importa? O resto... – Disse Alvo, mas nem precisou terminar a frase, pois o garoto já estava acenando afirmamente com a cabeça indicando o lugar ao seu lado.

Quando ele e Rose se sentaram, ele notou que o rosto do garoto estava meio desfigurado, com diversas marcas vermelhas, mas prefiriu ficar calado. Ele estava usando uma calça jeans, uma camisa xadrez e botas de jardineiro. Alvo pensou que se vestir como trouxa não era uma especialidade dele nem de sua familia.

Os Potters sempre souberam como se vestir e se comportar como trouxas, a vila em que moram é cheia de pessoas comuns, por isso não podem dar muita bandeira, como ter corujas indo e voltando pra casa, nem sair com a moto voadora que outrora penteceu ao padrinho de seu pai: Sirius Black, e que fora consertada pelo avô de Rose, Arthur Weasley, quando estraçalhada em uma fuga.

No mesmo bairro dos Potter, Godric’s Hollow, moram os pais de Rose, os Weasley, assim ele e Rose são praticamente irmãos, pois viveram praticamente juntos desde de seu nascimento. Quase todos os dias eles jantavam juntos, ou na casa dos Potter ou na casa dos Weasley, quando o jantar era em sua casa, o afilhado de seu pai, Teddy Lupin, jantava também. Ele havia vivido pouco com seus pais, assim desde a morte deles, ele fora obrigado a morar com sua vó, Andromada. Agora, com 19 anos eles estava trabalhando na Floreios e Borrões, loja do beco diagonal. Uma das coisas que Alvo mais gostava em Ted era que ele havia herdado um estranho mas incrivelmente legal, dom de sua mãe, a capacidade de se metamorfosear, em outras palavras ele era metamorfomago, que podia desfigurar seu corpo da maneira que lhe convia, como mudar o formato de seu nariz, a cor de seus cabelos, etc...

– Sou Tom. Ou melhor, Thommas. Thomas Bagshot – disse o menino apertando a mão de Alvo e de Rose.

– Bagshot? – Exclamou Alvo – Esse não é um nome de um autor de um dos nossos livros?

– Autora – Corrigiu Tom – Bathida Bagshot, autora de História da Magia, é minha tataravó.

– Ouvi dizer que ela foi uma grande historiadora – Falou Alvo

– Verdade – começou Rose – Ela até chegou a morar na nossa vila – disse ela dando um tapinha em Alvo.

– Vocês moram em Godric’s Hollow?

Eles afirmaram.

– Isso, ela morou lá a vida dela toda. Alias, qual o nome de vocês?

– Eu sou Alvo Potter, e essa é Rose Weasley – falou Alvo indicando Rose com a cabeça.

– Prazer. Estou muito feliz que tenham sentado aqui, a maioria dos garotos que passaram por esse cabine, olharam para meu rosto e foram embora. Eles acham que isso pode ser contagioso... – Disse Tom com a cabeça baixa, ligeiramente envergonhado.

– Mas exatamente...

– Isso é um caso de sarapintose. Estive internado alguns dias no St. Mungus... Melhorou bastante, mas ficou ainda muitas marcas no meu rosto, mas os curandeiros disseram que em breve as marcas sumiram.

– Que bom – Disse Rose, dando um sorisso encorajador a Tom. – Mas nós não ligamos pra isso, essas pessoas devem ser as maiores burras que existem.

Tom sorriu.

– Minha irmã, Monna, devia ta aqui comigo, mas ela está em outra cabine com suas amigas, ela me convidou, mas não quero ficar lá no meio das garotas do 3º ano.

– Sua irmã esta no 3º ano? – Indagou Alvo parecendo interresado.

– Está.

– Meu irmão Thiago também, talvez eles se conheçam... De que casa ela é?

– Corvinal

– Ah – disse Alvo parecendo desapontado – Meu irmão é da Grifinoria. Ele também faz parte da equipe de Quadribol da casa. Ele é artilheiro. Gosta de Quadribol? – Perguntou ele a Tom.

– Gosto. Sempre vou com meus pais a jogos. Torço para o União de Puddlemere, e vocês?

– Eu torço para as Harpias de Hollyhead, mamãe foi artilheira do time nos últimos anos, mas agora parou, agora ela anda escrevendo colunas sobre Quadribol para o Profeta diário.

– Nossa – Exclamou Tom parecendo assombrado com a informação de que a mão de seu novo colega fora uma famosa jogdora de Quadribol – E você Rose, não gosta de Quadribol?

– Não sou fanática – Respondeu ela – Mas curto também os ex-time da Tia Gina.

– Na verdade, Tio Rony queria que mamãe fosse jogadora dos Chuddley Cannons, que é o time favorito dele, mas ela acabou
escolhendo as harpias, um time mais feminino – Disse ele dando risadas.

Tom sorriu novamente pensando no que falar.



Já passava das 13 horas agora, o trem corria numa velocidade alta indo cada vez mais para o norte. A paisagem em volta deles já mudara bastante, agora eles corriam por montes e vales, totalmente verdes. Na hora que uma gaivota passou voando pela janela, a porta da cabine abriu com um estrepido e a mulher do carrinho de lanches parou em frente deles:

– Querem alguma coisa do carrinho, meninos?

– Sim – Rose pulou do assento e se dirigiu ao carrinho para ver o que ele tinha. – Um pacote de chiclete Drugools, e uma caixinha de sapo de chocolate, por favor.

– 5 sicles – Disse a bruxa, entregando para Rose seu pedido.

Rose entregou o dinheiro para a mulher que partiu, fechando a porta da cabine com um aceno da varinha. Ela abriu o pacote de chicletes, pegou um e ofereceu aos outros dois que não tinham pego nada do carrinho. Alvo preferia os lanches que sua mãe fazia aos doces do carrinho, e Tom também havia trazido sanduíches de casa.

Embora os Potter, fossem um pouco ricos, já que seu pai era chefe da sessão dos aurores, e sua mãe colunista sobre quadribol para o Profeta Diário, Alvo gostava das coisas mais simples, como lanches feitos em casa ao invés de gastar seu dinheiro comprando doces em carrinhos. Muito ao contrario de Thiago, que adorava o bom e o melhor.

Thiago sempre fora o “problema” da casa. Gosta de confusões, etc. Quase todo mês seus pais recebiam corujas de Hogwarts, dizendo que seu filho era incontrolável, Thiago já era visitante assíduo da sala do zelador Filch, que sempre o ameaçava dos mais severos castigos, como pendura-lo pelo tornozelo nas masmorras, levar chicotadas, mas como isso era contra o regulamento da escola, e por Filch já estar meio ultrapassado, isso ficava somente na conversa mesmo.

Depois de algum tempo, Rose abriu a caixinha de sapos de chocolate. Nela vinham 3 sapos com suas figurinhas. Deu 1 para cada um.

Alvo abriu o seu, ansioso para ver qual a figuinha que continha, ele já estava quase completando sua coleção de figurinhas de sapo de chocolate, faltava apenas algumas.

– Legal – exclamou ele baixinho – Tirei o ministro – agora falta apenas 8 cartas para completar sua coleção

Ele deu uma mordida no sapo de chocolate e mostrou sua figurinha para eles. Ela mostrava uma homem negro, com vestes roxo berrante e um brinco na orelha esquerda, e a legenda atrás de sua foto dizia:

Kingsley Shaklebolt
1957 – Atual
Atual ministro da magia á 19 anos.
Kingsley já foi membro da tão aclamada antiga
Ordem da Fênix. Porem, antes disso, já fora caçador
De Quimeras venenosas no Egito


Alvo já vira o ministro diversas vezes, algumas quando fora visitar o ministério junto do seu pai e outras quando Kingsley era convidado por seus pais a jantar.

– Eu não gosto muito de colecionar esse cartões... Tome o meu – Disse Tom, pegando seu cartão e dando-o a Alvo:

Rowena Ravenclaw
Medieval (datas precisas desconhecidas)
Uma dos quatro famosos fundadores da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts,
Rowena Ravenclaw era a bruxa mais inteligente de seu tempo,
embora as lendas digam que um coração partido - de causa desconhecida –
contribuiu para a sua morte precoce.


Atrás da legenda, se encontrava a foto de uma bruxa extremamente linda, com cabelos longos e pretos, com uma tiara os enfeitando.

– Essa eu já tenho, mas obrigado.

– Qual casa da escola vocês pretendem cair? – Perguntou Tom

– Eu acho que vou ficar na Grifinoria, toda minha familia foi de lá – Disse Alvo

– Minha familia também, mas minha irmã foi a 1º a ir para Corvinal, então não sei bem... - Disse Tom.

Rose aparentemente não estava escutando nada da conversa, estava mais interessada em comer os chicletes e observar a paisagem que passava pela janela do expresso. Quando voltou sua atenção para seu cartão do sapo de chocolate, soltou uma exclamação:

- Alvo – chamou ela – Tirei seu pai.

Ela pegou o cartão e exibiu para os dois colegas a sua frente:

Harry Tiago Potter
1980 – Atual
O menino-que-sobreviveu. Harry Potter é famoso por ser aquele que
Derrotou o mais temido dos bruxos das trevas do seu tempo: Lord Voldemort,
E o único que sobreviviu a terrível maldição da morte.
Atual Chefe da sessão de Aurores


– Legal – Disse Alvo pegando o cartão e dando uma olhada na foto de seu pai. Alvo sempre fora muito parecido com Harry, cabelos pretos, alto, magro. A única exceção era que ele não usava óculos como seu pai usara na adolescência – Esse eu ainda não tinha.

– Pode pegar – falou Rose voltando a apreciar a paisagem.

– Você é filho do Harry Potter então? – Perguntou Tom com os olhos arregalados, enquanto Alvo guardava a figurinha de seu pai junto com a do ministro em seu bolso.

– Sou.

– Meus pais me contaram muitas historias sobre seu pai... Como ele matou o bruxo Voldemort, alguns anos atrás.

Alvo meramente sorriu. Sempre que as pessoas a sua volta descobriam que Harry Potter fora seu pai elas tinham a mesma atitude. Embora o sucesso de seu pai sobre Voldemort fora a muitos anos atrás, as pessoas ainda tinham esses momentos na lembrança, e sempre que pudessem paravam para conversar com Harry, e agradecer inúmeras vezes.

A tarde passou como um borrão de luz, enquanto conversavam os três nem perceberam o tempo passar, quando tinham acabado de contar uns aos outros as expectativas da chegada em Hogwarts, eles notaram que as luzes já tinham se acendido. Isso queria dizer que já estavam quase chegando, assim Rose que já estava com as vestes da escola levantou e disse:

– Vou ao banheiro enquanto vocês se trocam, devemos estar quase chegando.

Assim, saiu e fechou a porta da cabine atrás dela. Os garotos se vestiram rapidamente, guardaram suas vestes de trouxas em seus malões e esperaram enquanto Rose não chegava, passado alguns instantes, ela abriu a porta da cabine com rapidez e cara de poucos amigos.

– Os alunos estão se comportando como babuínos. E algum idiota – disse ela apontando para um pedaço de sua veste que estava chamuscado – tocou fogo num pássaro de papel encantado que voava, e ele pegou na barra das minhas vestes...

Os outros dois apenas se olharam trocando risos silenciosos.

Finalmente o trem começou a desacelerar, o burburinho enchia todas as cabines, principalmente de alunos do 1º ano que estavam ansiosos para ver o castelo.

Com um solavanco o trem parou e abriu suas portas para deixar os estudantes saírem do trem, junto com isso veio uma voz que dizia:

“Deixem seus materiais, junto com seus animais de estimação, no trem que ele será levado para o castelo”

Assim, os três deixaram seus malões juntos de seus animais e deixaram a cabine.

Alguns dias após Alvo receber a carta de Hogwarts, seu pai chegara do trabalho com um enorme embrulho debaixo do braço, gritando Alvo para ele descer. Após alguns segundos Alvo veio correndo dando uma derrapada no tapete da sala e perguntou o que era aquele presente. Seu pai tirou o pano de cima do pacote e revelou um enorme gaiola, onde dentro descansava com a cabeço embaixo da asa uma linda coruja marrom. Alvo deu um grito de exclamação, ele sempre sonhara em ter sua própria coruja, até ali ele sempre usava a coruja da familia: Apolo para se corresponder.

Assim que subiu para seu quarto e pôs a gaiola em uma haste na parede, deitou na cama para pensar em que nome dar para sua coruja, e decidiu chamada de Gaia, um nome de um bruxo famoso, que achou no livro de História da magia.

Thiago também tinha sua coruja, ganhada também após receber sua carta de Hogwarts, seu nome era Alvo. Na hora que ele escutou aquele nome ficara com muita raiva, é claro que Thiago tinha feito aquilo para curtir com a cara dele, mas aquilo já era demais. Quando ele fora reclamar com seus pais a coruja já não atendia por outro nome, assim seus pais tiveram que aceitar.

Rose também tinham uma coruja, Átila, ela a comprara no dia em que fora comprar os materiais escolares no beco diagonal. Pensando nisso, Alvo pergunto a Tom se ele tinha lgum animal de estimação, ele recebeu uma afirmação, o nome de seu gato era: Crux.

Quando finalmente desembarcaram do expresso e pararam na plataforma da estação de Hogsmeade, ouviram um chamado:

“Alunos do 1º ano aqui por favor”

A voz do meio gigante Rubeo Hagrid ecoava pela noite fria, quando os três se aproximaram,Hagrid os iluminou com sua lanterna e abriu uma largo sorriso:

– Tudo bem aí Alvo? E você Rose?

Os três confirmaram com a cabeça, quando Hagrid viu o terceiro garoto:

– E quem é esse aí? – Perguntou ele a Alvo.

– Esse é o Tom, Hagrid.

– Prazer – disse Tom ligeiramente bobo pois nunca havia visto um gigante em sua vida.

– Prazer, vamos todos então?

Juntos eles seguiram pela estreita plataforma até chegar em um imenso lago, onde mais ou menos 11 barquinhos os esperavam para leva-los a escola.

– Apenas 4 em cada barco por favor – Gritou Hagrid a uma grupo de sete garotas que estavam se apertando para entrar no minúsculo barco juntas.

Alvo, Rose e Tom foram em direção a um barco vazio, que estava ancorado ali perto e embarcaram, depois que alguns barcos ficaram lotados, uma menina veio e seu juntou a eles.

– Olá – Disse ela dando um largo e exagerado sorriso a todos, ela estava usando as vestes da escola, mas ela havia aplicado seu toque pessoal a roupa. A capa que deveria haver fechos prateados, estava toda enfeitada com detalhes rosa berrante. No pescoço ela usava um cachecol rosa, com pequenos unicórnios desenhados. – Sou Bella. Prazer

– Nada modesta você hein? – respondeu Rose

– Não – Apressou-se ela a responder – Meu nome é Bellatriz, mas pode me chamar de Bella.

Alvo sentiu um arrepio ao ouvir esse nome que já fora dito varias vezes por seu pai, nas historias que ele contava sobre suas aventuras no tempo de escola.

O barco começou a deslizar sobre a água, e depois de alguns minutos fez uma curva emvolta de um morro, o castelo apareceu. Marvilhoso sobre os penhascos, com sua luzes nas torres e nas janelas.

Todos os alunos exclamaram ao ver a construção. Os mais maravilhados eram os nascidos-trouxa que nunca haviam sequer imaginado como seria o castelo, por não ter relatos sobre o mesmo de seus pais.

Os barcos se aproximaram a uma abertura na rocha e pararam na beira do lago, todos desceram e seguindo de perto Hagrid, eles subiram por uma longa escadaria de pedra que os levaria aos portões do castelo.

Quando finalmente pararam em frente aos portões, Rubeo falou alguma coisa com as gárgulas que ficavam de cada lado dos portões, e empurrou aquele enorme portão para abri-lo e rumar em direção a escola.

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